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POLÍTICA
Ariel D. Birnkott
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-408-3
CDU 338.2
Introdução
Como você sabe, o mundo está cada vez mais conectado e globalizado.
Nesse contexto, intensificou-se a transação de bens e serviços entre países
em todo o planeta. Dessa forma, é muito relevante que os profissionais
entendam a política cambial e as suas consequências.
O câmbio e as suas variações, assim como a política cambial ado-
tada pelos governos e as suas questões legais, têm importantes im-
plicações na economia de um país. Esses fatores afetam, por exemplo,
a sua competitividade, o seu nível de emprego e de inflação, entre
outros aspectos.
Neste capítulo, você vai estudar a política cambial brasileira. Vai enten-
der os principais conceitos do câmbio e a importância da existência das
trocas de moedas entre países. Além disso, vai ver quais são as principais
consequências das políticas e variações cambiais no cotidiano do cidadão
e na economia de maneira geral.
2 Política cambial brasileira
Taxa de câmbio
A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira em relação à moeda
nacional. Por exemplo, se a cotação do dólar é R$ 3,00, isso significa que cada
dólar vale R$ 3,00.
Portanto, quando falamos de valorização cambial, falamos de uma am-
pliação do preço da moeda nacional em comparação com outras moedas.
Contrariamente, uma desvalorização cambial indica uma perda do valor de
compra da moeda nacional.
Política cambial brasileira 3
Regimes cambiais
Existem basicamente dois tipos de regimes cambiais: taxas fixas de câmbio
e taxas flutuantes de câmbio.
Considere, por exemplo, que nesse regime haja persistente desvalorização da moeda.
Se especuladores vão ao mercado apostando em uma queda com altas somas de
dinheiro, e outros participantes atentos à desvalorização também começam a vender
a moeda local com receio de perdas, torna-se cada vez mais difícil para o governo
manter a taxa de câmbio sem haver grande desvalorização.
governamental para realizar esse tipo de transação, assim como para receber
recursos do exterior.
Porém, não é só quando o cidadão necessita realizar diretamente uma
operação de câmbio que ele é afetado pelo câmbio ou mesmo pela política
cambial do país em que reside. Diversas ocasiões do cotidiano são afetadas
pelo câmbio, mesmo que, na maioria das vezes, você nem perceba.
Um exemplo clássico é o pão, cujo custo é afetado pelas variações do câmbio, pois
o Brasil não é produtor da farinha de trigo e, portanto, deve importá-la para produzir
pão. Dessa forma, se o real está desvalorizado, a farinha importada se torna mais cara.
Consequentemente, a produção do pão também se torna mais custosa e esse custo
é repassado para o consumidor final, o que deixa o preço do pão mais elevado nas
prateleiras dos mercados.
Se, por um lado, uma desvalorização cambial promove um aumento nas exportações,
por outro o efeito mais rápido é o de aumento dos custos das importações, causando
um aumento do nível da inflação. Isso ocorre devido ao aumento dos custos de
produção causado principalmente pela elevação de preços de produtos básicos,
como o petróleo e a farinha.
Ainda que moedas muito voláteis também podem ser um problema para empresas
multinacionais com unidades em países com essa característica ou para empresas
que tenham fornecedores e/ou compradores em locais com câmbio instável. Isso,
logicamente, cria uma incerteza a mais para qualquer negócio. Considere, por exemplo,
que uma quantidade de vendas em certo país em dado momento é capaz de pagar
uma certa quantidade de produtos aos fornecedores internacionais. Quando esse
país tem a sua moeda intensamente desvalorizada, a mesma quantidade de vendas
não será suficiente para suprir o pagamento daquela quantidade de produtos aos
fornecedores internacionais.
https://goo.gl/KrqZ9Y
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Disponível em: <http://www.clubedospoupadores.com/cambio-e-ouro/politica-
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4595.htm>. Acesso em: 21 mar. 2018.
Leituras recomendadas
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cartilha de câmbio. Brasília, DF, 2014. Disponível em:
<www.bcb.gov.br/?CARTCAMBIO>. Acesso em: 27 dez. 2017.
EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
HUBBARD, R. G.; OBRIEN, A. Introdução à economia. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
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MANKIW, N. G.; MONTEIRO, M. J. C. Introdução à economia: princípios de micro e
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WHEELAN, C. Economia nua e crua: o que é, para que serve, como funciona. Rio de
Janeiro: Zahar, 2014.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.