Você está na página 1de 6

EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
SANTANA DO IPANEMA – AL.

TRAMITAÇÃO VIA – JUÍZO 100% DIGITAL

Bianca Franca Silva, brasileiro(a), menor impúbere, inscrito(a) no CPF sob o


nº: 144.866.884-06, representado por sua genitora, Maria Auxiliadora da
Silva Franca, brasileira, solteira, inscrita no CPF sob nº: 097.953.904-8 e
com RG nº: 3478424-1 SEDS/AL, residente e domiciliado na Povoado
Lagoinhas, s/nº, Zona Rural, Delmiro Gouveia – AL, vem perante Vossa
Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

Em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, na


pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos jurídicos que
passa a expor:

1 – DOS FATOS

Excelência, o(a) requerente é filho(a) do falecido, Sr. Gilvan Araújo


Silva, conforme certidão de nascimento em anexo, provando assim a

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
qualidade de dependente e segurado do falecido, tendo o mesmo falecido em
26/02/17, conforme se constata através da certidão de óbito anexada
virtualmente aos autos.
Sendo que, após esse trágico fato e diante das dificuldades vividas
no dia-a-dia, o autor teve ciência de que, devido ao fato de seu pai ter
falecido sob o manto dos segurados especiais da Previdência Social -
AGRICULTOR e a sua fonte de renda era imprescindível à subsistência
familiar, poderia requerer junto à Autarquia Federal – INSS, uma prestação
mensal na condição de dependente. Com isso, em atenção ao fato de se
enquadrar nos requisitos legais necessários para a concessão de um
benefício, resolveu o autor propor o competente requerimento administrativo
com NB: 179.340.114-1 de concessão de pensão por morte, vindo a ser
indeferido em 16/05/17, sob o tênue argumento de que falta da qualidade
de segurado.

Ressalta-se, que a representante da parte autora, que também é


genitora do mesmo, vivia na condição de companheira com o falecido, o qual,
mantivera uma relação pública, contínua e duradoura com o
segurado/falecido, convivendo como se casados fossem por longo período e
sob o mesmo teto, constituindo, assim, uma entidade familiar, cujos
pressupostos coadunam-se com a natureza do instituto jurídico denominado
União Estável, conforme se verifica na documentação anexa (requerimento
de matricula escolar do filho, cupom fiscal de compra de roupas e
eletrodomésticos para a família). E NA ÉPOCA DO ÓBITO O FALECIDO ERA
SEGURADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, NA ÉPOCA EXERCIA SEU
TRABALHO RURÍCOLA NO SÍTIO SANTA ROSA – ZONA RURAL DE OLHO
D’AGUA DO CASADO - AL.

Veja excelência que as provas juntadas nos autos virtuais


comprovam de forma efetiva a qualidade de segurado do falecido. Portanto,
vê-se que os únicos obstáculos criados à efetiva materialização do direito da
autora são frutos das atitudes arbitrárias praticadas pelo INSS, que insiste

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
em denegar direito tão patente ao autor, tornando-se, assim, a via judicial, o
solitário caminho hábil à concretização da verdadeira Justiça.

2 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Como amplamente conhecido, para a concessão de pensão por
morte, deve, inexoravelmente, o autor, comprovar o perfeito implemento dos
requisitos legais, os quais, segundo o art. 74 da Lei 8.213/91, são: ser
dependente do falecido; e, que ocorra o óbito de uma segurada da
Previdência Social. Sabendo-se de tais condições, passar-se-á a comprovar
cada uma destas exigências, com o objetivo de demonstrar o seu cabal
preenchimento, por parte do requerente, resultando no consequente
merecimento ao benefício previdenciário ora requerido.

2.1 – DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE/QUALIDADE SEGURADO


ESPECIAL.

Douto(a) Julgador(a), analisando-se a fundo o caso concreto,


percebemos que se faz indispensável tecer claros comentários acerca da
condição de dependente do autor. Isto porque, a legislação previdenciária
(Lei 8.213/91) prevê que somente o cônjuge, a companheira, o companheiro
e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou
inválido, gozam de presunção de dependência, conforme se expõe:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência


Social, na condição de dependentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido;
II – os pais;
(...)
§ 4° A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso
I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

Veja Exa. que o cerne principal da discussão judicial gira em torno


da comprovação da qualidade de segurado especial, não há duvida quanto a
esta qualidade a época de seu óbito, razão pela qual se passará a tratar
deste ponto de forma pormenorizada.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
O requerente é menor, cuja renda familiar era suprida totalmente
pelo trabalho rural do falecido, tendo somente esta como a única fonte de
renda fixa para si e para os seus familiares, conforme documentos anexados,
os quais demonstram tal fato.

Daí porque é absolutamente injusta e descabida a atitude tomada


pelo réu de indeferir administrativamente o benefício pleiteado.

Assim sendo, dúvidas não pairam a respeito da adequada


superação do presente requisito, com vistas à almejada concessão do
benefício, COMO TAMBÉM AS PROVAS JUNTADAS NOS AUTOS VIRTUAIS DA
QUALIDADE DE DEPENDENTE DO REQUERENTE E A QUALIDADE DE
SEGURADA ESPECIAL DO FALECIDO.

Em verdade, Doutor(a) Julgador(a), tal condição é facilmente


constatada através da análise dos documentos acostados aos autos virtuais,
a qual demonstra solidamente que na época do falecimento, o falecido, era
uma Trabalhadora Rural, estando claro e evidente, a qualidade de
dependente do autor bem como a qualidade de segurado especial da falecida.

Portanto, na data do óbito, o falecido era segurada especial do


INSS, o que dá por cumprida a exigência legal de falecimento de um
segurado.

Assim, consoante exaustivamente demonstrado, inexistem óbices à


concessão do benefício de pensão por morte, razão pela qual facilmente se
percebe o descabimento das alegações aduzidas pelo INSS para justificar o
indeferimento administrativo.
Portanto, configurados todos os requisitos legais por meio de fortes
provas materiais, e após a oitiva de seu depoimento, deve ser CONCEDIDA A
PENSÃO POR MORTE, por ser medida da mais absoluta e verdadeira
Justiça.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
3 – DOS PEDIDOS

Destarte, diante das razões acima aduzidas, a parte autora requer


que V. Ex.ª digne-se em:

a) Designar a audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319,


VII, do CPC/2015.
b) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em
vista que o Autor não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo
de seu sustento e de sua família;
c) O recebimento e deferimento da presente peça inaugural – nos moldes
do Juízo 100% Digital
d) Determinar a citação do INSS, ora réu, por meio de seu representante
legal, no endereço supracitado, para que, querendo, conteste os termos da
presente, no prazo legal, com as advertências previstas no art. 246,
CPC/2015;
e) Seja julgada PROCEDENTE a presente ação, concedendo o benefício
de PENSÃO POR MORTE ao requerente, por restarem indubitavelmente
comprovados os requisitos exigidos por nossa legislação, bem como que seja
CONDENADO o INSS ao pagamento das parcelas retroativas a que o
mesmo tem direito, conforme planilha de cálculos em anexo, respeitando o
limite do teto do JEF, renunciado desde já o excedente;
d) Protesta, o autor, pela produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, os quais desde já se requerem, especialmente o seu depoimento
pessoal, por ser meio idôneo à confirmação do seu direito.
e) Finalmente, requer-se a concessão do benefício da JUSTIÇA
GRATUITA (Lei n.º 1.060/50 e nos termos do art. 98 e seguintes do
CPC/2015), tendo em vista que o autor não tem como suportar as custas
judiciais, sem o prejuízo de seu sustento e de sua família.

Dá-se à causa o valor de R$ 2.122,03 (dois mil cento e vinte e dois


reais e três centavos).

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
Nestes termos,
Pede deferimento.

Delmiro Gouveia, 16 de agosto de 2017.

RENATO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado - OAB/AL nº 8.025

ROBERTA ASSIS CALIXTO TORRES


Advogada – OAB/AL n° 12.895

SERGIO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado – OAB/AL nº 9.904

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463

Você também pode gostar