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EMENTA
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VII - O Plenário do STF adotou o entendimento de que não cabia a modulação pretendida
pelos entes públicos, no sentido de que a decisão de mérito passasse a ter eficácia apenas a
partir de março/2015 (ED no RE nº 870.947/SE – DJe de 03/02/2020).
VIII - As condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária sujeitam-se à
incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao período
posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91, e de
juros de mora segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei
9.494/97, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009). Precedente do STJ.
IX - O INSS é isento do pagamento de custas processuais, de acordo com § 1º do artigo 8º
da Lei nº 8.620/93, aplicável às demandas que tramitam na Justiça Federal.
X - Invertidos os ônus da sucumbência e, não sendo líquida a sentença, a fixação do
percentual dos honorários devidos pelo INSS à parte autora, nos termos previstos nos
incisos I a V, será definida quando liquidado o julgado, nos termos do artigo 85, § 4º, II, do
CPC, observado os termos da Súmula 111 do STJ.
XI – Recurso de apelação da autora provido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda
Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, dar
provimento ao recurso de apelação da parte autora, nos termos do voto do relator.
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Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0196406-14.2017.4.02.5106 (2017.51.06.196406-0)
RELATOR : Desembargador(a) Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
APELANTE : SELMA FOSCHINI CAMPINHO
ADVOGADO : RJ054536 - CARLOS ALBERTO LORANG DE AMORIM E OUTRO
APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
ORIGEM : 02ª Vara Federal de Petrópolis (01964061420174025106)
RELATÓRIO
A autora foi condenada ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes à
razão de 10% sobre o valor atualizado da causa, suspensa a exigibilidade do
pagamento, em razão da gratuidade de justiça concedida.
(i) que, “ao tempo da concessão do benefício, a anotação na CTPS era tida como válida
para fins de prova de filiação à previdência, relação de emprego, tempo de serviço e salário
de contribuição”;
(ii) que não pode “a autarquia ré rever ato através do qual se concedeu o benefício
previdenciário com base em provas que à época da concessão eram suficientes ao fim que
se destina, e, após a mudança da legislação de forma que favoreça a ela própria, tente rever
seus atos administrativos juridicamente perfeitos quando praticados a seu tempo, nos
termos do já mencionado art. 19 do Decreto 3.048/99”;
(iii) que a Súmula 75 do TNU assim dispõe: “A Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade
goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço
para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no
Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)”.
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337/349), em que foi deferida a tutela antecipada à autora, anteriormente negada em 1º
grau.
Parecer do Ministério Público Federal às fls. 359, manifestando não haver interesse em
opinar na causa.
lgb
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Apelação Cível - Turma Especialidade I - Penal, Previdenciário e Propriedade Industrial
Nº CNJ : 0196406-14.2017.4.02.5106 (2017.51.06.196406-0)
RELATOR : Desembargador(a) Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO
APELANTE : SELMA FOSCHINI CAMPINHO
ADVOGADO : RJ054536 - CARLOS ALBERTO LORANG DE AMORIM E OUTRO
APELADO : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL
ORIGEM : 02ª Vara Federal de Petrópolis (01964061420174025106)
VOTO
Conheço do recurso de apelação da parte autora, eis que presentes seus requisitos de
admissibilidade.
Como relatado, trata-se de recurso de apelação da parte autora, em face da sentença, que
julgou improcedente o pedido de restabelecimento de sua aposentadoria por tempo de
contribuição, cancelada administrativamente pelo INSS, em razão de supostamente ter
encontrado irregularidades em relação aos vínculos empregatícios da ora apelante com as
empresas COMERCIAL SOMMA S/A (01/06/1993 a 20/12/1996) e CARVAO VEGETAL
F.S. LTDA. (01/11/1969 a 30/09/1982).
As irregularidades apuradas pelo INSS não foram devidamente comprovadas nos autos,
como se denota dos seguintes fatos:
Não houve prova em relação à falsidade das anotações em CTPS das mencionadas
empresas. As datas de entrada e saída de ambas as empresas são legíveis e coerentes com as
datas de vínculos anteriores e posteriores.
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TRIBUTAÇÃO. RESPONSABILIDADE. EMPREGADOR. REVISÃO DE
BENEFÍCIO. INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. DECRETO Nº 3048/1999, ARTIGO 144. VIOLAÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. Em se tratando de segurado empregado, cumpre assinalar
que a ele não incumbe a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições.
Nessa linha de raciocínio, demonstrado o exercício de atividade vinculada ao
Regime Geral da Previdência, nasce a obrigação tributária para o empregador.
2. Uma vez que o segurado empregado não pode ser responsabilizado pelo não
recolhimento das contribuições na época própria, tampouco pelo recolhimento
a menor, não há falar em dilatação do prazo para o efetivo pagamento do
benefício por necessidade de providência a seu cargo (...)
(STJ, REsp nº 1.108.;342/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 3/8/2009)
Da atualização monetária
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em
que disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade - CF/1988, art. 5º, XXII -, uma
vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da
economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina (RE nº 870.947/SE, em
repercussão geral, rel. min. LUIZ FUX, DJe de 20/11/2017 - Tema 810).
O STJ, que tem o relevante mister de dar a compreensão definitiva acerca da aplicação da
legislação federal, destrinchou a questão relativa à incidência dos juros de mora e correção
monetária na apuração das dívidas da Fazenda Pública em suas várias vertentes, nos
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seguintes termos:
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incidência do INPC, para fins de correção monetária, no que se refere ao
período posterior à vigência da Lei 11.430/2006, que incluiu o art. 41-A na
Lei 8.213/91. Quanto aos juros de mora, incidem segundo a remuneração
oficial da caderneta de poupança (art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação
dada pela Lei n. 11.960/2009).
3.3 Condenações judiciais de natureza tributária. A correção monetária e a
taxa de juros de mora incidentes na repetição de indébitos tributários devem
corresponder às utilizadas na cobrança de tributo pago em atraso. Não
havendo disposição legal específica, os juros de mora são calculados à taxa
de 1% ao mês (art. 161, § 1º, do CTN). Observada a regra isonômica e
havendo previsão na legislação da entidade tributante, é legítima a utilização
da taxa Selic, sendo vedada sua cumulação com quaisquer outros
índices"(REsp 1.495.146/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 2/3/2018). (grifei)
(REsp 1.856.168/SP, rel. min. Herman Benjamin, 2ª Turma, DJe de
13/05/2020)
Nesses termos, forçoso rever o posicionamento por mim adotado anteriormente, para
reconhecer que as condenações impostas à Fazenda Pública de natureza previdenciária
devem ser corrigidas, até a edição da Lei nº 11.960/2009, com juros e correção monetária
de acordo com o item 4.3 do Manual de Cálculos da Justiça Federal de 2013 e, após, os
atrasados devem continuar sendo atualizados monetariamente segundo o INPC, acrescidos
de juros moratórios segundo a remuneração da caderneta de poupança, na forma do art.
1º-F da Lei nº 9.494/1997.
Das custas
Ante o exposto,
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no julgamento do agravo de instrumento nº 00000953-39.2018.4.02.0000.
É como voto.