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AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE
RESTABELECIMENTO DE PENSÃO POR MORTE
O pedido administrativo deferido, todavia a pensão por morte foi concedida pelo prazo
de 04 meses, por entender o INSS que a união estável iniciou em menos de 02 anos antes do
óbito da segurada (artigo 77, § 2º, V, ‘b’ da Lei Federal nº 8.213/91).
Ocorre que a união estável iniciou e se manteve por muitos anos, em período muito
superior aos 02 anos a que se refere a legislação previdenciária.
Desta forma, é pertinente o ajuizamento da ação.
Inicialmente, cumpre salientar que a pensão por morte é um benefício pago aos
dependentes do segurado, homem ou mulher, que falecer, aposentado ou não, conforme
previsão expressa do art. 201, V, da Constituição Federal. Trata-se de prestação de pagamento
continuado, substituidora da remuneração do segurado falecido.[1]
As regras gerais sobre a pensão por morte estão disciplinadas pelos arts. 74 a 79 da Lei
8.213/91, com as alterações promovidas pelas Leis 13.135, 13.146 e 13.138/2015, e arts. 105 a
115 do Decreto 3.048/99.
Importante destacar que no caso em tela não são aplicáveis as alterações legislativas
promovidas pela Lei nº 13.846/2019, tendo em vista que o fato gerador (óbito) ocorreu em
momento anterior à sua publicação.
O óbito da segurada resta comprovado pela respectiva certidão lavrada pelo cartório
competente, não havendo controvérsia quanto a este quesito.
Da qualidade de dependente do companheiro:
A pensão por morte tem previsão no art. 74 da Lei 8.213/91, a qual regula que será
devido o benefício ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou não.
Nos termos do art. 16, inciso I, da Lei 8.213/91, é beneficiária do Regime Geral da
Previdência Social na condição de dependente do segurado a COMPANHEIRA. Além disso,
veja-se o que dispõe o § 4º do artigo citado:
No caso em tela, não se faz necessária a prova da união estável na data do óbito, tendo
em vista que o próprio INSS reconheceu esta condição, quando do pedido administrativo.
Assim, a controvérsia dos autos cinge-se à duração da união estável, para fins de manutenção
do benefício em favor do Demandante.
Em vista disso, para comprovação do vínculo de união estável com a de cujus desde o
ano de ${data_generica}, foram anexados os seguintes documentos:
5. Fotografias do casal;
Nesse sentido, a prova material anexada aos autos demonstra que o casal efetivamente
viveu como se casados fossem por longos anos, inclusive tendo concebido dois filhos na
constância do relacionamento, em ${data_generica}.
Assim, a pensão por morte deverá ser restabelecida desde a DCB e mantida nos termos
do número “4”, da alínea “c”, do inciso V, do artigo 77, da Lei 8.213/91, considerando que:
Em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, a parte Autora vem informar que
não há interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a
iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
DOS PEDIDOS
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
, 21 de março de 2023.
[1] LAZZARI, João Batista. CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2016. p. 819.