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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO


APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROCURADOR : DF00025372 - ADRIANA MAIA VENTURINI
APELADO : LUIZ HELENO NETO
ADVOGADO : MG00133753 - MARIA CECILIA MELO TROPIA E OUTROS(AS)
REMETENTE : JUIZO FEDERAL DA 20A VARA - MG

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. URBANO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE TRABALHO RURAL. TEMPO
DE SERVIÇO CONSTANTE DA CTPS. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO. OBRIGAÇÃO DO
EMPREGADOR. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO EM LIDE TRABALHISTA.
POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS.
1. O reconhecimento de tempo de serviço como rural exige a demonstração do trabalho rural,
mediante início razoável de prova material, corroborada pela prova testemunhal produzida em
juízo, ou prova documental plena.
2. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de vigência da Lei n.
8.213/91, será computado, independentemente do recolhimento das contribuições a ele
correspondentes (art. 55, § 2º, da Lei n. 8.213/91), desde que o tempo computado se destine à
aposentadoria rural de segurado obrigatório ou especial e para aposentadoria urbana dentro do
Regime Geral de Previdência Social.
3. A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias é do empregador, com
a fiscalização do INSS. Não pode o segurado, parte hipossuficiente da relação, sofrer os ônus em
decorrentes do descumprimento da legislação por parte da empresa empregadora.
4. O fato de o INSS não ter integrado o pólo passivo da reclamatória trabalhista em que foi
reconhecido o vínculo empregatício, não o isenta da obrigação de averbação do tempo de serviço
reconhecido. Não foram apresentados quaisquer indícios de fraude na ação trabalhista.
5. A correção monetária deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça
Federal, aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da lei nº 11.960/2009.
6. Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em relação às parcelas a ela
anteriores, e de cada vencimento, quanto às subseqüentes, incidindo com essa taxa até a entrada
em vigor da Lei nº 11.960/2009, a partir de quando serão reduzidos para 0,5% ao mês, tendo em
vista que estes são os juros aplicados nas cadernetas de poupança.
7. Honorários fixados em 10% das prestações vencidas até a prolação da sentença, observando-
se a regra da Súmula 111 do STJ.
8. Apelação do INSS desprovida. Remessa oficial parcialmente provida.

ACÓRDÃO

Nº Lote: 2016117327 - 3_1 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG

Decide a Turma, por unanimidade, negar provimento à apelação e dar parcial


provimento à remessa oficial, nos termos do voto do relator.
Primeira Turma do TRF da 1ª Região, 14 de setembro de 2016.

DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS AUGUSTO PIRES BRANDÃO


RELATOR

Nº Lote: 2016117327 - 3_1 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO N. 0046920-30.2011.4.01.3800/MG

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