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AO JUÍZO DA 2ª VARA DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS.

Autos nº 5443017-24.2018.8.09.0051

Ana Paula Andrade Da Silva e Cleber Ferreira Da Silva, ambos já devidamente


qualificados nos autos em epígrafe, através de seu procurador que a esta
subscreve, vêm respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar:

IMPUGNAÇÃO À PENHORA

que recaiu sobre de valores depositados em conta ( na conta NU PAGAMENTOS -


IP) conta essa da requerida Ana Paula da Silva, no evento de nº (94) dos autos
alhures, conforme será exposto na sequência.

I – DOS FATOS E DO DIREITO

Trata-se de Execução de Título Extrajudicial proposta por Leandro Nunes Soares, na


qual houve a penhora de valores do executado na importância de R$ 2.088,08 (dois
mil e oitenta e oito Reais e oito centavos) bloqueados na conta da ré Ana Paula.

Ocorre que tal valor bloqueado é proveniente de valores auferidos para pagamentos
das despesas mensais da família da ré, que fez tal economia para pagar dívidas de
mercado, água, energia, aluguel ajudar a filha a pagar faculdade e outros que
seguem em anexo, os expropriados irá deixar a família em uma situação de

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miserabilidade do dinheiro auferido que a ré adquiriu fazendo unhas e trabalhando
como diarista.

A impenhorabilidade é determinada para garantir que, não obstante o débito possa o


devedor contar com um numerário mínimo que lhe garanta a subsistência digna.

Prevê o Código de Processo Civil:

Art. 833. São impenhoráveis:

Sendo assim, não restam dúvidas de que, com fundamento no art. 833, (...) inciso IV
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador
autônomo(...), do Código de Processo Civil, os valores bloqueados são
impenhoráveis.

De outro lado, o “periculum in mora” é inconteste tendo em vista o caráter alimentar


do qual se reveste a quantia bloqueada. Logo, o deferimento do desbloqueio e
restituição à ré é medida a se impor.

Destarte, a penhora dos valores da Executada é em todo se for deferida e mantida


ferirá princípio a dignidade humana, pois, para o momento é o único recurso que
estava disponível para o sustento da família, não surtindo quaisquer efeitos no
mundo jurídico, devendo ser levantado os recursos ilegalmente penhorados dentro
do prazo de 24 horas, conforme orientação do CNJ.

II - DA JUSTIÇA GRATUITA

O executado não possui condições financeiras de arcar com as despesas


processuais e eventual custa decorrente da presente demanda sem prejuízo do
sustento próprio, conforme declaração carreada aos autos.

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Frisa-se que para a concessão do benefício da justiça gratuita não necessita a parte
se encontrar na condição de miserabilidade, mas tão-somente que não possua
renda suficiente a arcar com as custas judiciais sem influenciar seu sustento,
conforme declarações de hipossuficiência em anexo.

Na perspectiva constitucional de amplo acesso à prestação jurisdicional (art. 5º,


LXXIV da CF), a simples declaração de hipossuficiência subscrita pela parte,
atestando a impossibilidade de arcar com os dispêndios processuais sem prejuízo
do sustento próprio e da família, adquire presunção relativa de veracidade (art. 99, §
3º, da Lei n. 13.105/150), e afigura-se suficiente para a concessão do benefício da
Assistência Judiciária Gratuita.

Em sendo assim requer a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos
da Lei n. 13.105/15, tendo em vista a atual situação econômica do executado, que
não lhe permite arcar com as custas processuais.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) o recebimento da presente impugnação e deferimento para;


b) a concessão dos benefícios da justiça gratuita nos termos do Artigo 98/99, da lei
13.105/15;
c) o reconhecimento da impenhorabilidade dos valores provenientes dos valores da
conta do executado, nos termos do art. 833, (IV), do Código de Processo Civil e
restituição dos mesmos na conta da ré;
d) protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito;
e) por fim, pede-se a procedência da presente impugnação, pelos motivos já
expostos, para declarar nula a referida penhora, desbloqueando liminarmente a
referida conta bancária, liberando totalmente o valor penhorado na conta em que
foram os valores expropriados.

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Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia, 03 de março de 2024.

Elson Dias dos Reis


OAB/GO 50.408

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