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Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial

Nº CNJ : 0196406-14.2017.4.02.5106 (2017.51.06.196406-0)


RELATOR : Desembargador(a) Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
APELANTE : SELMA FOSCHINI CAMPINHO
ADVOGADO : RJ054536 - CARLOS ALBERTO LORANG DE AMORIM E OUTRO
APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
ORIGEM : 02ª Vara Federal de Petrópolis (01964061420174025106)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APELAÇÃO. PREVENÇÃO.


RESTABELECIMENTO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS. CTPS COMO PROVA VÁLIDA. JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA DAS CONDENAÇÕES IMPOSTAS À FAZENDA
PÚBLICA DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA. CUSTAS. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS.
I - Reconhecida a prevenção, tendo em vista a relatoria do agravo de instrumento oposto
pela autora em face da decisão de 1º grau que negou a antecipação de tutela.
II - As irregularidades apuradas pelo INSS não foram devidamente comprovadas nos autos,
em relação à falsidade das anotações em CTPS das duas empresas. As datas de entrada e
saída de ambas as empresas são legíveis e coerentes com as datas de vínculos anteriores e
posteriores, e as empresas questionadas existiam à época da contratação da autora.
III - Em relação à falta de inscrição da autora no PIS e inexistência de conta vinculada ao
FGTS, vale lembrar que são obrigações da empresa, não se podendo repassar o ônus ao
empregado, que não pode ser punido com o cancelamento de sua aposentadoria em função
de obrigações que não lhe dizem respeito, assim como em casos de não recolhimento de
contribuição previdenciária. Portanto, não podem ser consideradas provas de inexistência
de vínculo empregatício, mas tão somente irregularidades causadas pela empresa, sem
reflexo na contagem de tempo de serviço/contribuição.
IV - O fato de a autora ter efetuado recolhimentos como contribuinte individual, em meses
em que era simultaneamente empregada, não invalida os vínculos empregatícios relativos a
esse período. Além de não infirmar as provas constantes de sua CTPS, não representa
sequer indício de irregularidade ou fraude em registro laboral.
V - Não há impeditivo legal de se recolher como contribuinte individual ao mesmo tempo
em que se figure como empregado, sendo tal situação mero limitador de contagem de
tempo de contribuição, pois os recolhimentos concomitantes, nesse caso, embora, em tese,
possam ser somados, representam um único intervalo temporal.
VI - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte
em que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade - CF/1988, art. 5º, XXII -, uma
vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da
economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina (RE nº 870.947/SE, em
repercussão geral, rel. min. LUIZ FUX, DJe de 20/11/2017 - Tema 810).

1
VII - O Plenário do STF adotou o entendimento de que não cabia a modulação pretendida
pelos entes públicos, no sentido de que a decisão de mérito passasse a ter eficácia apenas a
partir de março/2015 (ED no RE nº 870.947/SE – DJe de 03/02/2020).
VIII - As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à
incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao período
posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91, e de
juros de mora segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei
9.494/97, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009). Precedente do STJ.
IX - O INSS é isento do pagamento de custas processuais, de acordo com § 1º do artigo 8º
da Lei nº 8.620/93, aplicável às demandas que tramitam na Justiça Federal.
X - Invertidos os ônus da sucumbência e, não sendo líquida a sentença, a fixação do
percentual dos honorários devidos pelo INSS à parte autora, nos termos previstos nos
incisos I a V, será definida quando liquidado o julgado, nos termos do artigo 85, § 4º, II, do
CPC, observado os termos da Súmula 111 do STJ.
XI – Recurso de apelação da autora provido.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda
Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, dar
provimento ao recurso de apelação da parte autora, nos termos do voto do relator.

Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2020 (data do julgamento).

Desembargador Federal MARCELLO GRANADO


Relator

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Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0196406-14.2017.4.02.5106 (2017.51.06.196406-0)
RELATOR : Desembargador(a) Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
APELANTE : SELMA FOSCHINI CAMPINHO
ADVOGADO : RJ054536 - CARLOS ALBERTO LORANG DE AMORIM E OUTRO
APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
ORIGEM : 02ª Vara Federal de Petrópolis (01964061420174025106)

RELATÓRIO

(Desembargador Federal MARCELLO GRANADO – Relator) Trata-se de recurso de


APELAÇÃO interposto por SELMA FOSCHINI CAMPINHO, em face da sentença
(fls. 312/317) proferida em 24/5/2018, pelo juiz federal Fábio Nobre Bueno Brandão, da 2ª
Vara Federal de Petrópolis/RJ, que julgou improcedente o pedido autoral para condenar a
autarquia previdenciária a restabelecer seu benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição, que teria sido indevidamente suspenso pelo INSS, em razão de indícios de
irregularidades apuradas pelo setor de auditoria da autarquia, além do pagamento das
parcelas devidas desde então.

A autora foi condenada ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes à
razão de 10% sobre o valor atualizado da causa, suspensa a exigibilidade do
pagamento, em razão da gratuidade de justiça concedida.

Em suas razões de apelação (fls. 320/328), a autora sustenta, em síntese:

(i) que, “ao tempo da concessão do benefício, a anotação na CTPS era tida como válida
para fins de prova de filiação à previdência, relação de emprego, tempo de serviço e salário
de contribuição”;

(ii) que não pode “a autarquia ré rever ato através do qual se concedeu o benefício
previdenciário com base em provas que à época da concessão eram suficientes ao fim que
se destina, e, após a mudança da legislação de forma que favoreça a ela própria, tente rever
seus atos administrativos juridicamente perfeitos quando praticados a seu tempo, nos
termos do já mencionado art. 19 do Decreto 3.048/99”;

(iii) que a Súmula 75 do TNU assim dispõe: “A Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade
goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço
para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no
Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)”.

O INSS apresentou contrarrazões às fls. 331.

Cópia do julgamento do agravo de instrumento nº 0000953-39.2018.4.02.0000 (fls.

1
337/349), em que foi deferida a tutela antecipada à autora, anteriormente negada em 1º
grau.

Parecer do Ministério Público Federal às fls. 359, manifestando não haver interesse em
opinar na causa.

É o relatório. Peço dia.

Desembargador Federal MARCELLO GRANADO


Relator

lgb

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Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0196406-14.2017.4.02.5106 (2017.51.06.196406-0)
RELATOR : Desembargador(a) Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
APELANTE : SELMA FOSCHINI CAMPINHO
ADVOGADO : RJ054536 - CARLOS ALBERTO LORANG DE AMORIM E OUTRO
APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
ORIGEM : 02ª Vara Federal de Petrópolis (01964061420174025106)

VOTO

(Desembargador Federal MARCELLO GRANADO – Relator) Inicialmente, reconheço a


prevenção, tendo em vista que fui o relator do agravo de instrumento oposto pela autora em
face da decisão de 1º grau que negara a antecipação de tutela, tendo sido provido o recurso.

Conheço do recurso de apelação da parte autora, eis que presentes seus requisitos de
admissibilidade.

Como relatado, trata-se de recurso de apelação da parte autora, em face da sentença, que
julgou improcedente o pedido de restabelecimento de sua aposentadoria por tempo de
contribuição, cancelada administrativamente pelo INSS, em razão de supostamente ter
encontrado irregularidades em relação aos vínculos empregatícios da ora apelante com as
empresas COMERCIAL SOMMA S/A (01/06/1993 a 20/12/1996) e CARVAO VEGETAL
F.S. LTDA. (01/11/1969 a 30/09/1982).

As irregularidades apuradas pelo INSS não foram devidamente comprovadas nos autos,
como se denota dos seguintes fatos:

Não houve prova em relação à falsidade das anotações em CTPS das mencionadas
empresas. As datas de entrada e saída de ambas as empresas são legíveis e coerentes com as
datas de vínculos anteriores e posteriores.

Compulsando os autos, encontra-se demonstrado que ambas as empresas questionadas


existiam à época da contratação da autora (v. documentos de fls. 160/161; 162/168;
170/175; 214/215).

Em relação à falta de inscrição da autora no PIS e inexistência de conta vinculada ao FGTS,


vale lembrar que são obrigações da empresa, não se podendo repassar o ônus ao
empregado, que não pode ser punido com o cancelamento de sua aposentadoria em função
de obrigações que não lhe dizem respeito, assim como em casos de não recolhimento de
contribuição previdenciária. Portanto, não podem ser consideradas provas de inexistência
de vínculo empregatício, mas tão somente irregularidades causadas pela empresa, sem
reflexo na contagem de tempo de serviço/contribuição. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. SEGURADO EMPREGADO. RECOLHIMENTO DE

1
TRIBUTAÇÃO. RESPONSABILIDADE. EMPREGADOR. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. DECRETO Nº 3048/1999, ARTIGO 144. VIOLAÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. Em se tratando de segurado empregado, cumpre assinalar
que a ele não incumbe a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições.
Nessa linha de raciocínio, demonstrado o exercício de atividade vinculada ao
Regime Geral da Previdência, nasce a obrigação tributária para o empregador.
2. Uma vez que o segurado empregado não pode ser responsabilizado pelo não
recolhimento das contribuições na época própria, tampouco pelo recolhimento
a menor, não há falar em dilatação do prazo para o efetivo pagamento do
benefício por necessidade de providência a seu cargo (...)
(STJ, REsp nº 1.108.;342/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 3/8/2009)

Ademais, o fato de a autora ter efetuado recolhimentos como contribuinte individual, em


meses em que era simultaneamente empregada, não invalida os vínculos empregatícios
relativos a esse período. Além de não infirmar as provas constantes de sua CTPS, não
representa sequer indício de irregularidade ou fraude em registro laboral.

Não há impeditivo legal de se recolher como contribuinte individual ao mesmo tempo em


que se figure como empregado, sendo tal situação mero limitador de contagem de tempo de
contribuição, pois os recolhimentos concomitantes, nesse caso, embora, em tese, possam
ser somados, representam um único intervalo temporal.

Da atualização monetária

O art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em
que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade - CF/1988, art. 5º, XXII -, uma
vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da
economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina (RE nº 870.947/SE, em
repercussão geral, rel. min. LUIZ FUX, DJe de 20/11/2017 - Tema 810).

Na sessão de julgamento do dia 03/10/2019, o Plenário do STF, ao julgar embargos de


declaração no RE nº 870.947, adotou o entendimento de que não cabia a modulação
pretendida pelos entes públicos, no sentido de que a decisão de mérito passasse a ter
eficácia apenas a partir de março/2015, havendo ressaltado que, caso a eficácia da decisão
fosse adiada, restaria configurada uma afronta ao direito de propriedade dos
jurisdicionados, pois teriam seus débitos corrigidos por uma regra que o próprio Supremo
considerou inconstitucional, tendo ocorrido o trânsito em julgado em 03/03/2020.

O STJ, que tem o relevante mister de dar a compreensão definitiva acerca da aplicação da
legislação federal, destrinchou a questão relativa à incidência dos juros de mora e correção
monetária na apuração das dívidas da Fazenda Pública em suas várias vertentes, nos

2
seguintes termos:

PROCESSUAL CIVIL. APLICAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI 9.494/1997 (COM


REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.960/2009) ÀS CONDENAÇÕES IMPOSTAS
À FAZENDA PÚBLICA. CASO CONCRETO RELATIVO A DÉBITOS
PREVIDENCIÁRIOS.
(...)
4. Por sua vez, o STJ possui entendimento fixado no Tema 905, submetido à
sistemática dos recursos especiais repetitivos, nesse sentido: "1. Correção
monetária: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei
11.960/2009), para fins de correção monetária, não é aplicável nas
condenações judiciais impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua
natureza. (...) 2. Juros de mora: o art. 1º-F da Lei 9.494/97 (com redação
dada pela Lei 11.960/2009), na parte em que estabelece a incidência de juros
de mora nos débitos da Fazenda Pública com base no índice oficial de
remuneração da caderneta de poupança, aplica-se às condenações impostas à
Fazenda Pública, excepcionadas as condenações oriundas de relação
jurídico-tributária.
3. Índices aplicáveis a depender da natureza da condenação.
3.1 Condenações judiciais de natureza administrativa em geral. As
condenações judiciais de natureza administrativa em geral, sujeitam-se aos
seguintes encargos: (a) até dezembro/2002: juros de mora de 0,5% ao mês;
correção monetária de acordo com os índices previstos no Manual de
Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a
partir de janeiro/2001; (b) no período posterior à vigência do CC/2002 e
anterior à vigência da Lei 11.960/2009: juros de mora correspondentes à taxa
Selic, vedada a cumulação com qualquer outro índice; (c) período posterior à
vigência da Lei 11.960/2009: juros de mora segundo o índice de remuneração
da caderneta de poupança; correção monetária com base no IPCA-E.
3.1.1 Condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos.
As condenações judiciais referentes a servidores e empregados públicos,
sujeitam-se aos seguintes encargos: (a) até julho/2001: juros de mora: 1% ao
mês (capitalização simples); correção monetária: índices previstos no Manual
de Cálculos da Justiça Federal, com destaque para a incidência do IPCA-E a
partir de janeiro/2001; (b) agosto/2001 a junho/2009: juros de mora: 0,5% ao
mês; correção monetária: IPCA-E; (c) a partir de julho/2009: juros de mora:
remuneração oficial da caderneta de poupança; correção monetária: IPCA-E.
3.1.2 Condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e indiretas.
No âmbito das condenações judiciais referentes a desapropriações diretas e
indiretas existem regras específicas, no que concerne aos juros moratórios e
compensatórios, razão pela qual não se justifica a incidência do art. 1º-F da
Lei 9.494/97 (com redação dada pela Lei 11.960/2009), nem para
compensação da mora nem para remuneração do capital.
3.2 Condenações judiciais de natureza previdenciária. As condenações
impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à

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incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao
período posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na
Lei 8.213/91. Quanto aos juros de mora, incidem segundo a remuneração
oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação
dada pela Lei n. 11.960/2009).
3.3 Condenações judiciais de natureza tributária. A correção monetária e a
taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos tributários devem
corresponder às utilizadas na cobrança de tributo pago em atraso. Não
havendo disposição legal específica, os juros de mora são calculados à taxa
de 1% ao mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e
havendo previsão na legislação da entidade tributante, é legítima a utilização
da taxa Selic, sendo vedada sua cumulação com quaisquer outros
índices"(REsp 1.495.146/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 2/3/2018). (grifei)
(REsp 1.856.168/SP, rel. min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe de
13/05/2020)

Nesses termos, forçoso rever o posicionamento por mim adotado anteriormente, para
reconhecer que as condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária
devem ser corrigidas, até a edição da Lei nº 11.960/2009, com juros e correção monetária
de acordo com o item 4.3 do Manual de Cálculos da Justiça Federal de 2013 e, após, os
atrasados devem continuar sendo atualizados monetariamente segundo o INPC, acrescidos
de juros moratórios segundo a remuneração da caderneta de poupança, na forma do art.
1º-F da Lei nº 9.494/1997.

Das custas

O INSS é isento do pagamento de custas processuais, de acordo com § 1º do artigo 8º da


Lei nº 8.620/93, aplicável às demandas que tramitam na Justiça Federal.

Dos honorários advocatícios

Invertidos os ônus da sucumbência e, não sendo líquida a sentença, a fixação do percentual


dos honorários devidos pelo INSS à parte autora, nos termos previstos nos incisos I a V,
será definida quando liquidado o julgado, nos termos do artigo 85, § 4º, II, do CPC,
observado os termos da Súmula 111 do STJ.

Ante o exposto,

DOU PROVIMENTO ao recurso de apelação da autora, SELMA FOSCHINI


CAMPINHO, para determinar que o INSS restabeleça seu benefício previdenciário de
aposentadoria por tempo de contribuição (NB 1059451791 - DIB em 30/12/1997), bem
como pague os atrasados devidos desde a data da suspensão (27/4/2017 – fls. 238),
atualizados monetariamente de acordo com a fundamentação, compensados os valores
pagos após a concessão da tutela antecipada, que será mantida pelos fundamentos expostos

4
no julgamento do agravo de instrumento nº 00000953-39.2018.4.02.0000.

É como voto.

Desembargador Federal MARCELLO GRANADO


Relator
lgb

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