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Jurisdição:
• É um Poder porque a solução estatal é vinculativa. Seu cumprimento não depende da vontade das partes
• É um Dever, na medida em que o Estado impede a autotutela. Ao assim fazer, atrai para si a obrigação de solucionar o conflito.
• A toda obrigação corresponde um direito.
• Ao dever do Estado de prestar jurisdição é correspondente o direito de ação concedido a todo cidadão.
• A jurisdição é una e indivisível, como o próprio Poder Soberano. Dizer que sobre um mesmo território existem várias jurisdições é o mesmo
que admitir a existência de várias soberanias.
Jurisdição exercida pelo Senado Federal para processor e julgar algumas autoridades por crimes de responsabilidade – (CF art. 52, I e II)
Compromisso Arbitral.
A ação é o direito, do jurisdicionado, correspondente ao dever de jurisdição do Estado, que impede a autotutela.
A concepção moderna da teoria da ação a define como um direito público, subjetivo e abstrato de provocar a jurisdição.
• Subjetivo porque está no campo da facultas agendi, já que seu exercício pelo jurisdicionado é uma faculdade e não uma obrigação.
• Constitucional porque está expressamente amparado pela Constituição Federal. (Art. 5º, XXXV). XXXV - a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
• Abstrato porque sua existência não está relacionada com a existência do direito material nela perseguido.
• O direito de ação existe ainda que improcedente o resultado final. Logo, o direito de ação é o direito de postular em juízo para aguardar a
entrega da tutela jurisdicional que solucionará o conflito, tendo ou não o autor direito a esta pretensão.
Portanto, no plano constitucional, o direito de ação é enfocado de forma ampla, subjetiva e abstrata. Diversamente, no plano processual, o direito de
ação está relacionado a uma pretensão, sendo o seu exercício condicionado a certos requisitos, com destaque às condições da ação
ELEMENTOS DA AÇÃO
Trata-se de questão relevante para verificar, por exemplo, a existência de litispendência e de coisa julgada entre duas ações (art. 337, §§ 1º a 4º, do
CPC), bem como para examinar a conexão e continência entre ações, para fins de competência (arts. 55 e 56 do CPC).
A causa de pedir engloba os fatos e fundamentos jurídicos, dos quais decorre o pedido.
O pedido pode ser imediato (o provimento jurisdicional pleiteado) e mediato (o bem jurídico postulado).
No que se refere à "preliminar de inépcia da petição inicial", registre-se que as regras processuais trabalhistas não se revestem da rigidez
formal daquelas típicas do Processo Civil, sendo suficiente à aptidão da inicial uma breve exposição dos fatos de que resulta o dissídio e dos
pedidos a eles correlatos, nos termos do art. 840, § 1º, da CLT, com redação vigente à época do ajuizamento da ação: "Sendo escrita, a
reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que
deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante".
Conforme dispõe o art. 330, § 1º, do CPC/2015, a petição inicial será inepta quando lhe faltar pedido ou causa de pedir; quando o pedido for
indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; quando da narração dos fatos não decorrer logicamente
a conclusão; ou quando contiver pedidos incompatíveis entre si.
Vê-se, pois, que só se considera inepta uma reclamação trabalhista caso ela possua um vício insanável, que obste não só a ampla defesa da
Parte Reclamada como a prolação de decisão pelo Órgão Julgador.
Este não é o caso dos autos, em que o TRT registrou que se o empregado não menciona "seu horário de trabalho e pede o pagamento de
sobrelabor, por óbvio que está pedido o pagamento das horas trabalhadas além do limite legal".
Logo, diante das premissas assentadas na decisão, não há falar em violação do art. 319, III, do CPC.
PROCESSO Nº TST-AIRR-1659-28.2016.5.13.0024 - Ministro Relator Mauricio Godinho Delgado - Brasília, 26 de maio de 2021
PROCESSO:
Para que o mérito, isto é, o pedido (pretensão), seja apreciado, os pressupostos processuais também devem estar presentes na relação.
O processo é o meio pelo qual se materializa o direito de ação, podendo ser definido como uma série de atos ordenados em relação de causa e efeito
cujo objetivo é atingir a entrega da tutela jurisdicional.
A teoria moderna aponta o processo como instrumento da jurisdição, ou seja, a forma pela qual o Estado deve atuar na pacificação dos conflitos
sociais.
Daí porque a tendência, não só do Processo do Trabalho mas também do Processo Civil, é a redução do formalismo e a busca da efetividade do
processo.
Teoria Restritiva:
É evidente que se restringimos às hipóteses de pressupostos processuais, mais possibilidades abriremos para que o processo chegue a uma decisão
final de mérito, que é o objeto da Jurisdição, posto que somente assim se resolve o conflito de interesses e se devolve a paz à sociedade.
1º-) Uma demanda regularmente formulada = Provocação da parte na forma prevista em Lei. (ne procedat iudex ex officio);
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
A capacidade processual em nada se relaciona à legitimidade de parte. A parte pode ser legítima, mas não ter capacidade processual.
A Capacidade Civil, a parte deve contar com direitos civis para propor a ação. Se não for será representada ou assistida pelo responsável legal.
(Representada = atuar por e assistir = atuar com).
Art. 5o CCB - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Art. 3o CCB - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4o CCB - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
No Direito do Trabalho:
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos.
Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem
exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404,
405 e na Seção II.
Art. 439 - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao
menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe
for devida.
Aos 14 anos é possível a contratação do menor como aprendiz, para a execução de trabalho por tempo determinado não superior a dois anos.
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de
Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes
em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o caput poderão ofertar vagas de aprendizes a adolescentes usuários do Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD nas condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação celebrados entre os
A Capacidade Postulatória, em regra, não se admite ao leigo a postulação em Juízo, sendo o “jus postulandi” privativo dos advogados (Art. 1º da Lei
8.906/94).
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.
Limite:
Súmula nº 425 do TST - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT,
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
Não esquecer que os vícios de representação são sanáveis e, portanto, é preciso conceder prazo razoável para a regularização antes da extinção (art.
76, CPC/2015).
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre.
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: (Incluído dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)
I - quando o juízo entender necessário; (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades
do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Férias Forense:
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. (Incluído
dada pela Lei nº 13.545, de 2017)
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública
e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. (Incluído
dada pela Lei nº 13.545, de 2017)
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
Nulidades Processuais:
As questões relativas às nulidades processuais devem ser discutidas, sempre, antes do mérito da pretensão.
Estão ligadas à impossibilidade de entrega da tutela jurisdicional pretendida e, portanto, precedem a discussão quanto ao resultado desta entrega
(positiva = procedência ou negativa = improcedência).
O objetivo do processo é garantir a eficácia do Direito Material. Se for possível ao processo produzir este efeito, então, não há nulidade a ser
declarada.
Prejudicialidade:
O ato processual não contém finalidade em si mesmo. Existe para que um efeito seja alcançado.
Portanto, a ausência da prática do ato e/ou sua prática de forma irregular não será considerada como nulidade processual se destes vícios não
houver nenhum prejuízo às partes.
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados
manifesto prejuízo às partes litigantes.
Ressalte-se que o prejuízo a que se refere o dispositivo é de natureza processual e não de natureza econômica, financeira, moral, etc ligadas
intimamente ao Direito Material a que se refere a própria lide.
O prejuízo deve ser “manifesto”. Trata-se de prejuízo de monta que seja suficiente, por si só, a impedir que o processo alcance ao fim desejado.
Verificando-se que, por outros meios, o resultado do processo seria o mesmo a nulidade não deve ser declarada.
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em
que tiverem de falar em audiência ou nos autos.
A parte deve provocar a declaração da nulidade, no momento adequado, pois não o fazendo, sofrerá preclusão de praticar o ato (direito processual),
não sendo possível ao Poder Judiciário, de ofício, declarar a nulidade.
Em que momento deve ser caracterizada a “primeira vez” que tiver que falar nos autos? Depende.
Pelo rito tradicional, a parte tem a primeira oportunidade de manifestação em razões finais.
Entretanto, se o ato é praticado “fora” de audiência, a primeira oportunidade pode ser um prazo judicialmente concedido à parte.
O inconformismo pode ser manifestado de qualquer forma, pois não há previsão legal para tanto.
A jurisprudência tem aceito que o simples uso da expressão isoladamente, em geral, é suficiente para evitar a preclusão.
A cautela, entretanto, exige que a apresentação dos “protestos” venha acompanhada de fundamentação, ainda que breve, a caracterizar a nulidade.
Jurisprudência:
Interesse:
Além de demonstrar o prejuízo, a parte deve demonstrar o interesse que resulta do saneamento da nulidade. Isto porque o art. 796, “b” da CLT
estabelece:
Decorre do Princípio Geral de direito que enuncia que a ninguém é dado beneficiar-se de sua própria torpeza.
Liminar do Ministro Nelson Jobim, então presidente do STF, nos autos da ADIN nº 3.395:
“... Concedo a liminar ... Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n. 45/2004.
Suspendo, “ad referendum”, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que
inclua na competência da Justiça do Trabalho, a “... Apreciação ... de causas que ... Sejam instauradas entre o Poder Público e seus
servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico administrativo...” (27/01/2005).
Jurisprudência:
“INCONSTITUCIONALIDADE. AÇÃO DIRETA. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA RECONHECIDA. Causas entre
o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta
relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes.
Liminar deferida para excluir outra interpretação: O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas
instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídicoestatutária” (ADI 3.395-6-MC/DF, Plenário
do STF, Relator Ministro César Peluso, DJ 10.11.2006)
01/10/2015
PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 906.491 DISTRITO FEDERAL RELATOR: MIN. TEORI
ZAVASCKI RECTE.(S): ESTADO DO PIAUÍ PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ RECDO.(A/S) :MARIA
AUXILIADORA ALVES DE SOUSA CLEMENTINO ADV.(A/S) :FRANCISCO SALVADOR GONÇALVES MIRANDA EMENTA: CONSTITUCIONAL.
TRABALHISTA. COMPETÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO ADMITIDO SEM CONCURSO PÚBLICO, PELO REGIME DA CLT, ANTES DO
ADVENTO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. DEMANDA VISANDO OBTER PRESTAÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA.
1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de ser da competência
da Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obter prestações de natureza trabalhista, ajuizadas contra órgãos
da Administração Pública por servidores que ingressaram em seus quadros, SEM CONCURSO PÚBLICO, ANTES DO ADVENTO DA
CF/88, sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Inaplicabilidade, em casos tais, dos precedentes formados na ADI 3.395-MC (Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 10/11/2006) e no RE
573.202 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5/12/2008, Tema 43). 2. Agravo a que se conhece para negar seguimento ao
recurso extraordinário.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a existência de
repercussão geral da questão constitucional suscitada. No mérito, por maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a
matéria, vencidos os Ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Roberto Barroso e Dias Toffoli. Ministro TEORI ZAVASCKI Relator
Art. 114, VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações
de trabalho;
Muitas violações de direitos trabalhistas ensejam também multas administrativas a serem aplicadas pela fiscalização do trabalho (DRT). Estas multas
sempre foram discutidas na esfera da Justiça Federal Comum.
Jurisprudência:
Prescrição Trabalhista:
• Da Prescrição Parcial
O contrato de emprego é um negócio jurídico de trato sucessivo, na medida em que o tempo flui, diversos créditos vão sendo consumidos pela
prescrição e outros tantos passam a ser devidos por conta de novos eventos celebrados a cada dia de prestação laboral.
Daí, a “Prescrição Parcial”, que é a que se renova no tempo, desde que trate de direito trabalhista previsto em Lei.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
Assim, se estivermos diante de um contrato de trabalho vigente desde janeiro de 2014, é possível afirmar que as primeiras manifestações da
“prescrição parcial” ocorrem a partir de janeiro de 2019.
Desse modo, se um empregado tem inadimplida uma hora extraordinária ou qualquer outro direito trabalhista previsto em lei no mês de janeiro de
2014, ele teria até janeiro de 2019 para requerer judicialmente sua pretensão, sob pena de prescrição.
Por outro lado, quando da rescisão do contrato de trabalho, inicia-se a contagem de um prazo prescricional de dimensão diferente, qual seja, a
prescrição bienal para o ajuizamento da ação trabalhista.
Quando a rescisão do contrato de trabalho for de iniciativa patronal, o período de duração correspondente ao aviso prévio deve integrar o contrato.
Art. 487, § 1º da CLT - a falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do
aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
No mesmo sentido:
OJ 83 da SDI-1 do TST - AVISO PRÉVIO. PRESCRIÇÃO. Começa a Fluir no Final da Data do Término do Aviso prévio. Art. 487, § 1º, CLT.
OJ 82 da SDI-1 do TST - AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS. A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do
aviso prévio, ainda que indenizado.
E o aviso prévio projetado da Lei 12.506/2011, terá o mínimo de trinta e o máximo de noventa dias.
"A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. Em face da configuração de aparente violação do artigo 775-A da
CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e
provido. B) RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. O art. 7º, XXIX, da CF preconiza que o empregado tem o prazo de até dois anos, a contar da
data de extinção do contrato de trabalho, para pleitear os créditos resultantes da relação de emprego. Além disso, nos termos do art. 132, §
3º, do CCB, " Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência" . Nesse
contexto, recaindo o termo final do prazo prescricional bienal sobre dia sem expediente forense, o prazo fica prorrogado para o primeiro dia
útil com expediente, subsequente ao fim da contagem, por aplicação dos artigos 775, § 1º, da CLT e 184, § 1º, do CPC/73 (art. 224 do CPC em
vigência). Assim, considerando que, no caso, o termo final da prescrição bienal ocorreria em 5/1/2015, ou seja, durante o recesso forense
de 20/12/2014 a 6/1/2015, tem-se que o referido termo deve ser prorrogado para o dia 7/1/2015 e, tendo sido a presente reclamação
ajuizada em 6/1/2015, não há prescrição bienal a ser pronunciada. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-10006-05.2015.5.01.0029,
8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 08/06/2021).
Art. 1º da Lei n. 810/49 - Considera-se ano o período de doze meses contado do dia do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte.
Ex.: Se o contrato de trabalho findou no dia 10 de maio de 2018, o empregado terá exatamente até o dia 10 de maio de 2020 para ajuizar a RT, sob
pena de prescrição bienal, ou seja, permanecerá o direito material, mas o processo não.
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. PRAZO INICIAL. DATA DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. A norma do art. 7º, inciso XXIX, da
Constituição da República, deve ser interpretada no sentido de que após a extinção da relação contratual tem o empregado dois anos para
ajuizar a reclamatória trabalhista, retroagindo cinco anos da data da propositura desta. Se contado a partir da extinção do contrato, o prazo
prescricional poderia ser ampliado para sete anos, contrariando a própria Constituição. A sentença está em conformidade com a Súmula 308,
item I do TST. Mantenho.
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RECOR 2677200800302006 SP
Portanto, encerrado o contrato de trabalho dois prazos prescricionais paralelos correram juntos.
Por outro lado, durante a vigência do contrato de trabalho somente existirá um prazo prescricional em curso, qual seja, o prazo de cinco anos
contados do ato violador que pode proporcionar o ajuizamento da RT para a discussão de pretensões resistidas.
• Da Prescrição Total
Inicia-se o cômputo da prescrição “total” a partir da lesão e se consuma no prazo quinquenal subsequente, caso o contrato de trabalho ainda estiver
ativo.
Referida LESÃO ocorrerá quando da alteração do contrato de trabalho, SALVO se referida alteração esteja prevista em lei, caso em que, a prescrição
será parcial e não total.
Súmula 294 do TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações
sucessivas decorrente de alteração do pactua do, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito
de lei.
Art 11, § 2º da CLT - Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do
pactuado, a prescrição é total, EXCETO quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.
Jurisprudência:
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL TOTAL. ATO ÚNICO DO EMPREGADOR. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 294 DO C. TST. Se o pedido autoral decorre de
ato único do empregador, é inequívoco que este figura como marco inicial da contagem da prescrição quinquenal, que no caso é total, e não
parcial. Esta é a inteligência da Súmula nº 294 do Colendo TST.
Registre-se, pois, a suposta lesão sofrida pelos reclamantes teve seu marco ainda em 15.07.2012, ou seja, há quase 07 anos antes do
ajuizamento da demanda, quando as reclamadas, mansa e pacificamente, vinham pagando a complementação da aposentadoria.
Ora, considerando que a presente reclamação trabalhista foi ajuizada em 05.06.2019, quando já transcorrido o quinquênio prescricional (2017),
da data da última modificação denunciada, em 15.07.2012, quando aprovado novo “realinhamento da remuneração de funções gratificadas”,
entendo que resta fulminado o direito de ação dos demandantes pela prescrição total, vez que as supostas lesões perseguidas decorreram de
ato único do empregador, sendo aplicável o entendimento do Colendo TST, consubstanciado na Súmula nº 294.
TRT-6 - RECURSO ORDINARIO RO 76700702009506 PE
Orientação Jurisprudencial 76 da SDI-1 do TST. Substituição dos Avanços Trienais por Quinquênios. Alteração do Contrato de Trabalho.
Prescrição Total. CEEE. Inserida em 14-3-94 (inserido dispositivo). A alteração contratual consubstanciada na substituição dos avanços trienais
por quinquênios decorre de ato único do empregador, momento em que começa a fluir o prazo fatal de prescrição.
Portanto, passados cinco anos do momento em que foi alterada a sistemática de avanços, não há mais falar-se em exigibilidade judicial da pretensão.
Jurisprudência:
PRESCRIÇÃO. Tratando-se de pleito relativo a prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, aplicável ao caso a primeira parte da
Súmula 294 do C. TST (prescrição total) e, analogicamente, as Orientações Jurisprudenciais nºs 76 e 175 da SDI-1 do C.TST. Tendo sido o ato
único do empregador praticado em 1999 e ajuizada a presente ação trabalhista em 2011, não há o que alterar na r. sentença. (2004). Nego
provimento ao apelo do reclamante, no particular.
TRT-1 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 6696120115010019
REFORMA TRABAHISTA.
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da
execução.
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.
Do Procedimento Sumaríssimo
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação
ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional.
Petição inicial.
DO PEDIDO: Trata-se do objeto da Reclamação Trabalhista, sempre com base em cada fato relatado, formulando os pedidos de forma clara e
separadamente.
O artigo 840, §1º da CLT indica que a inicial deve conter “o pedido”:
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito.
IN 41 TST – ART. 12, § 2º - Para fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor da causa será estimado, observando-se, no
que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código de Processo Civil.
O pedido dever ser certo “E” determinado, somente se admitindo pedido genérico nas hipóteses legais ou quando for impossível liquidá-los.
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
Não há como apurar a extensão do dano provocado, não há como prever todas as consequências e prejuízos causados ao autor, torna-se impossível
determinar o valor de algo que ainda não foi apurado.
Trata-se de pedido que demanda produção de prova pericial, Acidente de Trabalho (Típico ou Atípico), Insalubridade e Periculosidade.
Não há como calcular o dano material (pensionamento, dano emergente e lucro cessantes), mas DEVEMOS pedir.
AGRAVO INTERNO EM RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO. RECLAMANTE EM GOZO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
(...) CUMULAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. Os direitos tutelados, deferentemente do que entende a
agravante, são distintos, apesar de relacionados ao mesmo fato, o que não impede a cumulação das indenizações. Nego provimento.
condenação ao custeio do valor das cirurgias de remoção de placas e reparadora para redução de cicatrizes. Não há falar-se em
condicionalidade da condenação. Nos termos do art. 286, II, do CPC/1973, vigente à época da interposição do apelo, há a possibilidade de
formulação de pedido genérico quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ilícito perpetrado pela
agravante, o que, de fato, se enquadra perfeitamente na hipótese de reparação de ordem material decorrente de acidente do trabalho.
Nego provimento. (...)" (Ag-RR-1182-62.2010.5.09.0594, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz Jose Dezena da Silva, DEJT 14/08/2020).
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. APELO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. PEDIDOS LÍQUIDOS. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AOS
VALORES DE CADA PEDIDO. APLICAÇÃO DO ART. 840, § 1º, DA CLT, ALTERADO PELA LEI 13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA. A
controvérsia gira acerca da aplicação do artigo 840, § 1º, da CLT, que foi alterado pela Lei 13.467/2017. No caso em tela, o debate acerca do
art. 840, § 1º, da CLT, detém transcendência jurídica, nos termos do art. 896-A, § 1º, IV, da CLT. A controvérsia acerca da limitação da
condenação, aos valores liquidados apresentados em cada pedido da inicial, tem sido analisado, pela jurisprudência dominante, apenas sob a
égide dos artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil. Por certo que aludidos dispositivos do CPC são aplicados subsidiariamente no processo
trabalhista. Entretanto, no que se refere à discussão acerca dos efeitos dos pedidos liquidados, apresentados na inicial trabalhista, os
dispositivos mencionados do CPC devem ceder espaço à aplicação dos parágrafos 1º e 2º do artigo 840 da CLT, que foram alterados pela
Lei 13.467/2017. Cumpre esclarecer que o TST, por meio da Resolução nº 221, de 21/06/2018, considerando a vigência da Lei 13.467/2017 e a
imperativa necessidade de o TST posicionar-se, ainda que de forma não exaustiva, sobre a aplicação das normas processuais contidas na CLT
alteradas ou acrescentadas pela Lei 13.467/2017, e considerando a necessidade de dar ao jurisdicionado a segurança jurídica indispensável a
possibilitar estabilidade das relações processuais, aprovou a Instrução Normativa nº 41/2018, que no seu art. 12, § 2º, normatizou que "para
fim do que dispõe o art. 840, §§ 1º e 2º, da CLT, o valor da causa será estimado (...)". A Instrução Normativa nº 41/2018 do TST, aprovada
mediante Resolução nº 221, em 02/06/2018, registra que a aplicação das normas processuais previstas na CLT, alteradas pela Lei