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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG
RELATÓRIO
É o relatório.
VOTO
No tocante à prova do labor rural, cumpre registrar que o eg. Superior Tribunal de
Justiça adotou, em matéria previdenciária, a solução pro misero, dada a notória dificuldade dos
trabalhadores rural em comprovar todo o período de atividade. Assim sendo, não há um rol
taxativo dos documentos necessários, sendo possível aceitar como início razoável de prova
material documentos públicos como, por exemplo, Certidão de Casamento, Certidão de Óbito do
cônjuge, Certidão de Nascimento de filhos, Certificado de Reservista etc, nos quais esteja
especificada a profissão da parte autora ou de seu cônjuge como trabalhador rural. Neste sentido
o entendimento manifestado no julgamento REsp 267.355/MS, relatado pelo Ministro Jorge
Scartezzini, publicado no DJ 20.11.2000, do seguinte teor: “A qualificação profissional de lavrador
ou agricultor do marido, constante dos assentamentos de registro civil, é extensível à esposa, e
constitui indício aceitável de prova material do exercício da atividade rural...”.
Assim sendo, deve ser reconhecido o tempo de serviço rural prestado no período
de 08/04/1966 a 31/12/1966 e 01/01/1969 a 01/04/1972, para fins de aposentadoria no RGPS,
sem necessidade de indenização dos recolhimentos.
devida, deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal,
aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, tendo em vista a
imprestabilidade da TR como índice de correção monetária de débitos judiciais, conforme
fundamentos utilizados pelo STF no julgamento das ADI nº 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no
julgamento do REsp nº 1.270.439/PR, pelo rito do art. 543-C do CPC.
É como voto.