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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG

RELATÓRIO

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES


BRANDÃO (RELATOR): Trata-se de apelação interposta pelo INSS de sentença que julgou
procedente o pedido que visava o reconhecimento de tempo de serviço e a consequente
concessão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a partir da data do
requerimento administrativo, datado de 25/10/2010.

Correção monetária sobre as verbas em atraso, a que se acrescem juros de mora e


honorários advocatícios, fixados em 5% (cinco por cento) sobre o valor da condenação, a cargo
da autarquia.

Em suas razões de apelação, o INSS sustenta, que não restou comprovado o


tempo de serviço rural, a necessidade de indenização das contribuições do período rural, a
impossibilidade de reconhecimento de tempo de serviço com base tão somente em sentença
trabalhista e a inexistência de prova material do período compreendido entre 01/10/1979 a
30/07/1987. Requer, assim, a reforma integral da sentença.

Houve remessa oficial.

É o relatório.

Nº Lote: 2016117327 - 2_2 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG

VOTO

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES


BRANDÃO (RELATOR): A controvérsia dos autos diz respeito ao reconhecimento de tempo de
serviço em atividade rural além de tempo de serviço anotado em Carteira de Trabalho e
Previdência Social e tempo de serviço decorrente de vínculo empregatício reconhecido em ação
trabalhista.

O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de


vigência da Lei n. 8.213/91, será computado, independentemente do recolhimento das
contribuições a ele correspondentes (art. 55, § 2º, da Lei n. 8.213/91), desde que o tempo
computado se destine à aposentadoria rural de segurado obrigatório ou especial e para
aposentadoria urbana dentro do Regime Geral de Previdência Social.

No tocante à prova do labor rural, cumpre registrar que o eg. Superior Tribunal de

Justiça adotou, em matéria previdenciária, a solução ​pro misero, dada a notória dificuldade dos
trabalhadores rural em comprovar todo o período de atividade. Assim sendo, não há um rol
taxativo dos documentos necessários, sendo possível aceitar como início razoável de prova
material documentos públicos como, por exemplo, Certidão de Casamento, Certidão de Óbito do
cônjuge, Certidão de Nascimento de filhos, Certificado de Reservista etc, nos quais esteja
especificada a profissão da parte autora ou de seu cônjuge como trabalhador rural. Neste sentido
o entendimento manifestado no julgamento REsp 267.355/MS, relatado pelo Ministro Jorge
Scartezzini, publicado no DJ 20.11.2000, do seguinte teor: ​“A qualificação profissional de lavrador
ou agricultor do marido, constante dos assentamentos de registro civil, é extensível à esposa, e
constitui indício aceitável de prova material do exercício da atividade rural...”.

Analisando os autos verifico que os documentos trazidos com a inicial, em especial


Certidão emitida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (fls. 68/69) informando
a atividade rural em regime de economia familiar, certificado de dispensa de incorporação (fl. 181),
Declaração de produtor rural em nome de genitor, dentre outros, são válidos como início de prova
material da atividade rural alegada, vez que apontam o desempenho do trabalho campesino,
conforme entendimento jurisprudencial pacificado nesta e. Corte.

Saliento, por oportuno, que conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça


não é necessário que o início de prova documental abranja todo o período a ser comprovado,
sendo necessário tão somente que este início de prova seja devidamente corroborado pela prova
testemunhal, ​verbis:

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AÇÃO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


IDADE. RURÍCOLA. DOCUMENTO NOVO. CERTIDÃO DE CASAMENTO.
SOLUÇÃO PRO MISERO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL
CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL. PEDIDO
PROCEDENTE.
1. Esta Corte, ciente das inúmeras dificuldades por que passam os
trabalhadores rurais, vem se orientando pelo critério pro misero,
abrandando o rigorismo legal relativo à produção da prova da condição de
segurado especial. Em hipóteses em que a rescisória é proposta por
trabalhadora rural, tem se aceitado recorrentemente a juntada a posteriori
de certidão de casamento, na qual consta como rurícola a profissão do
cônjuge (precedentes). Se se admite como início de prova documental a
certidão na qual somente o cônjuge é tido como rurícola, com muito mais
razão se deve admitir, para os mesmos fins, a certidão na qual o próprio
autor é assim qualificado. A certidão de casamento é, portanto, documento
suficiente a comprovar o início da prova material exigido por lei a
corroborar a prova testemunhal.
2. Diante da prova testemunhal favorável ao autor, estando ele dispensado
do recolhimento de qualquer contribuição previdenciária e não pairando
mais discussões quanto à existência de início suficiente de prova material
da condição de rurícola, o requerente se classifica como segurado
especial, protegido pela lei de benefícios da previdência social - art. 11,
inciso VII, da Lei 8.213/91.
3. Pedido procedente.
AR 3.771/CE, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010, DJe 18/11/2010.

PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. DECLARATÓRIA.


RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO. TRABALHADOR
RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL.
DESNECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES
CORRESPONDENTES AO PERÍODO AVERBADO. VERBA
HONORÁRIA.
1. Demonstração simultânea do início de prova material e da prova
testemunhal acerca do exercício das atividades rurícolas da parte autora.
2. Nesse contexto, "é firme a linha de precedentes nesta Corte e no STJ
no sentido de que o início razoável de prova material pode projetar efeitos
para período de tempo anterior ou posterior ao nele retratado, desde que
corroborado por segura prova testemunhal. Ressalva de entendimento em
sentido contrário do Relator." AC 2002.37.01.001564-0/MG, TRF-1ª
Região, Relator Juiz Federal Iran Velasco Nascimento (Convocado),
Segunda Turma, julgado em 02/10/2006.
[...]
6. Apelação e remessa parcialmente providas.
AC 0033971-20.2004.4.01.9199/MG, Rel. Desembargadora Federal
Neuza Maria Alves da Silva, Segunda Turma, e-DJF1 p.63 de 29/07/2010.

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Assim sendo, deve ser reconhecido o tempo de serviço rural prestado no período
de 08/04/1966 a 31/12/1966 e 01/01/1969 a 01/04/1972, para fins de aposentadoria no RGPS,
sem necessidade de indenização dos recolhimentos.

Quanto ao tempo de serviço de compreendido entre 01/10/1979 e 30/07/1987 no


qual o autor era empregado da empresa LUSMIL – Empresas de Serviços Gerais, conforme
anotação na CTPS (fls. 27) e comprovantes de pagamento de salários com o desconto relativo à
contribuição previdenciária e o período compreendido entre 05/05/1998 a 12/09/2003, no qual o
autor trabalhou perante a empresa JOBI – Assistência Técnica e Prestação de Serviços Ltda,
reconhecido em ação trabalhista, não há razão para a negativa da autarquia.

Acerca do tema, cumpre ressaltar que a jurisprudência desta Corte, na esteira de


reiterados julgados proferidos no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, entende que a sentença
trabalhista pode ser considerada como início de prova material, estando apta para comprovar o
tempo de serviço prescrito no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91, desde que fundamentada em
elementos que demonstrem o exercício da atividade laborativa, na função e nos períodos
alegados.

Ademais, o fato de o INSS não ter integrado o pólo passivo da reclamatória


trabalhista em que foi reconhecido o direito às verbas salariais, não o isenta da obrigação de
proceder ao reconhecimento do tempo de serviço, mormente quando não existe nenhum indício
de fraude quanto à anotação da CTPS.

De igual modo, estando o empregador obrigado a providenciar o recolhimento das


contribuições previdenciárias em decorrência das parcelas salariais adicionais reconhecidas em
ação trabalhista em favor do empregado, não pode o ente público se escusar da obrigação de
adotar as medidas necessárias para reconhecer tempo de serviço e, oportunamente, conceder o
beneficio previdenciário ao implemento ocorrido na remuneração do segurado, bem como
utilizar-se dos meios processuais adequados, para efetuar a cobrança das contribuições devidas,
cuja falta de recolhimento não poderá ser óbice à averbação do tempo de serviço. Senão
vejamos:

PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL.


DECADÊNCIA PARA O SEGURADO REVISAR BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART.535 DO CPC.FALTA DE
INTERESSE EM RECORRER. PARCELAS REMUNERATÓRIAS
RECONHECIDAS PERANTE A JUSTIÇA DO TRABALHO. TERMO
INICIAL PARA CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO
ART. 103 CAPUT DA LEI 8.213/1991. TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA TRABALHISTA. ENTENDIMENTO QUE VEM SE FIRMANDO

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NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO ESPECIAL DO INSS


CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE NÃO PROVIDO.
1. Acerca da aplicação do prazo decadencial para o segurado revisar seu
benefício, a tese foi analisada pela Primeira Seção do Superior Tribunal
Justiça, no julgamento dos Recursos Especiais 1.309.529/PR, DJe de
4/6/2013 e 1.326.114/SC, DJe de 13/5/2013, ambos submetidos ao rito do
recurso especial repetitivo, de Relatoria do Ministro Herman Benjamin.
2. No julgamento dos representativos da controvérsia, o STJ assentou que
incide o prazo decadencial do art. 103 caput da Lei 8.213/1991, instituído
pela Medida Provisória 1.523-9/1997, convertida na Lei 9.528/1997,
também aos benefícios concedidos anteriormente a esse preceito
normativo.
3. Há dois termos iniciais para contagem do prazo decadencial previsto no
caput do art. 103 da Lei 8.213/1991: o primeiro a contar do dia primeiro do
mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação, o segundo,
quando for o caso de requerimento administrativo, do dia em que tomar
conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
4. Na hipótese de existir reclamação trabalhista em que se reconhece
parcelas remuneratórias, como a do presente caso, o STJ vem
sedimentando entendimento no sentido de que o prazo de decadência do
direito à revisão do ato de concessão do benefício flui a partir do trânsito
da sentença trabalhista. 5. Recurso especial do INSS conhecido em parte
e nessa parte não provido (STJ, REsp 1.440.868/RS, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 2/5/2014).

"PREVIDÊNCIA SOCIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA


TRABALHISTA, POSTERIOR AO DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO,
REPERCUTINDO NA BASE DE CÁLCULO DESTE. Hipótese em que o
prazo de decadência do direito à revisão do ato de concessão do benefício
flui a partir do trânsito da sentença trabalhista. Recurso especial
conhecido, mas desprovido" (STJ, REsp 1.309.086/SC, Rel. Ministro ARI
PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, DJe de 10/9/2013). Além do mais,
conforme entendimento firmado nesta Corte, o termo inicial dos efeitos da
revisão de benefício previdenciário, em decorrência de verbas salariais
reconhecidas em sentença trabalhista, deve retroagir à data da concessão
do benefício, tendo em vista que o deferimento de tais verbas representa o
reconhecimento tardio de direito já incorporado ao patrimônio jurídico do
segurado (REsp 1.489.348/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 19/12/2014).

"PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM


RECURSO ESPECIAL. SEGURADO EMPREGADO. RECOLHIMENTO DE
CONTRIBUIÇÃO. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. REVISÃO
DE BENEFÍCIO COM INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL
FIXADO NA DATA DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. PRECEDENTES.
ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. INOVAÇÃO
RECURSAL. AGRAVO DO INSS DESPROVIDO. 1. A alegada decadência
do direito do agravado e de prescrição da pretensão correspondente não

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foram objeto do Raro Apelo interposto pela Autarquia Previdenciária,


configurando, dest'arte, inovação em sede de Agravo Regimental, inviável
de análise, portanto.
2. Agravo Regimental desprovido."
(STJ, AgRg no REsp 1.416.018/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA
FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 4/4/2014.)

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. APOSENTADORIA.


CÁLCULO DA RMI. SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO. INCLUSÃO DE
PARCELAS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA. POSSIBILIDADE.
1. A sentença proferida nos autos da reclamação trabalhista é válida como
prova material para o reconhecimento de parcelas salariais devidas, sobre
as quais foram recolhidas contribuições previdenciárias; até porque, por
força do art. 28, §5º da Lei 8.212/91, as parcelas trabalhistas reconhecidas
pela Justiça do Trabalho através de sentença ou mediante acordo
homologado, e sobre as quais tenha havido recolhimento de contribuição
previdenciária, devem integrar os salários de contribuição do período
básico de cálculo do benefício, respeitado o limite máximo do salário de
contribuição.
2. Desnecessidade da integração da lide trabalhista pelo INSS, ao
fundamento que, nos termos do art. 114 da CF/88, as controvérsias
decorrentes da relação de trabalho são de competência exclusiva da
Justiça Trabalhista; bem assim, o fato de o INSS não ter participado da lide
trabalhista e a dúvida quanto à natureza das parcelas pleiteadas
judicialmente (se integrantes ou não do salário de contribuição, a teor do
disposto no art. 28 da Lei 8.212/91), não impedem a inclusão do valor
reconhecido pela Justiça Obreira no cálculo do salário de benefício porque
houve recolhimento da contribuição previdenciária.
3. Portanto, correto entendimento que as parcelas salariais reconhecidas à
parte autora por decisão judicial trabalhista, sobre as quais foram
recolhidas as contribuições previdenciárias correspondentes, integram o
respectivo salário de contribuição do mês a que se referem e devem ser
consideradas na fixação do salário de contribuição, sobre o qual será
apurada a renda mensal inicial do benefício, como decidido na sentença.
4. Apelação do INSS e remessa oficial não providas. Sentença mantida.
(AC 0005449-05.2009.4.01.3800 / MG, Rel. JUIZ FEDERAL RAFAEL
PAULO SOARES PINTO, PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 p.605 de
26/11/2015)

Portanto, devem ser reconhecidos os tempos de serviços apontados, com a


decorrente concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, desde a data do requerimento
administrativo.

A correção monetária, aplicada desde a data em que cada parcela se tornou

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devida, deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal,
aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, tendo em vista a
imprestabilidade da TR como índice de correção monetária de débitos judiciais, conforme
fundamentos utilizados pelo STF no julgamento das ADI nº 493 e 4.357/DF, e ainda pelo STJ no
julgamento do REsp nº 1.270.439/PR, pelo rito do art. 543-C do CPC.

Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em relação às parcelas


a ela anteriores, e de cada vencimento, quanto às subseqüentes, incidindo com essa taxa até a
entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, a partir de quando serão reduzidos para 0,5% ao mês,
tendo em vista que estes são os juros aplicados nas cadernetas de poupança.

Honorários advocatícios mantidos em 5% (cinco por cento) das prestações


vencidas até a prolação da sentença, observando-se a regra da Súmula 111 do STJ, ante a
ausência de recurso voluntário da parte autora e a proibição de r​ eformatio in pejus.

Ante o exposto, nego provimento à apelação do INSS e dou parcial provimento à


remessa oficial tão somente para ajustar os consectários legais.

É como voto.

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