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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO LICENCIATURA


EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

O PAPEL DO BANCO CENTRAL E DOS INSTRUMENTO DA POLITICA


MACROECONÓMICA

Nome do aluno: Valério Da Conceição Matimbe

Inhambane, Agosto de 2022

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de
Educação Curso de Licenciatura
em Contabilidade e Auditoria

O PAPEL DO BANCO CENTRAL E DOS INSTRUMENTO DA POLITICA


MACROECONÓMICA

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de
Contabilidade e Auditoria da
UnISCED.

Tutor:

Nome do aluno: Valério Da Conceição Matimbe

Inhambane, Agosto de 2022

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 4

2. Banco Central ............................................................................................................ 5

2.1. Funções típicas de um banco central ................................................................. 5

3. Instrumentos de política monetária ........................................................................... 5

3.1. Objectivos da Política Monetária ....................................................................... 6

3.2. Importância dos instrumentos de política monetária ......................................... 7

3.3. Problemas Macroeconómicos Fundamentais ..................................................... 7

3.4. As actuais tendências de crescimento industrial e investimento em


Moçambique ................................................................................................................. 8

3.5. Impacto macroeconómico da actual dinâmica de crescimento e investimento . 8

4. Conclusão ................................................................................................................ 10

5. Referências .............................................................................................................. 11

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1. Introdução
O presente documento, desenvolvido por mim, visa complementar
algumas informações abordando a temática refente ao Banco Central e
aos Instrumentos de Política Monetária a fim de tornar sua
compreensão mais ampla e estender o alcance do conhecimento
produzido no trabalho em questão, para a comunidade interna e
externa, incluindo o público leigo, contribuindo para o fortalecimento
acerto do conteúdo em questão.

Esperamos que o leitor considere a leitura agradável e útil e que esse


material desperte o interesse, serão descritos no decorrer do trabalho o
Papel do Banco Central bem como abordar as temáticas referentes os
Instrumentos da Política Monetária bem como a situação Económica
Moçambicana.

De extrema importância também é a análise histórica dos bancos


centrais e da sociedade de alguns países específicos, entre eles o
Brasil, em que o tema foi ganhando espaço com o passar do tempo,
sempre influenciado pela vertente de pensamento económico que se
mostrava dominante no mundo.

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2. Banco Central
Banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o
dever de regular o volume de dinheiro e de crédito da economia . Essa
atribuição dos bancos centrais geralmente está associada ao objetivo
de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional.
Além disso, a maior parte dos bancos centrais também tem como
missão promover a eficiência e o desenvolvimento do sistema
financeiro de um país.

2.1.Funções típicas de um banco central


Um banco central, em geral, desempenha as seguintes funções:

 Monopólio de emissão;
 Banqueiro do governo;
 Banco dos bancos;
 Supervisor do sistema financeiro;
 Executor da política monetária; e
 Executor da política cambial e depositário das reservas
internacionais.

3. Instrumentos de política monetária


Os instrumentos de política monetária são mecanismos utilizados pelo
Banco Central com a responsabilidade de conduzir a política
monetária para controlar a oferta da moeda e a taxa de juros.

São três os principais instrumentos de política monetária presente


nesta conjuntura:

● Open Market;
● Redesconto;
● Depósito compulsório;

Dito isso, uma menção a cada um deles e faz necessária para seus
respectivos entendimentos.
Open Market

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Em uma tradução direta para o português, o Open Market é algo relativo a “mercado
aberto”, e baseia-se na compra e venda de títulos públicos federais.

Neste sentido, o Banco Central pode comprar ou vender esses títulos da maneira que
achar mais conveniente, de acordo com sua necessidade.

Atuando dessa maneira, o Open Market possui um impacto imediato em nossa


economia, haja vista que este é um instrumento de curto prazo, ou seja, é ágil e eficaz
frente aos outros dois mecanismos.

Redesconto

O Redesconto é uma espécie de uma modalidade de “empréstimo” do Banco Central


para as instituições financeiras que visa atender eventuais problemas de liquidez, de
natureza circunstancial e de curto prazo.

Geralmente, o redesconto é utilizado em casos mais graves e, por conta disso, apresenta
um caráter mais “punitivo”, onde as taxas de juros geralmente são mais elevadas que a
média.

Esse mecanismo é considerado, ainda, um instrumento monetário de médio prazo.

Depósito Compulsório

O depósito compulsório é uma espécie de recolhimento, feito pelos bancos, de um


percentual sobre os valores depositados de acordo com a política do Banco Central.

Dessa maneira, quanto maior é esse tipo de depósito, menor a quantidade de dinheiro
que os bancos terão disponível para financiar a economia como um todo.

Normalmente esse depósito é feito em moeda ou em títulos públicos federais e limita a


quantidade de recursos que os bancos podem emprestar.

Dito isso, se considera que o depósito compulsório é um meio de política monetária


voltada para o longo prazo.

3.1.Objectivos da Política Monetária


O objectivo final da política monetária é o bem estar da sociedade. Embora seja difícil
discordar deste objectivo, certamente existe grande divergência entre os economistas de
como implementá-lo na prática. Os monetaristas enfatizam a estabilidade do nível de
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preços; os economistas keynesianos preferem o nível de emprego. A controvérsia sobre
a curva de Phillips terminou convencendo os economistas keynesianos que no longo
prazo a política monetária afecta somente o nível de preços e não o nível de actividade
económica. Todavia, os economistas keynesianos acreditam que mesmo assim o banco
central pode contribuir para que a duração de uma recessão seja abreviada com uma
política monetária mais expansionista.

3.2.Importância dos instrumentos de política monetária


Fica claro perceber que, por meio dos recursos financeiros destacados, o governo pode –
e deve – utilizar esses meios para manter sob controle a inflação e também a quantidade
de capital circulante, muitas vezes por meio da emissão de títulos disponibilizados para
o mercado.

Com isso, é de se esperar que, por meio do Banco Central e de suas políticas monetárias
coerentes, que a economia se movimente sob padrões cíclicos. Entretanto, sob a certeza
de que com atitudes e decisões tomadas de maneira serena e prudente, os seus padrões
variem e tendam a se movimentar diante de conjunturas que proporcionem um bom
desempenho do mercado no longo prazo.

Isto posto, fica claro que, para todo investidor, se atentar aos instrumentos de política
monetária utilizados pelas entidades competentes pode representar um sucesso no que
diz respeito à aplicação de capital no mercado financeiro com foco em um horizonte
considerável de tempo.

3.3. Problemas Macroeconómicos Fundamentais


Nas últimas duas décadas, a economia de Moçambique tem crescido a taxas
relativamente elevadas, a uma média anual superior a 7%, quase duas vezes mais
depressa do que a média para a África Sub-Sahariana, e continuou a crescer
rapidamente mesmo com a crise económica internacional prolongada que tem afectado
as economias mais desenvolvidas na última década. Além disso, tornou-se numa das
três economias africanas que mais investimento directo estrangeiro (IDE) e empréstimos
comerciais do sistema financeiro internacional recebe. Paradoxalmente, a base
produtiva afunilou e centrou-se em torno de um núcleo extractivo e actividades
associadas, o que reduziu o leque de oportunidades de negócios e emprego decente e
dificulta o desenvolvimento de ligações e articulações dentro da economia.

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A dívida pública aumentou meteoricamente na última década, com impactos
significativos na escassez e encarecimento do capital para a diversificação do
investimento e da base produtiva, e na promoção de um sector financeiro com
tendências especulativas. O endividamento público, combinado com as tendências
extractivas da economia, enfraqueceu, ou impediu o desenvolvimento da capacidade do
Estado de prover serviços públicos baratos, acessíveis e de qualidade para a promoção
das capacidades produtivas alargadas e diversificadas, orientadas para a reprodução de
uma economia multifacetada, que consiga alimentar-se e alimentar os cidadãos,
substituir importações efectivamente e diversificar a base de exportação.

3.4.As actuais tendências de crescimento industrial e investimento em


Moçambique
Ao longo da última década, as tendências de crescimento e investimento na economia
moçambicana tornaram-se mais afuniladas e mais concentradas do que nunca. O
Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Acrescentado Industrial (VAI) têm vindo a crescer,
em termos reais, mas as fontes de crescimento são cada vez mais limitadas. O
investimento privado numa base anual tem sido muito instável, mas atingiu níveis
significativos nos últimos 13 anos. O seu enfoque também tem sido estreito e com
tendência a reforçar a estrutura afunilada e desarticulada do crescimento económico. A
dinâmica de crescimento e investimento tem mantido a economia moçambicana presa
numa situação em que o crescimento é instável, desestabilizador e insustentável. Estas e
outras questões são discutidas em detalhe nesta secção.

3.5.Impacto macroeconómico da actual dinâmica de crescimento e investimento


As condições comerciais, produtivas e macroeconómicas em Moçambique estão
afuniladas e dinamicamente relacionadas. Por um lado, as dinâmicas produtivas e
comerciais afectam equilíbrios macroeconómicos: emprego, défice orçamental, balança
comercial e défices da balança de pagamentos, poupança, investimento e crescimento.
Por outro lado, os limites macroeconómicos também constituem constrangimentos nas
dinâmicas de crescimento e de investimento. Finalmente, a política macroeconómica,
que visa proporcionar saldos monetários por meio de abordagens monetaristas, contribui
para moldar os padrões de investimento e de crescimento, mas poderá não ajudar a
enfrentar as dinâmicas comerciais e produtivas que podem afectar os desequilíbrios que
as políticas monetárias estão a tentar abordar.

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Assim, qualquer abordagem para desenvolver capacidades empresariais e produtivas
tem de considerar a relação dinâmica entre as condições macroeconómicas, produtivas e
comerciais, incluindo a política macroeconómica. Nesse sentido, deve começar-se por
olhar para o impacto dos padrões actuais do crescimento, comércio e investimentos nas
condições macroeconómicas, e como as políticas macroeconómicas afectam as
dinâmicas macroeconómicas, produtivas e comerciais. O nexo macroeconomia-
produção/investimento-comércio em Moçambique apresenta três características
principais. Primeira, a base produtiva da economia é fortemente dependente da
importação, de tal modo que as importações de bens de investimento são altas e
proporcionalmente sensíveis ao investimento. Segunda, a base de exportação é
altamente afunilada e concentrada, estabelecida em torno de produtos primários e, até
2001, não era elástica em relação ao investimento. Assim, o investimento e expansão
económica sempre estiveram associados com défices crónicos e crescentes da balança
comercial. Isto é, cada vez que a economia se expande, o défice da balança comercial
aumenta ao ponto de crise. Terceira, o investimento é altamente dependente dos fluxos
de capital estrangeiro. Assim, quando o investimento e a economia expandem o saldo de
capital torna-se altamente positivo. No curto prazo, o saldo da balança de capital pode
compensar parte do défices comercial gerado pela expansão económica. No longo
prazo, se os fluxos de capitais estrangeiros não forem contínuos, o repatriamento de
capital e pagamento de juros (e outros serviços de investimento) contribuirão para
agravar o equilíbrio global do défices de pagamento. Isto é, o défices comercial é
crónico, enquanto que o saldo da balança de capital é de curto a médio prazo. Assim, o
efeito duradouro do crescimento rápido é o equilíbrio dos desequilíbrios de pagamento
(Castel-Branco 2002a, 2002b, 2003).

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4. Conclusão
Os bancos centrais adequaram suas acções e objectivos à situação econômica vivida
pelos países ao longo do século, o que fez com que prevalecesse a visão ortodoxa em
determinados momentos, e a heterodoxa em outros. O banco central mostrou-se
depender muito da sociedade, e como esta enxerga os desafios que se colocam à sua
frente.

Do ponto de vista mais geral, este artigo levanta reflexões sobre até que ponto as
estratégias globais de governação económica se relacionam com dinâmicas de
desenvolvimento da capacidade empresarial e produtiva em Moçambique, com foco
específico no mais recente plano do governo para a redução da pobreza.

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5. Referências
 Castel-Branco, C.N., Goldin, N., 2003. Impacts of the Mozal Aluminium
Smelter on the Mozambican Economy (Final Report submited to Mozal).
Maputo.
 GdM, 2011. Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP) 2011-2014.
Governo de Moçambique, Maputo.
 Woodhouse, P., 2012. Agricultura, Pobreza e a Receita do PARP, in: Brito, L.
de, Castel Branco, C.N., Chichava, S., Francisco, A. (Eds.), Desafios Para
Moçambique 2012. IESE. Maputo.
 BASTIAN, E. F. “Os Objetivos da Política Monetária em Perspectiva Histórica: um
estudo a partir das experiências da Alemanha, Estados Unidos e da Inglaterra (1914-
2000)”. In: XIV Encontro Regional da Ampuh-Rio, Rio de Janeiro, 2010, pp.1-11.
 BATISTA JÚNIOR, P. N. (2003). Palestra proferida no Seminário realizado pela
Comissão de Economia, Indústria, Comércio e Turismo da Câmara dos Deputados em
10 de junho de 2003. In: BANCO CENTRAL (2004): Autonomia x Independência.
Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004. (Ação
Parlamentar, 284), pp. 40-45. Disponível em
http://www.marceloguimaraesfilho.com.br/2010/images/legislacao/bacen.pdf. Acesso
em: 17 out. 2011.

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