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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Implantação do Governo electrónico em Moçambique

Rosa Raul Mario Bazo - 708213473

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: E-Governament e Globalização
Ano de frequência: 2° Ano
Turma: B

Docente: Mestre Aristides Manuel

Beira, outubro, 2022


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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA ✓ Rigor e coerência


Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
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Folha de Feedback dos tutores:

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. Governo Electrónico ............................................................................................................... 5

2.1. Formas do governo electrónico ........................................................................................... 5

2.2.1. Universalidade .................................................................................................................. 6

2.2.2. Unicidade .......................................................................................................................... 6

2.2.3 Integralidade ...................................................................................................................... 7

3. Situação do Governo Electrónico no mundo .......................................................................... 8

3.1. Governo Electrónico no Desenvolvimento Nacional .......................................................... 9

4. Estratégia de Implementação do Governo Electrónico em Moçambique ............................ 10

Conclusão ................................................................................................................................. 13

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 14


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1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de
Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de E-
governament e Globalização.

De acordo com as palavras proferidas na Conferência Mundial sobre Governação electrónica,


em Manila (1999) o “Governo Electrónico é o uso das tecnologias de informação e
comunicação para promover maior eficiência e eficácia governamentais, facilitando o acesso
aos serviços públicos, permitindo ao cidadão e ao empresário o acesso à informação, e tornando
o governo mais responsável perante o cidadão.” - Gartner Group (2000).

Portanto, o conceito de e-Gov foi criado, não apenas para dar maior eficiência e eficácia às
práticas e ações internas do Estado com vista ao oferecimento de serviços públicos, mas
também para proporcionar, através do uso das TIC, uma boa relação com a sociedade no
que tange à participação e controle das atividades do Estado.

Neste caso, a presente trabalho é constituído por três (3) partes. A primeiro inclui a introdução,
seguida os objectivos e os procedimentos metodológicos que foram adoptados na
operacionalização do trabalho. Na segunda parte é feita a fundamentação teórica, segundo
vários autores que são devidamente citados e apresentados nas referências bibliográficas. E na
terceira parte, são apresentadas as considerações finas e por fim nas referências bibliográficas.
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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


• Conhecer a implantação do Governo electrónico em Moçambique.

1.2.2. Objectivos específicos


• Explicar o conceito Governo electrónico em Moçambique;

• Compreender a implantação do Governo electrónico em Moçambiqueç

• Analisar os mecanismos utilizados na divulgação das estratégias de implementação do


Governo Electrónico em Moçambique.

1.3. Metodologias
Metodologicamente, este trabalho adoptou o tipo de pesquisa bibliográfica, feita através de
leituras específicas sobre Governo electrónico em Moçambique. A pesquisa foi fundamentada
com bases em autores que discutem conceitos dos temas abordados.
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2. Governo Electrónico
São várias as conceitualizações do governo electrónico mas daria dois conceitos mais referidos
a nível mundial.

Segundo Gartner Group (2000) o Governo electrónico é a contínua optimização de oferta de


serviço, participação do eleitorado e governação mediante transformação de relacionamentos
internos e externos com uso da tecnologia, da internet e da nova mídia.

A Pacific Council no Internacional Policy, 2002, define o governo electrónico como uso da
tecnologia de informação e da comunicação para promover maior eficiência governamental,
facilitando o acesso à informação, e tornando o governo mais perspicaz para o cidadão. Este
conceito não quer de certa maneira referir que os cidadãos se acomodarão fazendo do Governo
electrónico um atalho para o desenvolvimento económico, o salvamento orçamental ou a
eficiência governamental.

O Governo electrónico é um processo – chamado evolução – e também um grande esforço que


apresenta custos e riscos financeiros e políticos. Esse risco pode ser significativo se não forem
bem conceitualizadas e implementadas as estratégias do Governo Electrónico podendo
desperdiçar recursos, falhar com as suas promessas de entrega útil de serviços e, assim,
aumentar a frustração com a administração pública por parte do cidadão. Particularmente nos
países em desenvolvimento, os recursos são escassos, de modo que o Governo Electrónico pode
ter como alvo áreas com alta possibilidade para sucesso e produzir ganhos. Além disso, o
Governo Electrónico nos países em desenvolvimento podem acomodar certas condições únicas,
necessidades e obstáculos ( Pacific Council in International Policy, 2002).

O Governo Electrónico é reconhecido mediante formas, tipos de relacionamento e estágios de


integração pelos quais se manifesta. Como formas fazem Governo Electrónico, são um explícita
de mais de manifestação, porque concretizam os diferentes tipos de relacionamento que o
Governo forja de Electrónico, indo de um simples centro de atendimento ao cidadão
(callcenter), passando por um portal corporativo governamental (lugar de trabalho) até um
quiosque de autoatendimento.

2.1. Formas do governo electrónico


O Governo Electrónico possui três princípios fundamentais, que devem premir o planeamento
de todas as formas pelas quais se manifesta. Parece indispensável inculcar na cabeça dos
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tomadores de decisão esses princípios, alias, já implicitamente presentes ma maioria dos


conceitos basilares de qualquer administração gerencial

2.2.1. Universalidade
Este princípio significa que toda e qualquer informação não protegida por lei têm de estar
disponível nos sítios governamentais, de modo “fidedigno, exaustivo, facilmente acessível e
actualizado (Rodrigo, 2001) Se as informações não estão na forma adequada para ingressarem
no mundo virtual, devem ser convertidas, obedecendo-se à diversidade entre o meio
convencional (escrita) e o meio electrónico (virtual). Do mesmo modo que a informação, como
bem provido pelo Estado, os serviços prestados aos cidadãos têm de ter seu análogo de maneira
digital.

Este princípio, também, significa permitir que, na prática, o Estado esteja efectivamente
presente, a qualquer momento, em todos lugares simultaneamente, reduzindo custos e
simplificando procedimentos. Dentro desse princípio que deve ser criado um banco de dados
unificador do registo de cada cidadão, de acordo com o seu perfil, com uma única identificação.
Esse banco de dados universal deve alimentar um sistema capaz de emitir, on-line ou
convencionalmente, questionamentos do governo sobre os assuntos pertinentes à gestão das
acções do governo e sobre a satisfação da sociedade. Ou seja: é preciso mapear e identificar,
em único local, aqueles que, ao menos potencialmente, receberam determinada provisão para,
no futuro, ser feita a verificação. Por fim, não é possível levar à sociedade ferramentas
tecnológica sem que esta esteja preparada para usar da melhor forma possível os seus avanços.

2.2.2. Unicidade
É ponto pacífico que, actualmente, a internet não possui um sentido de ordem ou uma
arquitectura capaz de sustentar a oferta de informações e de serviços de acordo com a
expectativa dos usuários, pois os tempos de obtenção do produto e o número de mediações para
alcança-lo podem ser infindos.

O Estado, que deve ater-se, hoje, à oferta custo-eficiente de bens e serviços para a sociedade,
pode dar ordens e sentido às coisas, se conseguir que os mecanismos de trânsito das relações
Estado/Sociedade estejam em um único local virtual, conhecido por portal. Tal como o próprio
nome indica, o cidadão deve ter uma única porta mediante a qual possa ter acesso a tudo aquilo
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que corresponda às suas demandas e à sua participação no controle dos actos do governo e da
própria máquina pública.

A unicidade quebra o problema antigo, existente mesmo nos ambientes físicos das repartições
públicas, de remessa das pessoas a dezenas de locais para exercer a cidadania e não só, todos
os órgãos de todos os poderes em todas esferas do governo devem escoar as suas informações
e serviços para esse local único, o que deve demandar aprimoramento do portal e sustentação
do mesmo independentemente do governo que esteja exercendo actualmente o poder.

Além disso, é crucial que os sistemas tecnológicos estejam unificados, mediante a fórmula
múltiplas entradas uma única saída, tanto em nível externo ou privado (do cidadão para o
Estado), quanto em nível interno (do estado para o próprio estado). Não pode haver diferença
entre uma solicitação de um título de leitor de um boletim de ocorrência ou de formalização de
uma denúncia. Os objectivos são diferentes, mas o sentido de trâmite é o mesmo.

2.2.3 Integralidade
A informação e o serviço em si mesmos, não são nada se não estiverem sendo oferecidos de
maneira integral. É preciso determinar que as ferramentas sejam seguras, constantemente
acessíveis e nunca tenham tempo de espera para resposta maior do que a esperada, em média,
pela sociedade. Além disso, integralidade significa que os fóruns, os callcenters, as bibliotecas,
enfim, todos os espaços que permitam a participação do cidadão, bem como todas a
comunicações pelo estado, devem ser feitos de forma a que o único responsável seja
identificado e que tudo que seja oferecido seja indubitável: o cidadão não tem de ficar
retornando ao local virtual ou mesmo ficar entrando em contacto novamente com o órgão para
fazer novas perguntas ou para reiterar uma denúncia.

É desejável que a avaliação e monitorização dos programas de governo possam estar


disponíveis e possam ser discutidos directamente com responsáveis, que as consultas públicas
sejam abertas on-line previamente às tomadas de decisão em relação ao projecto definitivo, o
que é perfeitamente possível, se no próprio local de publicação do andamento das acções estiver
disponível o espaço de participação do cidadão.
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3. Situação do Governo Electrónico no mundo


Os quatro estudos mais recentes sobre a situação do Governo electrónico no mundo não trazem
resultados muito promissores, evidenciando, ainda, de maneira unânime, um grau incipiente
das práticas e um elevado número de Estados ainda vacilantes em relação à natureza do
Governo Electrónico ou, se assim for melhor pensar, prudentes em relação aos investimentos
nesta área, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, os quais possuem o pior nível
de aptidão para participar na era digital de acordo com um desses estudos.

UNDP (2001) definiu e mediu um índice que indirectamente é capaz de indicar a capacidade
ou habilidade dos países para participarem da chamada era digital. Quer dizer, o Índice de
Realização Tecnológica (TAI) tem como objectivo captar como está um determinado país na
criação e na difusão de tecnologias e como está na criação de uma base de habilidade ou
capacidade humana para esse fim de modo a reflectir sua capacidade para participar das
inovações tecnológicas da era digital. O TAI não é uma medida de como um país está liderando
globalmente o desenvolvimento tecnológico, mas fixa-se ao facto de como o país está
participando da criação e do uso de tecnologia, o que, obviamente, permite analisar a eficácia
do Governo Electrónico, a qual é dependente, além de outras coisas, da tecnologia dominada
por um país (antiga e nova). Em outras palavras deve-se imaginar que o TAI é altamente
correlacionado com o grau do país para um Governo Electrónico potencialmente bom, porque
capacitação e aptidão para o uso das tecnologias são elementos necessários para os
empreendimentos voltados para o Governo Electrónico.

O TAI possui quatro dimensões em sua composição. A primeira é a criação de tecnologia, a


qual indica a capacidade de inovação tecnológica de um país, fundamentalmente dependente
do capital intelectual possuído e das condições locais para a criação.

A segunda dimensão é a difusão de inovações recentes, mensurada a partir da difusão da


internet, qual é indispensável para a participação na sociedade em rede.

A terceira refere-se a difusão de invocações já consagradas, reflectindo o quão difuso está a


tecnologia já estendida ao hábito da economia como um todo e que reflecte o stock tecnológico,
como a electricidade e telefonia.
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Finalmente, a quarta dimensão refere-se a fase mais sensível do Governo Electrónico, é a


habilidade ou capacidade humana, que mede o nível de massa crítica apropriada pelo país para
o uso e construção de tecnologia, fundamentalmente relacionado com educação formal,
sobretudo em ciências, matemática e engenharia.

3.1. Governo Electrónico no Desenvolvimento Nacional


O Governo Electrónico significa uma evolução na governação: uma transformação que ajuda
aos cidadãos e o sector privado a encontrarem oportunidades na nova economia de
conhecimentos.

Para ter êxitos e ser efectivo, o Governo Electrónico deve ser parte de um programa mais
alargado de reforma do Governo e do Sector Público em geral – nos aspectos de como funciona,
como gere a informação, como gere as funções internas, como serve os cidadãos e o sector
privado. O Governo Electrónico é uma oportunidade para repensar o Governo e pode tornar-se
numa ferramenta para catalisar o desenvolvimento económico e a boa governação.

Importa, no entanto, reconhecer que o Governo Electrónico por si só não leva de imediato ao
desenvolvimento económico, disponibilização de serviços públicos e redução dos custos
operacionais ou a transparência e eficiência dos Governos, nem é necessariamente um
acontecimento que vá de imediato alterar a natureza do Governo. Tais transformações apenas
acontecem quando a adopção das tecnologias é acompanhada de vontade politica e de mudança
de atitude enquadradas num conjunto de políticas.

O Governo Electrónico ajuda, pois, a enfrentar e vencer o desafio da construção de uma


sociedade de conhecimento formada por indivíduos comprometidos e pro-activos, ligados a
redes que promovem o espírito empreendedor nas áreas cultural, social e económica. Através
do Governo Electrónico, o Governo pode tornar-se um integrador e facilitador da participação
da sociedade na educação, saúde, na agricultura, nas novas tecnologias, na indústria e na
economia em geral, oferecendo informação e serviços centrados no cidadão para catalizar o
desenvolvimento.

Nesse contexto, para o caso moçambicano, o surgimento da política de e-Gov deve ser analisado
tendo em conta o percurso sociopolítico, associado às condições da infra- estrutura tecnológica
e comunicacional do país.
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O e-Gov foi implementado e ganhou uma crescente aceitação na prática da governação. Para o
governo, o e-Gov constitui [...] o instrumento mais adequado para a colocação dos serviços
públicos ao alcance do cidadão a qualquer momento e em qualquer lugar, para uma prestação
de serviços mais eficaz e eficiente e menos dispendiosa, e para a redução da burocracia e
oportunidades de corrupção (Moçambique, 2006, p.1).

A estratégia de e-Gov em Moçambique foi desenhada especificamente para apoiar a terceira


fase da Reforma do Setor Público, programada para o período 1990-2011. Tal reforma é
caracterizada pela revisão do modelo do setor econômico até então vigente e mudança dos
princípios básicos que o nortearam, resultando, mais tarde, na implementação do Programa de
Reabilitação Econômica (PRE), que gerou uma grande mudança do próprio papel definido para
o Estado. Nesta fase é notória a preocupação do Estado em criar condições básicas para uma
mudança de atitude, planejamento e gestão, bem como a introdução de medidas de curto prazo
e impacto imediato, capazes de dignificar a imagem do setor público.

O objetivo fundamental da política de e-Gov em Moçambique é de, [...]melhorar a prestação de


serviços públicos, usando o poder das TIC, por meio das quais o cidadão, em qualquer área da
governação ou da atividade socioeconômica, pode exercer o direito de aceder, processar e
extrair a informação que achar necessária para as suas realizações, bem como interagir e efetuar
transações online com o governo (Moçambique, 2010, p. 1).

Com esse objetivo percebe-se que é intenção do governo, tentar transformar o e- Gov num
poderoso instrumento de acesso aos serviços públicos em todas as dimensões políticas e
econômico-sociais na prática da governação, “ficando o seu maior ou menor impacto a
depender do maior ou menor grau de integração transversal nas políticas, estratégias e
programas dos governos assim como dos recursos disponibilizados para a sua materialização”.
(Moçambique, 2006, p. 1).

Contudo, pelas inferências desta pesquisa, constata-se que a operacionalização desse objetivo
privilegia o determinismo tecnológico à frente dos aspetos educacionais, econômicos e
socioculturais, o que torna o processo de implementação de e-Gov, tendo em vista uma efetiva
relação Estado- sociedade, sem alcance de resultados efetivos.

4. Estratégia de Implementação do Governo Electrónico em Moçambique


No âmbito da Visão, o Governo moçambicano considera que a Estratégia do Governo
Electrónico “dará a qualquer moçambicano em qualquer área da governação, em qualquer
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sector da economia, e a qualquer nível da sociedade, o direito de aceder, processar e aplicar


toda a informação necessária para cada um alcançar o máximo do seu potencial como indivíduo
dotado de conhecimento, um cidadão responsável e um competidor global” (EIGEM, 2005,
p.11).

Sucede que “qualquer moçambicano”, “Direito de aceder” e “Toda Informação”, são desafios
que requerem um empenho total e completo para materializar esta visão e é aqui onde reside o
centro desta pesquisa, procurar perceber se volvidos cerca de 10 anos da implementação desta
Estratégia e se os programas de formação que têm lugar por todo o País, segundo o INTIC,
contribuem efectivamente para que qualquer moçambicano tenha o direito de aceder à toda
informação necessária para alcançar o máximo do seu potencial sem necessariamente recorrer
aos procedimentos tradicionais que implicam mais esforço e mais custos em termos de tempo
e recursos.

A Estrategia aponta que a implementação de centros públicos ou comunitários de acesso às


Tecnologias de Informação e Comunicação será uma área que será também objecto de atenção
especial em termos de promoção e coordenação por serem os locais que se pretende servirem
de pontos de acesso pelo cidadão aos serviços a serem disponibilizados pelos projectos
definidos na Estratégia de Governo Electrónico sendo que os CPRDs são apontados como um
desses pontos ao lado dos telecentros e Centros Comunitários Multimédia (EIGEM, 2005, p.
37).

Moçambique conta com oito (8) Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs) em igual
número de Províncias e de acordo com MOZTIC (2008), trata-se de mecanismos
organizacionais que permitem localizar, num determinado local, um conjunto de infra-
estruturas e conhecimentos necessários para ligar os vários organismos às TIC. É então
possível, através destes centros, efectuar o acesso à Internet, prestar apoio técnico aos
funcionários do Estado, bem como ministrar formação. Os Centros Provinciais de Recursos
Digitais podem ser vistos como um apoio à extensão da GovNet às províncias. As Províncias
que ainda não possuem CPRDs são as de Manica, Maputo e Maputo Cidade.

É imprescindível que se faça um esforço na modernização e informatização dos procedimentos


administrativos para uma maior rapidez no atendimento ao público e uma redução significativa
da influência do factor humano na tramitação dos pedidos e autorizações nas cobranças de taxas
e emolumentos e em outras situações de contacto directo do cidadão com a administração
pública.
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Tendo em conta todos os factores que nortearam a sua concepção, a implementação da


Estratégia do Governo Electrónico tinha como objectivo fundamental melhorar a prestação de
serviços públicos, usando as Tecnologias de Informação e Comunicação, em alinhamento com
a Estratégia Global de Reforma do Sector Público (José, 2014, p.56). Mas mais do que isso, é
igualmente inegociável uma mobilização geral dos cidadãos a favor das TIC pois o domínio
unilateral por parte do executivo poderá criar défices na abordagem da matéria em termos de
uso e aproveitamento efectivo dos recursos de TIC existentes e da sua necessidade para a
massificação.

Neste contexto, o e-government é, na sua definição mais restrita, a provisão de informação


rotineira e a transação de serviços da Administração pública, através de meios eletrónicos de
onde se destaca a Internet (Marche e Mcniven, 2003). Neste âmbito, trata-se do uso das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) pelos governos e as consequentes
alterações que estas exercem ao nível da mudança organizacional e das competências dos
trabalhadores (Fonseca e Carapeto, 2009, p.251). Contudo, é mais do que uma ferramenta
tecnológica porquanto, hoje, cada vez mais, os governos e as Instituições Internacionais
acreditam que o uso das TIC’s pode transformar as capacidades de governação (Riccucci e
Holzer, 2011, p.1).
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Conclusão
Com base no factos que durante a abordagem deste trabalho foram sendo apresentados,
constatou-se que a Estratégia de Implementação do Governo Electrónico nos Países menos
Desenvolvidos como Moçambique devem ter em conta acima de tudo as suas posses e
capacidades financeiras visto ser um mecanismo que requer grandes investimentos nas áreas de
formação dos recursos humanos, aquisição dos equipamentos e construção de infra-estruturas
próprias para o efeito.

Sendo assim, entendemos que a política de governo eletrônico de Moçambique,


antes de ser implementada, deveria preceder de abordagens das questões sócio-culturais
e solução dos problemas de acessibilidade, nomeadamente, a questão da alfabetização e
letramento digital que, juntamente com a inclusão digital, possibilitariam a aquisição de
uma cultura de informação dinâmica, com vista ao acesso e manuseamento eficaz dos
conteúdos informacionais para, a partir daí, munir o cidadão de competências
informacionais e insere-lo na vida social como um todo, num processo que envolve vários
atores e setores.
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Referências bibliográficas
Estratégias do Governo Electrónico de Moçambique, Colocar os Serviços Públicos Junto do
Cidadão, Maputo, Dezembro de 2005

GARTNER GROUP. (2000). Key issues in e-government strategy and management. Research
Notes. Maio.

MOÇAMBIQUE. (2006). Estratégia de Governo Electrónico de Moçambique: colocar os


serviços públicos juntos ao cidadão. Maputo, jul. Recuperado a 24 de outubro de 2022 em:
<http://www.intic.gov.mz/documentos/estrategia_gov_electronico.pdf>. MOÇAMBIQUE.
(2010). Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática. Avaliação do grau de
implementação da estratégia de governo eletrônico. Maputo.

Riccucci, N. M., & Holzer, M. (2011). A global comparative Analysis of Digital Governance
Practices. Em A. Ajeeli, & Y. Al-Bastaki (Edits.), Handbook of Research on E-Services in the
Public Sector: E-government Strategies and Advances, Nova Iorque: Information Science
Reference.

Rodrigo, Tomás Martín. (2001). Proyectos para uma administración electrónica en España.
Revista CLAD Reforma e Democracia. Caracas, n. 20, jun., p. 198-228.

UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME (UNDP). (2001). Human


development report. Oxford: Oxford University Press.

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