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Universidade Zambeze

Faculdade De Ciências Sociais E Humanidades


Curso: Economia 4ºano

A INFLUÊNCIA DA TAXA DE CÂMBIO SOBRE A FORMULAÇÃO DE PREÇO EM


MOÇAMBIQUE ENTRE 2019 A 2022

Discente:

Edward Jr.

Docente:
Dr João Sibanda

Beira, Abril de 2023


Índice

Capitulo I: INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3

1.1. Introdução....................................................................................................................... 3

OBJECTIVO ............................................................................................................................. 3

1.2.1. Geral ................................................................................................................................ 3

1.2.2. Especificos ...................................................................................................................... 3

1.3. Procedimentos Metedologicos ........................................................................................... 4

Capitulo II: Fundamentação Teórica ...................................................................................... 5

2.1. Contextualização ................................................................................................................ 5

2.2. A Taxa de Câmbio e seus Determinantes ....................................................................... 5

2.2.1. A formação de uma taxa de câmbio ............................................................................ 6

2.3. Regimes Cambiais .......................................................................................................... 7

2.3.1. Regime Cambial Flutuante .......................................................................................... 7

2.3.2. Regime Cambial Fixo .................................................................................................. 7

2.4. Taxa de Câmbio e sua Importância no Sistema Económico. ......................................... 8

2.5. Efeitos das variações da taxa de câmbio sobre os preços entre 2019 e 2022 ............... 10

Capitulo IV: Considerações Finais ............................................................................................ 0

Capitulo V: Referências bibliográficas ..................................................................................... 1

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Capitulo I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

E com muita satisfação que apresento o presente trabalho da cadeira de analise da economia
global, na qual terei como base à influencia da taxa de cambio sobre a formulação de preço em
Moçambique, entre: 2019 a 2022. No entanto, buscando desenvolver os conceitos e aspectos
fundamentais sobre a perspetiva económica. Ademais, é com o propósito de “buscar”, entender
ao estudo da economia de global que se propõe o desenvolvimento destas linhas, no entanto,
acredita-se que o desenvolvimento só é possível com a plena garantia dos direitos liberdades e
garantias e direitos económicos sociais e culturais.

Não obstante, tendo em vista que o objetivo aqui é analisar os efeitos da influência no nível da
taxa de câmbio sobre a formulação de preço, o foco mais adequado para este propósito é o que
examina o comportamento dos fluxos de comércio, tomando a taxa de câmbio como variável
exógena. Ainda que este enfoque seja mais adequado para análises restritas a um ambiente de
câmbio fixo, o que não se pode dizer que tenha sido a regra do sistema internacional e do
Moçambique, em particular, nos últimos anos, parece plausível argumentar que, diante de uma
hipotética política de depreciação deliberada da taxa de câmbio, considerar esta como a
variável endógena que irá se ajustar para equilibrar o balanço de pagamentos. Sendo assim, na
revisão teórica realizada adiante, dar-se-á preferência para o enfoque desta natureza e das
subjacentes dinâmicas.

OBJECTIVO

1.2.1. Geral

 A investigação tem como objectivo geral, promover um estudo entorno da influência


da taxa de câmbio sobre a formulação de preço em moçambique.

1.2.2. Especificos

 Breve contextualização face ao tema em apresso;

 Avaliar e descrever os determinantes das taxas de cambio, bem como, os factores


envolventes na sua formação;

 Identificar os pontos negativos e positivos da taxa de câmbio sobre o a formulação


de preços;

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1.3. Procedimentos Metedologicos

Procedimentos “Metodologia” segundo Rodrigues (2007) é um conjunto de abordagens,


técnicas e processos utilizados pelo pesquisador para formular e resolver problemas de
aquisição observando conhecimento de uma maneira sistemática

A metodologia usada para elaboração deste trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica-


documental, onde foram feitas várias consultas em diversos artigos, livros e material publico
na internet e com auxílio de alguns relatórios, que tem como importância nos reencaminhar no
desenvolver de informações solidas em torno do tema, o compartilhamento de informações,
conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comum.

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Capitulo II: Fundamentação Teórica

A INFLUÊNCIA DA TAXA DE CÂMBIO SOBRE A FORMULAÇÃO DE PREÇO EM


MOÇAMBIQUE, 2019-2022.

2.1. Contextualização

Uma vez consolidado o processo de estabilidade política e iniciada a transição para um estado
democrático no país, a estabilidade macroeconómica passou a ser a prioridade para o
desencadeamento do início do crescimento económico. Na literatura económica, estudos sobre
a estabilidade macroeconómica têm sido associados à evolução dos preços e taxas de câmbios
e juros. ( Gemo , 2011)

Outrora, os ajustes na taxa de câmbio, em geral, são ocasionados por alterações de oferta e
demanda de domicílios, empresas e instituições financeiras que compram e vendem bens,
serviços e activos. Além disso, essas alterações reflectem no comportamento destes (domicílio,
empresas e instituições financeiras), modificando a demanda por bens cujos preços são
expressos em moedas distintas. Uma valorização do Metical em relação ao dólar por exemplo,
tudo o mais mantido constante, tornará os preços dos produtos e serviços Moçambicanos mais
caros em relação ao equivalente americano, reduzindo a demanda por produtos Nacionais. Essa
valorização fará com que Moçambique passe a comprar mais e a vender menos para os Estados
Unidos, aumentando a demanda por dólares e diminuindo a demanda pelo metical. ( Chambe,
Maposse, & Langa, 2021)

2.2. A Taxa de Câmbio e seus Determinantes


(Definição de conceito)

A maioria dos autores praticamente define taxa de câmbio como sendo o preço de uma moeda
em relação à outra. Alguns a definem como sendo “o número de unidades de moeda nacional
necessário para comprar uma unidade de moeda estrangeira”, sendo que esta permite que
preços expressos em moedas nacionais diferentes sejam expressos numa mesma unidade de
conta. ( Chambe, Maposse, & Langa, 2021)

De acordo com os dados fornecidos pelo Banco Central, as taxas médias mensais de câmbio
das principais divisas de transações no mercado moçambicano apontam uma tendência de
apreciação nominal do Metical, ao longo do IV Trimestre de 2022 relacionando-se ao IV
Trimestre do ano de 2020. (INE, 2023)

A taxa de câmbio é determinada no mercado de câmbio, um mercado onde bancos do mundo


inteiro compram e vendem divisas para seus clientes, sendo este dividido em mercado à vista
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ou a termo. No mercado à vista, as divisas são trocadas no ato, ao preço determinado, enquanto
no mercado a termo o preço é fixado para entrega futura. Os principais compradores de divisas
no mercado a termo objectivam evitar riscos de variação na taxa de câmbio. É nesse mercado
que agem os especuladores, cujo objectivo fundamental é obter lucro com a operação cambial
mediante determinado risco. ( Chambe, Maposse, & Langa, 2021)

2.2.1. A formação de uma taxa de câmbio


A formação de uma taxa de câmbio é um processo complexo de inter-relação da economia e
da política nacional e mundial, portanto, em caso da sua previsão há vários factores, que podem
ter um impacto sobre as cotações de moedas, e devem ser tidos em conta.

 Taxa de inflação: O aumento do nível de preços no país leva à diminuição do poder de


compra de sua unidade monetária e, respectivamente, à diminuição da taxa de câmbio.
(INE,2023)
 Taxa de juros: Os bancos centrais de vários países têm um impacto significativo na
taxa de uma moeda nacional através da mudança na taxa de refinanciamento. Quando
o aumento da taxa de juros está associado ao aperto da política monetária do país, a
taxa de câmbio aumenta, mas se a taxa aumente devido à alta inflação, a taxa de câmbio
cairá.
 Balança de pagamentos: A balança de pagamentos do país é o fluxo de caixa sob a
forma de pagamentos recebidos e pagos pelo país. No caso da balança de pagamentos
activa, a demanda por moeda nacional aumenta, e sua taxa também se fortalece. No
caso da balança de pagamentos passiva, aumenta a demanda por uma moeda
estrangeira, portanto, a taxa de uma moeda nacional diminui.
 A competitividade dos bens do país nos mercados mundiais: A alta competitividade
contribui para o aumento das exportações do país e, portanto, para o ingresso de moeda
estrangeira e o crescimento da taxa de sua própria unidade monetária.
 Transacções de moeda especulativa e actividade de organizações financeiras: Se
uma taxa de câmbio cai por algum motivo, então, na tentativa de eliminar os riscos
cambiais, as principais organizações financeiras vendem essa moeda, contribuindo
ainda mais para o enfraquecimento de sua posição no mercado financeiro.
 Preços de energia e outras matérias-primas: Se a economia de um país não é
diversificada e depende principalmente da exportação de matérias-primas, então, caso
os preços mundiais de mercadorias cair (petróleo, gás, ouro, etc.), a taxa de câmbio
nacional cairá também. ( Chambe, Maposse, & Langa, 2021)

Além disso, as taxas de câmbio são afectadas por situações políticas em vários países, guerras,
cataclismos. Mais frequentemente, notícias inesperadas fundamentais levam ao pânico em
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massa e, consequentemente, a fortes flutuações cambiais, que eventualmente se estabilizam em
novos níveis, (http://www.sunoreserch.com.mz/artigos,quedadolar)

2.3. Regimes Cambiais


Os formuladores de política económica devem escolher o regime cambial adequado para a
realização dos objectivos de suas políticas. Esses regimes podem ser fixos ou flutuantes e
dependem das condições macroeconómicas dos países que os adoptam.

2.3.1. Regime Cambial Flutuante


Num regime cambial de taxas flexíveis ou flutuantes, os bancos centrais permitem que a taxa
de câmbio ajuste-se de forma a equacionar a oferta e a demanda por moeda estrangeira através
das forças de mercado.

Sobre estes ajustes de mercado, Sachs (1998) relata: Dentro do sistema de taxas de câmbio
flexíveis pode-se ter dois tipos de flutuações: livres ou limpas e dirigidas ou sujas.

Quando a autoridade monetária se omite completamente e não intervém de modo algum no


mercado cambial, permitindo que as taxas de câmbio sejam determinadas livremente pelo
mercado de divisas, têm-se a chamada flutuação livre ou limpa. Nesse caso, as transacções com
reservas oficiais são iguais às zero. Isso significa que saldo do balanço de pagamentos também
seria zero, pois as taxas de câmbio ajustariam-se de forma que a soma das contas correntes e
de capital fossem iguais à zero. É pouco provável que exista uma flutuação realmente limpa,
pois a maioria das políticas do governo afectam a taxa de câmbio, bem como o governo não
aplica essas políticas sem saber seus efeitos na taxa de câmbio.

Por outro lado, o sistema tem-se caracterizado por flutuações dirigidas ou sujas. Nessa
modalidade, os bancos centrais tentam influenciar o valor da moeda realizando operações no
mercado de câmbio de moeda estrangeira. As transacções com reservas oficiais, portanto, não
serão iguais à zero. Os bancos centrais realizam essas operações com o objectivo de estabilizar
as flutuações no curto prazo. É nisso que esse sistema se diferencia da taxa de câmbio fixa,
pois, nessa última, o governo intervém no mercado de forma a influenciar o valor da taxa de
câmbio no longo prazo.

2.3.2. Regime Cambial Fixo


No sistema de câmbio com taxa fixa, a autoridade monetária estabelece o preço da moeda
estrangeira, comprometendo-se a vender estas divisas ao nível de preços previamente
estabelecidos. A taxa de câmbio fixa opera como qualquer outro sistema de sustentação de
preços. O controlador dos preços (no caso específico do governo, a autoridade monetária) deve
suprir o excesso de demanda e absorver o excesso de oferta. Uma variante do sistema de câmbio
fixo é aquela em que a autoridade permite que a taxa cambial flutue dentro de limites máximos
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e mínimos previamente estabelecidos. Esse sistema, conhecido por bandas cambiais, exige que
o governo intervenha sempre que a taxa de câmbio aproximar-se destes limites.

A ideia que justifica o sistema de câmbio fixo é a de evitar grandes oscilações na taxa de
câmbio, o que geralmente termina por trazer incertezas aos agentes económicos. Diversas
nações em desenvolvimento utilizaram esse sistema cambial em seus programas de
estabilização económica, permitindo, assim, aos agentes económicos ajustarem seus preços
relativos em relação à uma moeda forte (geralmente o dólar americano), enquanto as
autoridades monetárias garantiam a manutenção da taxa cambial, permitindo, assim, a
estabilização de preços e o fim da Inflação crónica que afectava estes países. Essa política de
estabilização é conhecida como âncora cambial, pois o sistema de preços é garantido pelo
câmbio.

Um conceito importante tratando-se de taxas cambiais fixas refere-se à conversibilidade da


moeda. Quando a população não consegue comprar ou vender moedas pelo preço fixado, diz-
se que esta moeda é inconversível. Caso haja muitas restrições sobre a compra de moeda
estrangeira, esta também pode ser considerada inconversível. O principal indicador de
inconversibilidade da moeda é o mercado negro. Caso taxa do câmbio negro for muito maior
que a taxa oficial, significa que a autoridade monetária não está tornando disponível a moeda
estrangeira em quantidade suficiente para mantê-la no preço previamente estipulado. Caso a
moeda possa ser trocada sem muitas restrições, diz-se que essa moeda é conversível.

Geralmente, o sistema cambial fixo tende a ser unilateral, principalmente nas nações em
desenvolvimento. Por unilateral entende-se que o Banco Central, que fixa o preço da moeda,
responsabiliza-se pela taxa cambial sem a participação da autoridade monetária da moeda em
que ela foi fixada.

2.4. Taxa de Câmbio e sua Importância no Sistema Económico.


A literatura identificou alguns canais de transmissão dos efeitos da volatilidade da taxa real de
câmbio no processo do crescimento económico, dentre os quais merecem destaque:

 O papel do desenvolvimento do mercado financeiro;

 O grau de abertura comercial;

 As decisões de investimento sob incerteza;

 O histórico de alta inflação na experiência internacional de alguns países.

A relação entre volatilidade da taxa de câmbio e o crescimento económico tem tomado mais a
atenção dos economistas teóricos desde o começo da década de 90. Trabalhos empíricos sobre

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o tema são menos frequentes, mas não inexistentes. Ramey (1995) apud Chambe, Maposse, &
Langa, (2021), por exemplo, encontrara uma correlação negativa significante entre volatilidade
da taxa de câmbio real e crescimento económico.

Davidson (2002) apud Chambe, Maposse, & Langa (2021), testa a hipótese de que países com
sistemas financeiros menos desenvolvidos são mais afectados pela volatilidade cambial. Os
autores apresentam um modelo de uma economia pequena com rigidez de salários na qual os
choques exógenos são causados pela volatilidade cambial. O crescimento é medido pelo
aumento na produtividade via investimento. O desenvolvimento do sistema financeiro medido
pela proporção do crédito em relação ao PIB, ganha importância quando os proprietários das
empresas têm duas opções diante do choque cambial: endividam-se e continuam investindo,
ou se protegem do choque cessando os investimentos. Fica claro nesse ponto que, em países
que têm um sistema de crédito desenvolvido, o prémio ao risco é muito mais acessível.

Os autores testaram essa hipótese para um conjunto de 83 países usando um painel dinâmico e
encontraram resultados que, em sua grande maioria, vão de encontro com a hipótese proposta.
Em países menos desenvolvidos, que geralmente possuem um mercado financeiro mais
incipiente do que o dos países desenvolvidos, quanto mais flexível for a taxa de câmbio, mais
a volatilidade da taxa de câmbio real afecta o crescimento. Esse resultado é importante porque,
por um lado, desmistifica a ideia de que uma taxa de câmbio flutuante ajuda a estabilizar o
produto via comércio externo e, por outro, evidencia a ideia de que alguns modelos, que
explicam satisfatoriamente o comportamento de economias desenvolvidas, não têm o mesmo
apelo empírico quando se trata das economias emergentes.

O efeito da volatilidade cambial sobre as decisões de investimento é outro canal de transmissão


estudado pela literatura económica em suas vertentes convencionais.

Davidson (2002) apud Chambe, Maposse, & Langa (2021), por exemplo, explora o tema de
uma perspetiva, na qual a incerteza é um elemento recorrente da tomada de decisões
económicas, particularmente na irreversível decisão de investimento. O autor propôs que, em
uma economia aberta, uma taxa de câmbio volátil aumenta o grau de incerteza com relação ao
futuro; essa incerteza, por sua vez, aumenta a preferência pela liquidez e, portanto, eleva a taxa
de juros. Por outro lado, a ampliação da incerteza sobre o comportamento futuro da economia
tende a diminuir a eficiência marginal do capital. Tais efeitos contribuem, em seu conjunto,
para a redução dos gastos com investimento e, portanto, do nível de demanda agregada do
sistema.

Serven (2002) apud Chambe, Maposse, & Langa (2021) testa e confirma a hipótese de que nos
países em desenvolvimento, como por exemplo Moçambique, as consequências negativas de

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uma alta taxa de volatilidade no câmbio sobre decisões de investimento são mais acentuadas
que nos países desenvolvidos. O autor argumenta que nos países em desenvolvimento as
incertezas são maiores. Isso acontece em face aos choques de credibilidade no passado, típicos
das economias emergentes, e seu baixo desenvolvimento do sistema financeiro. Incerteza maior
significa, segundo o autor, uma taxa menor de investimento.

2.5. Efeitos das variações da taxa de câmbio sobre os preços


A literatura sobre taxa de câmbio e preços concentra-se o debate na análise de pass-through.
Esta passagem ou repasse foi analisada por Gagnon e Ihrig (2004) que usaram um modelo
teórico simples que explica como a política monetária influência as expectativas de inflação e
o pass- through da taxa de câmbio nos preços, que foi testada em vinte países industrializados.
Porem, os resultados indicam uma forte ligação e significativa do pass-through da taxa de
câmbio nos preços, e o comportamento da política monetária é um factor de declínio do pass-
through, pois quando a autoridade da política monetária incide fortemente na estabilização da
taxa de inflação o pass-through reduz.

No que concerne efeitos da taxa de câmbio sobre a formulação de preços em Moçambique, há


necessidade de se constatar, a transmissão das variações da taxa de câmbio nos preços ao longo
dos anos refletindo sobre consumidor sendo caracterizada com muito elevada em Moçambique,
isto é, a transmissão/passagem é quase completa e simétrica. Os ERPT para os preços de retalho
no consumidor foram de mais de 75 por cento nos últimos 3 anos. Significando que os preços
no consumidor parecem ser extremamente sensíveis às variações da taxa de câmbio. As
apreciações e depreciações da taxa de câmbio são transmitidas de igual modo aos preços no
consumidor.

Entretanto, Omar (2021) adverte que, para os preços internos em Moçambique, existe uma
elasticidade da transmissão para a taxa de câmbio que está mais em linha com os resultados.

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Capitulo IV: Considerações Finais

Chegada altura conclui-se em linhas gerais que, o trabalho ora apresentado teve o propósito
inicialmente atingido, de modo a lançar luz sobre a seguinte questão: que influência se pode
constatar da taxa de câmbio sobre a formulação de preço no País? Para tanto, examinou-se as
diferentes categorias de modelos de determinação do balanço de pagamentos com o fito de
identificar os principais mecanismos de transmissão pelos quais a modificação do nível da taxa
de câmbio pode influenciar o comportamento das contas externas, e, em particular, das
exportações e importações.

Como ficou claro ao longo da revisão teórica realizada, uma mudança na taxa de câmbio pode
afetar o desempenho do comércio por duas vias principais: o efeito via preços relativos (isto é,
pela alteração da taxa real de câmbio, que influencia as decisões de oferta e demanda na
economia em geral, e as decisões sobre importações e exportações em particular), e o efeito
direto na absorção, que opera principalmente através do chamado real balance effect – a reação
dos agentes à modificação de seu estoque real de moeda, que os leva a modificar a absorção
(aumentar ou reduzir seus gastos) para restabelecer o estoque real de moeda que desejam
manter.

Não obstante, os chamados modelos “tradicionais” do balanço de pagamentos dos quais o


modelo Bickerdicke-Robinson-Metzler é a expressão mais célebre consideram apenas o efeito
em que a alteração da taxa de câmbio afeta os preços relativos (ou, para colocar de outra forma,
a mudança cambial nominal afeta a taxa de câmbio real), que influenciam a competitividade
externa modificando as decisões sobre importações e exportações. Por exemplo, uma
desvalorização cambial torna os bens estrangeiros mais caros relativamente aos nacionais,
deslocando a demanda em direção a estes em detrimento daqueles.

Contudo, O efeito da alteração cambial no saldo comercial, contudo, depende da sensibilidade


dos volumes de exportação e importação a alterações nos preços relativos. Assim, os modelos
tradicionais têm como proposição central alguma condição de estabilidade (por exemplo, a
condição BRM e sua variante, a condição Marshall-Lerner) envolvendo as elasticidades-preço
das exportações e importações donde são conhecidas como “abordagem das elasticidades”.
Capitulo V: Referências bibliográficas

1. Chambe, A., Maposse, F., & Langa, R. (2021). Introdução a Macroeconomia.


Universidade técnica diogo eugénio guilande (utdeg), faculdade de ciências económicas
e sociais.

2. Cueteia , E., Guambe, D., & Nhatsave, N. (2012). Analise temporal da taxa de cambio
e precos em Mocambique. Instituto de Estudos Sociasis e Economicos

3. Gemo , Z. J. (2011). Análise dos determinantes da inflação em Moçambique (2000-


2010). Faculdade de Economia-UEM .

4. (15 de 06 de 2021). Obtido em 29 de Marco de 2023, de


http://www.sunoreserch.com.mz/artigos,quedadolar

5. INE. (s.d.). Síntese de Conjuntura Económica Nº 39, IV Trimestre de 2022, Março de


2023

6. RODRIGUES, William Costa, Metodologia Cientifica, 2007

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