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Na aula de ontem, tomando como base esse arquivo, resolvi as seguintes questões
(identificadas pelo número de ordem em que aparecem): 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 11, 13, 14, 15, 16,
18, 22, 23 e 24.
QUESTÃO 3 (CEBRASPE - AFRE SEFAZ RS/SEFAZ RS/2019) O Código Tributário Nacional (CTN)
disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária, a fim
de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que
(A) os princípios gerais de direito público precedem os de direito tributário.
(B) a equidade pode ser utilizada para estender a isenção de tributos a outros sujeitos
passivos.
(C) é vedado o uso da analogia para instituir contribuições sociais não previstas em lei.
(D) não se admite a interpretação literal de norma que trate de suspensão ou exclusão do
crédito tributário.
(E) devem ser interpretadas em favor do fisco as questões que envolvam imputabilidade e
circunstâncias materiais do fato
QUESTÃO 7 (FCC - PROC PGE RN/PGE RN/2014) Segundo o Código Tributário Nacional, a
definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados, da natureza do seu objeto e seus efeitos, bem como dos efeitos dos
fatos efetivamente ocorridos. Diante disso,
(A) somente os negócios juridicamente válidos podem ser definidos como fato gerador de
tributos.
(B) a hipótese de incidência pode ter em seu aspecto material fatos ilícitos, desde que
compatíveis com a regra-matriz de incidência prevista na Constituição Federal.
(C) somente os negócios jurídicos com agente capaz, objeto lícito e forma prevista ou não
proibida em lei serão fatos geradores de tributos.
(D) a circulação de mercadoria objeto de contrabando não pode ser fato gerador do ICMS,
tendo em vista que o objeto do negócio, qual seja, a mercadoria, é ilícita.
(E) o recolhimento de ITCD incidente sobre doação de bem imóvel em fraude contra credores
é válido, mesmo diante de anulação do negócio jurídico por decisão judicial irrecorrível.
QUESTÃO 8 (FCC - PROC JUD RECIFE/PREF RECIFE/2014) José das Pindaíbas, residente em
bairro modesto do Recife, com muita alegria, recebeu a visita de seu velho amigo de infância,
Félix Feliciano, rico dono de resort na região de Porto de Galinhas. Em reservada conversa
regada a generosos goles de boa cachaça servida antes, durante e após o jantar, José das
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Pindaíbas confidenciou a seu amigo Félix que estava com problemas financeiros e que,
inclusive, não conseguiria honrar com o pagamento do IPTU no ano de 2014. Imediatamente,
com largo sorriso, Félix sacou de papel e caneta e firmou sério compromisso por escrito de
pagar em nome de José o tributo municipal a ser cobrado em 2014. Inclusive fez questão de
destacar um alerta, também por escrito, ao fisco municipal, para que fizesse a cobrança direta
na sua residência em Porto de Galinhas, pois ele, agora, seria o sujeito passivo contribuinte e
não mais seu amigo José. Os dois amigos despediram-se com muitos abraços e
agradecimentos por parte de José pela generosidade demonstrada pelo amigo. É correto
afirmar que o
(A) documento firmado pode ser levado em consideração pelo fisco recifense, quanto à
modificação da definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes
desde que haja lei ordinária municipal permitindo este tipo de tratativa particular.
(B) documento firmado deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em vista
que fora feito por escrito e de comum acordo pelos dois amigos.
(C) fisco recifense não deve levar em consideração o documento firmado porque as
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, de forma
alguma podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes, mesmo se lei municipal dispuser em
sentido diverso.
(D) documento firmado não deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em
vista que, apesar de ter sido firmado por escrito e de comum acordo pelos dois amigos, não
fora registrado em cartório, condição essencial em face de tratar-se de matéria tributária.
(E) fisco recifense deve levar em consideração o documento firmado porque as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.
STJ, Súmula nº 436: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
STJ, Súmula nº 360: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
STJ, Súmula nº 430: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si
só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
QUESTÃO 19 (FCC - JATTE SEFAZ PE/SEFAZ PE/2015) Considere as proposições a seguir, com
base no CTN:
I. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da
ocorrência do fato gerador da obrigação.
II. A observância das normas complementares exclui a imposição de penalidades, a cobrança
de juros de responsabilidade mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do
tributo.
III. A é pessoal ao agente quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente
seja elementar.
Está correto o que se afirma em
(A) III, apenas.
(B) I, apenas.
(C) I, II e III.
(D) II e III, apenas.
(E) I e II, apenas.
II. A legislação aplicável ao lançamento referente ao contribuinte infrator deve ser a de 2009 e
a aplicável à autoridade administrativa, em sua fiscalização e procedimento de lavratura, deve
ser a vigente em 2013.
III. A legislação aplicável à autoridade administrativa em sua fiscalização e procedimento de
lavratura deve ser a vigente em 2009.
Estão de acordo com os dispositivos do Código Tributário Nacional em relação ao lançamento
tributário, o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I.
(C) II.
(D) III.
(E) I e III.
QUESTÃO 21 (FCC - AFTE SEFAZ PE/SEFAZ PE/2014) O Município de Recife-PE lavrou auto de
infração em desfavor da empresa de plano de saúde Medida, exigindo-lhe a título de ISSQN o
valor correspondente a 5% sobre o total das mensalidades pagas pelos usuários do plano de
saúde, deduzidas despesas incorridas pela operadora com os prestadores de serviços de saúde
conveniados, tais como hospitais, clínicas, laboratórios e médicos, sob o argumento de que a
empresa não teria recolhido o imposto incidente sobre o montante recebido pela prestação de
serviços. Notificado pela autoridade fiscal, a Medida efetuou o pagamento do débito no
período compreendido para sua defesa com o benefício de redução das penalidades.
Posteriormente, o superior hierárquico do agente fazendário responsável pela formalização do
lançamento tributário procedeu à revisão de ofício do lançamento tributário, alegando que,
nos serviços de plano de saúde, a base de cálculo do ISSQN é o valor bruto recebido pela
operadora, ou seja, o valor total pago pelos consumidores. O valor pago pela Medida foi
imputado ao total do débito apurado por ocasião da revisão de ofício. A Medida foi notificada
da revisão de ofício, tendo-lhe sido concedido prazo para defesa ou pagamento com redução
das penalidades, conforme legislação vigente. Em sua defesa, alegou impossibilidade de
revisão de ofício. Em julgamento administrativo, o Auto de Infração objeto da revisão de ofício
foi mantido inalterado.
A situação hipotética está em
(A) conformidade com o CTN, pois o lançamento é passível de alteração de ofício a qualquer
tempo, desde que não tenha havido a decadência do direito à constituição do crédito
tributário.
(B) conformidade com o CTN, pois ocorreu um erro de fato, o que autoriza a revisão do
lançamento, mesmo após a notificação do sujeito passivo da relação jurídico-tributária
originalmente constituída.
(C) conformidade com o CTN, pois ocorreu um erro de direito, o que autoriza a revisão do
lançamento, mesmo após a notificação do sujeito passivo da relação jurídico-tributária.
(D) desconformidade com o CTN, pois o lançamento, após a notificação do sujeito passivo da
relação jurídico-tributária, não pode ser revisado em virtude de erro de direito.
(E) desconformidade com o CTN, pois o lançamento, após a notificação do sujeito passivo da
relação jurídico-tributária, não pode ser revisado por erro de fato.
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sociedade incorporada, mas foi informada pela Administração Tributária que também era
responsável pelas multas tributárias moratórias e punitivas devidas pela sociedade ABC Ltda.,
ainda que referentes a fatos anteriores à incorporação. Diante desse quadro, responda aos
itens a seguir.
(A) A Administração Tributária está correta em exigir da sociedade empresária XYZ Ltda. as
multas tributárias moratórias e punitivas a que não deu causa, por serem anteriores à
incorporação?
(B) Os sócios-administradores da sociedade incorporadora podem ser pessoalmente
responsabilizados pelo pagamento das multas tributárias punitivas da sociedade incorporada
antes da incorporação?
Comentário: (A) Sim. Nos termos do Art. 132 do CTN, a pessoa jurídica de direito privado que
resultar de incorporação em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas
pessoas jurídicas de direito privado incorporadas, conforme interpretado pela Súmula 554 do
STJ: "Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão". (B) Não. Os sócios-
administradores da sociedade incorporadora não podem ser pessoalmente responsabilizados.
Para que houvesse responsabilidade pessoal, seria necessário que, à época dos fatos que
ensejaram a aplicação de multa punitiva, fossem administradores da sociedade incorporada.
Somente são pessoalmente responsáveis aqueles que praticarem atos "com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos" (Art. 135, caput, do CTN). Ademais, o
Art. 137 do CTN, que trata de responsabilidade por infrações, não cria responsabilidade
pessoal do agente pelo mero fato de ser sócio-administrador de sociedade incorporadora.
Portanto, apenas a sociedade incorporadora, com seu patrimônio, responde por esses débitos
em razão da sucessão de empresas.
QUESTÃO 25 (OAB/XI EXAME/2013) No ano de 2012, Caio doou um bem móvel no valor de R$
100.000,00 para Tício, sem que tenha sido recolhido qualquer tributo. No ano seguinte, Tício,
aconselhado por um amigo, antes de qualquer fiscalização por parte da Fazenda do Estado “X”,
declarou e recolheu o Imposto sobre Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens
ou direitos (ITCD) devido, acompanhado de juros de mora e correção monetária. Ao tomar
ciência do fato gerador do ITCD e verificar que não houve recolhimento da multa moratória, a
Fazenda autuou Caio, visando à cobrança da multa. Considerando o caso descrito e que a lei
estadual previa que o doador é o contribuinte do ITD, responda aos itens a seguir,
fundamentadamente.
(A) Está correta a exclusão da multa moratória?
Comentário: (A) Para se caracterizar o instituto da denúncia espontânea, o pagamento do
tributo deve vir acompanhado da correção monetária e dos juros moratórios, conforme
previsão legal. A denúncia espontânea, no entanto, exclui as multas de caráter punitivo,
decorrentes do atraso no pagamento. Sendo assim, o candidato deve responder que está
correta a exclusão da multa moratória no caso descrito, tendo em vista a ocorrência da
denúncia espontânea, prevista no Art. 138, do CTN.
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QUESTÃO 26 (OAB/VII EXAME/2012) Até o ano de 2007, o Sr. José da Silva exerceu a função
de sócio com poderes de gestão da “Acampados Turismo S.A.”, tendo, posteriormente, se
desligado da sociedade. Em fevereiro de 2011, é surpreendido ao ser citado em execução fiscal
para responder por débitos fiscais pendentes relativos ao IRPJ, e pela falta de recolhimento de
contribuições previdenciárias dos funcionários as quais foram devidamente descontadas,
ambos referentes a período de apuração em que José administrava a empresa. Considerando a
situação acima, responda aos itens a seguir:
(A) É possível a cobrança integral do ex-sócio dos montantes tributários e previdenciários
devidos e não recolhidos pela companhia, quando ele já não exercia mais atos de
administração da S.A.?
(B) Houve infração legal imputável a José da Silva?
Comentário: (A) SIM, para a contribuição previdenciária, conforme art. 135, III do CTN, os
diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são
pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou
estatutos. NÃO, em relação ao IRPJ, visto que neste caso se trata de inadimplemento da
obrigação tributária, razão pela qual deve ser aplicada a Súmula 430 do STJ. (B) Os sócios
(diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurídica) são responsáveis, por substituição,
pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes da prática de ato ou fato
eivado de excesso de poderes ou com infração de lei, contrato social ou estatutos, nos termos
do art. 135, III, do CTN. Sempre que a empresa deixa de recolher o tributo na data do
respectivo vencimento, a impontualidade ou a inadimplência é da pessoa jurídica, não do
sócio-gerente (ou diretor). Ademais, o simples inadimplemento não caracteriza infração legal.
Súmula 430 STJ. CONTUDO, a falta de recolhimento das contribuições previdenciárias
descontadas dos empregados se afigura em infração à lei, apropriação indébita.
único do referido artigo. Tal possibilidade de revisão decorreu da inexatidão das informações
cadastrais do imóvel, ou seja, de fato não conhecido. José deixou de informar ao município a
referida ampliação. Muito embora o IPTU seja típico exemplo de tributo lançado de ofício,
independente de declaração do sujeito passivo, o município constitui o crédito com base nas
informações cadastrais do imóvel. Assim, se inverídicas/omissas, cabível a revisão da exação.
Tal entendimento foi chancelado pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos.
No mais, impende destacar que o erro de direito, a mudança dos critérios jurídicos adotados
no lançamento (base de cálculo do IPTU), não permite à municipalidade rever fatos geradores
anteriores, apenas os posteriores (efeito 'ex nunc' - teor do art. 146, CTN).
O lançamento está regulamentado entre os arts. 142 e 150 do Código Tributário Nacional.
Consoante preceitua o parágrafo único do art. 142, a atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
As modalidades de lançamento estão entre os arts. 147 e 150 e são três: lançamento por
declaração; lançamento de ofício ou direto e lançamento por homologação. Interessa-nos as
duas últimas.
O lançamento por homologação, por sua vez, requer uma colaboração do contribuinte, que,
além de prestar as informações ao Fisco, recolhe antecipadamente o tributo, cabendo à
Administração Tributária apenas a sua homologação (caso regular). Como exemplo, temos o
Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados.
QUESTÃO 29 (COM. EXAM. TRF 2 - JUIZ FEDERAL TRF 2ª REGIÃO/2014/XV) Em que consiste o
instituto da denúncia espontânea? Explique os requisitos de sua configuração, bem como sua
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Em sentido estrito, a responsabilidade tributária refere-se àquela terceira pessoa, que não o
contribuinte, e que, por força de lei, é chamada a responder pelo cumprimento da obrigação
tributária.
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