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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
SANTANA DO IPANEMA – AL.

TRAMITAÇÃO VIA – JUÍZO 100% DIGITAL

JOSÉ VITURINO DA SILVA, brasileira, solteiro, agricultor, inscrita no RG nº


455.436 SEDS/AL e CPF nº 299.016.346-87, residente e domiciliado no Av.
Marechal Mascarenhas 01, s/nº, Eldorado, Delmiro Gouveia - AL, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

Em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, na


pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos jurídicos que
passa a expor:

1 – DOS FATOS

Excelência, o autor vivia na condição de união estável com a Sra.


Maria Alves da Silva, conforme se verifica da documentação anexa aos
autos: FICHA DE INSCRIÇÃO DE FUNERÁRIA

Tendo a mesma falecido em 24/04/2017, conforme se constata


através da certidão de óbito anexada virtualmente aos autos.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


Delmiro Gouveia – Alagoas | CEP: 57.480-000
(82) 3641-5463
A companheira do requerente sempre conviveu com o mesmo,
restando cristalino a relação de convivência com o falecido, além de provas e
testemunhas que poderão provar o alegado, ao falecer encontrava-se sob o
manto de segurado da Previdência, bem como as provas acostadas aos autos.

Sendo que, após esse trágico fato e diante das dificuldades vividas
no dia-a-dia, o autor teve ciência de que, devido ao fato de sua companheira
ter falecido sob o manto dos segurados da Previdência Social e a sua fonte de
renda era imprescindível à subsistência familiar, poderia requerer junto à
Autarquia Federal – INSS, uma prestação mensal na condição de
dependente. Com isso, em atenção ao fato de se enquadrar nos requisitos
legais necessários para a concessão de um benefício, resolveu o autor propor
o competente requerimento administrativo de concessão de pensão por
morte, o qual ocorreu em 26/06/2017, com N.B.: 179.904.603-3 que
tinha o intuito exclusivo de restaurar os efeitos causados pela perda de um
direito garantido ao requerente.

Ocorre que, apesar do sólido arcabouço probatório anexado na


seara administrativa, erroneamente E DE FORMA DESUMANA a Autarquia
Previdenciária – INSS, INDEFERIU o pedido do autor sob o tênue argumento
de que: “Falta de qualidade de dependente - companheiro(a).”

Ora, é totalmente descabida a conclusão a que chegou o réu –


INSS. Isso porque não valorou de maneira efetiva os documentos juntados à
época do pleito administrativo que, além de comprovarem através de
entrevista junto ao INSS e dos documentos acostados, ficou comprovado a
qualidade de dependente do Requerente, os documentos demonstram de
maneira clara a qualidade de segurado do falecido, como também do
requerente.

No que tange a qualidade de segurado, a falecida era aposentada,


conforme do CNIS anexo.

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2 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Como amplamente conhecido, para a concessão de pensão por


morte, deve, inexoravelmente, o autor, comprovar o perfeito implemento dos
requisitos legais, os quais, segundo o art. 74 da Lei 8.213/91, são: ser
dependente do falecido; e, que ocorra o óbito de um segurado da
Previdência Social. Sabendo-se de tais condições, passar-se-á a comprovar
cada uma destas exigências, com o objetivo de demonstrar o seu cabal
preenchimento, por parte do requerente, resultando no consequente
merecimento ao benefício previdenciário ora requerido.

2.1 – DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE/QUALIDADE SEGURADO.

Douto(a) Julgador(a), analisando-se a fundo o caso concreto,


percebemos que se faz indispensável tecer claros comentários acerca da
condição de dependente do autor em relação a sua companheira. Isto
porque, a legislação previdenciária (Lei 8.213/91) prevê que somente o
cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, gozam de presunção de
dependência, conforme se expõe:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência


Social, na condição de dependentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
não emancipado, d e qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido;
II – os pais;
(...)
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a
pessoa que, sem ser casada, mantém união estável
com o segurado ou com a segurada, de acordo com o §
3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4° A dependência econômica das pessoas indicadas
no inciso I é presumida e a das demais deve ser
comprovada. (grifo nosso)

Com isso, o cerne principal da discussão judicial gira em torno da


comprovação da qualidade de dependente, haja vista que em relação ao fato

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de ter ocorrido o óbito de um segurado não há quaisquer resquícios de
dúvidas, razão pela qual se passará a tratar deste ponto de forma
pormenorizada.
O requerente é uma exímia trabalhadora, porém com o passar do
tempo as coisas ficaram difíceis e sem ajuda de seu esposo falecido
pioraram, esta passando por sérias dificuldades financeiras, a renda familiar
era suprida totalmente pelo trabalho de ambos, tendo somente esta como a
única fonte de renda fixa para si e para os seus familiares.

Ora Ínclito(a) Julgador(a), levando-se em conta o fato de que o


autor há muitos anos vivia do complemento da ajuda da falecida. Daí porque
é absolutamente injusta e descabida a atitude tomada pelo réu de indeferir
administrativamente o benefício pleiteado.

Assim sendo, dúvidas não pairam a respeito da adequada


superação do presente requisito, com vistas à almejada concessão do
benefício, COMO TAMBÉM AS PROVAS JUNTADAS NOS AUTOS VIRTUAIS DA
QUALIDADE DE DEPENDENTE E DE SEGURADO DO REQUERENTE E DO
FALECIDO, UMA VEZ QUE SÃO CASADOS EM UNIÃO ESTÁVEL CONFORME
SE CONSTATA DOS DOCUMENTOS ANEXADOS VIRTUALMENTE AOS AUTOS,
NÃO RESTANDO DÚVIDAS ACERCA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE DO
AUTOR.

Portanto, configurados todos os requisitos legais por meio de fortes


provas materiais, e após a oitiva de seu depoimento, deve ser CONCEDIDA A
PENSÃO POR MORTE, por ser medida da mais absoluta e verdadeira
Justiça.

3 – DO PEDIDO

Destarte, diante das razões acima aduzidas, a parte autora requer


que V. Ex.ª digne-se em:

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a) Designar a audiência prévia de conciliação, nos
termos do art. 319, VII, do CPC/2015;

b) A concessão do benefício da Assistência


Judiciária Gratuita, tendo em vista que o Autor não tem como suportar as
custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;

c) O recebimento e deferimento da presente peça


inaugural – nos moldes do Juízo 100% Digital;

d) Determinar a citação do INSS, ora réu, por meio


de seu representante legal, no endereço supracitado, para que, querendo,
conteste os termos da presente, no prazo legal, com as advertências
previstas no art. 246, CPC/2015;

c) Seja julgada PROCEDENTE a presente ação, concedendo o BENEFÍCIO


DE PENSÃO POR MORTE ao requerente, por restarem indubitavelmente
comprovados os requisitos exigidos por nossa legislação, bem como que seja
CONDENADO o INSS ao pagamento das parcelas retroativas a que a
mesma tem direito, a partir do requerimento administrativo, conforme
planilha de cálculos em anexo, respeitando o limite do teto do JEF,
renunciado desde já o excedente;

d) Protesta, o autor, pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, os quais desde já se requerem, especialmente o seu depoimento
pessoal, por ser meio idôneo à confirmação do seu direito.

Dá à causa o valor de R$ 14.872,30 (quatorze mil, oitocentos e


setenta e dois reais e trinta centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.
Delmiro Gouveia, 27 de setembro de 2018.

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado


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RENATO DAVID TORRES DE OLIVEIRA
Advogado - OAB/AL nº 8.025

ROBERTA ASSIS CALIXTO TORRES


Advogada – OAB/AL n° 12.895

SERGIO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado – OAB/AL nº 9.904

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