Você está na página 1de 12

Generalidades sobre as Políticas

Públicas

I ntrodução a Política Fiscal

As políticas públicas, dentre elas a política fiscal, representam o conjunto


de ações e decisões tomadas pelo governo nos diversos âmbitos (federal,
estadual e municipal) com o objetivo de atingir objetivos relacionados à
situação econômica e ao bem-estar da população em geral.

Os principais temas que estão envolvidos nas políticas públicas são ligados
ao orçamento público, saúde, educação, tributação, oferta de moeda, taxa de
juros, mercado de trabalho, entre outras. Assim, a promoção do crescimento
econômico de forma sustentável, controlando a inflação, reduzindo o
desemprego e mantendo em equilíbrio as contas externas, com vistas ao
bem-estar do povo, podem ser destacadas quando pensamos nas políticas
públicas e, em especial, nas políticas de caráter econômico como a fiscal,
monetária e cambial.

A política fiscal, então, podemos dizer que se relaciona com a administração


dos gastos e da arrecadação das receitas, visando manter em equilíbrio as
contas públicas, isto é, equilibrando as receitas e despesas públicas. Como
regra básica, o governo não deve gastar mais do que arrecada.
 

Os instrumentos de política fiscal são:

• Orçamento Público;

• Tributação;

• Despesas Públicas; e

• Dívida Pública.

Orçamento público é o instrumento utilizado pelo Governo  para planejar a


utilização do dinheiro arrecadado com os tributos (impostos, taxas,
contribuições de melhoria, entre outros) e reflete os gastos e investimentos
que foram priorizados pelos poderes. A Lei Orçamentária Anual (LOA)
estabelece o Orçamento da União, através do qual são formalizadas as
estimativas das receitas e fixadas as despesas do governo federal. Conforme
o site da Câmara dos Deputados, “na sua elaboração, cabe ao Congresso
Nacional avaliar e ajustar a proposta do Poder Executivo, assim como faz com
a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). Os
Orçamentos da União dizem respeito a todos nós, pois geram impactos
diretos na vida dos brasileiros.” (https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-
uniao/leis-orcamentarias/loa acesso em 23/11/2021).

 
A tributação, por sua vez, se refere a aplicação de tributos, impostos, taxas e
contribuições, pelos governos, seja sobre a renda, sobre o consumo ou sobre
o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas. Os tributos são parte relevante
das receitas públicas, que são os recursos arrecadados pelo Estado para
fazer face as despesas correntes e de capital.

A despesa pública pode ser definida como o conjunto de gastos realizados


pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes)
prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de
capital). (https://cienciaenegocios.com/despesas-publicas-conceito-e-
classificacoes/  acesso em 20/11/2021)

Por fim, a dívida pública compreende todo o financiamento que o governo faz
destinado aos gastos públicos que não é possível cobrir com os impostos.
Esta dívida pode ser interna, quando a captação dos recursos acontece
dentro do país, e externa, quando a o concurso do capital estrangeiro, isto é,
o empréstimo vem de uma instituição estrangeira.
(www.dicionariofinanceiro.com/divida-publica/  acesso em 20/11/2021)

Política de Câmbio

A política cambial define as relações financeiras entre o país e o resto do


mundo, a forma de atuação no mercado de câmbio, as regras para
movimentação internacional de capitais e de moeda e a gestão das reservas
internacionais. Essa política reflete a atuação do Conselho Monetário
Nacional na taxa cambial do país, vigente no mercado.

Fonte: (https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/politicacambial
 

A condução da política cambial, assim como as demais políticas públicas,


afeta diretamente a vida do cidadão, mesmo que este não tenha transações
com o exterior. Pois, a taxa de câmbio é refletida nos preços dos produtos
que o país importa e, até mesmo naqueles que exporta, influenciando assim
os demais preços da economia.

Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/politicacambial 

A política de formação da taxa de câmbio de um país, em vista da atuação


dos entes governamentais no mercado de câmbio,  pode ser categorizada
como:

• Flutuante;

• Fixo; ou

• Administrado.

 
O câmbio flutuante é aquele nos quais a taxa de câmbio é determinada pelas
condições do mercado de câmbio, ou seja, pela oferta e procura por moeda
estrangeira, assim a taxa de câmbio flutua livremente. No Brasil, o regime
adotado para a formação da taxa de câmbio é o câmbio flutuante. Por outro
lado, o câmbio fixo é aquele no qual o responsável pela condução da política
cambial estabelece um valor, ou uma faixa estreita de valores, fixando a taxa
de câmbio do país.

O regime de câmbio administrado é aquele no qual os organismos


governamentais atuam para que o câmbio seja aquele considerado mais
adequado para o momento econômico. Por exemplo, num momento no qual
as expectativas de inflação sejam mais altas, a política cambial buscaria uma
intervenção no sentido de apreciar a taxa de câmbio, ou seja, mais unidades
de moeda estrangeira para a moeda local, fazendo com que os produtos
importados e as commodities exportadas sejam mais baratas na moeda local.

Política Monetária

A Política Monetária são as medidas tomadas para que se tenha o controle do


quantitativo de moeda em poder da população e dos depósitos à vista em
circulação na economia do país. Estas medidas trazem impacto direto na taxa
de inflação e, também, nos juros cobrados no país, trazendo estímulo ou
retração para a economia, dependendo do cenário que se apresenta.

Fonte: https://www.onze.com.br/blog/politica-monetaria/
 

Assim, a política monetária tem grande relevância na formação da taxa básica


de juros (a taxa Selic), o que interfere de forma direta no mercado de
investimentos do país e no poder de consumo da população, já que essa
decisão impacta no valor da moeda e nos preços de produtos e serviços.

Os instrumentos de política monetária, mas comumente encontrados na


literatura econômica, são?

• O Depósito Compulsório;

• As Operações de Redesconto (ou Assistência de Liquidez); e

• As Operações com Títulos Públicos (Open Market).

Estas operações permitem, no caso do Brasil, ao Conselho Monetário


Nacional e o Banco Central disporem de instrumentos que lhes possibilitem
atuar para controlar a oferta monetária do país, mesmo quando o governo
federal emita moeda sem que haja o crescimento proporcional da oferta de
bens e serviços na economia.

 
De modo introdutório, podemos dizer que o recolhimento (ou depósito)
compulsório    é um evento de política monetária, onde o Banco Central
determina que parte dos depósitos à vista nos bancos comerciais seja
depositado no Banco Central, com o objetivo, entre outros, de diminuir a
capacidade de criação de moedas pelos bancos comerciais. Assim, um
aumento da taxa de recolhimento tem efeito de contrair a criação de moeda e
consequentemente a redução da base monetária e, assim, dos meios de
pagamentos.

As operações de redesconto referem-se à concessão de empréstimos pelo


Banco Central, na função de banco dos bancos, para as instituições
financeiras que têm problemas de liquidez. As taxas do redesconto também
trazem impacto no nível de moeda em circulação. Ao aumentar as taxas de
redesconto, tornando-as punitivas, o sistema financeiro reduzirá o risco de
sua exposição, diminuindo o volume de crédito, uma redução das taxas tem
efeito oposto, aumentando o volume de crédito na economia.

Por último, as operações denominadas de mercado aberto, ou open market,


refere-se a negociação de títulos da dívida pública, com a participação do
Banco Central, onde este ajusta o nível de moeda em circulação e, também,
ajusta a taxa de juros aos níveis estabelecidos pela política monetária, sendo
um dos mais importantes instrumento dessa política. Quando o Banco Central
vende títulos públicos, retira dinheiro de circulação diminuindo os meios de
pagamentos e, na situação oposta, quando compra, os meios de pagamentos
são aumentados.

 
Características dos Títulos Privados e Públicos

Os títulos e valores mobiliários, conforme conceituado no site


da  fintech  Onze, “são títulos financeiros que podem ser de propriedade
(ações) ou de crédito (obrigações). Eles podem ser emitidos por entidades
públicas, como o próprio governo, ou privadas, como empresas e instituições
financeiras. No mercado financeiro, os valores mobiliários funcionam como
instrumentos de captação de recursos para as empresas e entidades — ou
seja, meios de financiamento. Para os investidores, são ativos que
proporcionam diferentes rentabilidades e riscos.”

Fonte: https://www.onze.com.br/blog/valores-mobiliarios/

Os títulos e valores mobiliários podem ser classificados de diferentes formas,


em relação ao emissor (públicos ou privados), em relação à variabilidade da
renda (fixa ou variável), em relação ao momento de determinação do
montante da renda (prefixada ou pós-fixada).

Os títulos de renda variável são as ações e os ativos que dele derivam. São
conhecidos como títulos de renda variável, pois não é possível saber com
antecedência se o investimento trará lucro ou prejuízo. Por sua vez, os títulos
de renda fixa, se resgatados na data de vencimento, certamente trarão um
resultado positivo, conforme determinado nas condições de lançamento do
título.
 

Estes títulos de renda fixa poderão ser públicos ou privados, em função da


personalidade jurídica de seu emissor. Os títulos públicos são aqueles
emitidos pelo governo federal para a captação de recursos, que integrarão a
dívida pública, responsável por financiar os gastos do governo, não cobertos
pelas receitas públicas. Os títulos privados são emitidos pelas empresas
financeiras ou sociedades por ação, não financeiras, para a captação de
recursos para as suas atividades.

A última classificação diz respeito ao momento no qual é conhecido o


montante da remuneração. Nos títulos prefixados nós conhecemos o valor da
remuneração ao contratar a operação, desde que seja mantido até a data do
vencimento. A taxa de juros é conhecida no ato da aplicação e, no caso dos
títulos pós-fixados, nós não conhecemos o montante da remuneração no
momento da contratação. Pois, a remuneração será formada por juros e mais
a variação de um indicador (CDI, IPCA, IGPM, Variação Cambial, etc…).

Podemos, ainda, levantar algumas diferenças entre os títulos de renda fixa,


como por exemplo em relação à tributação. Alguns títulos, como as LCAs e
LCIs, os CRAs e CRIs e debêntures incentivadas, que têm o benefício fiscal da
isenção do imposto de renda, em relação aos demais que são tributados de
15 a 22,5% do valor da remuneração, conforme a tabela a seguir:

• até 180 dias: 22,5%;

• de 181 a 360 dias: 20%;


• de 361 a 720 dias: 17,5%

• acima de 720 dias: 15%.

Um último aspecto diz respeito à garantia, os depósitos a prazo (CDB), os


depósitos de poupança, as letras de câmbio (LC), as letras hipotecárias (LH), 
Letras de crédito imobiliário (LCI), Letras de crédito do agronegócio (LCA) são
garantidos pelo FGC até o limite de R$ 250.000,00 por CPF.

Atividade extra

Para aprofundar seus conhecimentos acerca dos temas abordados neste


módulo, você pode assistir os vídeos através do link abaixo:

Inflação e política monetária

https://www.youtube.com/watch?v=3FdJ-_5BlOQ

Política de câmbio
https://www.youtube.com/watch?v=9NPrk8shm1k

Referência Bibliográfica

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/    

CÂMARA DOS DEPUTADOS.  Orçamento da união.  Disponível


em: https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/leis-orcamentarias/loa

CIÊNCIA E  NEGÓCIOS.  Despesas públicas - Conceito e


classificações.  Disponível em:  https://cienciaenegocios.com/despesas-
publicas-conceito-e-classificacoes/ 

DICIONÁRIO FINANCEIRO.  Dívida Pública. Disponível


em: www.dicionariofinanceiro.com/divida-publica/

BANCO CENTRAL DO BRASIL.  Política


Cambial. https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/politicacambial 

 
ONZE.  Política Monetária: o que é, para que serve e qual a
importância?  Disponível em:  https://www.onze.com.br/blog/politica-
monetaria/  

ONZE.  Valores mobiliários.  Disponível


em: https://www.onze.com.br/blog/valores-mobiliarios/

Ir para exercício

Você também pode gostar