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AO MM JUÍZO FEDERAL DA ___ VARA CIVIL DA SEÇÃ O JUDICIÁ RIA DO ESTADO DE UF.

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de identidade nº


XXXXXX SSP/PE inscrito no CPF nº XXXXXXXXX residente e domiciliado a
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, XXX, Bairro xxxxx, CIDADE – UF, CEP XXXXXXXX, vem mui
respeitosamente a presença de V. Exa., através de seu advogado que esta subscreve, propor
AÇÃ O DECLARATÓ RIO DE PRESCRIÇÃ O COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊ NCIA, em face
da UNIÃ O FEDERAL, pessoa Jurídica de direito pú blico, representada pela Advocacia Geral
da Uniã o Xª Regiã o, com escritó rio a Avenida XXXXXXX, XXX, BAIRRO, CIDADE – UF CEP
XXXXXXXXX, pelo razõ es e direitos que passo a expor:
PRELIMINARMENTE
JUSTIÇA GRATUITA
Requer o autor os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, conforme art. 98 e ss do CPC c/c
artigo 5º, inciso XXXV da Constituiçã o de 1988, por se encontrar no nesse momento sem as
condiçõ es para arcar com as despesas processuais sem que venha a interferir no seu
sustento, sendo tal acesso um direito de todos que nã o tenha condiçõ es de arcar com as
custas processuais.
Todavia o Art. 99, § 4, afirma que a justiça gratuita nã o encontra impedimento na
solicitaçã o feita por autor que seja detentor de advocacia particular.
DOS FATOS
O autor detentor de procedimentos administrativos no que se refere a multas e impostos
suplementares ao Imposto de Renda Pessoa Física, Exercício XXXXX ano-calendá rio XXXXX.
Fora matéria de discussã o administrativa, através dos processos nº xxxxxxxxxxxxxxxe.
Processo nº XXXXXXXXXXXXXX
Notificado através de intimaçã o de auto de infraçã o sobre o argumento de omissã o de
rendimento e aplicaçã o de juros de mora e multa de ofício, o intimado, apresentou defesa
em que virou processo administrativo nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXX relativo a recebimentos
de valores por prestaçã o de serviço como autô nomo os quais deveriam, segundo a Receita
Federal do Brasil, aqui ré, terem sido informado no seu IRPF e nã o ocorreram, os referidos
valores recebimento no exercício financeiro 2001 a ser lançado no Imposto de Renda
Pessoa Física 2002. Houve uma apresentaçã o de valores diferenciais em: R$ XXXXXX -
Imposto Suplementar; R$ XXXXXX Juros de Mora; R$ XXXX Multa de Oficio, totalizando R$
XXXXXXX.
Apresentada defesa dos valores acima citados, teve seu julgamento ocorrido em 22 de
dezembro de 2008 tendo o seu pedido julgado improcedente em sua totalidade, o que nã o é
objeto da lide aqui proposta, mantendo-se assim os valores inicialmente afirmado. Sendo
mais uma vez intimado o autor para, querendo, apresentar recurso voluntá rio o que assim
o fez de forma tempestiva, sendo apresentado o presente recurso voluntá rio em 23 de
Março de 2009, contudo Exa. o recurso apenas ocorreu seu julgado em 17 de Novembro
de 2020, ou seja, 11 anos e 08 meses apó s a apresentaçã o do recurso voluntá rio, restando
uma divida astronó mica de R$ XXXXXXX, onde a divida originaria era de R$ xxxxxx, ou seja,
pelo marasmo da administraçã o pú blica ocorreu uma aumento de mais de 100% sobre o
valor apresentado, isso Exa. sobe ainda mais o valor no momento em que o autor vai fazer a
retirada do boleto para pagamento.
Há de frisar Exa. que a presente dívida se encontra inscrita sob nº XXXXXXXX conforme
descriçã o abaixo:
Principal:
R$ xxxxxx
Multa:
R$xxxxxxxx
Juros de Mora:
R$xxxxxxxx
Encargo Legal:
R$ xxxxxxxxxxxxxx
Valor Total:
R$ xxxxxxxxxxxxxxx
Verifica-se que juros, provenientes da morosidade administrativa, nã o podem recair sobre
o autor Exa. pois o crescimento dos valores de multa, juros e correçõ es que fizeram chegar
a valores exorbitantes e desproporcionais a realidade nã o decorrem da culpa do autor e
sim da ré, FRISANDO JÁ ESTÃO PRESCRITOS, discutidos mais adiante.
DO DIREITO
Afirma o Decreto 20.910 em art. 1 – “As dívidas passivas da União, dos Estados e dos
Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou
municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou
fato do qual se originarem.”
Sabe-se Exa. que a apresentaçã o de defesa administrativa suspende a prescriçã o, uma vez
que o crédito tributá rio nã o foi de fato constituído definitivamente combinado com o art.
151, inciso III do CTN. Contudo o Decreto, inicia-se a contagem para prescriçã o do crédito
tributá rio em cinco anos a partir da sua notificaçã o de lançamento, afirmando em seu art.
5ª, in verbis:
“Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a demora do titular do direito ou do crédito
ou do seu representante em prestar os esclarecimentos que lhe forem reclamados ou o fato de
não promover o andamento do feito judicial ou do processo administrativo durante os prazos
respectivamente estabelecidos para extinção do seu direito à ação ou reclamação.”
Assim, estamos diante de uma prescrição intercorrente do processo administrativo
pela morosidade do poder público, aqui Receita Federal, Ré, já prevista no referido art.
5º do Decreto nº 20.910 em dar prosseguimento aos tramites legais, impulsionar, a fim de
constituir em definitivo o crédito tributá rio, frisando Exa.
Combina-se ainda Exa. para garantir a prescriçã o intercorrente a ofensa ao princípio da
segurança jurídica prevista no art. 5º, inciso LXXVIII da Constituiçã o, pela demasiada
demora da autoridade julgadora administrativa em praticar os atos necessá rios que visa a
duraçã o razoá vel do processo ali previsto.
Afirma Hugo de Brito Machado Segundo:
“se o Fisco abandona o processo por mais de cinco anos, já não se pode dizer que é o simples
oferecimento de uma impugnação que o está impedindo de propor a execução fiscal: é
abandono do processo […], sendo plenamente cabível falar-se sim, em prescrição
intercorrente”.
E assim é o processo administrativo do autor, se passaram 11 anos, aguardando o
julgamento de recurso voluntá rio que geraram aumento de juros de mora e correçã o,
chegando aos valores astronó micos acima demonstrados, o que se torna inaceitá vel
atribuir ao contribuinte erros da fazenda pú blica, autoridade julgadora, que deixou de
impulsionar o processo administrativo por tempo excessivo e sem qualquer motivaçã o,
sendo o entendimento de diversos Tribunais para a prescriçã o intercorrente, in verbis:
“TRIBUTÁ RIO. EXECUÇÃ O FISCAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. NOTIFICAÇÃ O.
RAZOÁ VEL DURAÇÃ O DO PROCESSO. RECONHECIMENTO DE DISTINÇÃ O DO CASO.
APLICAÇÃ O. PRESCRIÇÃ O. 1. O recurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito
enquanto perdurar a contenda administrativa, iniciando-se a contagem do prazo
prescricional apó s a notificaçã o do contribuinte. 2. Aplicabilidade do inciso LXXVIII do
artigo 5º da Constituiçã o Federal. 3. Existência de distinçã o do caso para reconhecer a
ocorrência da prescriçã o do crédito tributá rio executado.
(TRF-4 - AC: XXXXX20144049999 RS XXXXX-70.2014.404.9999, Relator: AMAURY CHAVES
DE ATHAYDE, Data de Julgamento: 24/05/2017, PRIMEIRA TURMA)”
“EMBARGOS À EXECUÇÃ O FISCAL. PRESCRIÇÃ O INTERCORRENTE. PROCESSO
ADMINISTRATIVO. 1. A teor do que dispõ e o artigo 1º, § 1º, da Lei 9.873/99, restando
paralisado o processo administrativo durante período superior a 3 (três) anos, fica
configurada a prescriçã o intercorrente. 2. Paralisado o processo administrativo por mais de
3 (três) anos sem que houvesse a prá tica de qualquer ato inequívoco que importe apuraçã o
do fato ou capaz de suspender ou interromper o curso do lapso prescricional, deve ser
reconhecida a ocorrência da prescriçã o intercorrente. (TRF-4 - AC: XXXXX20194047200 SC
XXXXX-37.2019.4.04.7200, Relator: ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA Á VILA, Data de
Julgamento: 25/05/2021, SEGUNDA TURMA)”
“TRIBUTÁ RIO - ANULATÓ RIA - IMPOSTO DE RENDA - PRES- CRIÇÃ O INTERCORRENTE NO
PROCESSO ADMINISTRATIVO: OCORRÊ NCIA - APELAÇÃ O PROVIDA.
1. A Lei Federal nº 9.873/99: Art. 1º. § 1º. Incide a prescriçã o no procedimento
administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho,
cujos autos serã o arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada,
sem prejuízo da apuraçã o da responsabilidade funcional decorrente da paralisaçã o, se for o
caso".
2. A impugnaçã o administrativa, protocolada pelo contribuinte em 4 de abril de 2002, foi
levada a julgamento, apenas, na sessã o de 9 de dezembro de 2008, pela Delegacia da
Receita Federal do Brasil de Julgamento Sã o Paulo II, com intimaçã o expedida em 13 de
janeiro de 2009.
3. O extrato do respectivo processo indica a ausência de movimento- taçã o entre 29 de abril
de 2003 e 12 de dezembro de 2008.
4. O processo administrativo fiscal ficou paralisado por período superior a três anos.
Nã o há informaçã o de qualquer ato de instruçã o capaz de obstar o curso do prazo
prescricional.”
Ainda no mesmo entendimento o Desembargador Federal AMAURY CHAVES DE ATHAYDE
afirma que “Entendo que ao presente caso, aplica-se o inciso LXXVIII do artigo 5º prevê que
" a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. "(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)”, afim de garantir o prolongamento que venham a causar
prejuízos injustificá veis.
A prescriçã o intercorrente reconhecida pelo STJ quando negou Agravo regimental
interposto no REsp XXXXX/PE, mantendo o entendimento do TRF5ª Regiã o, visto a
paralizaçã o do processo administrativo por mais de 03 (três) anos, visa coibir a inercia da
administraçã o pú blica ao deixar o contribuinte à mercê de processos administrativos
infindá veis aguardando uma decisã o que irá influenciar o seu patrimô nio.
A prescriçã o intercorrente contra a administraçã o Pú blica Federal é regulada pela Lei
9.873/99 no art. 1º § 1º c/c com o art. 21, § 2o do Decreto 6.514/2008, in ver bis:
Lei 9.873/99
Art. 1o (...)
§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos,
pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante
requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional
decorrente da paralisação, se for o caso.”
Decreto 6.514/2008
[...]
“Art. 21 – (...)
§ 2o Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração paralisado por
mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação.” [...]
Como verifica-se até de ofício pode a Receita Federal deveria realizar a prescriçã o, visando
dar guarida ao princípio da eficiência previsto na Constituiçã o Federal, como também,
garantir o princípio da segurança jurídica já que o contribuinte nã o poderá permanecer por
tempo demasiado na incerteza da cobrança de um crédito que impactará diretamente suas
operaçõ es e planejamentos.
O Exmo. Ex-Ministro Joaquim Barbosa, relator da ADI 124 afirmou que -"lançamento
tributário não pode durar indefinidamente (...)", a simples suspensã o da exigibilidade do
crédito tributá rio em razã o da sua discussã o na esfera administrativa, prevista no inciso III,
do art. 1511 1, do CTN N N, nã o autoriza a eternizaçã o da pendência, seja pelo fato que o
procedimento de lançamento tributá rio nã o pode durar"ad infinitum", seja pelo fato que o
ordenamento jurídico nã o autoriza a imprescritibilidade tributá ria.
A Administraçã o Pú blica tem o dever praticar atos necessá rios para impulsionar o
processo, para que seja alcançado o resultado ú til do mesmo em tempo há bil, sem que
ocorra a caracterizaçã o da prescriçã o. Portanto, a prescrição intercorrente, ocorre
quando o processo administrativo permanecer paralisado por mais de três anos,
pendente de julgamento ou despacho. E agora após 11 anos punir o contribuinte por
um erro da administração pública.
No caso em apreço deve-se verificar exclusivamente"se” o autor possui o direito líquido e
certo de obter o reconhecimento da prescriçã o intercorrente ocorrida no bojo dos
processos nº xxxxxxxxxxxx.
A Lei 11.457 de 16 de março de 2007 que "Dispõ e sobre a Administraçã o Tributá ria
Federal" em seu artigo 24 ordena:
"Art. 24 - É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de
360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos
administrativos do contribuinte".
Vale frisar que a Fazenda Pú blica nã o detém o ad eternum para exercer o controle de
legalidade sobre seus atos – in casu, pois a demora excessiva nas decisõ es dos ó rgã os
julgadores sem qualquer justificativa, plausível causa a qualquer contribuinte transtorno,
visto ultrapassar de forma significativa o principal, com acú mulos de juros e correçã o,
sendo indevida a permanência por tempo demasiado na incerteza da cobrança.
Todavia, temos por oportuno precisar o instituto da prescriçã o intercorrente, deve-se
entender como "o desaparecimento da proteçã o ativa ao possível direito material
postulado" decorrente da "inércia continuada e ininterrupta no curso do processo por
seguimento temporal superior à quele em que se verifica a prescriçã o em dada hipó tese”
(ALVIM, Arruda. Da prescrição intercorrente In. : CIANCI, Mirna (Coordenadora). Prescrição
no Novo Código Civil uma análise)
Afinal, o fato de nã o haver uma norma dispondo especificamente acerca do prazo
prescricional, em determinada hipó tese, nã o confere a qualquer pretensã o a nota de
imprescritibilidade, cabendo ao intérprete buscar no sistema normativo, em regra através
da interpretaçã o extensiva ou da analogia, o prazo aplicá vel in casu, o artigo 108, do Có digo
Tributá rio Nacional, nã o bastassem os princípios constitucionais da duraçã o razoá vel do
processo e da segurança jurídica, verdadeiros direitos e garantias do contribuinte, cuja
eficá cia é plena - "Art. 5º. [...] § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata".
Ensina a Professora Elody Nassar sobre os requisitos necessá rios para sua decretaçã o:
"Para a ocorrência da prescriçã o intercorrente há necessidade do concurso dos seguintes
elementos:
a) início do procedimento administrativo pela citaçã o vá lida do indiciado ou acusado;
b) paralisaçã o do feito por mais de três anos;
c) inocorrência de 'ato inequívoco, que importe apuraçã o do fato'; e
d) ausência de julgamento ou despacho.
Prescriçã o administrativa é conceituada como "período em que se exaure a competência do
Poder administrativo para rever seus pró prios atos no sentido de corrigi-los ou invalidá -
los.... É regra de ordem pú blica." (Dicioná rio Jurídico da Academia Brasileira de Letras
Jurídicas", Ed. Forense, 9a Ed., 2004). Temos:
“TRIBUTÁ RIO - ANULATÓ RIA - IMPOSTO DE RENDA - PRESCRIÇÃ O INTERCORRENTE NO
PROCESSO ADMINISTRATIVO: OCORRÊ NCIA - APELAÇÃ O PROVIDA. 1. A Lei Federal nº
9.873/99: Art. 1º. § 1º. Incide a prescriçã o no procedimento administrativo paralisado por
mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serã o arquivados de
ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuraçã o da
responsabilidade funcional decorrente da paralisaçã o, se for o caso". 2. A impugnaçã o
administrativa, protocolada pelo contribuinte em 4 de abril de 2002, foi levada a
julgamento, apenas, na sessã o de 9 de dezembro de 2008, pela Delegacia da Receita Federal
do Brasil de Julgamento Sã o Paulo II, com intimaçã o expedida em 13 de janeiro de 2009. 3.
O extrato do respectivo processo indica a ausência de movimentaçã o entre 29 de abril de
2003 e 12 de dezembro de 2008. 4. O processo administrativo fiscal ficou paralisado por
período superior a três anos. Nã o há informaçã o de qualquer ato de instruçã o capaz de
obstar o curso do prazo prescricional. 5. Verificada a prescriçã o intercorrente. 6. Apelaçã o
provida. (TRF-3 - ApCiv: XXXXX20154036100 SP, Relator: JUIZ CONVOCADO LEONEL
FERREIRA, Data de Julgamento: 06/06/2019, SEXTA TURMA, Data de Publicaçã o: e-DJF3
Judicial 1 DATA:14/06/2019).”
Como verifica-se Exa. há presente todos os requisitos para que seja declarada a extinção
dos referidos créditos tributários e a prescrição da ação para sua cobrança,
declarando-se nulas eventuais Certidões de Dívida Ativa, desprovidas pela ilegalidade
de qualquer crédito líquido.
DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Nesse contexto, é notó rio e de bom alvitre que diante das irregularidades e ocorrida
conforme anteriormente explicitadas seja assegurada a CONCESSÃO DA TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA, mesmo porque a Ré em nada será prejudicada, haja visto que
receberá seu crédito atualizado, caso nã o seja reconhecida a prescriçã o do crédito
tributá rio em discussã o.

Em suma, o autor tem fundado receio de dano de difícil reparaçã o.


"Já o periculum in mora resta evidenciado porquanto o ente fazendá rio tem o dever de
promover os atos de cobrança de seu pretenso crédito, sendo seus atos revestidos de
legitimidade e certeza e autoexecutoriedade, benesses estas que nã o assistem ao Autor,
como também o descrédito pú blico e perda de crédito para o impetrante, profissional
liberal que depende nã o só de sua competência profissional, mas também de sua
credibilidade financeira e social para ter êxito em seu meio e respeito na comunidade."
Louvamo-nos, ademais, no Có digo Tributá rio Nacional, que prevê situaçõ es nas quais se
suspendem as medidas, quanto a exigibilidade do crédito tributá rio, previsto no art. 151,
compondo um rol a priori exaustivo, isto significa que nã o existem outros meios para
suspender a exigibilidade inclusive, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei,
já que estamos diante de atividade "plenamente vinculada", conforme preceitua o artigo 3º
do mesmo diploma legal.
"Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial;
VI - o parcelamento."
A importâ ncia do inciso V pela questã o do tempo processual.
É neste sentido que a doutrina ressalta a importâ ncia da utilizaçã o da medida neste ramo
dogmá tico, conferida nas palavras de Eduardo Marcial Ferreira Jardim:
"No processo tributário, a tutela antecipada traduz uma relevante conquista em prol dos
direitos e garantias do sujeito passivo, uma vez que permite, por exemplo, antecipar os efeitos
do pedido sempre que houver, dentre outras hipóteses, o fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação. Dessarte, diante da exigibilidade de um tributo em total desarmonia
com o figurino constitucional, depara-se pertinente a tutela antecipada, em face do evidente
destempero da exigência, conjugada com a irreparabilidade, quer do pagamento, quer do não
pagamento. Em havendo o recolhimento do gravame, mesmo inconstitucional, restaria ao
sujeito passivo enfrentar o alentado caminho da repetição de indébito, um calvário por si
mesmo, enquanto a eventual falta de pagamento exporia o sujeito passivo à lavratura de auto
de infração, com multas onerosas, além dos efeitos adversos da inscrição de dívida,
acréscimos decorrentes e outros efeitos restringentes de direitos. A tutela in casu afigura-se
compatível com as ações anulatórias ou declaratórias de inexigibilidade de tributos, ou
declaratórias asseguradoras de um dado direito, a teor do direito de compensar débitos com
indébitos, dentre outras".
Com estas consideraçõ es ressaltamos a importâ ncia da concessã o da tutela de urgência
para o autor, que se vê coagido por uma dívida já prescrita, e por causa desta ilegalidade
cometida pelo fisco, poderá sofrer com atos danosos.
Portanto, Excelência, diante de lesã o grave e de difícil reparaçã o antes do julgamento da
lide, a tutela de urgência se faz necessá ria.
DOS PEDIDOS
Ante exposto requer:
a) Citaçã o da ré para querendo responder a presenta, sob pena de confissã o e revelia;
b) Requer a concessã o da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e ss do CPC;
c) Requer a concessã o da TUTELA DE URGENCIA, para obstar a inscriçã o na dívida ativa e,
alternativamente, impedir os atos de cobrança do crédito, principalmente protesto da CDA
e propositura de execuçã o fiscal, declarando a suspensão exigibilidade do débito
tributário, consoante o artigo 151, V, do Có digo Tributá rio Nacional;
d) Requer que seja reconhecida e declarada a prescriçã o intercorrente do crédito tributá rio
em comento visto a inercia da administraçã o pú blica que demorou mais de 10 anos para
julgar o Recurso Administrativo, bem como, da exigibilidade da infraçã o imposta ao autor
em razã o da paralisaçã o dos procedimentos administrativos por mais de 3 anos, nos
termos do § 1º do art. 1º da lei 9.873/99, conjugado com o Enunciado 409 do STJ;
e) Requer que seja determinado de forma definitiva a exclusã o do nome do autor da dívida
ativa da Uniã o;
f) Requer a concessã o dos benefícios da Lei do Idoso, para que o presente feito tenha
trâ mite mais célere e preferencial;
g) Seja condenada a ré ao pagamento de custas, despesas processuais e honorá rios
advocaticios em 20% sobre o valor da causa;
h) Requer pela produçã o de todas as provas admitidas em direito.
Dar-se ao valor da causa a importâ ncia de R$ xxxxxxx
Termo em que,
Pede deferimento.
cidade, xxx de xxxxxx de 20xx
advogado
oab/uf

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