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PRELIMINARES:
I – DA ASSISTÊNCIA GRATUITA REQUERIDA PELA
AUTORA – PELO INDEFERIMENTO
A Autora é servidora pública Municipal percebe vencimentos
superiores ao estabelecida na Jurisprudência para ser
assistida gratuitamente, vejamos:
A 3ª Turma do STJ, por maioria, decidiu pela possibilidade de indeferimento
imediato do pedido de gratuidade de justiça quando houver elementos
suficientes para evidenciar o descabimento da autorização no caso concreto.
Apenas nos casos em que pendem dúvidas é que a parte deverá ser intimada
1
antes da decisão judicial, para que tenha a oportunidade de comprovar sua
hipossuficiência.
O julgado vai ao encontro da jurisprudência pretérita do STJ, que admite a
negativa de gratuidade da justiça sempre que o juiz, à luz dos elementos dos
autos, entender pela falta de pressupostos legais à concessão do benefício.
Nesta linha, o Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva afirmou que "o parágrafo 2º
do artigo 99 do Código de Processo Civil de 2015 (...) deve ser interpretado no
sentido de que a prévia intimação só se justifica quando houver dúvida ou
insuficiência dos elementos dos autos a evidenciar a situação econômico-
financeira da parte requerente do benefício".
2
empregada pública municipal da reclamante, nos termos
sentença judicial transitada em julgado.
3
que a ausência de defesa gere presunção de que os fatos
alegados pelo autor são verdadeiros, isentando-o de produzir
provas a este respeito.
4
resguardados pelos direitos e garantias fundamentais.
Segundo Candido Rangel Dinamarco1:
São de ordem pública ( processuais ou
substanciais) referentes a relações que
transcendam a esfera de interesses dos
sujeitos privados, disciplinando relações
que os envolvam mas fazendo-o com
atenção ao interesse da sociedade, como
um todo, ou ao interesse público. Existem
normas processuais de ordem pública e
outras, também processuais que não o
são.
3. PRELIMINAR.
1
DINAMARCO, Candido Rangel. (Instituições de direito processual
civil. 4. Ed. ver. Atual. São Paulo: Malheiros. 2004, v. I, p. 69
2
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 40 ed. Vol I. Rio
de Janeiro: Forense, 2003, pág. 55.
5
Os pressupostos são aquelas exigências legais,
sem cujo atendimento o processo, como relação
jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve
validamente. E, em conseqüência, não atinge a
sentença que deveria apreciar o mérito da causa.
6
estatutária. (ADI no 3395 MC/DF – Distrito Federal,
Tribunal Pleno, Min. Rel. Cezar Peluso,
Julgamento: 05.04.2006) (grifo nosso)
3
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 40 ed. Vol I. Rio
de Janeiro: Forense, 2003, pág. 49.
7
À falta de uma condição da ação, o processo será
extinto, prematuramente, sem que o Estado dê
resposta ao pedido de tutela jurisdicional do autor,
isto é, sem julgamento do mérito (art. 267, nº IV).
Haverá ausência do direito de ação, ou, na
linguagem dos correntes processualistas, ocorrerá
carência da ação.
4. PREJUDICIAL DE MÉRITO.
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Pelas razões de direito aqui expostas, a pretensão
autoral não merece prosperar. Portanto, requer deste
Juízo O ACOLHIMENTO DA PRESCRIÇÃO, como
prejudicial de mérito, com a consequente extinção do
processo com resolução do mérito, nos moldes do art.
487, II do CPC.
5. DO REGIME ESTATUÁRIO.
LEI No 334/1993
[...]
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A publicidade da lei municipal em tela fica atesta-se por
meio das declarações do Poder Legislativo e Executivo
Municipal (doc. 03), em razão de na época de sua sanção
não existir Diário Oficial no reclamado.
10
administração pública direta, das autarquias e
das fundações públicas. (grifo nosso).
id. 9c940ca
Aliás este entendimento é pacífico na doutrina
administrativista, José dos Santos Carvalho Filho 4, por
exemplo diz que:
A expressão emprego público é utilizada para
identificar a relação funcional trabalhista, assim
como se tem usado a expressão empregado
público como sinônimo da de servidor público
trabalhista. Para bem diferenciar as situações, é
importante lembrar que servidor trabalhista tem
função (no sentido de tarefa, atividade), mas não
ocupa cargo. O servidor estatutário tem o cargo
que ocupa e exerce as funções atribuídas ao
cargo. (grifo no original).
4
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Ed. 15. Rio
de Janeiro: Lúmen Júris, 2006. p. 505.
11
Neste mesmo sentido entende Hely Lopes Meirelles 5, ao nos
ensinar que:
Os empregados públicos são todos os
titulares de emprego público (não de
cargo público) da Administração direta e
indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT, daí
serem chamados de “celetistas". Não ocupam
cargo público e sendo celetistas, não têm
condição de adquirir a estabilidade constitucional
(CF, art. 41), nem podem ser submetidos ao
regime de previdência peculiar, como os titulares
de cargo efetivo e os agentes políticos.
5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2002, p. 388-389.
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contracheque que declara expressamente ser o
regime estatuário, sem nunca ter se oposto a sua
mudança de regime ao longo de 3 (três) décadas,
vindo tão somente o fazer agora;
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federados adotarem regime jurídico único de trabalho;
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Razão também não assiste a reclamante quando diz existir
direito adquirido a regime jurídico celetista e não ser possível
a mudança de regime da reclamante de celetista para
estatuário, contrariando o entendimento pacífico da
jurisprudência, vejamos:
TRANSMUTAÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME
CELETISTA PARA O ESTATUTÁRIO.
SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO PELO REGIME
CELETISTA ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE
1988. AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO.
EMPREGADO CONTRATADO HÁ MENOS DE
CINCO ANOS ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE
1988. IMPOSSIBILIDADE. CONTRIBUIÇÕES
PARA O FGTS. Admite-se a possibilidade de
transmutação automática do regime celetista
para o estatutário apenas nos casos em que o
empregado, contratado sem concurso público
antes da Constituição de 1988, tenha adquirido
a estabilidade, na forma do artigo 19, caput, do
Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias. [...]Em contrapartida, em situação
como a dos autos, em que o reclamante foi
contratado em 01/01/1986, ou seja, há menos de
5 (cinco) anos antes da promulgação da
Constituição de 1988, preserva-se o regime
jurídico celetista para todos os efeitos, porquanto
nula a transposição automática para o regime
estatutário, a corroborar a declaração da
competência desta Justiça Especializada para
apreciar a causa. A formação do vínculo de
emprego com o ente público em período
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anterior à promulgação da Constituição de
1988, à míngua de realização de concurso
público, desautoriza a transposição
automática do regime celetista para o
estatutário, se não havia transcorrido o prazo
de 5 (cinco) anos entre a data da contratação e
a promulgação da Constituição de 1988, nos
termos do artigo 19, caput, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. [...].
(TRT-2 10002544820195020441 SP, Relator:
RODRIGO GARCIA SCHWARZ, 2ª Turma -
Cadeira 4, Data de Publicação: 23/10/2020)
(grifamos)
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lei questionada aflora da extensão com que se
promoveu a transposição do regime dos
funcionários da autarquia estadual, uma vez que a
norma não especificou a quais servidores se
dirigia o comando. A expressão “atuais servidores
sujeitos ao regime trabalhista” pode dizer respeito,
sem dúvida, a servidores que foram contratados
sem realização de concurso até a data de
publicação da lei, no caso, 7 de maio de 1993. No
entanto, esses servidores, se contratados
antes do novo regime constitucional,
poderiam não atender os requisitos previstos
no art. 19 do ADCT da Constituição, em
especial o do exercício ininterrupto por cinco
anos, e, ainda assim, serem todos
aproveitados como servidores estatutários. É
necessário se conferir interpretação conforme
à Constituição à expressão “os atuais
servidores sujeitos ao regime trabalhista”
contida no art. 1º da Lei nº 2.205 do Estado do
Amazonas, de 7 de maio de 1993, para excluir
do âmbito de sua incidência os servidores que
não foram admitidos por meio de concurso
público e que não estavam em exercício há
pelo menos 5 anos ininterruptos na data da
promulgação da Constituição da República,
nos termos do art. 19 do ADCT da
Constituição Federal. 3. A Lei 2.205/93
determinou, ainda, em seu art. 2º, a
transformação dos empregos ocupados pelos
então servidores da autarquia em cargos públicos.
A segunda parte da disposição (“mantidas as
atuais situações funcionais de seus titulares, que
passam a ser regidas pela Lei nº 1.762/86”)
acabou por vincular a transformação à
consequente titularização desses cargos pelos
servidores beneficiários da modificação do
regime. Essa transposição automática equivale ao
aproveitamento de servidores, ainda que não
concursados, em cargos efetivos, nos quais a
investidura se devia dar, conforme a atual
Constituição, mediante prévia submissão de tais
servidores a concurso público, seja aquele
previsto no art. 37, inciso II, de seu texto
permanente, seja o concurso para fins de
efetivação mencionado no § 1º do art. 19 do
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ADCT. 4. Mesmo os celetistas estabilizados pela
regra do art. 19 do ADCT, e agora amparados
pelo regime estatutário, não poderiam titularizar
cargo de provimento efetivo sem a aprovação em
concurso ao qual se refere o § 1º do art. 19 do
ADCT. Esses possuem apenas o direito de
permanecer na função para as quais foram
admitidos, somente vindo a adquirir efetividade no
cargo quando se submeterem a certame público.
A interpretação a ser conferida ao art. 2º deve ser
mais restritiva que a atribuída ao art. 1º da lei
estadual, devendo-se excluir do âmbito de
incidência da expressão “mantidas as atuais
situações funcionais de seus titulares, que
passam a ser regidas pela Lei nº 1.726/86”,
contida no art. 2º da Lei estadual nº 2.205/93, os
servidores que não tenham se submetido ao
concurso público previsto no art. 37, II, da
Constituição Federal, ou ao concurso para fins de
efetivação referido no § 1º do art. 19 do ADCT. 5.
Igual interpretação conforme à Constituição deve
ser conferida aos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei
2.205/93, restringindo-se o âmbito de sua
incidência apenas àqueles servidores
concursados. Não é cabível assegurar aos
servidores não concursados – inclusive os
estáveis na forma do art. 19 do ADCT que não
realizaram concurso de efetivação (§ 1º) – a
concessão de vantagens e deveres próprios dos
servidores públicos ocupantes de cargos efetivos.
6. Considerando-se que a lei combatida está em
vigor há mais de 28 anos e que, provavelmente,
muitos dos servidores admitidos até sua edição
estão, atualmente, recebendo proventos de
aposentadoria, ou seus dependentes, pensões
por morte, hão de se modular os efeitos da
decisão, com fundamento no art. 27 da Lei
9.868/99, para se conferir ao julgado efeitos ex
nunc, ficando expressamente ressalvados dos
efeitos da decisão os servidores que já estejam
aposentados e aqueles que, até a data de
publicação da ata deste julgamento, tenham
preenchido os requisitos para a aposentadoria.
Precedentes. 7. Ação julgada parcialmente
procedente.
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(STF - ADI: 3636 AM, Relator: DIAS TOFFOLI,
Data de Julgamento: 11/10/2021, Tribunal Pleno,
Data de Publicação: 07/01/2022) (grifamos).
6. PEDIDOS.
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Nestes termos,
Pede deferimento.
FULANO DE TAL
Procurador Geral do Município
OAB-Ba no
Documentos anexos:
N° N° TIPO DOCUMENTO OBSERVAÇÃO
DOC. FLS.
01 02 Ato Nomeação Procurador
02 02 Termo de posse prefeito
03 Declarações publicidade
leis.
04 67 Lei Orgânica Municipal
05 43 Lei Municipal no 334/1993
06
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