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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA __ VARA FEDERAL DE CURITIBA –

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

AÇÃO Concessão de benefício previdenciário programável

ASSUNTO PRINCIPAL Concessão de aposentadoria por tempo de contribuição,


devendo ser garantida a implantação do benefício mais
vantajoso ao autor e o pagamento das diferenças devidas
desde a der originária ou relativizada.

VALOR DA CAUSA R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

QUALIFICAÇÃO DO SEU CLIENTE, por sua procuradora ora signatária, devidamente


inscrita na OAB/UF sob n.º XX.XXX, ut anexo instrumento de mandato, com escritório
profissional ENDEREÇO DO SEU ESCRITÓRIO, onde recebe intimações, notificações e citações,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal,


Agência da Previdência Social, com endereço para citação agência do processo administrativo,
pelos motivos de fato e de direito adiante declinados.
I. DA SÍNTESE FÁTICA

A parte autora requereu a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria


junto ao INSS, em 01/01/2016, conforme demonstra a cópia do processo administrativo (NB
42/000.000.000-9) devidamente anexada aos autos.

Entretanto, a autarquia previdenciária indeferiu o pedido administrativo apresentado


pelo segurado, sob a fundamentação de que até a DER o mesmo não preenchia o requisito de
tempo de contribuição mínimo que autorizasse a concessão do benefício pleiteado, vide
decisão de indeferimento que consta em págs. 45 e 46 da cópia do P.A.

Ocorre que equivocadamente o INSS não considerou no momento da elaboração da


contagem de tempo de contribuição do autor:

● A especialidade, com aplicação do fator 1,4, do período de 07/08/1993 a


01/01/2016, no qual o autor desenvolveu suas atividades laborais junto a
empresa Nome da Empresa, na função de engenheiro eletricista.

Conforme os documentos juntados a presente inicial e ao processo administrativo,


considerando-se o tempo de serviço efetivado até a DER, o autor já contabilizava 35 anos, 4
meses e 8 dias como tempo de contribuição, tendo, portanto, o direito a concessão do
benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição, em sua forma mais
favorável.

Deste modo, equivocou-se o INSS ao proferir a decisão de indeferimento, razão pela


qual o autor propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu lídimo direito reconhecido
em sede judicial.

II. DO TEMPO DE SERVIÇO CONTROVERTIDO

1. DO TEMPO DE
SERVIÇO
LABORADO EM
CONDIÇÕES
ESPECIAIS

Data vênia, não deve prosperar a analise realizada pelo INSS, na via administrativa,
que deixou de reconhecer a especialidade dos períodos de 07/08/1993 a 01/01/2016, pelas
razões de fato e de direito que seguem expostas:
1.1)DA ESPECIALIDADE DO PERÍODO DE 07/08/1993 a 28/04/1995:

No período de 07/08/1993 a 28/04/1995, o autor desenvolveu suas atividades


laborais junto a empresa Nome da Empresa, nas seguintes funções, segundo PPP anexado nas
págs. 15 a 18 do P.A.:

Como se pode extrair do campo de observações no formulário PPP, o autor


desenvolveu a atividade de Engenheiro Eletricista de modo habitual e permanente:

Desta forma, o período em comento deve ser reconhecido como especial em razão
do enquadramento legal em categoria profissional (item 2.1.1 do Anexo do Decreto
53.831/64).
Destaca-se que em caso análogo o TRF4 reconheceu a especialidade da função da
Engenheiro Eletrônico, função paradigma Engenheiro Eletricista, até 28-04-1995 em
decorrência do enquadramento por categoria profissional previsto à época da
realização do labor, vide ementa que segue transcrita:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CATEGORIA


PROFISSIONAL. PROFESSOR E ENGENHEIRO ELETRÔNICO. AGENTES
NOCIVOS ELETRICIDADE E RUÍDO. LAUDO EXTEMPORÂNEO.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO.
CONCESSÃO. SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO NÃO COMPUTADOS.
INCLUSÃO. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento
da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei
em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a
integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador.
2. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade
por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos,
admitindo-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a
partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por
categoria profissional, sendo necessária a comprovação da exposição
do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova até
05-03-1997 e, a partir de então, através de formulário embasado em
laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 3. Como o
enquadramento das atividades por insalubridade, penosidade ou
periculosidade, deve ser feito conforme a legislação vigente à época
da prestação laboral, mediante os meios de prova legalmente então
exigidos, é possível reconhecer a atividade especial de professor até
09/07/81, data da publicação da EC nº 18/81, que disciplinou
diferentemente a aposentadoria aos professores, fixando menor
tempo mas integralmente no magistério. Precedentes da 3ª Seção
desta Corte. 4. Hipótese em que todo o período de magistério
laborado é anterior a esse marco. 5. As atividades de engenheiro
eletrônico exercidas até 28-04-1995 devem ser reconhecidas como
especiais em decorrência do enquadramento por categoria
profissional previsto à época da realização do labor. 6. A exposição a
eletricidade e ruído enseja o reconhecimento do tempo de serviço
como especial. 7. Se a prova pericial, realizada na empresa constata a
existência de agentes nocivos em data posterior ao labor, razão não
há para se deduzir que as agressões ao trabalhador fossem menores
ou inexistissem na época da prestação do serviço, até porque a
evolução tecnológica e da segurança do trabalho tendem a causar a
redução e não o aumento da nocividade com o passar dos anos. 8.
Nos limites em que comprovada a exposição do segurado a agente
nocivo, na forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à
espécie, possível reconhecer-se a especialidade do tempo de labor
correspondente. 9. Preenchidos os requisitos legais para
aposentadoria em mais de um regime jurídico, tem o segurado direito
de optar pelo benefício com renda mensal mais vantajosa. 10.
Comprovada a percepção pelo segurado de salários-de-contribuição
não computados pelo INSS, faz jus à sua inclusão para fins de cálculo
da RMI. (TRF4, APELREEX 5029968-70.2012.404.7000, QUINTA
TURMA, Relator (AUXÍLIO FAVRETO) TAÍS SCHILLING FERRAZ, juntado
aos autos em 24/06/2016)

Desta forma, deve ser reconhecida a especialidade do período de 07/08/1993 a


28/04/1995, com aplicação do fator 1,4, eis que no referido período o autor exerceu suas
atividades laborais exposto à periculosidade decorrente do contato com o fator de risco
eletricidade, em razão do enquadramento legal em categoria profissional (Item 2.1.1 do Anexo
do Decreto 53.831/64).

Ademais, no período de 29/04/1995 a 05/03/1997, o autor laborou na função de


Engenheiro Eletricista Pleno, segundo PPP anexado nas págs. 15 a 18 do P.A.:

No exercício de suas funções, o autor esteve exposto periculosidade em razão do


contado com o fator de risco eletricidade em alta tensão de 250 volts a 950.000 volts.

Dessa forma, tendo em vista o labor desenvolvido com eletricidade em condições de


perigo de vida (vide item 1.1.8 do anexo do Decreto nº 53.831 de 25 de março de 1964 -
Trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos elétricos com riscos de acidentes).

Ademais, o próprio formulário PPP apresentado pela empresa afirma que a utilização
de EPI não eliminava a periculosidade em razão do contato com eletricidade, bem como que a
exposição era de forma habitual e permanente, como informa o campo de observações:
Dessa forma, requer seja reconhecida a especialidade do período de 29/04/1995 a
05/03/1997, em razão da periculosidade pelo contato com o fator de risco eletricidade.

Durante o período de 06/03/1997 a 01/01/2016, o autor laborou junto à empresa


Nome da Empresa, nas seguintes funções e atividades, segundo PPP nas págs. 15 a 18 do P.A.:

Ocorre que pela descrição das atividades desenvolvidas pelo segurado no período de
06/03/1997 a 01/01/2016, deflui-se que o mesmo laborou em todo o período pleiteado
exposto a periculosidade decorrente do contato com o fator de risco eletricidade.

Em análise e decisão técnica do INSS em pág. 46 do P.A., a autarquia deixou de


reconhecer o período como especial pela seguinte justificativa:
Data vênia, não merece prosperar a decisão administrativa que
deixou de reconhecer a especialidade do período de 06/03/1997 a
01/01/2016, uma vez que em relação ao agente nocivo eletricidade,
não se exige a permanência da exposição para o reconhecimento do
tempo especial:
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECONHECIMENTO JUDICIAL
DO PEDIDO. EXTINÇÃO COM JULGAMENTO DE MÉRITO.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO/SERVIÇO. REVISÃO.
ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS: OUTROS TÓXICOS
INORGÂNICOS E HIDROCARBONETOS
AROMÁTICOS. ELETRICIDADE. DECRETO N. 2.172, DE 1997.
EXCLUSÃO. LISTA DE AGENTES NOCIVOS EXEMPLIFICATIVA. SÚMULA
198 DO TFR. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. 1. É de ser extinto o
feito com resolução do mérito, nos termos que dispõe o art. 269,
inciso II, do Código de Processo Civil, em face do reconhecimento
judicial do pedido, quanto cômputo especializado da atividade
prestada de 01-04-1974 a 03-03-1975. 2. O reconhecimento da
especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições
nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que
efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido,
o patrimônio jurídico do trabalhador. 3. Considerando que o § 5.º do
art. 57 da Lei n. 8.213/91 não foi revogado pela Lei n. 9.711/98, e
que, por disposição constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional
n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei
de Benefícios até que a lei complementar a que se refere o art. 201, §
1.º, da Constituição Federal, seja publicada, é possível a conversão de
tempo de serviço especial em comum inclusive após 28-05-1998.
Precedentes do STJ. 4. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento
da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes
nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e
calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento
por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a
agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a
partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico,
ou por meio de perícia técnica. 5. A exposição a outros tóxicos
inorgânicos e aos hidrocarbonetos aromáticos enseja o
reconhecimento do tempo de serviço como especial. 6. Até
05-03-1997 a exposição a tensões elétricas superiores a 250 volts era
considerada nociva à saúde, com previsão expressa no Quadro Anexo
ao Decreto n. 53.831, de 1964. A partir de 06-03-1997, passou a viger
o Decreto n. 2.172, o qual revogou os regulamentos anteriores e
trouxe, no seu Anexo IV, novo rol de agentes nocivos, do qual foi
excluída a eletricidade. 7. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o
Recurso Especial Repetitivo n. 1.306.113, consolidou o entendimento
de que é possível o reconhecimento, como especial, do tempo de
serviço em que o segurado ficou exposto, de modo habitual e
permanente, a tensões elétricas superiores a 250 volts também no
período posterior a 05-03-1997, desde que amparado em laudo
pericial, tendo em vista que o rol de agentes nocivos constante do
Decreto n. 2.172 é meramente exemplificativo. 8. Para se ter por
comprovada a exposição a agente nocivo que não conste do
regulamento, é imprescindível a existência de perícia judicial ou laudo
técnico que demonstre o exercício de atividade com exposição ao
referido agente, nos termos preconizados pela Súmula 198 do extinto
Tribunal Federal de Recursos, a qual, embora tenha sido editada
quando vigia legislação previdenciária atualmente revogada,
continua válida. 9. Em se tratando de periculosidade decorrente do
contato com tensões elevadas, não é exigível a permanência da
exposição do segurado ao agente eletricidade durante todos os
momentos da jornada laboral, haja vista que sempre presente o risco
potencial ínsito à atividade. Precedentes da Terceira Seção desta
Corte. 10. Para a caracterização da especialidade, não se reclama
exposição às condições insalubres durante todos os momentos da
prática laboral, sendo suficiente que o trabalhador, em cada dia de
labor, esteja exposto a agentes nocivos em período razoável da
jornada, salvo exceções (periculosidade, por exemplo). 11. A
habitualidade e permanência hábeis aos fins visados pela norma - que
é protetiva - devem ser analisadas à luz do serviço cometido ao
trabalhador, cujo desempenho, não descontínuo ou eventual,
exponha sua saúde à prejudicialidade das condições físicas, químicas,
biológicas ou associadas que degradam o meio ambiente do trabalho.
12. Reconhecida a especialidade da atividade prestada de 08-03-1988
a 02-03-1998, com a sua respectiva conversão para comum mediante
a utilização do fator 1,2, é devida a revisão da aposentadoria por
tempo de serviço proporcional titulada pela parte autora, a fim de
que corresponda a 82% do salário de benefício, a contar da data do
protocolo administrativo (03-03-1998), nos termos do art. 54 c/c art.
49, II, da Lei n. 8.213/91, observada a prescrição quinquenal. (TRF4,
APELREEX 5034225-03.2010.404.7100, Sexta Turma, Relator p/
Acórdão Celso Kipper, D.E. 27/09/2013)

Ademais, no formulário PPP resta claro que no exercício de suas atividades laborais
neste período o autor esteve exposto a periculosidade em razão do contato com o fator de
risco eletricidade em alta tensão (subestações até 950.000 Volts).

Vale salientar que é devido o reconhecimento da natureza especial da atividade que


expõe a risco a integridade física do trabalhador em razão de periculosidade, mesmo após a
edição do Decreto n. 2.172/97, em caso análogo referente ao reconhecimento do tempo de
serviço como especial decorrente de periculosidade em razão da exposição ao agente nocivo
eletricidade, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.306.113/SC (DJ
7-3-2013), de que foi relator o Sr. Ministro Herman Benjamin, submetido ao regime de
recursos repetitivos, definiu que as atividades nocivas à saúde relacionadas nas normas
regulamentadoras são meramente exemplificativas, podendo o caráter especial do trabalho ser
reconhecido em outras atividades desde que permanentes, não ocasionais e nem
intermitentes. Em consequência, considerou a agente eletricidade como suficiente para
caracterizar agente nocivo à saúde, deferindo a contagem especial mesmo depois da edição do
Decreto 2.172/97, segue abaixo a ementa do referido julgado:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E


RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE ELETRICIDADE.
SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997 (ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA
LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER
EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS NÃO PREVISTOS.
REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO. SUPORTE TÉCNICO MÉDICO E
JURÍDICO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERMITENTE (ART. 57, § 3º, DA LEI 8.213/1991). 1. Trata-se de
Recurso Especial interposto pela autarquia previdenciária com o
escopo de prevalecer a tese de que a supressão do agente
eletricidade do rol de agentes nocivos pelo Decreto 2.172/1997
(Anexo IV) culmina na impossibilidade de configuração como tempo
especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de tal hipótese a partir da
vigência do citado ato normativo. 2. À luz da interpretação
sistemática, as normas regulamentadoras que estabelecem os casos
de agentes e atividades nocivos à saúde do trabalhador são
exemplificativas, podendo ser tido como distinto o labor que a
técnica médica e a legislação correlata considerarem como
prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não
ocasional, nem intermitente, em condições especiais (art. 57, § 3º,
da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ. 3. No caso concreto, o
Tribunal de origem embasou-se em elementos técnicos (laudo
pericial) e na legislação trabalhista para reputar como especial o
trabalho exercido pelo recorrido, por consequência da exposição
habitual à eletricidade, o que está de acordo com o entendimento
fixado pelo STJ. 4. Recurso Especial não provido. Acórdão submetido
ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.

Porquanto, verifica-se que o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp


1.306.113/SC (DJ 7-3-2013), confirmou a possibilidade de reconhecimento de atividade
especial em razão da exposição a eletricidade, agente notoriamente perigoso, e não insalubre,
mesmo após a edição do Decreto n. 2.172/97.

Destaca-se que os membros da 1.ª Composição Adjunta da 4.ª Câmara de Julgamento


do CRPS ao analisar o processo administrativo (44232.298385/2014-91) vinculado ao NB
46/169.568.324-0 entenderam ser devido o reconhecimento da especialidade em razão da
exposição ao agente nocivo ELETRICIDADE em razão do mesmo ser potencialmente
cancerígeno, a referida decisão segue na íntegra anexa aos autos e o trecho sobre o ponto
indicado segue transcrito:
Desta feita, deve ser reconhecida a especialidade do período de 06/03/1997 a
01/01/2016, no qual o autor desenvolveu suas atividades laborais exposto a periculosidade.

Importante observar que o PPP fornecido pela Copel Distribuição S/A supre a
necessidade de apresentação de laudo técnico para comprovar a insalubridade a qual o
segurado esteve exposto, tendo em vista que o referido documento informa quais profissionais
foram responsáveis pelos registros ambientais colacionados no formulário PPP do segurado:

[Parte do PPP com os responsáveis pelo registro]

Neste sentido é o entendimento firmado pelo STJ: “Cumpre referir que o perfil
profissiográfico previdenciário, firmado por profissional legalmente habilitado para prestar tais
informações, é documento que supre, para fins de inativação, a necessidade de apresentação
de formulário específico e de laudo técnico, unindo-os em um único documento. Assim, uma
vez identificado, no documento, o engenheiro ou perito responsável pela avaliação das
condições de trabalho, é possível a sua utilização para comprovação da atividade especial, em
substituição ao laudo pericial. - STJ - AREsp: 623928 SC 2014/0311708-1, Relator: Ministra
ASSUSETE MAGALHÃES, Data de Publicação: DJ 18/03/2015”.

Ante o exposto, a parte autora requer que a documentação anexada aos autos,
fornecida pelas ex-empregadoras do autor e anexada ao P.A e aos presentes autos eletrônicos,
seja analisada da forma mais vantajosa ao segurado, para que desta forma seja reconhecida a
especialidade dos períodos de 07/08/1993 a 28/04/1995, 29/04/1995 a 05/03/1997 e de
06/03/1997 a 01/01/2016, com aplicação do fator 1,4.

III. DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO

De fato, conforme os documentos juntados a presente inicial e ao processo


administrativo, considerando-se o tempo de serviço efetivado até a DER, o autor já
contabilizava 35 anos, 4 meses e 8 dias como tempo de contribuição, tendo, portanto, o direito
a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição.

Deste modo, deverá ser concedido ao segurado o benefício ora pleiteado, da forma
mais vantajosa, conforme entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal, em
21/02/2013, no julgado do RE 630.501, que em suma garantiu a possibilidade de os segurados
verem seus benefícios deferidos ou revisados de modo que corresponda à maior renda mensal
inicial possível.

IV. DA REAFIRMAÇAO/RELATIVIZAÇÃO DA DER – CARÁTER


ARGUMENTATIVO PARA FINS DE PEDIDO SUCESSIVO

Excelência, considerando que na data do requerimento administrativo ou, ainda, na


data do ajuizamento da presente ação a parte autora permanecia vinculada a empregadora
exercendo atividades nitidamente insalubres, mister se faz, com amparo no art.° 690, “caput”
c/c parágrafo único da IN 77/2015 – INSSPRES, incluir na presente ação o pedido de
REAFIRMAÇÃO DA DER para que o segurado, caso não consiga alcançar tempo suficiente a
aposentadoria na DER originária, possa computar a seu favor as contribuições vertidas após
essa data.

O pedido ora posto encontra suporte na regra disposta no art.° 690, “caput” c/c
parágrafo único da IN77/2015 – INSSPRES que, em seu texto literal assim dispõe:

Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER o segurado não


satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os implementou em
momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de
reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por escrito.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que resultem em


benefício mais vantajoso ao interessado.

A reafirmação da DER trata-se da possibilidade de o segurado que não satisfizer os


requisitos para aposentadoria na data em que formular o requerimento administrativo poder
alterá-la para o dia no qual implementar todos os requisitos necessários a benesse pretendida,
ainda que seja, tão somente, para alcançar o melhor benefício possível.

A regra da concessão do melhor benefício deve, inclusive, ser observada pelo


servidor público no momento da análise dos documentos apresentados pelo segurado por
força do que dispõe o art.° 687 da IN 77/2015 – INSSPRES, cujo texto segue abaixo, in verbis:

O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus,


cabendo ao servidor orientar nesse sentido.

Pois bem. Em relação as disposições atinentes a essa matéria, o e. TRF4 já pacificou


entendimento favorável a reafirmação da DER para fins de concessão do melhor benefício ao
segurado. Vejam-se as ementas que seguem:
PREVIDENCIÁRIO. SEGURADO ESPECIAL. TRABALHADOR BOIA-FRIA.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. REAFIRMAÇÃO DA
DER. TUTELA ESPECÍFICA.
1. [...]. 3. Esta Corte tem admitido excepcionalmente a contagem de
tempo posterior à data do requerimento na via administrativa para
completar o tempo de contribuição necessário, desde que
devidamente registrado no CNIS a continuidade do vínculo que
mantinha na DER, o que possibilita sua reafirmação, caso em que a
data de início do benefício será a data do ajuizamento do feito, com o
tempo de contribuição contado até esse momento, sendo devida,
desse modo, a Aposentadoria por Tempo de Contribuição. 4. [...].
(TRF4, REOAC 0019968-86.2013.404.9999, Sexta Turma, Relator João
Batista Pinto Silveira, D.E. 15/07/2015)

Ademais, a TNU por meio do voto elucidativo proferido pelo Juiz Federal José Antônio
Savaris nos autos de nº PEDILEF 0000474-53.2009.404.7195, trouxe à luz a tese da “primazia
do acertamento da relação jurídica de proteção social sobre a estrita legalidade”, em cujo voto
ficou assim explicitado, in verbis:

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. TEMPO
DE SERVIÇO POSTERIOR AO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. FATO
SUPERVENIENTE. ART. 462 DO CPC. RECONHECIMENTO POSTERIOR À
SENTENÇA. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DO
ACERTAMENTO. INTIMAÇÃO DO INSS PARA EVENTUAL IMPUGNAÇÃO
DOS DADOS DO CNIS. PARCIAL PROVIMENTO.
1. O princípio processual previdenciário da primazia do acertamento
da relação jurídica de proteção social sobre a estrita legalidade do ato
administrativo orienta que a atividade jurisdicional destinasse
primordialmente à definição da relação jurídica entre o particular e
a Administração Previdenciária e, por tal razão, deve outorgar a
proteção previdenciária nos termos em que a pessoa a ela faz jus,
independentemente de como tenha se desenvolvido o processo
administrativo correspondente. Em outras palavras, a análise
judicial deve voltarse, com prioridade, para a existência ou não do
direito material reivindicado. 2. É possível o cômputo de tempo
superveniente ao processo administrativo para a solução judicial. A
lógica assumida pela regra do art. 462 do CPC, ao consagrar exceção
ao princípio da estabilidade da demanda, tem pertinência também
em segundo grau de jurisdição. Precedentes: STJ, EDREsp 1.138.559,
4º Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJ 01.07.2011; STJ, REsp
688.151, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 08.08.2005; STJ, REsp
12.673, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ
21.09.1992; TRF4, AC 000063874.2011.404.9999, 6ª Turma, Rel. Celso
Kipper, DE 16.06.2011. 3. As informações constantes do CNIS gozam
de presunção juris tantum, de modo que, em respeito ao
contraditório, o magistrado deve abrir espaço para manifestação das
partes sobre tal elemento de prova. 4. Pedido de Uniformização
Regional conhecido e parcialmente provido, determinando-se. (IUJEF
0000474-53.2009.404.7195 – Turma Regional de Uniformização da 4ª
Região – Rel. p/ Acórdão José Antonio Savaris - D.E. 09.09.2011)

Por essas razões, caso Vossa Excelência entenda que o autor não preencha todos os
requisitos necessários para concessão de aposentadoria especial ou por tempo de contribuição
na DER, requer-se, desde já, seja esta reafirmada/relativizada para a data na qual o autor
implementou todos os requisitos indispensáveis à concessão do benefício de aposentadoria
especial ou aposentadoria por tempo de contribuição; ou, ainda, para a data do ajuizamento
da ação, da citação do réu, ou da prolação da sentença, inclusive com apreciação das
atividades especiais desempenhadas até então, se for o caso, devendo ser-lhe oportunizada a
escolha pelo benefício que lhe for mais vantajoso. Atentando-se para que o período
reconhecido como especial seja convertido pelo fator 1,4 e o acréscimo resultante dessa
conversão deverá ser averbado a contagem final.

V. DO CÔMPUTO DAS CONTRIBUIÇÕES POSTERIORES AO


REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – FATO
SUPERVENIENTE E O ART. 493 DO CPC

A inteligência do art. 493 do CPC dispõe que: “Se, depois da propositura da ação,
algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito,
caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de
proferir a decisão. ”.

Desta forma, o período de contribuição posterior ao requerimento administrativo e


as alterações legislativas supervenientes podem ser utilizadas para o preenchimento dos
requisitos legais do benefício ora pleiteado.

Destaca-se que o reconhecimento do tempo de serviço do autor laborado após a DER


e ao ajuizamento da ação deverá ser realizado com base nos vínculos constantes no CNIS do
segurado, devido a presunção juris tantum deste documento.

O cômputo das contribuições ou/e aplicação das alterações legislativas


supervenientes ao requerimento administrativo, para que sejam preenchidos os requisitos
necessários para concessão do benefício previdenciário em favor do segurado, são possíveis
através de uma análise do princípio da primazia do acertamento. Segundo este, o que
realmente importa na tutela judicial é a definição da relação jurídica de proteção social.

Sob esta perspectiva não é possível admitir o sacrifício da proteção social mediante
um controle estrito de legalidade do ato administrativo. Colhe-se trecho da obra do Juiz
Federal, José Antonio Savaris:

A conclusão a que se chega a partir da primazia do acertamento é a


de que o direito à proteção social, particularmente nas ações
concernentes aos direitos prestacionais de conteúdo patrimonial,
deve ser concedido na exata expressão a que a pessoa faz jus e com
efeitos financeiros retroativos ao preciso momento em que se deu o
nascimento do direito.1

É assim o entendimento do TRF4 sobre a possibilidade de considerar contribuições


posteriores ao requerimento administrativo e ao início do processo judicial:

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL EM REGIME DE ECONOMIA


FAMILIAR. RECONHECIMENTO. AVERBAÇÃO DO TEMPO RURAL ATÉ
31/10/1991, E APÓS, MEDIANTE INDENIZAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. APROVEITAMENTO
DO TEMPO DE SERVIÇO APÓS A DER. CONCESSÃO. MULTA DIÁRIA.
REDUÇÃO. (...) 4. No entanto, é possível considerar determinado
tempo de serviço ou contribuição, ou ainda outro fato ocorrido entre
o requerimento administrativo do benefício e julgamento, já que ao
juízo compete conhecer de fato constitutivo do direito posterior à
propositura da ação, nos termos do art. 462 do CPC. 5. Na hipótese,
computado o tempo de contribuição, a partir dos registros do CNIS,
até 16-05-2013, ocasião em que restaram preenchidos os requisitos
legais (tempo de contribuição e carência), é devida a aposentadoria
por tempo de contribuição integral, a contar dessa data. (...)
(TRF4, APELREEX 0003160-69.2014.404. 9999, Quinta Turma, Relatora
Taís Schilling Ferraz, D.E. 25/06/2015)

O STJ inclusive já pacificou o entendimento que “...o fato superveniente deve ser
considerado no momento do julgamento, conforme reiterados precedentes do STJ, a teor do
disposto no art.° 462 do Código de Processo Civil.”2

Insta observar que o teor do art.° 462 do “Antigo Código de Processo Civil” (Lei n. º
5.869/1973), foi inserido no art.° 493 do “Novo Código de Processo Civil”, (Lei n. º
13.105/2015).

Portanto, não se trata de decisão ultra ou extra petita a que computa os períodos
posteriores a DER para a concessão do benefício, tampouco, de violação aos princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório, neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. DIVERGÊNCIA


JURISPRUDENCIAL. INEXISTÊNCIA DE PEDIDO EXTRA PETITA.
FLEXIBILIZAÇÃO DO PEDIDO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DIVERSO DO
REQUERIDO NA PETIÇÃO INICIAL. 1. A apontada divergência deve ser
comprovada, cabendo a quem recorre demonstrar as circunstâncias
que identificam ou assemelham os casos confrontados, com
indicação da similitude fática e jurídica entre eles. Indispensável a
transcrição de trechos do relatório e do voto dos acórdãos recorrido e
paradigma, realizando-se o cotejo analítico entre ambos, com o
intuito de bem caracterizar a interpretação legal divergente. O

1
SAVARIS, José Antonio. Direito Processual Previdenciário. 5 ed. rev. atual. Curitiba: Alteridade, 2014.
p. 123.
2
STJ RECURSO ESPECIAL Nº 1.426.034, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data
de Julgamento: 05/06/2014, T2 - SEGUNDA TURMA).
desrespeito a esses requisitos legais e regimentais (art. 541, parágrafo
único, do CPC e art. 255 do RI/STJ) impede o conhecimento do
Recurso Especial com base na alínea "c", III, do art. 105 da
Constituição Federal.
2. É firme o posicionamento do STJ de que, em matéria
previdenciária, deve-se flexibilizar a análise do pedido contido na
petição inicial, não se entendendo como julgamento extra ou ultra
petita a concessão de benefício diverso do requerido na inicial.
Precedentes: REsp 1499784/RS, minha relatoria, Segunda Turma, DJe
11/2/2015, AgRg no REsp 1247847/SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares
Da Fonseca, Quinta Turma, DJe 25/06/2015, AgRg no REsp
1.367.825/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
29/4/2013 e AgRg no REsp 861.680/SP, Rel. Ministro Arnaldo Esteves
Lima, Quinta Turma, DJe 17/11/2008.
3. Recurso Especial provido.
(REsp 1568353/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 05/02/2016)

Desta forma, é possível que período de contribuição posterior ao requerimento


administrativo e as alterações legislativas supervenientes sejam utilizadas para o
preenchimento dos requisitos legais para concessão do benefício previdenciário em favor do
autor.

VI. DA COISA JULGADA - SECUNDUM EVENTUM PROBATIONES

Tendo em vista que o caso em comento trata-se de lide previdenciária, se as provas


forem insuficientes/deficiente, a parte autora requer que a coisa julgada seja feita segundo o
resultado da prova, isso é, secundum eventum probationes.

Desta feita, se no futuro for alcançada nova prova, poderá a autora propor nova ação,
tratando-se de relação jurídica continuativa, sobrevindo modificação do estado de fato ou de
direito, conforme entendimento estabelecido nos precedentes que seguem relacionados: RI
5006812-44.2012.404.7003, Terceira Turma Recursal do PR, Relator p/ Acórdão José Antônio
Savaris, julgado em 05/06/2013; Pedido de uniformização 0031861-11.2011.403.6301, TNU,
Relatora Nelinda Duda da Cruz, julgado em 07/05/2015, STJ, REsp 1.352.721-SP, Relator
Ministro Napoleão Nunes Maia filho, dje 28/04/2016.

VII. DA SEPARAÇÃO DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS

O direito a separação dos honorários advocatícios contratuais, previsto no artigo 22


da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constituído,
deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente, desde que apresentado o contrato
de honorários com cláusula expressa
Porquanto, é possível a separação do percentual dos honorários contratuais relativo
aos valores que a parte autora venha receber, no caso de total ou parcial procedência da
presente ação, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra espécie de composição ou de
reconhecimento da pretensão ora requerida pelos órgãos estatais.

VIII. DOS PREQUESTIONAMENTOS

Pelo princípio da eventualidade, o que se admite apenas para fins de argumentação,


caso superado todo o embasamento traçado para firmar o convencimento judicial sobre o
direito que assiste à parte autora, impende deixar prequestionadas eventuais violações aos
dispositivos constitucionais e às legislações infraconstitucionais acima mencionados, com o fito
único de viabilizar o ingresso à via recursal junto aos tribunais superiores, quais sejam o
Colendo Superior Tribunal de Justiça e o Egrégio Supremo Tribunal Federal.

IX. DO PEDIDO

Ante o exposto, a parte autora requer:

a) A citação do INSS, em razão do exposto no art.° 239 e seguintes da Lei


13.105/2015, na pessoa de seu representante legal para, querendo, apresentar
defesa e acompanhar a presente ação; sob pena dos efeitos da revelia;

b) A intimação do INSS para que junte aos autos cópia do processo administrativo
(42/000.000.000-9) na íntegra, CNIS atualizado do segurado e eventuais
documentos de que disponham e que se prestem para o esclarecimento da
presente causa; em conformidade com o § 1. ° do art.° 373 da Lei 13.105/2015;

c) A parte autora requer que NÃO seja designação de audiência de conciliação nos
termos do art.° 334 da 13.105, de 16 de março de 2015;

d) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora requer que a presente ação
seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, fazendo coisa julgada secundum
eventum probationes, homologando a contagem administrativa do INSS e
condenando-o:

d.1) A reconhecer os períodos laborados em atividade especial de


07/08/1993 a 28/04/1995, 29/04/1995 a 05/03/1997 e de 06/03/1997 a
01/01/2016; com aplicação do fator 1,40; em razão da exposição do segurado
a fatores de risco à saúde e a integridade física (ELETRICIDADE), conforme
restou demonstrado mediante prova material acostada aos autos;

e) Condenar o Réu a conceder à parte demandante o benefício de aposentadoria


por tempo de contribuição, em sua forma Integral ou proporcional,
priorizando-se a forma de cálculo mais vantajosa ao segurado, desde a data do
requerimento administrativo referente ao NB 42/000.000.000-9; DER
01/01/2016; ou em outra data mais benéfica ao autor;

e.1) Alternativamente, caso vossa Excelência entenda que o autor não


preencha todos os requisitos necessários para concessão de aposentadoria
especial ou por tempo de contribuição na DER, requer-se, desde já, seja esta
reafirmada/relativizada para a data na qual o autor implementou todos os
requisitos indispensáveis à concessão do benefício de aposentadoria especial
ou aposentadoria por tempo de contribuição; ou, ainda, para a data do
ajuizamento da ação, da citação do réu, ou da prolação da sentença, inclusive
com apreciação das atividades especiais desempenhadas até então, se for o
caso, devendo ser-lhe oportunizada a escolha pelo benefício que lhe for mais
vantajoso. Atentando-se para que o período reconhecido como especial seja
convertido pelo fator 1,4 e o acréscimo resultante dessa conversão deverá ser
averbado a contagem final;

f) Condenar o réu ao pagamento de todas as parcelas vencidas desde a data da


DER originária ou relativizada, bem como ao pagamento das parcelas vincendas,
devendo todos os valores serem monetariamente corrigidos, inclusive acrescidos
dos juros moratórios à razão de 1% ao mês a contar da citação, incidentes até a
data do efetivo pagamento, a ocorrer por meio de RPV/precatório;

g) Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;

h) Deferir a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial juntada


de documentos, produção de prova pericial, depoimento pessoal do autor e
oitiva de testemunhas e o que mais o deslinde do feito vier a exigir;

i) Determinar a separação dos honorários contratuais de 30% do montante devido


ao autor, conforme contrato de prestação de serviço, ao NOME E DADOS DO
ESCRITÓRIO; e

j) Que seja concedida a parte Autora os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA,


assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pelo Novo Código de
Processo Civil, nos termos do artigo 98 e seguintes, por se tratar a parte autora
de pessoa pobre na mais lídima acepção jurídica do termo, não possuindo meios
suficientes para custear eventuais despesas processuais e/ou verbas de
sucumbência sem o imediato prejuízo do próprio sustento e de seus familiares,
vide declaração firmada pela parte Autora que segue em anexo.

Dá-se a causa o valor de R$ 39.430,44 (trinta e nove mil, quatrocentos e trinta reais e
quarenta e quatro centavos) para fins processuais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.

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