Você está na página 1de 11

EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA ______VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL


PREVIDENCIÁRIO DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BELO HORIZONTE/MG.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, aposentada, inscrita no CPF sob


o nº: xxxxxxxxxxxxxxxx, portador da Carteira de Identidade nº: MG – xxxxxxxxxx,
beneficio previdenciário nº xxxxxxxxxxxxx, com residência na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vem
perante Vossa Excelência, por seu advogado que abaixo assina, propor a presente:

AÇÃO DE REVISÃO DA APOSENTARIA PROPORCIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO


CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM

Contra o INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – com


endereço na Rua Espírito Santo nº 54, bairro Centro em Belo Horizonte/MG, pelo fatos e
fundamentos que se segue:

I - DOS FATOS

A autora foi empregada das empresas


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nos
seguintes períodos: 08/11/1976 a 08/01/1977; 10/01/1977 a 01/08/1977;
01/09/1977 a 04/02/1978; 15/02/1978 a 14/05/1979; 17/09/1979 a
02/03/1987; 17/09/1979 a 30/09/1984; 01/10/1984 a 02/03/1987;
04/03/1987 a 30/06/1988; 01/07/1988 a 01/12/1995; 01/03/1996 a
09/11/2003, conforme documentos anexos.

Após sua saída da última empresa, foi concedido à autora aposentadoria


proporcional por tempo de serviço, sendo esta datada de 10/11/2003, doc. anexo.

Contudo, ao ser concedido à autora sua aposentadoria proporcional por tempo


de serviço, desprezou, a autarquia requerida, todo o tempo acima mencionado, no qual a
autora laborou em atividade sujeita à condições especiais, que por sua vez garantiam à
autora sua conversão em tempo comum.

No que tange às atividades especiais as quais era submetido a autora, verifica-


se que este sempre laborou em condições de ruído superiores ao nível desejável,
vez que este sempre foi superior a 91,5 dB, e mais que isto, esteve o autor sempre em
contato com outros fatores de riscos comuns em empresas do ramo de comercio de ferro
para construção.

Dessa forma, se tivesse, quando dos cálculos do tempo de serviço para


concessão da aposentadoria, sido levado em consideração pela autarquia requerida a
sujeição da autora aos agentes agressivos “ruído” e demais elementos prejudiciais à saúde,
teria a autora gozado da conversão do tempo especial em tempo comum que lhe é de
direito, o que conferiria ao mesmo aposentadoria integral e não proporcional, como a que
lhe foi conferido.

Assim sendo, destaca-se que a autarquia interferiu diretamente nos cálculos do


benefício da autora ao não considerar o tempo em que este exerceu atividade especial,
reduzindo, assim, de forma significativa o benefício previdenciário da mesma.

Diante deste fato, é inquestionável que a desconsideração do período trabalhado em


atividade especial, é lesiva ao suplicante.

II – DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELA AUTORA

O período acima relacionado laborado pela autora, configura-se, sem dúvida


como atividade especial, de acordo com a simples análise dos documentos e laudos anexos.

Da análise dos referidos laudos, percebe-se claramente que a autora, ao


exercer seus cargos, sempre esteve exposto à vários fatores de risco, dentre eles ruído,
calor, luminosidade, poeiras, agentes químicos, todos acima do nível suportável e
desejável.

No que tange o fator de risco “ruído” ao qual sempre esteve exposto a autora,
destaca-se que este sempre foi em níveis superiores ao desejável, sendo que estes foram
de no mínimo de 88 dB, conforme se pode verificar nos documentos anexos.

Os trabalhados exercidos sob o fator de risco “ruído” encontra-se hoje


interpretados pela Instrução Normativa 95/INSS/DC, de 07/10/03, com redação dada pela
IN 99, de 05/12/03, na qual se considera que a exposição ocupacional a ruído é
ensejadora de aposentadoria especial quando for superior a 80 dB, até 05 de
março de 1.997; 90 dB, de 06 de março de 1.997 a 18 de novembro de 2003 ou 85
dB, a partir de 19 de novembro de 2003.

De acordo com os dados acima, é inquestionável que o ruído ao qual ficou


exposto a autora, é inegavelmente prejudicial à sua saúde, fazendo-o, portanto, portador do
direito de usufruir da conversão pretendida.

Pacífica é a nossa jurisprudência no que tange ao nível de dB desejáveis, para


aqueles que trabalham diretamente em contato com “ruídos”, variando estes de 80 a 88
dB, das quais destacamos, in verbis:

“PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


SERVIÇO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES INSALUBRES
ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.032/95. DECRETO Nº 58.381/64.
EXPOSIÇÃO A RUÍDO 88 DECIBÉIS E CADMIO. OCORRÊNCIA. TERMO
INICIAL. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratando-se de


período anterior à vigência da Lei n. 9.032/95, basta que a atividade seja
enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo
necessário laudo pericial.

2. Em face da concomitância da vigência dos Decretos nº 53.831/64 e nº


83.080/79, passou a ser adotado o limite menor para fins de concessão da
aposentadoria especial (exposição a ruído superior a 80 decibéis), Comprovado
por meio de documento hábil o trabalho do autor nos períodos requeridos na
inicial (17.04.1975 a 11.04.1986 e 11.05.1987 a 28.04.1995), exposto a
agentes nocivos à própria saúde, cádmio e RUÍDO SUPERIOR A 88
DECIBÉIS, tem direito ao reconhecimento da natureza especial do
tempo de serviço prestado, com a correspondente concessão do
benefício, razão pela qual não merece reforma a r. sentença recorrida.
3. Acompanhando o entendimento adotado pela e. Segunda Turma, é de fixar-
se como termo inicial a data do ajuizamento da ação, consoante art. 49, II, da
Lei nº 8.213/91.

4. Quanto ao curso dos juros de mora, devem estes ser contados a partir da
citação os referentes a parcelas vencidas antes dela e a partir de cada mês de
referência os incidentes sobre as parcelas vencidas após a data da citação, no
percentual de 1% (um por cento) ao mês, conforme entendimento esposado
pela Segunda Turma no julgamento da AC nº 1999.01.00.068756-0/DF,
relatada pelo eminente Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian 5.
Quanto à atualização monetária, é a orientação jurisprudencial assente nesta
Corte a de que, em se cuidando de parcelas relativas a benefícios
previdenciários, incide desde o momento em que cada prestação se tornou
devida, devendo-se observar os índices decorrentes da aplicação da Lei nº
6.899/81 e legislação posterior pertinente, conforme Manual de Cálculos do
colendo Conselho da Justiça Federal. 6. Relativamente aos honorários
advocatícios em causas previdenciárias, consoante precedentes desta Turma, a
fixação se dá em quantia equivalente a 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação, definindo-o como a soma das parcelas vencidas até a data em que
iniciado o julgamento deste recurso, em simetria com a Súmula nº 111 do STJ,
já que a condenação surge neste momento. (AC 1998.40.00.000452-8-PI - Rel.
Des. Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN - JUIZ FEDERAL LINCOLN RODRIGUES
DE FARIA (CONV.) - SEGUNDA TURMA - Publ. 28.11.2005 DJ p.50).

7. O INSS está isento do pagamento das custas processuais, nos termos do art.
8º, § 1º, da Lei nº 8.620, de 05/01/1993.

8. Negado provimento à Apelação e à Remessa tida por interposta.” (AC –


2004.01.99.041349-1/MG - DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM
MEGUERIAN – SEGUNDA TURMA – 22/03/2006)

“PREVIDENCIÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE


IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA AFASTADA - APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO - CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL - AGENTE
NOCIVO: RUÍDO COM MÉDIA SUPERIOR AO LIMITE REGULAMENTAR -
DIREITO ADQUIRIDO À FORMA DE CONTAGEM DO TEMPO - DECRETOS Nº
53.831/64, 83.080/79, 2.172/97, 3.048/99 E 611/92 - CONVERSÃO -
APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDAS.

1. A prova documental apresentada pelo impetrante-recorrido autoriza por si o


ajuizamento do mandado de segurança. Preliminar de impropriedade da via
eleita rejeitada.

2. "O segurado que presta serviço em condições especiais, nos termos da


legislação então vigente, e que teria direito por isso à aposentadoria especial,
faz jus ao cômputo do tempo nos moldes previstos à época em que realizada a
atividade. Isso se verifica à medida em que se trabalha. Assim, eventual
alteração no regime ocorrida posteriormente, mesmo que não mais reconheça
aquela atividade como especial, não retira do trabalhador o direito à contagem
do tempo de serviço na forma anterior, porque já inserida em seu patrimônio
jurídico" (STJ; RESP 425660/SC; Relator Min. FELIX FISCHER DJ 05/08/2002,
p. 407;).

3. Para os períodos anteriores à edição da Lei nº 9.032/95, não há necessidade


de comprovação de exposição permanente e efetiva aos agentes nocivos, pois
as exigências introduzidas pela nova lei não se aplicam retroativamente.
Orientação expressa na Instrução Normativa 84 do INSS, DE 22.01.2003 (ART.
146), reiterada por entendimento desta Turma (AMS
2000.01.00.072485-0/MG, Rel. Desembargador Federal Antônio Sávio de
Oliveira Chaves, DJ 11.03.2002, p. 61).

4. Para cômputo do tempo de serviço deverá ser observada a legislação vigente


à época da prestação laboral, devendo, as alterações legislativas posteriores,
resguardar a contagem do período pretérito, em respeito aos direitos já
assegurados ao trabalhador e já inseridos em eu patrimônio jurídico (STJ, Resp
425660/SC, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 05.08.2002, p. 407).

5. A definição acerca do nível de ruído tido por agressivo à saúde e


determinante para a configuração da natureza especial do tempo de
trabalho sob sua exposição encontra-se, hoje, interpretada pela
Instrução Normativa 95/INSS/DC, de 07.10.2003, com redação dada
pela IN 99, de 05.12.2003, que considera a exposição ocupacional a
ruído ensejadora de aposentadoria especial quando for superior a 80
dB (A), até 05 de março de 1.997; 90 dB (A), de 06 de março de 1.997
a 18 de novembro de 2003 ou 85 dB (A), a partir de 19 de novembro de
2003.

6. Comprovado por Laudos Periciais e "Informações Sobre Atividades Exercidas


Em Condições Especiais" que o trabalhador, durante o exercício de suas
atividades, ficava exposto ao agente "ruído", de forma habitual e permanente,
hão de ser reconhecidos os períodos de 21.02.73 a 31.08.77 e 01.09.77 a
30.09.84 como tempo de serviço especial, com possibilidade de conversão para
tempo comum (art. 70, § 2º, Decreto nº 3.048/99, com redação do Decreto nº
4.827/03). Precedente:TRF1, Segunda Turma, AMS 2001.38.00.032643-1/MG,
Rel. Desembargador Federal Tourinho Neto, DJ 31.10.2002, p. 122).

7. Esta Corte já se posicionou no sentido de que "o uso de equipamentos de


proteção não descaracteriza a situação de agressividade ou nocividade à saúde
ou à integridade física, no ambiente de trabalho" (TRF1, Segunda Turma, AMS
2001.38.00.017669-3/MG, Rel. Desembargador Federal Tourinho Neto, DJ
24/10/2002, p. 44).

8. Devida a aposentadoria por tempo de contribuição requerida, com a


conversão do tempo especial, sendo certo que, uma vez implementadas as
condições para concessão do benefício antes do advento da Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/1998, as inovações constitucionais não atingem
o direito adquirido.

9. O benefício deverá ser concedido a partir do requerimento administrativo,


mas com efeitos financeiros a partir do ajuizamento do mandado de segurança,
conforme decidido pelo Juízo a quo. 10. Preliminar rejeitada. Apelação e
Remessa Oficial improvidas.” (AMS - 2000.38.00.029539-2/MG - APELAÇÃO EM
MANDADO DE SEGURANÇA - DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ GONZAGA
BARBOSA MOREIRA – 28/11/2005)

Assim sendo, é certo e inquestionável que a autora exerceu nos referidos


períodos atividades classificadas como especial, sendo estes mesmos períodos passíveis de
conversão em tempo comum, direito este que conferirá à autora a majoração de seu
benefício previdenciário.

III – DO DIREITO A CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM

A lei 8.213/91 disciplina em seu artigo 52 e 53 a aposentadoria por tempo de


serviço, in verbis:

“Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço será devida, cumprida a


carência exigida nesta lei, ao segurado que completar 25 (vinte e cinco) anos
de serviço, se do sexo feminino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo masculino.

Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, observado o disposto na Seção


III deste capítulo , especialmente no art. 33, consistirá numa renda mensal de:
I – ................................................................................................

II – para o homem: 70% (setenta por cento) do salário-de-benefício


aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste para
cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço.”
(grifo nosso)

Analisando a legislação acima transcrita e a contagem feita pela autarquia requerida


dos anos trabalhados e o coeficiente de 70% do salário de benefício concedidos na
aposentadoria proporcional, é evidente que não foi considerado no ato da contagem o
período trabalhado em serviço especial.

Para melhor esclarecer, ressalte-se que tempo de serviço especial é aquele,


conforme acima mencionado decorre de serviços prestados sob condições
prejudiciais à saúde ou em atividades com riscos superiores aos normais para o
segurado.

Assim sendo, pode-se facilmente observar que todo o tempo trabalhado pela autora
nas empresas mencionadas é considerado tempo de serviço especial, haja vista que o
autor sempre esteve exposto a fatores prejudiciais à saúde e/ou riscos superiores aos
normais para o segurado.

No que tange a legislação que garante à autora o direito à conversão do


tempo especial em comum, citemos o Decreto 3.048/99, in verbis:

“Art.70. .....................................................................................

Parágrafo único. O tempo de trabalho exercido até 5 de março de 1997,


com efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos químicos,
físicos, biológicos ou associação de agentes constantes no Quadro
Anexo ao Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964; e do anexo do
Decreto nº 83.080 de 24 de janeiro de 1979, e até 28 de maio de 1998,
constantes do Anexo IV do Regulamento dos Benefícios da Previdência
Social, aprovado pelo Decreto nº 2.172 de 5 de março de 1997, será
somado, após a respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido
em atividade comum, desde que o segurado tenha completado, até as
referidas datas, pelo menos vinte por cento do tempo necessário para
a obtenção da respectiva aposentadoria.”

Dessa forma, analisando o texto legal acima citado e a data da aposentadoria da


autora, qual seja, 10/11/2003, é inquestionável o direito do mesmo à conversão do tempo
em que laborou em atividade profissional considerada prejudicial à saúde em tempo
comum, afim de que lhe seja concedida revisão para a aposentadoria integral (100%).

Sobre o assunto vasta é a jusrisprudência dos nossos Tribunais, das quais citamos:

“Processo : AC 2004.38.03.000466-1 /MG ; apelação civel


Relator : Des. Federal Antonio Sávio de Oliveira Chaves
Órgão Julgador : Primeira Turma
Publicação: 06/03/2006 – DJ p. 77
Data da Decisão :12/12/2005

Decisão: A Turma por unanimidade, rejeitou a preliminar e deu parcial


provimento à apelação e à remessa oficial.

Ementa:

PREVIDENCIÁRIO.CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EXPOSIÇÃO A AGENTES
INSALUBRES. TRABALHO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERNITENTE. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. REQUISITOS.
POSSIBILIDADE. JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. PRELIMINAR DE
JULGAMENTO EXTRA PETITA REJEITADA.
01.- “O pedido é aquilo que se pretende com a instauração da demanda e se
extrai a partir de uma interpretação lógico-sistemática do afirmado na petição
inicial, recolhendo todos os requerimentos feitos em seu corpo, e não só
aqueles constantes em capítulos específicos ou sob a rubrica “dos pedidos
(STJ, Resp. 120.299-ES, Rel. Min. Sávio de Figueiredo,DJU de 21.09/98).
estando a sentença em plena conformidade com a postulação,não se pode falar
em decisão extra petita. Preliminar rejeitada.
02.- ESTANDO DEVIDAMENTE COMPROVADO O EXECÍCIO DE
ATIVIDADE PROFISSIONAL CONSIDERADA PREJUDICIAL À SAÚDE, O
SEGURADO TEM DIREITO À CONVERSÃO DO TEMPO DE ATIVIDADE
ESPECIAL EM TEMPO DE ATIVIDADE COMUM PARA FINS DE
APOSENTADORIA.
03.- Entretanto, por não alcançar a contagem de trinta anos de serviço na data
da promulgação da Emenda Constitucional 20/98, o segurado terá direito a
aposentadoria, aplicando-se a regra da transição prevista no art. 9º da referida
Emenda Constitucional.
04.- É considerada insalubre, para fins de contagem de tempo especial,a
atividade desenvolvida com exposição a ruido acima de 80dB, conforme o item
1.1.6 do anexo ao Dec. 53.831/64.- Somente apartir de 05.03/.1997, data da
entrada em vigor do Decreto 2.172/97, possou-se a exigir a exposição a nivel
superior a 90 dB,nos termos do seu Anexo IV.
05.- A Primeira Turma, majoritariamente, fixou o entendimento de que os
juros são devidos à razão de 1% ao mês, a partir da citação,considerada a
natureza alimentar da divida, na linha de orientação do STJ (Quinta Turma,
Resp. 314.181/AL, Rel, Min. Félix Fischer, unânime, DJ. 05.11.2001; Quinta
Turma AGREsp 289.543/RS, Rel. Min. Jorge Scartezzini, unânime, DJ
19.11.2001, p. 301.
06.- A Correção monetária deve ser calculada de acordo com a lei 6899/81, a
partir do vencimento de cada parcela,nos termos das súmulas 43 e 148 do
STJ.
07.- Honorários advocaticios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre
prestações vincendas. (Súmula 111/STJ.).
08.- Apelação a remessa oficial a que se dá parcial provimento. (grifo nosso)

“Processo: AMS 2003.38.00.014731-8/MG; APELAÇÃO EM MANDADO SE


SEGURANÇA
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO SÁVIO DE OLIVEIRA CHAVES
Órgão Julgador: Primeira Turma
Publicação: 06/02/2006 - DJ p.29
Data da Decisão: 19.10.2005
Decisão: A Turma, por unanimidade rejeitou as preliminares, negou
provimento à apelação e deu parcial provimento à remessa oficial.

Ementa

PREVIDENCIÁRIO.CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EXPOSIÇÃO A AGENTES
INSALUBRES. TRABALHO PERMANENTE, NÃO OCASIONAL NEM
INTERNITENTE. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. REQUISITOS.
POSSIBILIDADE. JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. PRELIMINAR DE
JULGAMENTO EXTRA PETITA REJEITADA.EFEITOS PATRIMONIAIS: DATA DA
IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA.
01.- Insurgindo-se a impetrante contra o ato da autoridade impetrada que lhes
negou aposentaria por tempo de serviço e comprovados os fatos por
documentos, é adequada a via processual escolhida. Preliminar rejeitada.
02.-Recurso administrativo não se confunde com mero pedido de
reconsideração. Achando-se o primeiro previsto nas normas legais ou
regulamentares, tem o condão, quando atempadamente utilizado,de impedir a
fluição do prazo decadencial, ainda que não disponha de efeito suspensivo,eis
que a decisão da Administração somente se aperfeiçoa após o seu exame pelo
órgão de superior hierarquia “ (TRF 1ª Região, 1ª Turma, AMS
96.01..47132/MG). Preliminar rejeitada.
03.- ESTANDO DEVIDAMENTE COMPROVADO O EXECÍCIO DE
ATIVIDADE PROFISSIONAL CONSIDERADA PREJUDICIAL À SAÚDE, O
SEGURADO TEM O DIREITO À CONVERSÃO DO TEMPO DE ATIVIDADE
ESPECIAL EM TEMPO DE ATIVIDADE COMUM PARA FINS DE
APOSENTADORIA.
04.-È CONSIDERADA INSALUBRE,PARA FINS DE CONTAGEM DE TEMPO
ESPECIAL, A ATIVIDADE DESENVOLVIDA COM EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
ACIMA DE 80 DB, CONFORME O ITEM 1.1.6 DO ANEXO AO DECRETO
53.831/64.Somente a partir de 05.03.97 data da entrada em vigor do
Decreto 2.172/97,passou-se a exigir a exposição a nivel superior a 90dB,nos
termos do seu anexo IV.
05.-Se o trabalhador desempenha diuturnamente suas funções em locais
insalubres,mesmo que apenas em metade de sua jornada de trabalho, tem
direito ao computo do tempo de serviço especial,porque estava exposto ao
agente agressivo de modo constante,efetivo,habitual e permanente. “TRF 4ª
Região, 6ª Turma, AC 2000.04.01.073799-6 / PR.,Rel. Des. Fed. Luiz Carlos de
Castro Lugon, DJU 09.05.01, p. 96.
06.- O Uso de equipamento de proteção,não descaracteriza a situação de
agressividade ou nocividade è saúde ou à integridade física no ambiente de
trabalho.
07.-Efeitos patrimoniais da sentença limitados à data da impetração do
mandado de segurança,(Ressalva do entendimento do Relator).
08.-Apelação a que se nega provimento e remessa oficial a que se dá parcial
provimento. (grifo nosso)
Pelo acima exposto e pela garantia assegurada pelo Decreto 3.048/99, torna-se
inquestionável o direito da autora à conversão do tempo especial em tempo comum para
fins de aposentadoria por tempo de serviço integral.

IV – DA DISPENSA DE COMPROVAÇÃO À EXPOSIÇÃO DE AGENTES INSALUBRES –


PERÍODO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.032/95

Como acima mencionado, a autora trabalhou em atividade profissional especial,


elencadas nos Decretos nº 53.831/64 e nº 83.080/79, o que lhe garante o tempo de serviço
especial independente do laudo pericial até 29/04/1995, data do advento da lei 9.032, que
passou a exigir prova de efetiva submissão aos agentes nocivos.

Quanto à comprovação de atividade prejudicial a saúde exercida anteriormente ao


período de vigência da Lei 9.032/95, citemos uma das nossas várias jurisprudências, in
verbis:

“PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


SERVIÇO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES INSALUBRES
ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.032/95. DECRETO Nº 58.381/64.
EXPOSIÇÃO A RUÍDO 88 DECIBÉIS E CADMIO. OCORRÊNCIA. TERMO INICIAL.
JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratando-se


de período anterior à vigência da Lei n. 9.032/95, basta que a atividade
seja enquadrada nas relações dos Decretos 53.831/64 ou 83.080/79,
não sendo necessário laudo pericial.

2. Em face da concomitância da vigência dos Decretos nº 53.831/64 e nº


83.080/79, passou a ser adotado o limite menor para fins de concessão da
aposentadoria especial (exposição a ruído superior a 80 decibéis), Comprovado
por meio de documento hábil o trabalho do autor nos períodos requeridos na
inicial (17.04.1975 a 11.04.1986 e 11.05.1987 a 28.04.1995), exposto a
agentes nocivos à própria saúde, cádmio e ruído superior a 88 decibéis, tem
direito ao reconhecimento da natureza especial do tempo de serviço prestado,
com a correspondente concessão do benefício, razão pela qual não merece
reforma a r. sentença recorrida. 3. Acompanhando o entendimento adotado
pela e. Segunda Turma, é de fixar-se como termo inicial a data do ajuizamento
da ação, consoante art. 49, II, da Lei nº 8.213/91.

4. Quanto ao curso dos juros de mora, devem estes ser contados a partir da
citação os referentes a parcelas vencidas antes dela e a partir de cada mês de
referência os incidentes sobre as parcelas vencidas após a data da citação, no
percentual de 1% (um por cento) ao mês, conforme entendimento esposado
pela Segunda Turma no julgamento da AC nº 1999.01.00.068756-0/DF,
relatada pelo eminente Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian 5.
Quanto à atualização monetária, é a orientação jurisprudencial assente nesta
Corte a de que, em se cuidando de parcelas relativas a benefícios
previdenciários, incide desde o momento em que cada prestação se tornou
devida, devendo-se observar os índices decorrentes da aplicação da Lei nº
6.899/81 e legislação posterior pertinente, conforme Manual de Cálculos do
colendo Conselho da Justiça Federal. 6. Relativamente aos honorários
advocatícios em causas previdenciárias, consoante precedentes desta Turma, a
fixação se dá em quantia equivalente a 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação, definindo-o como a soma das parcelas vencidas até a data em que
iniciado o julgamento deste recurso, em simetria com a Súmula nº 111 do STJ,
já que a condenação surge neste momento. (AC 1998.40.00.000452-8-PI - Rel.
Des. Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN - JUIZ FEDERAL LINCOLN RODRIGUES
DE FARIA (CONV.) - SEGUNDA TURMA - Publ. 28.11.2005 DJ p.50).

7. O INSS está isento do pagamento das custas processuais, nos termos do art.
8º, § 1º, da Lei nº 8.620, de 05/01/1993.” (AC. 2004.01.99.041349-1/MG;
APELAÇÃO CÍVEL – DECISÃO: 22/03/06 – JUIZ FEDERAL FRANCISCO NEVES
DA CUNHA)

Dessa forma, é certo o direito do autor em converter o período trabalhado em


atividade especial em comum, de acordo com a sistemática vigente à época em que o labor
foi executado, independentemente de comprovação.

V – DO DIREITO ÁS PARCELAS PAGAS A MENOR

Como se pôde perceber pelos fundamentos e jurisprudência acima


colacionados, é inquestionável o direito da autora em ver convertido o tempo de atividade
especial em tempo comum, sendo, conseqüentemente, indiscutível o direito do autor em
perceber as parcelas que he foram pagas a menor.

Assim, diante do indiscutível direito da autora, é evidente que esteve esta,


desde data da concessão do seu benefício, injustamente privada de valores que teria o
direito de perceber, e que ora pretende cobrar, valendo ressaltar que a referida privação se
deve ao fato de autarquia ré não ter observado de forma adequada as regras da concessão
do benefício da autora.

Desta forma, está a autora a pleitear os valores negados, devendo ser


apurados mensalmente pela autarquia requerida, respeitada a prescrição qüinqüenal, que
deverão ser atualizados monetariamente, com incidência de juros legais, até a data do
efetivo pagamento.

VI - DOS PEDIDOS

Pelo acima exposto, requer a condenação do INSS a:


01).- Averbar em favor da autora o período em litígio laborado em condições
especiais, convertendo-se o tempo de serviço especial em tempo de serviço comum;

02).- A conversão de sua APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR TEMPO DE


SERVIÇO para APOSENTADORIA INTEGRAL POR TEMPO DE SERVIÇO, com a
necessária revisão do tempo trabalhado em atividade especial; dos cálculos e do tempo de
contribuição e de trabalho, considerando 100% para calculo da RMI no calculo do beneficio;

03).- Conceder ao requerente APOSENTADORIA INTEGRAL por tempo de


serviço ou contribuição, bem como a pagar as diferenças havidas, vencidas e vincendas,
corrigidas monetariamente, respeitada a prescrição qüinqüenal, desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais moratórios, incidentes até a data do efetivo
pagamento, a ser apurado e calculado.

04).- A Citação do Instituto do Seguro Social – INSS, bem como sua intimação
para que, até a audiência de tentativa de conciliação, junte aos autos o processo
administrativo;

05).- A concessão do beneficio da assistência judiaria gratuita por ser o autor


pobre na acepção legal do termo;

06).- A Condenação do INSS, nas custas, verba honorário na base de 20%, e


despesas na forma da lei;

Da-se o Valor de R$ 1.000,00 para efeito de alçada

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Belo Horizonte, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
OAB/

Você também pode gostar