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MERITÍSSIMO JUÍZO DA 1ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente, vem,


com o devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de
seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE
RESTABELECIMENTO DE PENSÃO POR MORTE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS)


pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a
expor:

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A Parte Autora requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão do benefício de


pensão por morte, em razão do falecimento de sua companheira, Sra. ${informacao_generica} ,
conforme certidão de óbito anexa.

Consoante se comprova através da documentação anexa, o casal nutriu união estável


por longos anos (desde ${data_generica}), com o intuito de constituição familiar. Deste
relacionamento nasceram os filhos ${informacao_generica}.

O pedido administrativo deferido, todavia a pensão por morte foi concedida pelo prazo
de 04 meses, por entender o INSS que a união estável iniciou em menos de 02 anos antes do
óbito da segurada (artigo 77, § 2º, V, ‘b’ da Lei Federal nº 8.213/91).

Ocorre que a união estável iniciou e se manteve por muitos anos, em período muito
superior aos 02 anos a que se refere a legislação previdenciária.
Desta forma, é pertinente o ajuizamento da ação.

Dados do processo administrativo:

1. Número do benefício (NB): ${informacao_generica}

2. Data do óbito: ${data_generica}

3. Data do requerimento (DER): ${data_generica}

Suposto início da união estável em menos de 02 anos


4. Razão do cessação:
óbito da segurada

PENSÃO POR MORTE E REQUISITOS LEGAIS

Inicialmente, cumpre salientar que a pensão por morte é um benefício pago aos
dependentes do segurado, homem ou mulher, que falecer, aposentado ou não, conforme
previsão expressa do art. 201, V, da Constituição Federal. Trata-se de prestação de pagamento
continuado, substituidora da remuneração do segurado falecido.[1]

As regras gerais sobre a pensão por morte estão disciplinadas pelos arts. 74 a 79 da Lei
8.213/91, com as alterações promovidas pelas Leis 13.135, 13.146 e 13.138/2015, e arts. 105 a
115 do Decreto 3.048/99.

Importante destacar que no caso em tela não são aplicáveis as alterações legislativas
promovidas pela Lei nº 13.846/2019, tendo em vista que o fato gerador (óbito) ocorreu em
momento anterior à sua publicação.

Destarte, os REQUISITOS para a concessão do benefício são: a qualidade de segurado do


falecido, o óbito ou morte presumida deste e a existência de dependentes que possam se
habilitar como beneficiários perante o INSS.

O óbito da segurada resta comprovado pela respectiva certidão lavrada pelo cartório
competente, não havendo controvérsia quanto a este quesito.
Da qualidade de dependente do companheiro:

A pensão por morte tem previsão no art. 74 da Lei 8.213/91, a qual regula que será
devido o benefício ao conjunto de dependentes do segurado falecido, aposentado ou não.
Nos termos do art. 16, inciso I, da Lei 8.213/91, é beneficiária do Regime Geral da
Previdência Social na condição de dependente do segurado a COMPANHEIRA. Além disso,
veja-se o que dispõe o § 4º do artigo citado:

A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das


demais deve ser comprovada. (grifado)

No caso em tela, não se faz necessária a prova da união estável na data do óbito, tendo
em vista que o próprio INSS reconheceu esta condição, quando do pedido administrativo.
Assim, a controvérsia dos autos cinge-se à duração da união estável, para fins de manutenção
do benefício em favor do Demandante.

Em vista disso, para comprovação do vínculo de união estável com a de cujus desde o
ano de ${data_generica}, foram anexados os seguintes documentos:

1. Cópia reprográfica de Escritura Declaratória de União Estável, originariamente confeccionada em


${data_generica}, na qual consta que o casal viveu eu união estável, como se casados fossem e
sob o mesmo teto, desde o ano de ${data_generica};

2. Sentença de procedência proferida no processo de alvará judicial nº ${informacao_generica},


movido pelo Requerente em face da Instituidora, na qualidade de seu companheiro;

3. Certidão de nascimento do filho havido em comum, ${informacao_generica}, nascido em


${data_generica};

4. Certidão de nascimento da filha havida em comum, ${informacao_generica}, nascida em


${data_generica};

5. Fotografias do casal;

6. “Prints” de conversas em rede social entre o Requerente e a falecida;

Nesse sentido, a prova material anexada aos autos demonstra que o casal efetivamente
viveu como se casados fossem por longos anos, inclusive tendo concebido dois filhos na
constância do relacionamento, em ${data_generica}.

Outrossim, os documentos de épocas distintas comprovam que a união foi estabelecida


há muitos anos, findando apenas com o óbito da instituidora.

Assim, a pensão por morte deverá ser restabelecida desde a DCB e mantida nos termos
do número “4”, da alínea “c”, do inciso V, do artigo 77, da Lei 8.213/91, considerando que:

a) o Requerente contava com 30 anos por ocasião do óbito da Instituidora;

b) a falecida verteu mais de 18 contribuições mensais ao RGPS;


c) a união estável superou (e muito) o prazo de 02 anos exigido pelo art. 77, V, c, da Lei
8.213/91.

Caso Vossa Excelências entenda necessário, REQUER a produção de audiência de


instrução e julgamento, a fim de corroborar a prova material trazida.
Da qualidade de segurado:

Segundo a Lei de Benefícios da Previdência Social, a concessão do benefício de pensão


por morte depende da ocorrência do evento morte e, além da dependência de quem objetiva a
pensão, a demonstração da qualidade de segurada da de cujus.

Por seu turno, a qualidade de segurada da extinta também é incontroversa, pois


reconhecida pela Autarquia quando do deferimento do benefício.

Destarte, o restabelecimento da pensão por morte é medida que se impõe.

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, a parte Autora vem informar que
não há interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a
iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no


âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS
a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de restabelecer e
implantar o benefício postulado em favor da Parte Autora.

DOS PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:


1. O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de arcar com as
custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família (vide procuração com poderes
específicos);

2. A produção de todos os meios de prova admitidos, principalmente documental e testemunhal;

3. A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;

4. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a restabelecer o


benefício de PENSÃO POR MORTE em favor do Requerente, desde a DCB, com manutenção
nos termos do número “4”, da alínea “c”, do inciso V, do artigo 77, da Lei 8.213/91;

5. A condenação do Réu ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas, monetariamente


corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes
até a data do pagamento;

6. Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a obrigação de


implantar o benefício, conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei
10.259/01;

7. Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em


segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor[2] de ${processo_valordacausa}.

, 21 de março de 2023.

EDIVAL NUNES DA CONCEIÇÃO FILHO


OAB/SE 7.062

[1] LAZZARI, João Batista. CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito
Previdenciário. Rio de Janeiro: Forense, 2016. p. 819.

[2] Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}.

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