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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO

DA VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

Vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 114, da


Constituição Federal, 477, da Consolidação das Leis do Trabalho, artigos 334, 335, do
Código Civil e 539, do Código de Processo Civil, propor:

AÇÃO DE CONSIGNÇÃO EM PAGAMENTO

Em face de ZULEICA SILVEIRA, brasileira, solteira, inscrita no RG de nº XXXX, e


CPF nº XXXX, residente no endereço Av do Contorno, 1001, Cond. Pituba, apt 03, bloco
Sol, Vitória da Conquista-BA.

Em face de MODESTINA PEREIRA, brasileira, casada, inscrita no RG de nº XXXX, e


CPF nº XXXX, residente no endereço Av das Palmeiras, 899, Morumbi, Itapetinga-BA. O
que faz com supedâneo na fundamentação fática e jurídica que passa a expor:
I- DO CABIMENTO

Conforme estabelece o artigo 114, da Constituição Federal, "compete à justiça do trabalho


conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores
(...) e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho".

Da leitura da certidão de óbito anexa, verifica-se que era casado com a representante legal
da consignante,
Ocorre, Excelência, que o Decreto n°. 85.845/1981, que regulamenta a Lei n°. 6.858/1980,
prescreve, em seu artigo 1°, que "os valores discriminados no parágrafo único deste artigo,
não recebidos em vida pelos respectivos titu-lares, serão pagos, em quotas iguais, aos seus
dependentes habilitados na forma do artigo 2º.

Por sua vez, o artigo 2°, da referida lei, é expresso no sentido de que: "a condição de
dependente habilitado será declarada em documento fornecido pela instituição de
Previdência ou se for o caso, pelo órgão encarregado, na forma da legislação própria, do
processamento do benefício por morte", informação à qual a consignante não teve acesso,
residindo neste fato a necessidade da propositura da presente ação.

II- DOS FATOS

O senhor José Pereira, foi contratado pelo Banco tio Patinhas S/A em 02-02-2013 na
agência de Vitória da Conquista- BA. Lamentavelmente o senhor José faleceu em
decorrência de um trágico acidente de trânsito no momento em que se deslocava da sua
residência para o trabalho.

Sendo que seu último salário foi em 05/09/2023, no valor de 5.500,00.

O falecimento ocorreu no dia 05/10/2023, conforme atesta a anexa certidão de óbito.


Compareceram na sede da consignante duas senhoras, afirmando-se companheira do “de
cujus”.

A Sra Zuleica Silveira, afirmando que mantinha uma união estável com o empregado
falecido, comuncando, inclusive que estava grávida. A segunda, Sra Modestina Pereira,
afirmando ser esposa do empregado falecido, estando em posse de uma certidão de
casamento. Registra-se, conforme se observa que a ficha de registro de empregado, que o
“de cujus” afirmou, no ato de contratação que não era mais casado com essa senhora.

No ato de contratação, o consignante também informou que possuía três filhos, fruto do
matrimônio com a Sra. Modestina, um deles ainda menor Não há notícia de abertura de
inventário.

Deste modo, a propositura desta ação afigura-se necessária para que consignante possa,
então, adimplir as obrigações decorrentes da extinção do vínculo empregatício.

III- DO DIREITO
Nos termos do artigo 477, da Consolidação das Leis do Trabalho, com a extinção do
vínculo empregatício, surge para o empregador as seguintes obrigações:

a) Proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social;

b) Comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas


rescisórias no prazo e na forma do § 4º.

Como já mencionado, a consignante não teve acesso à certidão de habilitados perante


o Instituto Nacional de Seguridade Social, não sabendo, de fato, quais são os
verdadeiros destinatários do pagamento. Pelo fato de ompareceram na sede da
consignante duas senhoras, afirmando-se companheira do “de cujus”.

A situação narrada dá ensejo à aplicação do artigo 335. IV, do Código Civil, o qual
dispõe que: "a consignação tem lugar se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
receber o objeto do pagamento"

Além disso, também se aplica ao caso a norma do artigo 539, § 1°, do Código de
Processo Civil. Assim, uma vez realizado o depósito judicial, considera-se feito o
pagamento e extingue-se a obrigação.
Cumpre mencionar que a consignante já fez a anotação na Carteira de Trabalho do Sr e
fez as comunicações de praxe. A consignante instrui a exordial com o Termo de Rescisão
do Contrato de Trabalho, comprometendo-se a entregar, se assim for determinado por este
juízo, 4 (quatro) vias originais deste documento.

IV- DOS PEDIDOS


Diante de tudo que foi exposto, a consignante requer:

a) O recebimento da exordial, com os documentos que a instruem, para o fim de julgar


procedente a consignação, declarando-se, nos termos do artigo 334, caput, do Código
Civil e artigo 477, da CLT, extintas as obrigações decorrentes da rescisão contratual;
b) O recebimento e vinculação da Guia de Depósito Judicial, correspondente à rescisão do
contrato;

a) A notificação dos herdeiros e sucessores do, ora consignatários, nos endereços acima
indicados, para comparecerem à audiência una, à qual deverão comparecer para o fim
de oferecer resposta ou habilitar-se ao recebimento da importância consignada;

b) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental e oral,


consistente na oitiva de testemunhas;

c) Tendo em vista a presença de interesses de consignatários menores incapazes, a


intervenção do Ministério Público do Trabalho.

Nestes termos, pede deferimento.

VITÓRIA DA CONQUISTA- BA, 25 de outubro de 2023

Advogado/ oab nº XXXXX

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