Você está na página 1de 202

Exame OAB 2ª Fase

Direito Tributário

Rafael Novais
Ações Tributárias
Introdução
• Processo Judicial (CF, CPC, CTN, LEF e Legislações)

“O processo judicial tributário é a série encadeada


de atos através da qual o Estado-Juiz presta a tutela
jurisdicional, solucionando definitivamente, porque em
última instância, os conflitos havidos entre o Estado-Fisco
e os contribuintes através da aplicação do direito ao
caso concreto”.
Hugo de Brito Machado Segundo

• FISCO: Contestação, Cautelar Fiscal & Execução


Fiscal

• Contribuinte: Ações Tributárias & Recursos


Ações Tributárias

HI FG LÇ/AIIM* CDA EF

Ação Declaratória Ação Anulatória

Mandado de Segurança
Embargos à Execução Fiscal ou EPE
Esquemas Básicos
• Requisitos da Petição: Art. 319, CPC
oEndereçamento
oQualificação Autor
oNome da Peça + Fundamento Jurídico
oQualificação Réu
oDos Fatos
oPreliminares*
oDo Direito
oDa Tutela Provisória (Liminar)
oDos Pedidos

• Atenção: Identificação & Erros


Ação Declaratória de
Inexistência de Relação
Jurídico Tributária
Conceito & Finalidade

“A ação declaratória é aquela na qual o autor


busca a manifestação do Poder Judiciário a
respeito da existência, do modo de ser, ou da
inexistência, de uma relação jurídica, ou acerca
da autenticidade ou falsidade de um documento
(art. 19 do CPC), a fim de superar um estado de
incerteza, de insegurança. A sentença, nesse
caso, simplesmente declara, sem condenar, nem
constituir ou desconstituir”.
Pontes de Miranda
Características
• Fundamento Legal

Arts. 19, I + 319, CPC

• Momento: Anterior ao Lançamento

• Ameaça Futura & Real


“A ação declaratória objetiva sempre uma
relação jurídica concreta, não podendo se entender
a relações futuras meramente prováveis.”

Humberto Theodoro Júnior


PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO
DECLARATÓRIA. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE
RELAÇÃO JURÍDICA. CARÁTER GENÉRICO. AUSÊNCIA DE
SITUAÇÃO CONCRETA A RECLAMAR A PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. Há
entendimento consolidado no âmbito desta Corte no
sentido do descabimento da utilização da ação
declaratória, quando o objeto desta for genérico e
indeterminado, sem a delimitação de uma relação
jurídica concreta. 2. O aresto recorrido está em
harmonia com a orientação jurisprudencial desta Corte
sobre a questão. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento. (STJ - AgRg no Ag: 1.197.355/RJ, Relator:
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de
Julgamento: 24/08/2010, T2 - SEGUNDA TURMA)
PROCESSO CIVIL - COISA JULGADA - AÇÃO
DECLARATÓRIA: EFEITOS - SÓCIO QUE SE RETIRA :
RESPONSABILIDADE. 1. A sentença proferida em ação
declaratória não tem efeitos gerais e erga omnes.
Limita-se a afastar a incerteza jurídica das relações
existentes à época do ajuizamento da ação. 2. O sócio
que se retira da sociedade continua responsável pelos
débitos que antecederam a alienação. 3. Recurso
improvido (STJ - RMS: 9.658/DF, Relator: Ministra ELIANA
CALMON, Data de Julgamento: 19/10/1999, T2 -
SEGUNDA TURMA).

Súmula nº 239, STF. Decisão que declara indevida a


cobrança do imposto em determinado exercício não
faz coisa julgada em relação aos posteriores.
Características
• Existência ou Inexistência

• Cumulação com Repetição do


Indébito

• Declaratória Incidental: Cabimento

• Prazo, Sujeitos, Propor


Características
• Efeito Suspensivo:

Tutela Provisória (Art. 294, CPC)

e/ou

Depósito Integral (Art. 151, II, CTN)


Endereçamento
• Justiça Federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...


Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Justiça Comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da


... Vara ... (Cível / Fazenda Pública / Única) da
Comarca de ...
Qualificação
Pessoa Física

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 19,
inciso I, 300 e 319 do Código de Processo Civil cumulado
com o artigo 151, inciso V do Código Tributário Nacional,
propor a presente Ação Declaratória de Inexistência de
Relação Jurídico Tributária com pedido de Tutela
Provisória (Urgência ou Evidência) em face (União,
Estados, DF ou Município), pessoa jurídica de direito
público interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito


privado/público, inscrita no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas sob nº ..., Inscrição Estadual nº ..., com
sede domiciliada ..., através de seu Advogado abaixo
assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro
nos artigos 19, inciso I, 300 e 319 do Código de Processo
Civil cumulado com o artigo 151, inciso V do Código
Tributário Nacional, propor a presente Ação Declaratória
de Inexistência de Relação Jurídico Tributária com
pedido de Tutela Provisória (Urgência ou Evidência) em
face (União, Estados, DF ou Município), pessoa jurídica de
direito público interno, e sua respectiva fazenda pública,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Depósito
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

Preliminarmente: Do Depósito Integral


Fundamentos Jurídicos
II – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES


JURÍDICAS, realização da subsunção da Norma
ao Caso Concreto. Poderá comportar
subdivisão do título como forma de melhor
esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: II.I – Das Imunidades


II.II – Da imunidade Religiosa
II.III – Da Atividade Filantrópica
Tutela Antecipada
III – Da Tutela Provisória

Requisitos: art. 294, CPC + Art. 151, V, CTN

a) Urgência (art. 300, CPC)

b) Evidência (art. 311, CPC)


Pedidos & Fechamento
IV – Dos Pedidos:

Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) que seja concedida a tutela provisória


pleiteada (Urgência ou Evidência) para fins de
suspender a exigibilidade do crédito tributário em
caso de eventual lançamento no curso da ação,
nos termos do art. 300 (ou 311) do CPC e Art. 151,
Inciso V, do CTN;

b) a Citação da ré (União, Estados, DF ou


Municípios), para, querendo, responder aos termos
da presente ação;
Pedidos & Fechamento
c) seja julgada procedente a presente ação para
fins de se declarara a inexistência de relação
jurídico obrigacional tributária, (uma vez ... em
virtude de...)

d) a condenação da parte ré nas custas e


honorários advocatícios, nos moldes do art. 85, §3º
do CPC;

e) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).
Pedidos & Fechamento
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC,
pretende o Autor realizar todos os meios de
provas em direito admitidas, em especial as
provas documentais.
Dá-se a causa o valor de R$... (valor da
eventual exação apenas se determinado o
quanto no enunciado) (valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...
Advogado... OAB.../nº ...
Questão Prática
I Exame OAB (CESPE) – 2ª Fase Direito Tributário

Juarez aposentou-se no serviço público federal em


15/5/2005. Três anos depois, foi acometido de neoplasia
maligna, conforme atestado em laudo pericial, datado de
5/9/2008 e proferido por médico especialista em oncologia
do Hospital Vita.
Em razão desse diagnóstico e de posse do laudo
médico, Juarez protocolou, junto ao órgão em que
trabalhava, ou seja, junto a sua fonte pagadora, pedido de
concessão do benefício de isenção do imposto de renda
relativamente aos seus proventos de aposentadoria.
O pedido foi negado, sob o argumento de que o laudo
pericial apresentado não fora emitido por serviço médico
oficial da União. Juarez submeteu-se, então, a perícia feita
por junta médica oficial da repartição pública que lhe
concedera a aposentadoria.
Questão Prática
Após análise dos documentos apresentados e
realização de exame físico, foi emitido laudo, datado de
6/2/2009, atestando ser o interessado realmente portador da
alegada debilidade. Com o laudo pericial comprovador da
moléstia, emitido por serviço médico oficial da União, Juarez
protocolou, perante sua fonte pagadora, em 15/2/2009, novo
pedido de reconhecimento da isenção.
Transcorrido mais de um ano, a fonte pagadora
continua procedendo aos descontos do imposto de renda
incidente sobre os proventos da aposentadoria de Juarez,
que, inconformado, procurou auxílio de profissional da
advocacia.
Com base nos fatos hipotéticos apresentados, redija, na
condição de advogado (a) contratado (a) por Juarez, a
peça processual adequada para garantir a efetividade do
alegado direito violado, sabendo que ele apenas pretende
discutir a devolução de valores em outra ação a ser
protocolada posteriormente.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara Federal da
Seção Judiciária de ...

Juarez, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do


Registro Geral nº ..., inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o
nº ..., residente e domiciliado ..., por meio de seu Advogado
abaixo assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos 19, inciso I, 300 e 319 do Novo Código de Processo Civil
cumulado com o artigo 151, inciso V do Código Tributário
Nacional, propor a presente Ação Declaratória de Inexistência de
Relação Jurídico Tributária com pedido de Tutela Provisória de
Urgência em face da União, pessoa jurídica de direito público
interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

O autor, três anos após ter se aposentado do serviço público


federal foi acometido de neoplasia maligna, conforme atestado
em laudo pericial na data de 5/9/2008, proferido por médico
especialista em oncologia do Hospital Vita.
De posse do laudo médico com o diagnóstico mencionado,
protocolou junto ao órgão em que trabalhava (fonte pagadora)
pedido de concessão do benefício de isenção, relativamente aos
seus proventos de imposto de renda.
Para sua surpresa, o pedido foi negado sob argumento de
que o laudo pericial não fora emitido por serviço médico oficial da
União.
Após submissão à junta médica oficial da União para
apresentação de documentos e realização de exames, novo laudo
constatou em 6/2/2009 ser o interessado realmente portador da
alegada debilidade.
Em 15/2/2009 o autor protocolou novo pedido de
reconhecimento da isenção e, transcorrido mais de um ano, a
fonte pagadora continua procedendo aos descontos de imposto
de renda.
Assim, considerando que até a presente data não houve
efetiva resposta sobre a concessão do referido benefício, aliada a
possibilidade de futuras cobranças, o autor utiliza desse
importante instrumento processual.

II – Do Direito
II.I – A aplicação do princípio da isonomia tributária

A relação jurídico-tributária não se encontra desligada dos


ditames constitucionais de garantia ao cidadão, devendo
respeitar um conjunto integrado de regras e princípios.
O sistema constitucional tributário consagra seção própria
para tratar as limitações ao poder de tributar (arts. 150 ao 152,
CF), designando importantes princípios que os entes tributantes
devem respeitar como mecanismo de legitimação de suas
atividades.
Entre esses princípios, podemos destacar a isonomia
tributária (art. 150, II, CF). Por meio dessa garantia será vedado à
União, Estados, Distrito Federal e Municípios realizarem
tratamento tributário diferenciado entre contribuintes que se
encontrem em situações equivalentes.
Aliás, essa isonomia tributária nada mais seria que o
consagrado princípio da igualdade, estruturado na máxima de
que “todos são iguais perante a lei” (art. 5º, caput, CF).
A máxima aqui explanada concede tratamento igual aqueles
em situações de igualdade, ao passo que o tratamento diferente
será dado aqueles externem desigualdades.
Conforme relatado, o autor dessa ação foi diagnosticado
com doença grave de neoplasia maligna, dificultando sua
qualidade de vida e requerendo maiores cuidados com sua saúde,
sob real risco de óbito.
Evidentemente que pessoas nessas condições merecem
tratamento tributário diferenciados se comparadas com aquelas
não acometidas de severa moléstia, justificando-se a isonomia
com a aplicação benéfica da lei tributária.

II.II – Da específica isenção tributária


Além do disciplinamento a nível constitucional, também
resta-nos abordar a existência de específica isenção aplicável ao
autor da demanda.
Com efeito, o art. 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713/1988
determina expressamente a existência de isenção do imposto
sobre a renda aqueles acometidos, antes ou após aposentadoria,
de doenças graves.
Entre as doenças graves listadas na citada lei, também
encontramos a neoplasia maligna.
Assim, considerando os documentos apresentados na
repartição pública competente e repetidos em anexo a essa ação,
inegável o direito do autor em se beneficiar com a referida
isenção.
Motivo nenhum subsiste no protelamento desse
deferimento pela fonte pagadora.

III – Da Tutela de Urgência

O novo disciplinamento do Código de Processo Civil (lei n.º


13.105/15) determina a concessão da tutela provisória de
urgência nos seguintes termos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Assim, para o caso proposto, resta-nos comprovar o
preenchimento da probabilidade do direito, bem como o perigo
de dano.
A probabilidade do direito aqui pleiteado tem guarida no
princípio constitucional da isonomia tributária, permitindo
tratamento diferenciado entre sujeitos que necessitam de
benefícios tributários. Também será perceptível essa
comprovação por meio da mencionada lei n.º 7.713/1988.
O perigo de dano fica por parte das retenções realizadas
sobre os futuros rendimentos recebidos, ensejando em efetivo
prejuízo ao autor que já sofre de doença grave.
Desse modo, restam comprovados elementos suficientes
para concessão da tutela de urgência, o que desde já requer.
IV – Dos Pedidos:

Ante o exposto, requer:

a) que seja concedida a tutela provisória de urgência pleiteada


para fins de suspender a exigibilidade do crédito tributário em
caso de eventual lançamento no curso da ação, nos termos do
Art. 300 do NCPC e Art. 151, Inciso V, do CTN;

b) a Citação da União, para, querendo, responder aos termos da


presente ação;

c) seja julgada procedente a presente ação para fins de se


declarara a inexistência de relação jurídico obrigacional tributária,
uma vez que o autor tem direito a isenção tributária nos moldes
do art. 150, II, CF e art. 6º, XIV, da Lei n.º 7.713/1988;
d) a condenação da parte ré nas custas e honorários advocatícios,
nos termos do art. 85, §3º, CPC;

e) Informa o não cabimento da audiência de conciliação, por


trata-se de direito indisponível (art. 334, §4º, II, CPC).

Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o Autor
realizar todos os meios de provas em direito admitidas, em
especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$...

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data... Advogado... OAB.../nº ...


Ação Anulatória de
Lançamento Tributário
Conceito & Finalidade
“Ação do sujeito passivo contra a Fazenda
Pública para invalidar o lançamento ou decisão
administrativa, que hospeda o crédito tributário
objeto do pleito, por entender que está causando
lesão a seu direito. O pressuposto da ação,
portanto, é a de que haja um débito tributário
(lançamento fiscal ou decisão administrativa)”.

Kiyoshi Harada
Características
• Fundamento Legal

Art. 38, Lei nº 6.830/80 (LEF) + Art. 319, CPC

• Momento: Posterior ao Lançamento/AIM

• Aplicação com Execução Fiscal


- Exame OAB 2009.2 – CESPE:

Ausência de Garantia & Propositura de Ação


PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL EM CURSO. AÇÃO
ANULATÓRIA DO DÉBITO. CABIMENTO. 1. A existência de
execução fiscal em curso não constitui óbice à
propositura de ação desconstitutiva pelo executado.
Precedentes. 2. "Se é certo que a propositura de
qualquer ação relativa ao débito constante do título
não inibe o direito do credor de promover-lhe a
execução (CPC, art. 585, § 1º), o inverso também é
verdadeiro: o ajuizamento da ação executiva não
impede que o devedor exerça o direito constitucional
de ação para ver declarada a nulidade do título ou a
inexistência da obrigação, seja por meio de embargos
(CPC, art. 736), seja por outra ação declaratória ou
desconstitutiva. Nada impede, outrossim, que o devedor
se antecipe à execução e promova, em caráter
preventivo, pedido de nulidade do título ou a
declaração de inexistência da relação obrigacional" . 3.
Agravo regimental não provido (STJ - AgRg no REsp:
928.639/RJ, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de
Julgamento: 16/10/2008, T2 - SEGUNDA TURMA).
Características
• Desnecessidade de depósito prévio

- Princípios da Inafastabilidade Jurisdicional, Contraditório


e Ampla Defesa (Art. 5º, , XXXV & LV, CF)

- Súmula nº 247, TFR. Não constitui pressuposto da ação


anulatória do débito fiscal o depósito de que cuida o
Art. 38 da Lei 6.830, de 1980.

- Súmula Vinculante nº 28. É inconstitucional a exigência


de depósito prévio como requisito de admissibilidade
de ação judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crédito tributário.
Características
• Sujeitos, Propor

• Autonomia do Executivo Fiscal (Art.


784, §1º, CPC)

• Cumulação com Repetição do


Indébito
Características
• Efeito Suspensivo:

Tutela Provisória(Art. 294, CPC)

e/ou

Depósito Integral (Art. 151, II, CTN)


PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
PROPOSTA DURANTE A TRAMITAÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL.
SUSPENSÃO DE ATOS EXECUTIVOS MEDIANTE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. HIPÓTESE DE SUSPENSÃO E NÃO
DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. 1. Suspensa a
exigibilidade do crédito tributário, notadamente pelo
depósito de seu montante integral (art. 151, II, do CTN),
em ação anulatória de débito fiscal, deve ser extinta a
execução fiscal ajuizada posteriormente; se a execução
fiscal foi proposta antes da anulatória, aquela resta
suspensa até o final desta última actio (REsp. n.
789.920/MA, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão,
DJde 6.3.2006). 2. É possível a suspensão dos atos
executivos, no processo de execução fiscal, em virtude
da antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional
pleiteada em ação anulatória de débito fiscal proposta
durante a tramitação da execução (REsp. n. 758.655/RS,
Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de
28.5.2007).
3. Hodiernamente, esse entendimento deve ser adaptado
à regra insculpida no art. 739-A, do CPC (incluído pela Lei
nº 11.382, de2006), que exige para a suspensão da
execução fiscal, além do juízo de verossimilhança e do
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, a
garantia da execução por penhora, depósito ou caução
suficientes. 4. Quando a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário ocorre após o ajuizamento da execução
fiscal, é incabível a extinção da execução por
inexigibilidade do título executivo enquanto perdurar a
pré falada suspensão da exigibilidade. Nesse sentido:
AgRg no REsp701.729/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman
Benjamin, DJe de 19.3.2009;AgRg no REsp 1.057.717/RS, 1ª
Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, Dje de 6.10.2008.5.
Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1153771 SP
2009/0194808-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, Data de Julgamento: 12/04/2012, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/04/2012).
Endereçamento
• Justiça Federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...


Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Justiça Comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da


... Vara ... (Cível / Fazenda Pública / Única) da
Comarca de ...

OBS.: Após Execução?


PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO
ANULATÓRIA E EXECUÇÃO FISCAL. CONEXÃO. REUNIÃO
DOS PROCESSOS. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ONDE
PROPOSTA A ANTERIOR EXECUÇÃO FISCAL. 1. A
jurisprudência da Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça é firme no sentido de que, constatada conexão
entre a ação de execução fiscal e ação anulatória de
débito fiscal, impõe-se a reunião de processos para
julgamento simultâneo, a fim de evitar decisões
conflitantes, exsurgindo competente o Juízo onde
proposta a anterior ação executiva. 2. A ação anulatória
do título executivo encerra forma de oposição do
devedor contra a execução, razão pela qual induz a
reunião dos processos pelo instituto da conexão, sob
pena de afronta à segurança jurídica e economia
processual.
3. A competência federal delegada (art. 15, I, da Lei n.
5.010/66) para processar a execução fiscal estende-se
para julgar a oposição do executado, seja por meio de
embargos, seja por ação declaratória de inexistência da
obrigação ou desconstitutiva do título. 4. Conflito
conhecido para declarar a competência do Juízo de
Direito (STJ - CC: 98090 SP 2008/0183000-0, Relator: Ministro
BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 22/04/2009,
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO).

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO ANULATÓRIA
AJUIZADA ANTERIORMENTE. CONEXÃO. NORMA DE
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA. EXISTÊNCIA DE VARA
ESPECIALIZADA PARA JULGAR EXECUÇÕES FISCAIS.
REUNIÃO DOS PROCESSOS. IMPOSSIBILIDADE. SUSPENSÃO
DA EXECUÇÃO. GARANTIA DO JUÍZO. NECESSIDADE.
1. Esta Seção, ao julgar o CC 106.041/SP (Rel. Min. Castro
Meira, DJe de 9.11.2009), enfrentou situação semelhante
à dos presentes autos, ocasião em que decidiu pela
impossibilidade de serem reunidas execução fiscal e
ação anulatória de débito precedentemente ajuizada,
quando o juízo em que tramita esta última não é Vara
Especializada em execução fiscal, nos termos
consignados nas normas de organização judiciária. No
referido julgamento, ficou consignado que, em tese, é
possível a conexão entre a ação anulatória e a
execução fiscal, em virtude da relação de
prejudicialidade existente entre tais demandas,
recomendando-se o simultaneus processus. Entretanto,
nem sempre o reconhecimento da conexão resultará na
reunião dos feitos. A modificação da competência pela
conexão apenas será possível nos casos em que a
competência for relativa e desde que observados os
requisitos dos §§ 1º e 2º do art. 292 do CPC. A existência
de vara especializada em razão da matéria contempla
hipótese
de competência absoluta, sendo, portanto, improrrogável,
nos termos do art. 91 c/c 102 do CPC. Dessarte, seja
porque a conexão não possibilita a modificação da
competência absoluta, seja porque é vedada a
cumulação em juízo incompetente para apreciar uma das
demandas, não é possível a reunião dos feitos no caso em
análise, devendo ambas as ações tramitarem
separadamente. Embora não seja permitida a reunião dos
processos, havendo prejudicialidade entre a execução
fiscal e a ação anulatória, cumpre ao juízo em que tramita
o processo executivo decidir pela suspensão da
execução, caso verifique que o débito está devidamente
garantido, nos termos do art. 9º da Lei 6.830/80. 2. Pelas
mesmas razões de decidir, o presente conflito deve ser
conhecido e declarada a competência do Juízo suscitado
para processar e julgar a ação anulatória de débito fiscal.
(STJ - CC: 105.358/SP, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, Data de Julgamento: 13/10/2010, S1 - PRIMEIRA
SEÇÃO).
Qualificação
Pessoa Física

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 300 (ou
311) e 319 do Código de Processo Civil, artigo 151, Inciso
V do Código Tributário Nacional, bem como o Artigo 38
da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), propor a
presente Ação Anulatória de Lançamento Fiscal com
pedido de Tutela Antecipada em face (União, Estados,
DF ou Município), pessoa jurídica de direito público
interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas sob nº ..., Inscrição Estadual nº ..., com sede
domiciliada ..., através de seu Advogado abaixo
assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro
no artigo 319 do Código de Processo Civil, artigo 151,
inciso II do Código Tributário Nacional, bem como o
artigo 38 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal),
propor a presente Ação Anulatória de Lançamento Fiscal
com Depósito do Montante Integral em Dinheiro em face
(União, Estados, DF ou Município), pessoa jurídica de
direito público interno, e sua respectiva fazenda pública,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Preliminar
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Preliminar: Do Depósito do Montante Integral*


Fundamentos Jurídicos
III – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: III.I – Das Imunidades


III.II – Da imunidade Religiosa
III.III – Da Atividade Filantrópica
Tutela Antecipada
IV – Da Tutela Provisória

Requisitos: art. 294, CPC + Art. 151, V, CTN

a) Urgência (art. 300, CPC)

b) Evidência (art. 311, CPC)


Pedidos & Fechamento
V – Dos Pedidos:
Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) que seja concedida a tutela provisória


(Urgência ou Evidência) pleiteada para fins de
suspender a exigibilidade do crédito tributário nos
termos do art. 300 (ou 311) do CPC ou,
subsidiariamente, caso Vossa Excelência não
entenda cabível a tutela provisória, seja autorizada
a realização de depósito para suspender a
exigibilidade do crédito tributário segundo o Art.
151, II, CTN;
Pedidos & Fechamento

b) a Citação da ré (União, Estados, DF ou Municípios),


para, querendo, responder aos termos da presente ação;

c) seja julgada procedente a presente ação para fins de


se anular o lançamento efetuado, declarando indevida
a tributação (uma vez ... em virtude de...)

d) a condenação da parte ré nas custas e honorários


advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do NCPC;

e) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).
Pedidos & Fechamento
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende
o Autor realizar todos os meios de provas em direito
admitidas, em especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$... (valor do


lançamento) (valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...
Advogado...
OAB.../nº ...
Questão Prática
IX Exame OAB FGV (2012.3) - Adaptada

Uma instituição de ensino superior, sem fins


lucrativos, explora, em terreno de sua propriedade,
serviço de estacionamento para veículos, cuja renda
é revertida integralmente para manter suas
finalidades essenciais. Ocorre que tal instituição foi
autuada pela Fiscalização Municipal, sob o
fundamento de ausência de recolhimento do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN
relativo aos exercícios fiscais de 2008, 2009, 2010 e
2011, visto que a atividade econômica, serviços de
estacionamento, consta da lista de serviços anexa à
lei municipal tributária aplicável à espécie.
A referida instituição pretende viabilizar demanda
judicial para a defesa dos seus interesses, uma vez que não
houve oferecimento de defesa administrativa em tempo
hábil.

Nesta situação hipotética, considerando que o


pagamento do tributo inviabilizaria os investimentos
necessários para manter e ampliar os serviços
educacionais que a instituição presta, apresente a fórmula
jurídica processual mais rápida e eficaz para solucionar a
situação descrita, esgotando os fundamentos de direito
processual e material, ciente de que, entre a data da
autuação e a sua constituição como patrono da referida
instituição, transcorreram menos de dois dias.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ...
(Cível/Fazenda Pública/Única) da comarca de ...

Instituição de ensino superior, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº
..., com sede domiciliada ..., por meio de seu Advogado abaixo
assinado, procuração anexa, com endereço profissional para
receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos
Artigos 311 e 319 do Novo Código de Processo Civil, Artigo 151,
Inciso V do Código Tributário Nacional, bem como o Artigo 38 da
Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), propor a presente Ação
Anulatória de Débito Fiscal com pedido de tutela de evidência
em face do Município..., pessoa jurídica de direito público
interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

O autor, que desenvolve atividades de ensino superior sem


fins lucrativos, foi autuado pela fiscalização municipal sob o
fundamento do não recolhimento do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISSQN) relativos nos exercícios de 2008,
2009, 2010 e 2011, constantes na lei municipal.
Tais cobranças teriam como fundamento a exploração, em
terreno de sua propriedade, de serviços de estacionamento de
veículos, do qual se originam rendas revertidas integralmente a
manutenção de suas finalidades essenciais.
Considerando a existência de arbitrariedades e ilegalidade
na conduta efetivada pelo município, utiliza-se da presente ação.
III – Do Direito:

III. I – Das Imunidades Tributárias


A essência do poder de tributar no ordenamento jurídico
atrela-se com o intuito de colaboração do financiamento da vida
social. O cidadão entregará ao estado parcela de suas riquezas
visando a manutenção de vitais serviços públicos.
Contudo, apesar desse dever social, faz-se necessário o
respeito a pressupostos na atividade de cobrança dessas
exações, passando pelo crivo das limitações ao mesmo poder de
tributar.
Entre essas limitações, destacam-se às imunidades
tributárias, consideradas como regras de desoneração ao comum
dever de recolher as exações. Doutrinariamente são
conceituadas como “não incidência constitucionalmente
qualificada”.
Em situações normais deveria incidir à tributação, mas
considerando elementos históricos, sociais ou econômicos, não
existirá tributação sobre determinadas pessoas, bens ou
atividades.
O art. 150, inciso VI, da Constituição Federal determina as
denominadas imunidades genéricas dos impostos, subdividindo-
se em imunidade recíproca, religiosa, institucionais, cultural e
sobres obras musicais nacionais.

III. II – Da Imunidade das Instituições de Educação sem fins


lucrativos

Conforme relatado acima, dentre as imunidades previstas


constitucionalmente podemos destacar aquelas previstas no art.
150, inciso VI, da Constituição Federal.
Segundo previsão da alínea “c” desse mesmo artigo,
estaríamos diante das imunidades dos impostos de algumas
instituições. Observa-se o preceito:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios: (...)

VI - instituir impostos sobre: (...)


c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...)

O entendimento pretendido pelo legislador constituinte


estaria coadunando-se com a importância que essas instituições
detêm em nossa sociedade.
Ora, no caso em comento, observa-se que o autor goza do
importante instituto da imunidade tributária em relação ao
ISSQN na exploração dos serviços de estacionamento em imóvel
de sua propriedade, uma vez que vinculados às suas finalidades
essenciais.
De fato, os valores alcançados com a exploração dessa
atividade são inteiramente revertidos para manutenção dos
importantes serviços educacionais no país.
Merece destaque o fato de que os tribunais superiores já
vêm entendendo a extensão dessa regra imunizante até em
situações de exploração de atividade por particular em imóvel de
ente imune.
Nesse sentido, posicionou-se o Supremo Tribunal Federal:
Súmula Vinculante nº 52 (mesmo teor da súmula 724, STF).
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art.
150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Ressalte-se, ainda, que todos os requisitos elencados pelo
art. 14 do CTN estão preenchidos pela instituição: não exerce
atividade lucrativa, investe os valores integralmente no país e
mantém obrigações acessórias formais.

III – Da Tutela de Evidência

O novo disciplinamento do Código de Processo Civil (lei n.º


13.105/15) determina a concessão da tutela provisória de
evidencia nos seguintes termos:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando: (...)
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;

Aplicando-se a regra acima exposta, percebemos que a


concessão da tutela de evidência independe da demonstração de
perigo de dano, desde que preenchido o requisito exposto.
Para a situação em tela, todos os documentos anexados
nessa inicial demonstram as alegações aqui levantadas. Por se
tratar de imunidade tributária a comprovação dos requisitos
tornar-se-á mais simples pela mera leitura do texto
constitucional.
Ademais, já abordamos que o tema se encontra pacificado
a nível da súmula vinculante nº 52.
Desse modo, restam comprovados elementos suficientes
para concessão da tutela de evidência para suspensão da
exigibilidade do crédito, o que desde já requer.

IV – Dos Pedidos:
Diante do exposto, requer:

a) que seja concedida a tutela de evidência pleiteada para fins


de suspender a exigibilidade do crédito tributário relacionado
ao ISSQN, segundo o art. 311 do NCPC, bem como art. 151,
inciso V, do Código Tributário Nacional;
b) a Citação do Município... para, querendo, responder aos
termos da presente ação;
c) seja julgada procedente a presente ação para fins de se
extinguir o crédito tributário relacionado a indevida cobrança do
ISSQN, uma vez que no caso em apreço trata-se de regra
imunizante estampada no art. 150, VI, c e §4º da CF;
d) a condenação da parte ré nas custas e honorários
advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do CPC;
e) Informa o não cabimento da audiência de conciliação, por
trata-se de direito indisponível (art. 334, §4º, II, CPC).
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o Autor
realizar todos os meios de provas em direito admitidas, em
especial as provas documentais.
Dá-se a causa o valor de R$...
Nesses termos, pede deferimento
Local..., Data...
Advogado... OAB.../nº ...
Mandado de Segurança
Conceito & Finalidade

“A ação de mandado de segurança tem a


finalidade, na seara tributária, de proteger o
direito líquido e certo do contribuinte para que o
juiz conceda uma ordem contra autoridade dita
de coatora, para que esta pratique, ou deixe de
praticar, determinado ato em razão da
ocorrência de ilegalidade ou abuso de poder.”

Adolfo Mamoru Nishiyama


Características
• Fundamento Legal

Art. 5º, LXIX, CF/88 + Art. 1º da Lei nº 12.016/09


(Nova Lei do MS) + Art. 319, CPC

• Momento: Preventivo & Repressivo

• MS Coletivo (Art. 5º,LXX, CF/88 + Art. 21, Lei)


- Legitimados: Partidos Políticos & organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
Características
• Prazo: 120 dias (Art. 23, Lei)
• Decadencial (Súmula nº 632, STF)

• Sujeitos
• Autoridade Coatora (Arts. 6º, §3º + 1º, §1º +
súmula nº 510, STF)
• Ministério Público (Art. 12, Lei)
• Representante (Art. 7º, II, Lei)

• Impetrar, vedação a produção


probatória
• Direito Líquido e Certo
Características
• Não cabimento de Honorários (Art. 25,
Lei)

Súmula nº 512, STF. Não cabe condenação em


honorários de advogado na ação de mandado de
segurança.

Súmula nº 105, STJ. Na ação de mandado de


segurança não se admite condenação em
honorários advocatícios.
Características
• Medida Liminar (Art. 151, IV, CTN + Art. 7º,
III, Lei)
- Requisitos:

“fumus boni iuri & periculum in mora”

- Vedações: Art. 7º, §2º, Lei


Características
a) Compensação (Arts. 170 & 170-A, CTN)

Súmula nº 212, STJ. A compensação de créditos tributários


não pode ser deferida por medida liminar.

Súmula nº 213, STJ. O mandado de segurança constitui


ação adequada para a declaração do direito à
compensação tributária.

b) Desbloqueio de Mercadoria do exterior

Súmula nº 323, STF. É inadmissível a apreensão de


mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.
Vedações
• MS contra Lei em tese
- Súmula nº 266, STJ. Não cabe mandado de segurança
contra lei em tese.

• Recurso Administrativo (Art. 5º, I, Lei)


- Violação aos princípios constitucionais da
Inafastabilidade Jurisdicional e Devido Processo Legal
(Art. 5º, XXXV & LIV, CF).

- Súmula nº 429, STF. A existência de recurso administrativo


com efeito suspensivo não impede o uso do mandado
de segurança contra omissão da autoridade.
Vedações
• Recurso Judicial Suspensivo (Art. 5º, II, Lei)

- Súmula nº 267, STF. Não cabe mandado de


segurança contra ato judicial passível de recurso ou
correição.

• Trânsito em Julgado (Art. 5º, III, Lei)

- Súmula nº 268, STF. Não cabe mandado de


segurança contra decisão judicial com trânsito em
julgado.
Utilização no Exame
• Deverá ser utilizado quando:

o exigir a adoção da medida mais célere ou menos


onerosa
o dúvida sobre a ocorrência ou não do lançamento
o liberação de mercadoria, expedição de certidão ou
inscrição no CNPJ

• Não deverá ser utilizado:

o ultrapassado o prazo de 120 dias


o necessidade de dilação probatória
o dúvida a respeito de quem é a Autoridade Coatora
Autoridade Coatora
• Tributos Federais: Delegado da Receita Federal
do Brasil OU Inspetor da Receita Federal do Brasil

• Tributos Estaduais: Delegado Regional Tributário


OU Diretor da Secretaria de Arrecadação do
Estado

• Tributos Municipais:

Móveis (ISSQN): Diretor do Departamento de


Rendas Mobiliárias do Município...

Imóveis (ITBI / IPTU): Diretor do Departamento de


Rendas Imobiliárias do Município...
Endereçamento
• Justiça Federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...


Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Justiça Comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da


... Vara ... (Cível / Fazenda Pública / Única) da
Comarca de ...
Qualificação
Pessoa Física

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º,
LXIX, da Constituição Federal, artigo 319 do Código de
Processo Civil, bem como o artigo 1º e seguintes da Lei nº
12.016/09, impetrar Mandado de Segurança com pedido
de Liminar em face do ato do Ilustríssimo Senhor Delegado
da Receita Federal do Brasil, vinculado a pessoa jurídica
União, e sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº
..., Inscrição Estadual nº ..., com sede domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º,
LXIX, da Constituição Federal, artigo 319 do Código de
Processo Civil, bem como o artigo 1º e seguintes da Lei nº
12.016/09, impetrar Mandado de Segurança com pedido
de Liminar em face do ato do Ilustríssimo Senhor Diretor do
Departamento de Rendas Mobiliárias do Município de ...,
vinculado a pessoa jurídica ..., e sua respectiva fazenda
pública, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Preliminar
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Preliminar: Da Tempestividade
Fundamentos Jurídicos
III– Do Cabimento do Mandado de Segurança: o
Direito Líquido e Certo

IV – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

V– Da Liminar sem exigência de caução, fiança ou


depósito
Pedidos & Fechamento
VI – Dos Pedidos:

Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) que seja concedida a liminar, nos termos já


estabelecidos, para fins de ..., conforme
estabelece o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/09;

b) a notificação da autoridade coatora para


prestar informações, no prazo estabelecido no art.
7º, I, da Lei nº 12.016/09;
Pedidos & Fechamento
c) a cientificação do órgão de representação
judicial da pessoa jurídica interessada, nos termos
do art. 7, II, Lei nº 12.016/09;

d) a manifestação do Ministério Público na forma


preconizada no art. 12 da Lei nº 12.016/09;

e) a concessão da segurança ao final, em caráter


definitivo, para fins de ...
Pedidos & Fechamento
d) a condenação da parte ré nas custas.

Dá-se a causa o valor de R$... (valor


questionado) (valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...
Advogado...
OAB.../nº ...
Questão Prática
XIV Exame OAB FGV (2014.2)

Em março de 2014, o Estado A instituiu, por meio de


decreto, taxa de serviço de segurança devida pelas
pessoas jurídicas com sede naquele Estado, com base de
cálculo correspondente a 3% (três por cento) do seu
faturamento líquido mensal.

A taxa, devida trimestralmente por seus sujeitos passivos, foi


criada com o objetivo de remunerar o serviço de
segurança pública prestado na região. A taxa passou a ser
exigível a partir da data da publicação do decreto que a
instituiu.
Dez dias após a publicação do decreto (antes, portanto,
da data de recolhimento da taxa), a pessoa jurídica PJ
Ltda. decide impugnar o novo tributo, desde que sem o
risco de suportar os custos de honorários advocatícios na
eventualidade de insucesso na demanda, tendo em vista
que pretende participar de processo licitatório em data
próxima, para o qual é indispensável a apresentação de
certidão de regularidade fiscal, a qual será obstada caso
a pessoa jurídica deixe de pagar o tributo sem o amparo
de uma medida judicial.

Considerando a situação econômica do contribuinte,


elabore a medida judicial adequada para a impugnação
do novo tributo e a garantia da certidão de regularidade
fiscal necessária à sua participação na licitação,
considerando a desnecessidade de dilação probatória e
indicando todos os fundamentos jurídicos aplicáveis ao
caso. (Valor: 5,00).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ... da
Comarca de .../Estado A

PJ Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº ..., Inscrição
Estadual nº ..., com sede domiciliada ..., através de seu Advogado
abaixo assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal, artigo 319 do Código de
Processo Civil, bem como o artigo 1º e seguintes da Lei nº
12.016/09, impetrar Mandado de Segurança com pedido de
Liminar em face do ato do Ilustríssimo Senhor Delegado Regional
Tributário, vinculado a pessoa jurídica Estado A, e sua respectiva
fazenda pública, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

O Estado A, impetrado no presente remédio


constitucional, instituiu por meio de decreto taxa de
segurança pública a serem cobradas das pessoas jurídicas
com sede em seu território.

Tal taxa, cobrada de forma trimestral, passou a ser


exigida a partir da data de sua publicação e tem como
finalidade a remuneração dos serviços de segurança
pública estadual, obtendo como base de cálculo o
montante de 3% (três por cento) do faturamento líquido
mensal das empresas.

Insta ressaltar que, devido a situação econômica do


impetrante, ainda não houve o recolhimento do referido
tributo, mas que existe a premente necessidade de
obtenção de certidão de regularidade fiscal para
participação em processo licitatório.
Desse modo, considerando a flagrante
inconstitucionalidade da instituição e cobrança, aliado a
desnecessidade de produção probatória, saída não resta
ao impetrante a não ser utilizar o presente remédio
constitucional.

II – Preliminarmente: Da tempestividade

Segundo o art. 23 da lei nº 12.016/09 o prazo para


impetração do Mandado de Segurança seria decadencial
de 120 dias. Desse modo, percebe-se que ainda não
transcorreu o prazo assinalado, uma vez que apenas teriam
passados 10 dias do dia para pagamento, restando,
portanto, tempestivo.
III – Do cabimento do Mandado de Segurança: o Direito
Líquido e Certo

A impetração do Mandado de Segurança pressupõe


a existência de autoridade administrativa atuando com
ilegalidade ou desvio de poder, conforme externa o art. 5º,
LXIX da Constituição Federal de 1988.

No caso em apreço, identificaremos matérias ilegais e


inconstitucionais na cobrança dessa taxa.

Também merece esclarecer que todos os argumentos


e provas necessárias ao deslinde da causa seriam pré-
constituídas, não necessitando de fase de produção
probatória, valendo-se do manejo de documentos que
demonstram o abuso praticado pelo poder público.
IV – Do Direito:

IV.I – Da Violação ao Princípio da Legalidade

Segundo a Constituição Federal de 1988, o sistema


tributário nacional deverá respeitar um conjunto integrado
de competências, regras e limitações como forma de
legitimar a atividade de arrecadação por parte dos entes
políticos tributantes.

Entre essas limitações ao poder de tributar,


encontramos o importantíssimo princípio da legalidade,
demonstrando que o direito tributário seria afeto a
separação dos poderes, na medida em que o legitimado
a externar a vontade do povo quanto ao pagamento de
tributo novo ou majoração seria o poder legislativo.
Nessa esteira, ainda que existam excepcionais
exceções a essa regra, o art. 150, inciso I da CF/88
determina que não seria possível União, Estados, Distrito
Federal e Municípios instituírem e majorarem tributos em lei
que estabeleça.

Considerando o caso proposto, observa-se que a


instituição da referida “taxa de segurança” ocorreu por
meio de um mero decreto (ato do poder executivo),
ferindo a exigência constitucional de lei e, portanto,
restando inconstitucional sua exigência.

IV.II – Do desrespeito à Segurança Jurídica

Ainda no contexto relacionado com as limitações


constitucionais ao poder de tributar, observa-se que tal lei
também acabou por ferir outros dois importantíssimos
pilares da segurança jurídica tributária; princípio da
anterioridade anual e o princípio da anterioridade
nonagesimal.
Com efeito, tais princípios representam, ao lado da
irretroatividade, segurança jurídica na medida em
respeitar sistema jurídicos passados e conceder prazo
razoável para que o contribuinte possa realizar as
necessárias adaptações financeiras para suportar uma
nova carga tributária.
Por meio da anterioridade anual, também chamada
de anterioridade do exercício financeiro, estampada no
art. 150, III, b, CF, não seria possível que os entes políticos
ao instituírem ou majorarem tributos, cobrarem no mesmo
exercício financeiro em que ocorreu sua publicação, ou
seja, não seria possível exigir no mesmo ano de sua criação
ou aumento.
Já a anterioridade nonagesimal, também chamada
de noventena, prevista no art. 150, III, c, CF, determina que
seria necessário esperar 90 (noventa) dias, contados
também da publicação, para que possa o tributo novo ou
aumentado ser exigido.
Ambos os princípios funcionam como regra e devem
ser respeitados, salvos as excepcionalidades contidas no
texto constitucional.
Considerando que as taxas não figuram como
exceção, não poderia o “Estado A” ter iniciado sua
exigência desde a publicação do decreto que lhe instituiu,
restando, mais uma vez, inconstitucional tal cobrança.

IV.III – Da inconstitucionalidade da Taxa

Superado os argumentos relacionados as violações


das limitações ao poder de tributar, novo argumento
demonstra o caráter inconstitucional da referida taxa.
Segundo as previsões contidas no art. 77 do Código
Tributário Nacional e repetida no art. 145, II da Constituição
Federal, as existências de taxas estariam afetas ao
exercício do poder de polícia ou pela prestação (efetiva
ou potencial) de serviços públicos, específicos e divisíveis.
Com efeito, a taxa de polícia guarda correlação com
o poder de polícia do direito administrativo e estampada
nos moldes do art. 78 do CTN, não sendo o objeto da
situação.
Já a cobrança de taxas de serviços públicos, objeto
da situação em tela, requer, conforme previsão do art. 79,
incisos II e III do CTN, que os mesmos sejam específicos e
divisíveis, conotando o caráter de serviço “uti singuli”, ou
seja, serviço singular.
Para que os entes políticos possam instituir tais taxas
de serviços públicos, seria necessário demonstrar quais os
usuários individualmente estariam se beneficiando,
afastando a ideia de utilização coletiva.
No caso em tela, restaria a seguinte indagação: o
serviço público de segurança pública seria prestado
apenas para uma determinada parcela da sociedade?
Ou seria ela prestada para todos que necessitarem, de
maneira indistinta?
Claro perceber que a prestação dos serviços de
segurança pública, tais como polícia militar, polícia civil,
bombeiro militar, dentre outros, se caracterizam por
prestarem serviços “uti universi”, ou seja prestado para
todos, restando inconstitucional a instituição de taxas.

IV.IV – Da Inconstitucional adoção da Base de Cálculo

Ainda como último item jurídico a ser mencionado, a


instituição da referida taxa levou em consideração como
base de cálculo o percentual de 3% (três por cento) sobre
faturamento líquido mensal das empresas, fazendo incidir
sobre manifestações de riquezas que nada guardam
correlação com as taxas.
Segundo o art. 145, II da CF as taxas não podem ter
base de cálculo próprias daquelas discriminadas para
impostos. Já o art. 77 do CTN enfatiza que não pode ter
base de cálculo idêntica.
Em ambos os casos uma coisa fica clara, não existe
correspondência alguma entre o valor cobrado com essa
base de cálculo e o quanto de serviço será realizado pela
indevida taxa de segurança pública.

Por mais esse motivo, inconstitucional tal exação.

V – Da Liminar sem exigência de caução, fiança ou


depósito

Conforme prescreve a novel Lei do Mandado de


Segurança (Lei nº 12.016/09) em seu artigo 7º, Inciso III, in
verbis:

Art. 7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: (...)


III – que se suspenda o ato que deu motivo ao
pedido, quando houver fundamento relevante e do
ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida, caso seja finalmente deferida, sendo
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou
depósito, com o objetivo de assegurar o
ressarcimento à pessoa jurídica.

Para a concessão da medida liminar em sede de


Mandado de Segurança faz-se necessário o
preenchimento de dois importantes requisitos: fumus boni
iuri (fumaça do bom direito) e o periculum in mora (perigo
da demora).

Considerando todos os argumentos já expendidos


anteriormente, fácil perceber que ambos os requisitos já se
encontram presentes.
Com efeito, ao analisar o preceito acima, a luz dos
motivos já esposados, percebe-se, claramente, que a não
concessão da referida liminar implicará em prejuízo
inestimável ao impetrante, uma vez que necessita da
expedição de certidão de regularidade fiscal para que
possa participar de processo de licitação pública.

V – Dos Pedidos:

Diante do exposto, requer:

a) que seja concedida a liminar, nos termos já


estabelecidos, para fins de liberação do estabelecimento
interditado, nos termos elencados no artigo 7º, III, da Lei nº
12.016/09;
b) a notificação do Delegado Regional Tributário
para prestar informações, conforme art. 7º, I, da Lei nº
12.016/09;
c) a cientificarão do órgão de representação judicial
da pessoa jurídica interessada, segundo o art. 7º, II, da Lei
nº 12.016/09;
d) a manifestação do Ministério Público, nos moldes
do art. 12 da Lei nº 12.016/09;
e) a concessão da segurança ao final, em caráter
definitivo, para fins de reconhecer direito líquido e certo do
impetrante, entendendo como inconstitucional a referida
taxa de segurança,.
f) a condenação da parte ré nas custas processuais;

Dá-se a causa o valor de R$...

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., Data...
Advogado... OAB.../nº ...
Embargos à Execução Fiscal
Conceito & Finalidade

“Os embargos do executado representam


ação de conhecimento autônoma, mas
estreitamente relacionada com a execução. Seu
principal objetivo é o de obter a invalidação, total
ou parcial, do título executivo, e, por conseguinte,
obter a extinção da execução por ele
aparelhada.”

Hugo de Brito Machado Segundo


Características
• Fundamento Legal

Arts. 8º, 9º e 16 da Lei nº 6.830/80 (LEF) +


Arts. 319 & 914 e seguintes, CPC

• Momento: Proposta Execução Fiscal

• Necessidade de Garantia do Juízo (Art.


16, §1º, LEF)
- Lex specialis derrogat lex generalis
- Utilização da Ação Anulatória
Características
• Formas de Garantia & Prazo: 30 dias (Art.
16, LEF)
• Depósito (juntada aos autos execução)
• Fiança Bancária (juntada aos autos execução)
• Seguro Garantia (juntada aos autos execução)
• Penhora (intimação + espécies - Art. 11, LEF)

• Sujeitos, Opor, Produção Probatória (Art.


16, §2º, LEF)

• Efeito Suspensivo: Aplicação do Art. 919,


§1º, CPC
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. EFEITO SUSPENSIVO. ART. 739-A, §
1º, DO CPC. APLICABILIDADE. 1. Nos termos do disposto
no art. 1º da Lei 6.830/80, o preceito do Estatuto
Processual Civil é aplicável em execução fiscal de
forma subsidiária. No caso, inexistente norma
específica na legislação especial sobre os efeitos
suspensivos aos embargos, cabível a aplicação do
disposto no art. 739-A do CPC, incluído pela Lei
11.382/2006. Precedentes. 2. Esse entendimento foi
referendado no REsp n. 1.272.827/PE, da relatoria do
Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 31.5.2013,
julgado em 22.5.2013, sob o rito do art. 543-C do CPC e
da Resolução 8/2008 do STJ. 3. Agravo regimental não
provido. (STJ - AgRg no REsp: 1.306.422/RS, Relator:
Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento:
20/06/2013, T2 - SEGUNDA TURMA).
Endereçamento
• Tributos Federais:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...
Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Tributos Estaduais (DF) e Municipais:


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da
... Vara (Execuções Fiscais / Fazenda Pública /
Cível / Única) ... da Comarca de ...

OBS.: Distribuição por dependência (Art. 914, §1º,


CPC) & COJE’S
Qualificação
Pessoa Física

Distribuição por dependência à Execução Fiscal nº ...

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador


do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ..., através de
seu Advogado abaixo assinado, procuração anexa, com
endereço profissional para receber todas as informações
processuais ..., vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com fundamento nos artigos 319, 914 e
seguintes do Código de Processo Civil, bem como os
artigo 16 da Lei nº 6.830/80, opor Embargos à Execução
Fiscal proposta pelo (União, Estados, DF e Municípios),
pessoa jurídica de direito publico interno, e sua respectiva
fazenda pública, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Referente a Execução Fiscal nº ...

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº
..., Inscrição Estadual nº ..., com sede domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 319, 914 e
seguintes do Código de Processo Civil, bem como os artigo
16 da Lei nº 6.830/80, opor Embargos à Execução Fiscal
proposta pelo (União, Estados, DF e Municípios), pessoa
jurídica de direito publico interno, e sua respectiva fazenda
pública, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Preliminar
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Da Garantia e da Tempestividade
Fundamentos Jurídicos
III – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: III.I – Das Imunidades


III.II – Da imunidade Religiosa
III.III – Da Atividade Filantrópica

IV– Concessão do Efeito Suspensivo


Pedidos & Fechamento
V – Dos Pedidos:
Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) a concessão de efeito suspensivo a respectiva


execução fiscal até a final decisão nos presentes
embargos, em virtude da garantia prestada e do
preenchimento dos requisitos elencados no Art.
919, §1º, CPC;

b) a citação/intimação do embargado, por meio


de seu representante legal, para, querendo,
responder aos termos desses embargos no prazo
de 30 dias, conforme art. 17 da Lei nº 6.830/80;
Pedidos & Fechamento
c) o julgamento procedente dos presentes embargos,
extinguindo a execução fiscal nº ..., anulando-se a CDA
que lhe embasa, em virtude de ... ;

d) no caso de procedência, autorização para o


levantamento da garantia prestada (dos Bens Levados
à Penhora).

e) a condenação da parte ré nas custas e honorários


advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do CPC.

f) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).
Pedidos & Fechamento
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC,
pretende o Autor realizar todos os meios de provas
em direito admitidas, em especial as provas
documentais.

Dá-se a causa o valor de R$... (valor


questionado) (valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...
Advogado...OAB.../nº ...
Questão Prática
II Exame OAB FGV (2010.2)

Em 10/05/2005 LIVINA MARIA ANDRADE arrematou


judicialmente um imóvel por R$ 350.000,00 localizado no
Município de Rancho Queimado. Recolheu o ITBI, com
base no valor arrematado em juízo.
A Sra. LIVINA MARIA ANDRADE é agricultora e utiliza o
imóvel para a produção agrícola e pecuária. O imóvel
está dentro da zona urbana definida por lei pelo
Município, já que a rua onde se encontra o imóvel é
asfaltada e o Município fornece água e sistema de
esgoto sanitário.
Em 10/05/2008 recebeu notificação fiscal exigindo
diferenças no valor do ITBI pago por ocasião da
aquisição judicial do imóvel. O Fisco Municipal entendeu
que o tributo deveria ser calculado com base no valor
da avaliação judicial realizada no processo de
execução no qual ocorreu a arrematação (R$
380.000,00).
A Sra. LIVINA permaneceu inerte e é inscrita em
dívida ativa em 10/8/2008. Em 10/06/2010 foi citada em
execução fiscal proposta pelo Município de Rancho
Queimado para a cobrança do ITBI e do IPTU dos anos
de 2007, 2008 e 2009, os quais nunca foram pagos. A Sra.
LIVINA tem bens penhorados em 10/07/2010 e lhe
procura, em 20/07/2010, para a defesa de seus direitos.
Na qualidade de advogado da Sra. LIVINA, elabore a
peça processual que melhor atenda o seu direito,
especificando seus fundamentos.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ...
da Comarca de Rancho queimado / ...

Referente à Execução Fiscal nº ...

Livina Maria Andrade, nacionalidade, estado civil,


profissão, portadora do Registro Geral nº ..., Inscrita no
Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e
domiciliada ..., através de seu Advogado abaixo
assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base
nos artigos 319, 914 e seguintes do Código de Processo
Civil cumulado com o artigo 16 da Lei nº 6.830/80, opor
Embargos à Execução Fiscal proposta pelo Município de
Rancho Queimado, pessoa jurídica de direito público
interno, e sua respectiva fazenda municipal, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:
A Embargante arrematou judicialmente um imóvel
no valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais)
em 10/05/2005 e procedeu ao recolhimento do Imposto
Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) sobre esse valor
arrematado.
Apesar de estar dentro da Zona Urbana, conforme Lei
do Município, o imóvel é utilizado para a produção
agrícola e pecuária.
Ocorre que, o Fisco Municipal, após notificação e
inscrição em Dívida Ativa, procedeu à execução fiscal em
face da ora Embargante sob as alegações de que o valor
a ser pago a título do ITBI deveria incidir sobre o da
avaliação judicial do imóvel, ou seja, sobre 380.000,00
(trezentos e oitenta mil reais) e não no arrematado, além
de existir Impostos Sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana (IPTU) relativo aos anos de 2007, 2008 e 2009, que
nunca foram pagos.
Em virtude desses acontecimentos é que utiliza-se desse
importante procedimento judicial, a fim de corrigir tais
irregularidades tributárias.

II – Preliminarmente: Da Garantia e da Tempestividade

Conforme se observa nos autos da Certidão de Penhora


anexo aos presentes embargos à execução fiscal,
documento ..., a Embargante teve seus bens penhorados
em 10/07/2010, garantindo a execução de acordo com o
artigo 9º, inciso III, da Lei de Execuções Fiscais (LEF).
Diante do prazo estabelecido no caput do artigo 16 da
LEF, os presentes embargos encontram-se tempestivos, pois
ainda não decorreu todos os 30 (trinta) dias previstos nessa
Lei, observando-se o momento da penhora e sua
intimação já explanada.
Assim, estão presentes os dois importantes e específicos
requisitos desse instrumento processual.
III – Do Direito:

III. I – Da Base de Cálculo do ITBI

Conforme foi dito anteriormente, o fisco estadual


entendeu que o valor a ser pago a título do ITBI na
arrematação seria o da avaliação judicial, que chegava,
na época, ao montante de R$ 380.000,00 (trezentos e
oitenta mil reais).
Ocorre que o ITBI, previsto como de competência dos
Municípios de acordo com o artigo 156, Inciso II, da
Constituição Federal, tem como fato gerador a transmissão
de bens imóveis em ato inter vivos, e não o mero valor do
bem realizado pelo avaliador.
Com efeito, o artigo 38 do Código Tributário Nacional
dispõe que “a base de cálculo do imposto é o valor venal
dos bens ou direitos transmitidos”, e mesmo que exista
avaliação determinando outro valor, deve-se analisar o
valor pago no momento da arrematação.
A ideia expressada pelo dispositivo seria o de tributar
uma riqueza manifestada pelo contribuinte, mas dentro dos
limites dessa manifestação, ou seja, nos exatos termos em
que ocorreu. Como os valores pagos divergem da
avaliação, deverá prevalecer o valor da transação em
face de uma mera análise em abstrato.
Caso assim não fosse entendido, teríamos uma situação
de completa ilegalidade ao determinar que o imposto
recolhido seria maior proporcionalmente que a sua própria
base de cálculo.

III. II – Da não incidência do IPTU

O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial


Urbana (IPTU), incide sobre as propriedades imóveis que se
encontrem localizadas em zona urbana dos municípios,
definida em lei Municipal e desde que tenha pelo menos
dois dos melhoramentos trazidos no parágrafo 1º do artigo
32 do CTN.
A uma primeira vista, no caso em tela deveria incidir
normalmente o IPTU pelo fato do referido imóvel estar
localizado em área urbana e deter os melhoramentos
previstos no parágrafo acima indicado.

Contudo, como a atividade desenvolvida no presente


imóvel diz respeito a tipo rural, deverá nesse caso incidir
apenas o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
e não o IPTU, aplicando-se o antigo decreto – lei nº 57/1966,
em seu artigo 15.

Tal aplicação, segundo a jurisprudência dos tribunais


superiores e de acordo com a doutrina, dar-se pelo fato
desse Decreto-Lei nº 57/1966 levar em consideração o tipo
de imóvel, com sua respectiva atividade e não apenas a
sua localização.
A ainda atual aplicação desse Decreto – Lei, dar-se em
virtude da teoria constitucional da recepção, em que no
âmbito da Constituição Federal de 1967 já teria ganhado
status de Lei Complementar, repetida pela Constituição de
1988 e que, desde então, ainda convive no ordenamento
jurídico tributário nacional.

Portanto, como a atividade desenvolvida pela


Embargante é essencialmente rural, não poderia ser
considerado sujeito passivo do IPTU nos exercícios 2007,
2008 e 2009.
IV– Da Concessão do Efeito Suspensivo

Em face de já se encontrar garantida a execução, não


trazendo mais quaisquer eventuais prejuízos ao Fisco
Municipal caso seja legal a exação, requer seja atribuído
efeito suspensivo a respectiva execução fiscal, nos termos
do artigo 151 do CTN, evitando-se desnecessárias
constrições de bens.

Ressalte-se que também se encontram preenchidos os


requisitos relacionados à tutela provisória concessiva de
suspensão à execução (art. 919, §1º, NCPC).

Segundo mencionado ao longo dessa peça, existe


probabilidade ao direito suscitado pela embargante em
não recolher diferenças do ITBI, bem como a não
incidência do IPTU no caso em apreço.
Ademais, existe também dano e risco ao resultado útil
desse processo se houver continuidade do executivo fiscal,
já que como foi dito a Embargante trabalha no sacrificante
ramo rural.

V – Dos Pedidos:

Diante de todo o exposto, requer:

a) a concessão de efeito suspensivo a respectiva


execução fiscal até a final decisão nos presentes
embargos, em virtude da garantia prestada e dos
elementos já expostos, conforme artigo 151, CTN e artigo
919, §1º do CPC, dando recebimento aos mesmos;
b) a intimação do Município de Rancho Queimado,
através de seu representante legal, para, querendo,
responder aos termos desses embargos no prazo de 30 dias,
conforme art. 17 da Lei nº 6.830/80;

c) o julgamento procedente dos presentes embargos,


extinguindo a execução fiscal nº ..., anulando-se a CDA
que lhe embasa, em virtude da ilegalidade das cobranças
à título de ITBI e IPTU.

d) no caso de procedência, autorização para o


levantamento dos Bens Levados à Penhora;

e) a condenação da parte ré nas custas e honorários


advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do CPC.
f) Informa o não cabimento da audiência de
conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).

Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o Autor
realizar todos os meios de provas em direito admitidas, em
especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$ 380.000,00 (trezentos e


oitenta mil reais)

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., Data...

Advogado... OAB.../nº ...


Exceção de Pré-Executividade
Conceito & Finalidade

“Exceção de pré-executividade, significa dizer, é


levantada uma exceção (à execução) antes da
execução propriamente dita, ou, em palavras
outras: defesa sem embargos e sem penhora.”

Vittorio Cassone
Características
• Fundamento Legal

Construção Doutrinária de Pontes de


Miranda no parecer da Companhia
Siderúrgica “Manesmann”.

Art. 5º, XXXV & LV, CF/88 + Art. 204, CTN +


Arts. 319, 783 & 803, I, CPC + Súmula 393,
STJ.

• Momento: Dentro da Execução Fiscal


Características
• Ausência de Garantia do Juízo, Prazo &
Produção Probatória

• Matérias de Ordem Pública ou Nulidades


Absolutas
- Súmula 393, STJ. A exceção de pré-executividade é
admissível na execução fiscal relativamente às matérias
conhecíveis de ofício que não demandem dilação
probatória.

• Sujeitos, Aduzir ou Arguir


Endereçamento
• Tributos Federais:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...
Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Tributos Estaduais (DF) e Municipais:


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da
... Vara (Execuções Fiscais / Fazenda Pública /
Cível / Única) ... da Comarca de ...

OBS.: Distribuição na execução & COJE’S


Qualificação
Pessoa Física

Referente a Execução Fiscal nº ...

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador


do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ..., através de seu
Advogado abaixo assinado, procuração anexa, com
endereço profissional para receber todas as informações
processuais ..., vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 5º, incisos XXXV e LV
da Constituição Federal e em conformidade com a Súmula
393 do Superior Tribunal de Justiça, aduzir Exceção de Pré-
Executividade em face da Execução Fiscal proposta pelo
(União, Estados, DF e Municípios), pessoa jurídica de direito
publico interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Referente a Execução Fiscal nº ...

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº ...,
Inscrição Estadual nº ..., com sede domiciliada ..., através de
seu Advogado abaixo assinado, procuração anexa, com
endereço profissional para receber todas as informações
processuais ..., vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 5º, incisos XXXV e LV
da Constituição Federal e em conformidade com a Súmula
393 do Superior Tribunal de Justiça, aduzir Exceção de Pré-
Executividade em face da Execução Fiscal proposta pelo
(União, Estados, DF e Municípios), pessoa jurídica de direito
publico interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Preliminar
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Do Cabimento da Exceção de Pré-


Executividade
Fundamentos Jurídicos
III – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: III.I – Dos Requisitos da CDA


III.II – Ilegitimidade do Sócio

IV– Do cabimento de Honorários Advocatícios


Pedidos & Fechamento
V – Dos Pedidos:
Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) a intimação do ... (União, Estado, DF e


Município), através de seu representante legal,
para, querendo, responder aos termos da
exceção;

b) o acolhimento da exceção arguida, em face


da documentação acostada, reconhecendo
indevida a execução e nula a CDA, nos termos do
art. 803, I, CPC e Súmula 393, STJ;
Pedidos & Fechamento
c) a condenação da excepta ao pagamento das
verbas relativas aos honorários advocatícios, nos
termos do art. 85, §3º, do NCPC.

d) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível
(art. 334, §4º, II, CPC).

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...
Advogado...OAB.../nº ...
Questão Prática
XV Exame OAB FGV (2014.3)

Em 2003, João ingressou como sócio da sociedade D


Ltda. Como já trabalhava em outro local, João preferiu
não participar da administração da sociedade.

Em janeiro de 2012, o Município X, ao verificar que a


D Ltda. deixou de pagar o IPTU lançado no ano de 2004,
referente ao imóvel próprio em que tem sede, inscreveu
a sociedade em dívida ativa e ajuizou execução fiscal
em face desta, visando à cobrança do IPTU e dos
acréscimos legais cabíveis.
Após a citação da pessoa jurídica, que não
apresentou defesa e não garantiu a execução, a
Fazenda Municipal solicitou a inclusão de João no polo
passivo da execução fiscal, em razão de sua
participação societária na executada, o que foi deferido
pelo Juiz.

João, citado em fevereiro de 2012, procura um


advogado e explica que passa por grave situação
financeira e que não poderá garantir a execução, além
de não possuir qualquer bem passível de penhora. Ao
analisar a documentação trazida por João, o advogado
verifica que há prova documental inequívoca de seu
direito.

Assim, como advogado de João, elabore a peça


adequada à defesa de seu cliente nos próprios autos da
execução fiscal (Valor: 5.00).
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara da ...
(Execuções Fiscais/Fazenda Pública/Cível/Única) da Comarca
do Município X

Referente à Execução Fiscal nº ...

João, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do


Registro Geral nº ..., Inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o
nº ..., residente e domiciliado ..., através de seu Advogado
abaixo assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento
no Artigo 5º, incisos XXXV e LV da Constituição Federal de 1988
e em conformidade com a Súmula 393 do Superior Tribunal de
Justiça, aduzir Exceção de Pré-Executividade em face da
Execução Fiscal proposta pelo Município X, pessoa jurídica de
direito público interno, e sua respectiva fazenda pública, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

O excipiente se insurge, através do presente incidente


processual, em decorrência da indevida inclusão no polo
passivo da Execução Fiscal nº ..., em face do não
recolhimento de Imposto sobre a Propriedade Territorial
Urbana (IPTU) por parte da empresa D Ltda., o qual é sócio
sem poderes de administração.
O manejo da execução fiscal em 2012 teve como fato
gerador os valores do IPTU do exercício de 2004 que não
foram pagos pela pessoa jurídica.
Considerando a nulidade do título extrajudicial que
embasa a execução em face da ilegitimidade do
excipiente, aliada a impossibilidade financeira em efetivar
garantia do juízo, utiliza-se desse importante meio de defesa
em execução.
II – Preliminarmente: Do cabimento da exceção de pré-
executividade

A exceção de pré-executividade é um incidente


processual criado pela doutrina do processualista Pontes de
Miranda na década de 1960 como forma de conceder a
defesa em sede de execução sem necessitar da efetivação
da garantia do juízo.
Seriam situações em que de forma natural a execução
seria extinta pelo magistrado quando obtivesse
conhecimento de questões afetas a nulidades absolutas e
aplicadas de oficio em seu poder judicante, sem
necessidade de dilação probatória.
Sua aceitação na jurisprudência nacional ganhou maior
relevância coma a edição da súmula 393 do Superior
Tribunal de Justiça, ao determinar que “A exceção de pré-
executividade é admissível na execução fiscal relativamente
às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória”.
No caso em comento, observa-se uma flagrante
ilegalidade no ato de cobrança do executivo fiscal, uma vez
que não seria o excipiente parte legitima, bem como a
existência de prescrição que fulmina a validade do título,
prescindindo de produção de prova.

III – Do direito

III. I – Da ilegitimidade passiva

Conforme fora relatado, o excipiente foi incluído na


execução fiscal pelo inadimplemento dos débitos tributários
relacionados ao IPTU da sede da Pessoa Jurídica D Ltda.
Ocorre que, não houve por parte de João o exercício de
atividades contrarias ou superiores a lei, nem mesmo
contrárias ao estatuto ou contrato social, pautando suas
atividades sempre com a correção necessária.
Conforme dispõe o Código Tributário Nacional em seu
artigo 135, Inciso III, in verbis:
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos
correspondentes a obrigações tributárias resultantes
de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos (...)
III – os diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado.

A responsabilidade elencada nesse dispositivo deverá ser


encarada como subsidiárias, em que apenas vai ter o
condão de atingir os seus diretores, gerentes ou
representantes se efetivamente restar comprovado à
atividade contraria ou com excesso a lei, contrato social ou
estatutos.
Insta ressaltar que, conforme fora reatado, João optou
por não fazer parte do quadro de administradores da pessoa
jurídica, apenas figurando como sócio.
Desse modo, não poderia ser responsabilizado por
eventual ilicitude perpetrada pela administração, uma vez
que sequer faz parte desse quadro.
Ademais, não houve comprovação de que a própria
Empresa teria o intuito de fraudar a execução, restando
apenas um simples e mero inadimplemento tributário, como
também não se comprova a existência desse elemento
doloso por parte do excipiente.
Nessa esteira, os tribunais superiores já pacificaram a
matéria, inclusive com a recente edição da súmula nº 430 do
Superior Tribunal de Justiça, cujo teor determina que “o
inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não
gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente”.
Percebe-se, por fim, que a Fazenda Pública Municipal
não se desincumbiu de seu ônus probatório para justificar a
inclusão do excipiente no polo passivo da execução, uma
vez que não comprovou o enquadramento em quais das
situações previstas no art. 135 do CTN.
III. II – Da Prescrição

Após as argumentações supracitadas, verifica-se que não


merece prosperara inclusão do sócio excipiente nos autos de
tal execução.
Por outro lado, ainda que considerado parte legítima na
execução, o que se admitiria por extrema cautela, também
existe ilegalidade meritória a ensejar a extinção da presente
execução.
Com efeito, no nosso sistema jurídico nacional, as
relações precisam sofrer a solução de definitiviade evitando
que se arraste pelo tempo de forma perpétua.
As pacificações dessas relações ocorrem de diversas
maneiras, entre elas com a operacionalização da prescrição
e decadência tributárias.
A decadência se enquadra como forma de extinção do
crédito tributário (arts. 156, V e 173, CTN) consistindo no prazo
para a Fazenda Pública constituir seu direito.
Já o prazo de prescrição estaria relacionado ao prazo
disponível para o fisco efetivar o exercício desse direito por
meio do manejo de ação executiva de cobrança, sob pena
de também operar a extinção do crédito tributário (arts. 156,
V e 174, CTN).
Pois bem. Diferente de outros ramos jurídicos, o prazo de
prescrição foi enquadrado pelo CTN como forma de
extinção do crédito tributário, devendo o fisco realizar sua
cobrança no prazo de 5 (cinco) anos contados da
constituição definitiva do crédito tributário.
No caso em tela, verifica-se que o lançamento do IPTU
ocorreu em 2004, tendo ocorrido o ajuizamento da
execução apenas em 2012, ou seja, oito anos após a
constituição.
Dessa forma, com base no art. 174 do CTN o crédito em
questão está extinto em face da sua prescrição.
IV – Do cabimento de honorários advocatícios

O entendimento pacífico no âmbito dos tribunais


superiores seria no sentido de serem cabíveis honorários
advocatícios em sede de exceção de pré-executividade
julgada total ou parcialmente procedente, uma vez que
necessita ser aduzida por profissional habilitado e com zelo
em sua atividade.

V – Dos Pedidos:

Diante do exposto, requer:

a) a intimação do Estado da Federação..., através de seu


representante legal, para, querendo, responder aos termos
da exceção;
b) o acolhimento da exceção arguida, em face da
documentação acostada, reconhecendo o excipiente
como parte ilegítima, e determinando sua exclusão do polo
passivo da presente execução;
c) o acolhimento da exceção arguida para extinção do
crédito tributário em função da prescrição, conforme art.
174, CTN;
d) a condenação da excepta ao pagamento das verbas
relativas aos honorários advocatícios, nos moldes do art. 85,
§3º do CPC;
e) Informa o não cabimento da audiência de
conciliação, por trata-se de direito indisponível (art. 334, §4º,
II, CPC).

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., Data... Advogado...OAB.../nº ...


Ação de Repetição do Indébito
Tributário
Conceito & Finalidade

Utilizando-se da máxima jurídica de “vedação


ao enriquecimento sem causa”, o CTN estabelece
seção própria para tratar sobre o indevido
pagamento de tributos e a forma de sua
devolução. Precisamos compreender que, a
semelhança dos particulares, o poder público não
pode obter indevida vantagem patrimonial sobre
relações jurídicas inexistentes ou excessivas.

Rafael Novais
Características
• Fundamento Legal

Art. 165, CTN + Art. 319, CPC

• Momento: Pagamento Indevido &


Desnecessidade de Protesto

• Sujeitos, Propor, Prazo (Art. 168, CTN)


- “teoria dos 5 + 5”

• Cumulação com Declaratória ou Anulatória


- Tributos Periódicos
Características
• Tributos Indiretos (Art. 166, CTN)
- Súmula 546, STF. Cabe a restituição do tributo pago
indevidamente, quando reconhecido por decisão, que
o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte
"de facto" o "quantum" respectivo.

• Compensação (Arts. 170 & 170-A, CTN)


- Súmula 461, STJ. O contribuinte pode optar por
receber, por meio de precatório ou por compensação,
o indébito tributário certificado por sentença
declaratória transitada em julgado.
Características
• Correção Monetária & Juros (167, CTN)

- Súmula 162, STJ. Na repetição de indébito tributário, a


correção monetária incide a partir do pagamento
indevido.

- Súmula 188, STJ. Os juros moratórios, na repetição do


indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em
julgado da sentença.

- Para tributos Federais: Selic (Art. 39, §4º, da Lei nº


9.250/95)
Endereçamento
• Tributos Federais:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...
Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Tributos Estaduais (DF) e Municipais:


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da
... Vara ... (Cível / Fazenda Pública / Única) da
Comarca de ...

OBS: Súmula nº 447, STJ – Repetição IR Servidor


Público
Qualificação
Pessoa Física

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro
de Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada
..., através de seu Advogado abaixo assinado,
procuração anexa, com endereço profissional para
receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 319 do Código de Processo Civil
e artigo 165 do Código Tributário Nacional, propor
Ação de Repetição do Indébito Tributário de em face
da (União, Estados, DF e Municípios), pessoa jurídica
de direito publico interno, e sua respectiva fazenda
pública, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas sob nº ..., Inscrição Estadual nº ..., com sede
domiciliada ..., através de seu Advogado abaixo
assinado, procuração anexa, com endereço profissional
para receber todas as informações processuais ..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 319 do Código de Processo Civil e
artigos 165 e 170 do Código Tributário Nacional, propor
Ação de Restituição de Indébito Tributário com pedido
de compensação em face (União, Estados, DF e
Municípios), pessoa jurídica de direito publico interno, e
sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Na cumulação de peças

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento nos Artigos
19, I, 300 (ou 311) e 319 do Código de Processo Civil, bem
como o artigo 165 do Código Tributário Nacional, propor
Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico
Tributária com pedido de tutela provisória cumulada com
Repetição do Indébito em face da (União, Estados, DF e
Municípios), pessoa jurídica de direito publico interno, e
sua respectiva fazenda pública, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Na cumulação de peças

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos
300 (ou 311) e 319 do Código de Processo Civil, bem
como o artigo 38 da Lei nº 6.830/80 propor Ação
anulatória de lançamento Tributário com pedido de tutela
provisória cumulada com Repetição do Indébito em face
da (União, Estados, DF e Municípios), pessoa jurídica de
direito publico interno, e sua respectiva fazenda pública,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Fatos
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Cabimento da Repetição

III – Tempestividade
Fundamentos Jurídicos

IV – Do Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: IV.I – Do Direito à Devolução


IV.II – Da imunidade
IV.III – Da Compensação Tributária
Pedidos & Fechamento
V – Dos Pedidos:
Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) a citação do réu na pessoa de representante


para responder aos termos da presente ação;

b.1) seja julgada procedente a presente ação,


reconhecendo como indevido o pagamento realizado,
condenando a ré na restituição do valor pleiteado
corrigido e atualizado nos termos do art. 167, parágrafo
único, do CTN e das súmulas 162 e 188 do STJ;

b.2) Julgada procedente o pedido


declaratório/anulatório, nos moldes do art... , uma vez
que...
Pedidos & Fechamento
c) que seja convertida a restituição do montante
pleiteado em compensação, conforme indicados e nos
moldes dos artigos 170 e 170-A do CTN.

d) a condenação do réu nas custas processuais e


honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do CPC.

e) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).
Pedidos & Fechamento
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o
Autor realizar todos os meios de provas em direito
admitidas, em especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$... (valor a ser restituído)


(valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...

Advogado...OAB.../nº ...
Questão Prática
VI Exame OAB FGV (2011.3)

Lei Municipal, publicada em 1º/6/2010, estabeleceu,


entre outras providências relacionadas ao Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS), a majoração da
alíquota para os serviços de hospedagem, turismo,
viagens e congêneres de 3% para 5%, com vigência a
partir de 1º/7/2010.

À vista disso, o Hotel Boa Hospedagem Ltda., que, em


junho de 2010, recolhia, a título de ISS, o valor de R$
30.000,00, com base na contratação dos seus serviços
por empresas locais para hospedagem de funcionários,
com a majoração da alíquota acima mencionada,
incidente sobre a sua atividade econômica, passou a
recolher, mensalmente, o valor de R$ 50.000,00.
Todavia, as referidas empresas-cliente exigiram – e
obtiveram – desconto do valor do aumento do tributo,
alegando que seria indevido.

Assim sendo, o contribuinte do ISS se submeteu ao


aumento desse imposto durante o período relativo ao mês
de agosto a dezembro/2010.

Ocorre que, em janeiro de 2011, mediante notícia


publicada em jornal de grande circulação, o representante
legal dessa empresa teve conhecimento da propositura de
ações deflagradas por empresas hoteleiras e de turismo
questionando a legalidade do aludido aumento do ISS.

Dessa forma, na qualidade de advogado (a) do Hotel


Boa Hospedagem Ltda., formule a peça adequada para a
defesa dos seus interesses, de forma completa e
fundamentada, com base no direito material e processual
tributário.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ...
(Cível/Fazenda Pública/Única) da Comarca de ...

Hotel Boa Hospedagem Ltda., pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
sob nº ..., Inscrição Estadual nº ..., com sede domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fundamento no Artigo 319 do
Código de Processo Civil e Artigo 165 do Código Tributário
Nacional, propor Ação de Repetição do Indébito Tributário
em face do Municípios de ..., pessoa jurídica de direito
publico interno, e sua respectiva fazenda pública
municipal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

Lei Municipal, publicada em 1º/06/2010, estabeleceu


majoração da alíquota do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISS) em relação aos serviços de
hospedagem, turismo, viagens e congêneres de 3% para
5%, com vigência já a partir de 01º/07/2010.
Em decorrência desse fato, a autora, que antes recolhia
mensalmente R$ 30.000,00 (trinta mil reais), passou a dever
o montante de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais
ao Fiscal Municipal, mesmo suportando o encargo fiscal em
virtude da concessão de descontos aos seus clientes nos
mesmos valores.
Ocorre que, em janeiro de 2011, o autor teve
conhecimento que a referida cobrança do aumento ainda
no exercício 2010 seria inconstitucional, vindo pleitear os
valores pagos nos meses de agosto a dezembro.
II – Da Tempestividade

Considerando que o recolhimento indevido da


tributação ocorreu no ano de 2010 e o questionamento
efetuado em 2011, ainda não houve decurso dos 5 (cinco)
anos estabelecidos no art. 168, I, do CTN.

III - Do Direito:

III. I – Da não observância aos princípios constitucionais da


anterioridade tributária
Iniciando as argumentações sobre a indevida cobrança
da exação em tela no período passado, faz-se necessário
antes correlacionar o instituto maior que da guarida e
suporte as relações jurídico-tributárias no estado nacional.
A Constituição Federal de 1988, consagradamente
conhecida como a “Constituição Cidadã”, caracteriza-se
por uma série de inovações no trato das relações sociais
dessa República Federativa, valorizando tanto o Ser
Humano, quanto também as entidades que dele se
originam.
Com efeito, para que venha a ser possível a
estruturação de um Estado como o nosso é preciso
solidificar as instituições públicas e também as privadas,
consagrando uma harmonia capaz de levar ao
desenvolvimento como um todo.
Nessa esteira, a seara tributária goza de um
importante papel nesse desenvolvimento quando,
precipuamente, serve como fonte arrecadadora aos cofres
públicos na consecução de suas próprias políticas públicas.
Entretanto, essa necessidade arrecadatória não poderá
ultrapassar o alvitre da lei e buscar a qualquer custo
receitas sem respeitar princípios norteadores de um
ordenamento jurídico.
Dentre esses princípios basilares de um ordenamento
tributário, destacam-se os “Princípios da Segurança
Jurídica”, previstos no Artigo 150, Inciso III, da CF/88,
subdivididos em Irretroatividade, Anterioridade (anual) e
Anterioridade Nonagesimal (noventena), objetivando
conceder aos contribuintes segurança quanto a cobrança
tributária futura.
O princípio da Irretroatividade (Alínea a) vem disciplinar
que um tributo não poderia ser cobrado sobre fatos
geradores ocorridos antes de seu estabelecimento.
O princípio da Anterioridade (Alínea b) vai determinar
que não poderiam ser cobrados no mesmo exercício
financeiro. A noventena (Alínea c) determina que, além de
respeitar o exercício financeiro, só poderá ser cobrado
quando passados 90 (noventa) dias de seu
estabelecimento.
Também é certo que essas regras de anterioridade
sofrem algumas mitigações estabelecidas no parágrafo
primeiro do mesmo Artigo 150 da CF/88, contudo, dentre
elas não constam os Impostos sobre Serviços de Qualquer
Natureza.
No caso proposto percebe-se uma flagrante violação a
dois desses três princípios, notadamente a Anterioridade e
a Noventena, ao estabelecer a cobrança da majoração
do ISS já no mês seguinte ao de sua vigência.
Dessa forma, o autor contribuinte, realizou pagamento
indevido nos meses de Agosto, Setembro, Outubro e
Dezembro de 2010 e, corretamente, pleiteia sua
devolução.
III. II - Do pagamento indevido e sua restituição

Após Após toda a análise que demonstra a


inconstitucionalidade da cobrança, cabe agora
exteriorizar as fundamentações referentes ao direito a essa
restituição.
Conforme estabelece o art. 165, inciso I, do CTN, o
sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio
protesto, à restituição do tributo pago indevidamente.
Note que não será necessário o prévio protesto para
legitimação do seu direito à restituição, bastando o
preenchimento dos essenciais requisitos.
A máxima que envolve esse instrumento processual será,
portanto, a vedação ao enriquecimento do poder público
sem justa causa, sendo obrigado a devolução de quantias
indevidas.
III.III – Da legitimidade ativa no tributo indireto

Apesar do requerimento atrelar-se a devolução do


ISSQN, importo tipicamente indireto, o autor comprova
deter legitimidade para o pleito.
Isso pelo motivo de que, em determinadas situações,
poderá o contribuinte de direito ser o real legitimado a
repetição dos valores indevidos, quando demonstrar que
efetivamente foi ele que sofrera com a exação errônea ou
mesmo quando estiver por aquele autorizado.
Aliás, esse entendimento é esposado no art. 166 do CTN
e adotado pelo Supremo Tribunal Federal por meio da
Súmula 546.
No caso em análise, restou comprovado que o autor
contribuinte não repassava os gastos realizados a mais aos
seus clientes, concedendo-lhes descontos e suportando
toda a completa carga tributária.
Por todos esses argumentos elencados, fica fácil
perceber o direito que assiste o autor, uma vez que recolheu
indevidamente aos cofres do Fisco Municipal, nos meses de
agosto à dezembro de 2010, diferença correspondente a R$
20.000,00 (vinte mil reais), totalizando R$ 100.000,00 (cem mil
reais).

IV – Dos Pedidos:
Diante do exposto, requer:

a) a citação do Município, na pessoa de


representante, para, querendo, contestar os termos dessa
ação;

b) seja julgada procedente a presente ação,


reconhecendo como indevido o pagamento realizado, uma
vez que não houve respeito aos princípios da anterioridade
anual e nonagesimal elencados no art. 150, III, b, c, CF
c) a condenação da ré na restituição do valor de
R$ 100.000,00 (cem mil reais), corrigido e atualizado nos
termos do artigo 167 do CTN e das súmulas 162 e 188 do
STJ;

d) a condenação do réu nas custas processuais e


honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do
CPC.

e) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).
Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o
Autor realizar todos os meios de provas em direito
admitidas, em especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil


reais)

Nesses termos, pede deferimento

Local..., Data...

Advogado...
OAB.../nº ...
Ação de Consignação em
Pagamento
Conceito & Finalidade

“Trata-se de uma ação judicial impetrada pelo


devedor para garantir seu direito ao pagamento
e quitação. Vale dizer, o devedor, além do
interesse moral em cumprir sua obrigação, possui
também interesse jurídico, eis que o não
pagamento sujeita-lhe aos encargos moratórios
sobre a dívida. Portanto, o ordenamento jurídico
reconhece ao devedor um direito de pagar”.

João Marcelo Rocha


Características
• Fundamento Legal

Art. 164, CTN + Art. 335, CC + Arts. 319,


539 e seguintes do CPC.

• Momento: Objeção ou Dúvida

• Sujeitos, Propor, Modalidades


- Art. 114, CPC / Art. 109, I, CF

• Depósito (Art. 542, I, CPC), Discussão &


Julgamento (Art. 164, §1º & §2º, CTN)
Endereçamento
• Justiça Federal:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ...


Vara Federal da Seção Judiciária de ...

• Justiça Comum:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da


... Vara ... (Cível / Fazenda Pública / Única) da
Comarca de ...
Qualificação
Pessoa Física

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do Registro Geral nº ..., Inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas
as informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos
319, 539 e seguintes do Código de Processo Civil e
artigo 164 do Código Tributário Nacional, propor Ação
de Consignação em Pagamento em face da (União,
Estados, DF e Municípios), pessoa jurídica de direito
publico interno, e sua respectiva fazenda pública,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Qualificação
Pessoa Jurídica

Nome da Empresa, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob nº
..., Inscrição Estadual nº ..., com sede domiciliada ...,
através de seu Advogado abaixo assinado, procuração
anexa, com endereço profissional para receber todas as
informações processuais ..., vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos
114, 319, 539 e seguintes do Código de Processo Civil e
artigo 164, Inciso III, do Código Tributário Nacional, propor
Ação de Consignação em Pagamento em face da União
Federal, Fazenda Pública Nacional, e do Município de ...,
como litisconsortes passivos necessários, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:
Fatos & Preliminar
• Pular1 linha & iniciando a contagem numérica:

I – Dos Fatos:

Narração semelhante ao próprio quesito


proposto, apenas atentando para não repetição
de alguns pontos desnecessários como os nomes
das Partes (evitar repetição de expressões)

II – Do Depósito e da concessão do efeito


suspensivo
Fundamentos Jurídicos
III – Do Cabimento da Ação de Consignação

IV – Direito:

Narração dos fatos aplicando as TESES JURÍDICAS,


realização da subsunção da Norma ao Caso
Concreto. Poderá comportar subdivisão do título
como forma de melhor esclarecer ao Leitor – Juiz*

Ex: III.I – Do Cabimento da Ação


III.II – Bitributação / Recusa Injustificada
III.III – Inconstitucionalidade da taxa
Pedidos & Fechamento
V – Dos Pedidos:

Diante do exposto/Ante o exposto, requer:

a) que seja autorizado o depósito do valor


indicado, nos termos do Art. 542, I, do CPC, bem
como a atribuição de efeito suspensivo nos termos
do Art. 151, II, CTN;

b) sejam citados os réus, nas pessoas de seus


representantes, para responder a ação em
litisconsórcio passivo necessário, conforme o arts.
114 e 542, II, do CPC;
Pedidos & Fechamento
c) que seja homologada a consignação e
declaradas extintas ambas as obrigações, uma
vez que..., nos termos do Art. 156, VIII e X do CTN.

d) a restituição do valor excedente, corrigido e


atualizado, caso decidido que o tributo devido
seja o de menor valor.

e) a condenação da parte ré vencida ao


pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios, nos termos do art. 85, §3º do CPC.
Pedidos & Fechamento
f) Informa o não cabimento da audiência de
conciliação, por trata-se de direito indisponível
(art. 334, §4º, II, CPC).

Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o


Autor realizar todos os meios de provas em direito
admitidas, em especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$... (valor depositado –


o maior) (valor por extenso)

Nesses termos, pede deferimento


Local..., Data...
Advogado...OAB.../nº ...
Questão Prática
V Exame OAB FGV (2011.2)

Xisto da Silva, brasileiro, administrador, solteiro, portador


da carteira de identidade no. xxxx e CPF no. xxx, residente
e domiciliado na Rua X, no. xxx, bairro Z, Município Y, Estado
F, recebeu cobrança simultânea, por meio de uma mesma
guia de documento fiscal, de dois tributos: IPTU e Taxa de
Conservação das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP).

No caso da referida taxa, certo é que o contribuinte


não concorda com sua cobrança, o que o levou, por meio
de seu advogado, a ajuizar ação judicial a fim de declarar
sua inconstitucionalidade, havendo pedido liminar, ainda
não apreciado, para afastar a obrigatoriedade do
recolhimento da referida exação fiscal.
Por outro lado, em relação à cobrança do IPTU,
pretende o contribuinte efetuar o seu pagamento. No
entanto, a guia de pagamento é única e contém o valor
global dos referidos tributos, tendo o banco rejeitado o
pagamento parcial relativo somente ao IPTU.

Nesse caso, considerando que o IPTU ainda não está


vencido, bem como o contribuinte não obteve êxito
para solucionar seu problema na esfera administrativa,
elabore a peça adequada para efetuar o pagamento
do imposto municipal, com base no direito material e
processual pertinente.

Utilize todos os argumentos e fundamentos


pertinentes à melhor resposta.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ...
(Cível/Fazenda Pública/Única) da Comarca de ...

Xisto da Silva, brasileiro, solteiro, Administrador, portador


do Registro Geral nº xxxx, Inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o nº xxx, residente e domiciliado na Rua X, nº
xxx, bairro Z, Município Y, Estado F, através de seu
Advogado abaixo assinado, procuração anexa, com
endereço profissional para receber todas as informações
processuais ..., vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, com fundamento nos Artigos 319, 539 e
seguintes do Código de Processo Civil e Artigo 164 do
Código Tributário Nacional, propor Ação de Consignação
em Pagamento em face do Município Y, pessoa jurídica
de direito publico interno, e sua respectiva Fazenda
Municipal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – Dos Fatos:

O Autor recebeu cobrança simultânea do Imposto


sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e
também de Taxa de Conservação das Vias e
Logradouros Públicos (TCVLP), através de uma mesma
guia de documento fiscal.
Por não entender ser devida a referida Taxa, já existe
ação judicial específica visando sua declaração de
inconstitucionalidade, a qual resta pendente de análise
quanto a pedido liminar.
Ocorre que, ao tentar pagar a exação considerada
devida, ou seja, o IPTU recebeu a recusa da instituição
financeira em lhe receber separado da taxa, uma vez
que ambas, conforme dito, vieram em um mesmo
documento de arrecadação fiscal.
Em decorrência dessa recusa, procurou a administração
tributária municipal, relatando o ocorrido, que também lhe
negou tal separação.
Diante desses fatos, como o IPTU ainda não se encontra
vencido, o Autor teve que valer-se desse importante
instrumento processual como forma de exteriorizar seu desejo
de cumprir com as suas obrigações legais.

II – Do Depósito e da concessão do efeito suspensivo


O autor pretender ver satisfeita a cobrança que repua
devida, ou seja, o IPTU e, para tanto, já vem perante esse
Juízo informar que o depósito realizado perfaz um montante
de R$ ..., correspondente a essa exação.
Em decorrência dessa ação, pleiteia que seja também
concedido efeito suspensivo a exigibilidade desses créditos
tributários, durante o transcurso dessa ação, nos termos
previstos no artigo 151, Inciso II, do Código tributário
Nacional.
III – Do Direito:

III.I – Da consignação em pagamento

Conforme elencado nos fatos, o Autor utiliza-se da


presente ação de consignação em pagamento em
decorrência da realização conjunta da cobrança de
duas exações tributárias diferentes: o IPTU e a TCVLP.
Ocorre que, conforme será melhor explanado adiante,
o contribuinte considera indevida a cobrança relativa a
taxa, pretendendo pagar apenas o respectivo imposto,
recebendo a recusa por parte da administração fiscal
municipal.
O caso em análise se amolda de forma clara e perfeita
na dicção prevista no artigo 164, Inciso I, do Código
Tributário Nacional, que determina:
Art. 164. A importância do crédito tributário pode
ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo,
nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação
deste ao pagamento de outro tributo ou de
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação
acessória (...)”

Não seria correto a atitude da atividade tributária


municipal condicionar o recebimento de diferentes
tributações através de uma única guia para pagamento,
inclusive por se tratar de fatos geradores distintos: um
relacionado a um imposto (sem qualquer vinculação a
contraprestação aos contribuintes) e outro a taxa
(relacionada a contraprestação direcionada ao
contribuinte).
Essas hipóteses artificiosas e maliciosas acabam por
fazer o direito sucumbir perante a sede arrecadatória do
estado, desrespeitando princípios jurídicos basilares,
devendo sofrer a imediata e correta defesa legal.
O autor que sempre honrou com todas as suas
obrigações legais deseja realizar o pagamento correto do
valor devido, prestigiando-lhe a garantia do direito ao
pagamento.

III. II – Da inconstitucionalidade da Taxa de Conservação


das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP)

Apesar de não ser o foco da discussão, uma vez que já


existe ação própria discutindo a inconstitucionalidade
Taxa de Conservação das Vias e Logradouros Públicos
(TCVLP), cabe, ao menos, esclarecer-lhe como
determinantes a recusa em realizar o pagamento dessa
referida exação.
As taxas tem previsão constitucional no artigo 145, II
especificando suas duas espécies em Taxas de Polícia e
Taxas de Serviços, caracterizando-se a primeira nos
conceitos de poder de polícia do direito administrativo em
que a atividade pública poderia limitar específicas
liberdades individuais em busca do bem coletivo.
Já as taxas de serviços se caracterizam por deter de
especificidade e divisibilidade em suas prestações,
podendo determinar quais sujeitos estariam delas se
beneficiando e também em qual nível.
A ação própria que visa a decretação de sua
inconstitucionalidade visa justamente a determinação da
ausência desses dois requisitos, uma vez que a limpeza
pública não gozaria de especificidade e divisibilidade.
Tal entendimento já se encontra consolidado no
âmbito do Supremo Tribunal Federal, ao explanar a
Súmula nº 670 que determina raciocínio semelhante das
inconstitucionais taxas para custeio do serviço de
iluminação pública.
Cabe também ressaltar que esse mesmo STF editou a
súmula vinculante nº 19 determinando ser constitucional
apenas as taxas cobradas pela coleta domiciliar de lixo,
pois nessas estariam presentes os requisitos de
especificidade e divisibilidade, e não pela limpeza de vias
e logradouros públicos.
Por tudo isso, fica fácil perceber por quais motivos o
contribuinte autor dessa ação pretende pagar apenas a
tributação que considera devida, não devendo ser
compelido a pagar outra apenas pelo fato de ambas
terem sido, erroneamente ou artificiosamente,
consubstanciadas em um mesmo documento de
arrecadação.
V – Dos Pedidos:

Ante o exposto, requer:

a) que seja autorizado o depósito do valor


correspondente ao IPTU, nos termos do art. 542, Inciso I, do
CPC, bem como a atribuição de efeito suspensivo nos
termos do art. 151, II, do CTN;
b) seja citado o Município Y, na pessoa de seu
representante, para levantar o depósito ou, querendo,
responder aos termos dessa ação;
c) que seja homologada a consignação e declarada
extinta a obrigação, tendo em vista a
inconstitucionalidade da TCVLP e dever de recolhimento
apenas do IPTU, nos termos do art. 156, VIII e X do CTN.
d) a condenação da parte ré vencida ao pagamento
das custas processuais e honorários advocatícios, nos
termos do art. 85, §3º do CPC.

e) Informa o não cabimento da audiência de


conciliação, por trata-se de direito indisponível (art.
334, §4º, II, CPC).

Por fim, com base no art. 319, IV, CPC, pretende o


Autor realizar todos os meios de provas em direito
admitidas, em especial as provas documentais.

Dá-se a causa o valor de R$...

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., Data... Advogado...OAB.../nº ...


Aos Estudos...

“Você nunca sabe que resultados virão da


sua ação. Mas se você não fizer nada, não
existirão resultados.”

Mahatma Gandhi

• Facebook: www.facebook.com/professornovais
• Instagram: @professornovais
• Periscope: Prof. Rafael Novais
• E-mail: prof.rafaelnovais@hotmail.com
• E-mail de peças: pecas.rafaelnovais@gmail.com

Você também pode gostar