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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ª VARA CÍVEL

DO FORO DE POÁ – SP.

..........., brasileira, ....., ....., portadora da cédula de


identidade RG nº .... e inscrito no Cadastro De Pessoas
Físicas sob nº ......, residente e domiciliado na de Rua
......, número ...., , Vila ...., cidade/estado, CEP: ....,
por seu mandatário ao final firmado o qual segue anexo, com
seu escritório profissional consignado no timbre desta, onde,
em atendimento à diretriz do artigo 106, inc. I, do Novo
Código de Processo Civil, indica-o para as intimações
necessárias, comparece, com o devido respeito à presença de
Vossa Excelência, a fim de ajuizar, a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRESTIMO


“COM PEDIDO DE LIMINAR DE URGÊNCIA”

em face de ......., inscrito no CNPJ/MF n.º ...., com sede Av.


....., n° ... – Cep; ...., cidade - estado, devendo ser
citado na pessoa de seu representante legal, expondo e
requerendo o que segue:

PRELIMINARMENTE

BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA (CPC/2015, art. 98, caput)

Em que pese o fato de ser a Autora pobre na acepção jurídica


do termo, requer se digne determinar a concessão dos
benefícios da isenção de custas e despesas processuais,

1
previstos no inciso LXXIV, do artigo 5º da CF/88, combinado
com o artigo 12 da Lei Federal nº 1.060/ 1950, e ainda
conforme orientação ofertada pelo caput do artigo 98 do Novo
Código Civil, pois sua atual situação econômica não lhe
permite pagar às custas e os honorários advocatícios do
processo sem prejuízo do seu próprio sustento, o que faz por
declaração (anexa) e sob a égide do artigo 99, § 4º do
CPC/2015.

A Autora, verdadeiramente, não tem condições de arcar com as


despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus
recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais,
inclusive o recolhimento das custas iniciais, pelo que requer
a concessão deste benefício em seu favor.

CONSIDERAÇÕES FÁTICAS

A Requerente contratou empréstimo consignado com a empresa ré


de 96 parcelas de ....., conforme consta do contrato em anexo.

Ocorre que a ré vem descontando o valor de R$ ...., conforme


demonstra os holerites em anexo.

Logo, o valor de R$ ....., ultrapassa e compromete em


muito o limite de 30% de sua remuneração mensal
LIQUIDA, fato que é defeso em lei.

RESSALTA-SE AINDA QUE A AUTORA FOI VITIMA DE VENDA


CASADA QUANDO FOI OBRIGADA A CONTRATAR SEGURO NO
VALOR DE R$3.808,50 IMPOSTO PELA RÉ NA SEGURADORA
INDICA PELA RÉ, SEM QUE A AUTORA PUDESSE ESCOLHER UMA
SEGURADORA DE SUA PREFERENCIA.

Restou-lhe tão somente, socorrer-se do Poder Judiciário, para


declarar a cobrança abusiva e ilegal, pelo fato de comprometer
muito mais de 30% de sua renda liquida e também a anulação da

DO PLEITO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela


de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo”:

2
Art. Art. 300. A tutela de urgência
será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os elementos


indicativos de ilegalidade contido no caso concreto, traz à
tona, circunstâncias de que o direito muito provavelmente
existe.

Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery Júnior,


delimitando comparações acerca da “probabilidade de direito” e
o “fumus boni iuris”, esse professa, in verbis:

“4. Requisitos para a concessão da tutela


de urgência: fumus boni iuris: Também é
preciso que a parte comprove a existência
da plausibilidade do direito por ela
afirmado (fumus boni iuris). Assim, a
tutela de urgência visa assegurar a
eficácia do processo de conhecimento ou do
processo de execução…” (NERY JÚNIOR,
Nélson. Comentários ao código de processo
civil. – São Paulo: RT, 2015, p. 857-858)

Há nos autos demonstração inequívoca da ilicitude cometida


pela Ré, demonstrada no quadro e nas planilhas anexas, sendo
que a somatória das parcelas de empréstimos, comprometem muito
mais de 30% da remuneração liquida da autora, fato este defeso
em lei e que também ocasiona o super endividamento deixando-a
com poucos recursos para uma sobrevivência digna.

Ou seja, resta demonstrado a existência da plausibilidade do


direito eis que a concessão dos diversos empréstimos, bem como
a somatória dos mesmos, comprometem em muito a renda da
autora, razão pela qual requer respeitosamente a concessão da
liminar no tocante a suspensão dos débitos até decisão final
desta demanda.

Diante disso, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da


parte contrária (CPC/2015, art. 300, § 2º), independente de
caução (CPC/2015, art. 300, § 1º), tutela de urgência
antecipatória no sentido de o requerido abster-se de imediato
de realizar os descontos em folha de pagamento eis que
abusivos e ilegais por superarem o limite de 30% de sua
remuneração liquida, conforme documentos anexos.

Sobre a matéria vejamos:

2116205-25.2016.8.26.0000 Agravo de Instrumento / Contratos

3
Bancários -
Relator(a): Achile Alesina
Comarca: Piracicaba
Órgão julgador: 38ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/07/2016
Data de registro: 14/07/2016
Ementa: RECURSO – Agravo de instrumento – Concessão de tutela
antecipada para impor ao banco que cesse os descontos que suplantem o
limite de 30% dos rendimentos líquidos – Recurso do banco – Alegação
de validade da negativação do nome da autora no rol de inadimplentes
- Pedido deduzido no agravo que não guarda relação com a decisão
recorrida – Descumprimento dos requisitos previstos pelo art. 1.016
do CPC/15 - Recurso não conhecido.

1074547-97.2014.8.26.0100 Apelação / Contratos bancários


Relator(a): Fernando Sastre Redondo
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 38ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 13/07/2016
Data de registro: 14/07/2016
Ementa: OBRIGAÇÃO DE FAZER. Empréstimo consignado. Servidor público
estadual. Percentual de descontos que ultrapassa 30% dos vencimentos
brutos. Limitação determinada para garantir a dignidade e a
subsistência do devedor. Inteligência do art. 2º, inciso I, da Lei nº
10.820/03. Precedentes do TJSP e do STJ. Sentença mantida. RECURSO
NÃO PROVIDO.

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR, TUTELA


ANTECIPADA DEFERIDA PARA DETERMINAR O LIMITE DE 30% AOS DESCONTOS NA
FOLHA DE PAGAMENTO DO AUTOR, MILITAR DA AERONÁUTICA. O LIMITE DE 70%
DOS DESCONTOS, PREVISTO NO ART. 14, 3º, DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº
2.215/01 DEVE SER INTERPRETADO EM CONJUNTO COM O DISPOSTO NO ART. 21
DA LEI Nº 1.046/50. DOCUMENTOS ACOSTADOS AOS AUTOS QUE DEMONSTRAM A
VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES AUTORAIS, BEM COMO O RISCO DE DANO
IRREPARÁVEL. PRESENTES OS REQUISITOS AUTORIZADORES DO ARTIGO 273 DO
CPC, A ANTECIPAÇÃO DA TUTELA É MEDIDA QUE SE IMPÕE. O PERIGO DE
IRREVERSIBILIDADE NÃO OBSTA CONCESSÃO DA TUTELA, UMA VEZ QUE O
DIREITO À DIGNIDADE DEVE PREPONDERAR SOBRE O DIREITO PATRIMONIAL.
DECISÃO QUE SE MANTÉM. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO NA FORMA DO
ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.

Ementa: Apelação Cível. Ação Revisional De Cláusulas Contratuais.


Contrato Na Modalidade De Cartão De Crédito Consignado Em Folha De
Pagamento. Servidor Público. Abusividade E Onerosidade Excessiva.
Desconto Somente Do Mínimo Da Fatura Mensal. Refinanciamento Do
Valor Total Devido Todo Mês. Débito Que Nunca Se Finda, Pelo
Contrário Só Aumenta. Discussão Dessa Espécie Contratual Em Ação
Civil Pública. Liminar Deferindo Suspensão Dos Descontos. Manifesta
Abusividade. Revisão Do Pacto Em Favor Da Parte Hipossuficiente.
Inexistência De Cláusulas Que Prevêem Capitalização De Juros E Juros
Remuneratórios. Equiparação Ao Empréstimo Consignado. Sentença

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Reformada. 1 – A modalidade do presente contrato bancário, o cartão
de crédito consignado em folha de pagamento, ao que se observa no
caso concreto, com prestações sem número ou prazo determinado, com
desconto apenas do mínimo do valor da fatura mensal efetuado direto
da folha de pagamento do autor/servidor público, com aplicação de
juros remuneratórios no percentual de 4,65% ao mês, além de outros
encargos, fazendo o banco réu, em seguida um refinanciamento do
restante do valor total devido, é modalidade que externa manifesta
abusividade por parte da instituição financeira, lucro exagerado e
onerosidade excessiva ao consumidor, na medida em que a quitação do
débito nunca acontece. 2 – Outrossim, na hipótese em tela, além da
dívida nunca acabar, de acordo com as planilhas colacionadas aos
autos, ela fez foi aumentar, muito embora o consumidor nunca tenha
deixado de pagar uma prestação sequer, já que a parcela é descontada
direto da sua folha de pagamento. 3 – Insta salientar sobre a
existência de ação civil pública em tramitação na 19ª Vara Cível da
comarca de Goiânia, em que se discute as abusividades praticadas
pela instituição financeira requerida nessa espécie contratual e a
sua onerosidade excessiva ao consumidor, inclusive com o deferimento
de liminar determinando a suspensão dos descontos direto da folha de
pagamento dos servidores públicos, aposentados e pensionistas. 4 –
Não constando do termo de adesão, trazido aos autos pelo banco
requerido, o percentual de juros remuneratórios aplicados e a forma
de capitalização, ele deve ser analisado de forma a favorecer a
parte hipossuficiente, no caso, o autor. 5 – Observada a ocorrência
de substancial discrepância em relação às taxas cobradas, cabível a
limitação dos juros remuneratórios à média praticada no mercado para
as operações de empréstimo pessoal consignado, segundo dados
divulgados pelo Banco Central do Brasil. 6 – Nos contratos
celebrados após 31 de março de 2000, data da publicação da MP nº
1.963-17, reeditada sob o nº 2.170-36/2001, é lícito o pacto de
juros capitalizados em periodicidade inferior à anual, desde que
previsto no instrumento contratual de maneira expressa, o que não
ocorreu na avença em revisão. 7 – Diante do valor inicial da dívida
e o montante já pago pelo autor, denota-se a evidente quitação do
contrato, no que devem ser imediatamente suspensos os descontos
efetivados em sua folha de pagamento...”. (destaques nossos).

“O pagamento de mútuo bancário, por meio de


desconto em folha de pagamento e débito em
conta corrente em que é creditado o salário,
deve respeitar o limite de 30% (trinta por
cento) da remuneração do servidor público, sob
pena de dar ensejo à lesão de difícil
reparação, com risco de comprometimento da
própria subsistência do devedor”.
(20110020045135AGI, Relator CARMELITA BRASIL,
2ª Turma Cível, julgado em 04/05/2011, DJ
09/05/2011 p. 111.)

5
NO MÉRITO

DO DIREITO

Do Limite de 30% dos Vencimentos da Autora no que se Referem


os Empréstimos Consignados.

Assim diz o Artigo 8º do Decreto 6.386/2008:

“Art. 8o A soma mensal das consignações facultativas de cada


consignado não excederá a trinta por cento da respectiva
remuneração, excluído do cálculo o valor pago a título de
contribuição para serviços de saúde patrocinados por órgãos ou
entidades públicas, na forma prevista nos incisos I e II do art. 4o.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.574, de 2008)”.

Ou seja, o referido Decreto limita os descontos em 30% (trinta


por cento) da remuneração com abatimentos.

Por sua vez, assim dizem os parágrafos 1º e 2º do mesmo


Decreto:

§ 1o Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se a


remuneração a que se refere o caput a soma dos vencimentos com os
adicionais de caráter individual e demais vantagens, nestas
compreendidas as relativas à natureza ou ao local de trabalho e a
prevista no art. 62-A da Lei no 8.112, de 1990, ou outra paga sob o
mesmo fundamento, sendo excluídas:

I - diárias;
II - ajuda-de-custo;
III - indenização da despesa do transporte quando o servidor, em
caráter permanente, for mandado servir em nova sede;
IV - salário-família;
V - gratificação natalina;
VI - auxílio-natalidade;
VII - auxílio-funeral;
VIII - adicional de férias;
IX - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
X - adicional noturno;
XI - adicional de insalubridade, de periculosidade ou de
atividades penosas; e
XII - qualquer outro auxílio ou adicional estabelecido
por lei e que tenha caráter indenizatório”.

§ 2o As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, aos


empregados públicos federais e demais servidores, cujas folhas de
pagamento sejam processadas pelo SIAPE, observado o disciplinamento
a cargo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”.

No caso concreto, Vossa Excelência poderá verificar que os


descontos oriundos dos empréstimos firmados com a Requerida
superam o limite legal, ou seja, são vertiginosamente

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prejudiciais a Autora tirando-lhe a qualidade de vida, seu
sustento e de seus familiares.

A Requerida não cumpriu com o Decreto supra referenciado e nem


poderá alegar desconhecimento ou consentimento da ora
Peticionaria, pois a mesma tinha, somente, duas opções:
aceitar ou aceitar as cláusulas, pois caso não aceitasse não
lhe seria concedido o crédito que pleiteou.

Tratam-se de contratos de adesão e elaborados por Instituições


Financeiras, razão pela qual aplica-se a Súmula 297 do Colendo
Superior Tribunal de Justiça.

Neste mesmo sentido seguem decisões de nossos Tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO.
CONSIGNAÇÃO. LIMITE. 30% DOS RENDIMENTOS BRUTOS,
DESCONTADOS O IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE E A
PREVIDÊNCIA SOCIAL. Atualmente, a moderna jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça e desta corte possui o
entendimento no sentido de que os descontos em folha de
pagamento, por se tratar de verba de natureza alimentar,
devem obedecer ao patamar máximo de 30% dos vencimentos
recebidos pelo consumidor. Agravo provido, de plano, em
decisão monocrática. (TJRS; AI 0016010-90.2015.8.21.7000;
Santa Rosa; Décima Quinta Câmara Cível; Relª Desª Adriana
da Silva Ribeiro; Julg. 03/02/2015; DJERS 06/02/2015).

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. DESCONTOS EM
FOLHA DE PAGAMENTO. LIMITAÇÃO A 30% (TRINTA POR CENTO)
SOBRE A REMUNERAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. OBSERVÂNCIA. 01.
O Decreto n. 6.386 /08, que regulamentou o art. 45 da Lei
n. 8.112 /90, estabelece que os descontos facultativos
devem ser limitados a 30% (trinta por cento) da
remuneração do servidor público, visando a não
comprometer toda a remuneração. 02. No caso em exame, foi
observado nos contratos firmados pelas partes o limite de
30% (trinta por cento) sobre a remuneraçãoda agravante,
uma vez que apenas parte de seus rendimentos está sendo
destinada à amortização das parcelas dos empréstimos
pessoais. 03. Agravo de Instrumento conhecido e não
provido. TJ-DF - Agravo de Instrumento AGI 20140020279599
DF 0028500-22.2014.8.07.0000 (TJ-DF) Data de publicação:
13/03/2015.

DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR

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O artigo 4º, I, do Código de Defesa do
Consumidor, que trata da Política Nacional de Relações de
Consumo, reconhece, expressamente, a condição de
vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo.

Segundo a doutrina, esta vulnerabilidade pode


ser classificada da seguinte forma:

a) Técnica – quando o consumidor não possui


conhecimentos específicos sobre o objeto que está adquirindo
ou sobre o serviço que lhe está sendo prestado;

b) Científica – a falta de conhecimentos


jurídicos específicos, contabilidade ou economia;

c) Fática ou sócio econômica – quando o


prestador do bem ou serviço impõe sua superioridade a todos
que com ele contrata, fazendo valer sua posição de monopólio
fático ou jurídico, por seu grande poder econômico ou em razão
da essencialidade do serviço.

Além disso, sabe-se que atualmente a maioria


dos contratos de consumo é de “adesão”, onde o banco ou
financeira já possui um contrato padrão previamente elaborado,
cabendo ao consumidor apenas aceitá-lo em bloco sem discussão,
seja em face da sua vulnerabilidade técnica, seja em face da
falta de alternativa.

Frise-se que na necessidade do momento, ainda que o consumidor


não concorde com as cláusulas e taxas, não lhe é permitido
discuti-las, nem muito menos altera-las.

Por fim, o princípio da vulnerabilidade do


consumidor não pode ser visto como mera intenção, ou norma
programática sem eficácia. Ao contrário, “revela-se como
princípio justificador da própria existência de uma lei
protetiva destinada a efetivar, também no plano
infraconstitucional, os princípios e valores constitucionais,
em especial o princípio da dignidade da pessoa humana (art.
1º, III), da isonomia substancial (art. 5º, caput) e da defesa
do consumidor (art. 5º, XXXII)”.

A BOA FÉ OBJETIVA

A boa-fé, entendida como elemento meramente


subjetivo, situação ou fato psicológico, deu lugar ao
princípio da boa-fé objetiva.

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Agora, “o princípio da boa-fé impõe um padrão
de conduta a ambos os contratantes, no sentido
da recíproca cooperação, com consideração dos
interesses um do outro, em vista de se
alcançar o efeito prático que justifica a
existência jurídica do contrato celebrado.”

Neste sentido, o artigo 51, IV, do CDC,


considera nulas as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que sejam incompatíveis
com a boa-fé.

Ainda em termos de legislação, o artigo 422,


do Código Civil Brasileiro, estabelece que os contraentes são
obrigados a guardar os princípios da probidade e da boa-fé.

Em consequência, distanciando-se da
subjetividade do antigo conceito, a boa-fé objetiva exige um
dever de conduta, de ética, lealdade e de colaboração na
execução do contrato.

Não se pode dizer, portanto, que está presente


a boa-fé objetiva em uma transação financeira que permite
vantagens e lucros exorbitantes a um dos contratantes,
resultantes de estipulação de taxas de juros em muito
superiores ao razoável de uma economia estabilizada e com
baixos índices de inflação.

Por fim, o Juiz não pode se esquivar do seu


papel de criação do Direito, pois “a boa fé opera uma
delegação ao juiz para, à luz das circunstâncias concretas que
qualificam a relação intersubjetiva sub judice, verificar a
correspondência do regulamento contratual, expressão da
autonomia privada, aos princípios aos quais esta última deve
ser funcionalizada. Tal delegação, prevista legislativamente,
faz com que determinadas concepções acerca do papel do juiz
ainda hoje sustentadas se tornem anacronismos com um sentido
claramente retrógrado.”

DA FALTA DO CONTRATO

ESCLARECE A AUTORA QUE DEIXA DE JUNTAR O CONTRATO DE


FINANCIAMENTO EM SI, POIS APESAR DE TER SOLICICITAFO JUNTO AO
BANCO RÉU, O MESMO FORNECE TÃO SOMENTE O COMPROVANTE DE
EMPRÉSTIMO (ANEXOS), REQUERENDO ASSIM QUE O RÉU SEJA INTIMADO
A APRESENTA-LO IMPRETERIVELMENTE NO MOMENTO DE SUA
CONTESTAÇÃO.
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Sobre vejamos:

“Ementa: Contrato bancário - Ação revisional visando


afastar a cobrança de encargos reputados como ilegais e
abusivos - Revisão admissível em face, inclusive, da
incidência do Código de Defesa do Consumidor (Súmula n.
297 do E. STJ) - Requerimento, na inicial da ação, para
exibição dos contratos, além dos extratos da conta
corrente do autor - Requerimento não integralmente
atendido pelo réu - Contratos que teriam sido firmados
entre as partes não juntados nos autos - Insuficiência da
proposta de abertura de conta juntada nos autos -
Exibição dos contratos que seria indispensável no caso
vertente, para demonstrar que teria havido a efetiva
pactuação dos encargos financeiros incidentes sobre toda
movimentação da conta corrente - ... - Ação que deve ser
julgada procedente - Recurso da autora provido para
tanto”. Apel. 9085353-11.2007.8.26.0000 – Relator Thiago
de Siqueira – Comarca; São Paulo; Órgão Julgador; 14
Camara de Direito Privado; Data do julgamento:
01/06/2011; Data de registro: 10/06/2011”.

DO CONTRATO

A revisão contratual, não tem o objetivo de ultrapassar a


vontade das partes e gerar insegurança ao vínculo contratual,
mas reequilibrar o contrato com a finalidade de preservá-lo,
com a possibilidade de satisfação dos interesses legítimos em
jogo, buscando, por assim dizer, o cumprimento equilibrado.

Nesse trilhar, o princípio da força obrigatória contratual


(pacta sunt servanda) deve ceder e se coadunar com a
sistemática do Código de Defesa do Consumidor.

Além disso, a relação contratual também deve atender à função


social dos contratos, agora expressamente prevista no artigo
421 do Código Civil: “a liberdade de contratar será exercida
em razão e nos limites da função social do contrato“.

A Promovente almeja alcançar provimento judicial de sorte a


afastar a exorbitância da cobrança por ser provável restar
configurada:

(a) a cobrança de juros capitalizados diários;

(b) os juros remuneratórios;

(c) excluir os encargos moratórios;

DA ONEROSIDADE EXCESSIVA
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O Código de Defesa do Consumidor, ao definir
os direitos básicos do consumidor, artigo 6º, V, permite a
modificação de cláusula contratual que estabelece prestação
desproporcional ou sua revisão em razão de fato superveniente
que a torne excessivamente onerosa, o que é o caso dos autos,
conforme exaustivamente demonstrado.

Isto porque, reiteramos que após passados mais de anos de


descontos das parcelas em sua remuneração, constatou-se que
já havia pago mais da metade dos valores emprestados, porém
a quitação do débito está bem longe de se findar, com
débitos futuros muito superiores aos valores efetivamente
emprestados.

A interpretação da norma não remete para o antigo conceito da


teoria da imprevisão no sentido da exigência da
previsibilidade inequívoca do acontecimento, ou seja, basta
agora a ocorrência, mesmo na origem, da lesão ou onerosidade
excessiva.

“O Código de Defesa do Consumidor assumiu uma


postura mais objetiva no que diz respeito à
revisão contratual por circunstâncias
supervenientes. Basta uma breve análise do
artigo que postula tal possibilidade, para
perceber que este não menciona qualquer
requisito além da excessiva onerosidade
presente: não se fala em previsibilidade ou
imprevisibilidade, não há questionamentos
acerca das intenções subjetivas das partes no
momento da contratação.”

Assim, “em face da disparidade do poder


negocial entre os contratantes, a disciplina contratual
procura criar mecanismos de proteção da parte mais fraca, como
é o caso do balanceamento das prestações”.

A discussão pretoriana e doutrinária atual


diverge em relação à aplicação da SELIC ou do Código
Tributário Nacional, artigo 161, § 1º:

“Se a Lei não dispuser de modo diverso,


os juros de mora são calculados à taxa
de 1% (um por cento) ao mês.”

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Na mesma linha, o Enunciado nº 20, aprovado na
Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos
Judiciários do Conselho da Justiça Federal, sob a coordenação
científica do então Ministro Ruy Rosado, do STJ, nos seguintes
termos:

20 - Art. 406: a taxa de juros moratórios a


que se refere o art. 406 é a do art. 161, §
1º, do Código Tributário Nacional, ou seja, 1%
(um por cento) ao mês.

Por fim, os juros legais e moratórios sobre


obrigações inadimplidas depois da vigência do Código Civil de
2002, segundo entendimento deste juízo, é a de 1% ao mês,
excluída a aplicação da taxa SELIC, mesmo que momentaneamente
estipulada abaixo desse patamar.

Destarte, resta comprometido o dever de informação ao


consumidor no âmbito contratual, maiormente à luz dos ditames
dos artigos 4º, 6º, 31, 46 e 54 do CDC.

DA ILEGALIDADE DOS JUROS DO EMPRÉSTIMO

Todos sabemos que as taxas de juros praticadas


pelas instituições financeiras integrantes do Sistema
Financeiro Nacional são capitalizadas mensalmente (juros sobre
juros), o que eleva as taxas a padrões muito mais altos do que
aqueles pactuados.

No entanto, essa malsinada capitalização é


vedada pelo entendimento jurisprudencial de nossos Colendos
Tribunais, inclusive dos nossos Tribunais Superiores, como o
STJ e o STF que tem aceitado a tese da impossibilidade de
capitalização mensal dos juros para os casos de contratos de
abertura de crédito, como é o caso do presente.

Todavia, no pacto em debate ao que tudo indica, ha sim


cobrança indevida da capitalização de juros, porém fora
adotada outra forma de exigência irregular; uma “outra
roupagem”.

É cediço que esta transação financeira, importa em onerosidade


excessiva a consumidora ora autora, senão vejamos o que temn
decidido nossos tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE


CONTRATO BANCÁRIO. CÉDULA DE CRÉDITO
BANCÁRIO-CAPITAL DE GIRO. CÓDIGO DE

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DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 297 DO STJ. POSSIBILIDADE DE
REVISÃO. JUROS REMUNERATÓRIOS.
LIMITAÇÃO EM 12% AO ANO.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE NÃO SE
SUJEITA A LEI DE USURA. SÚMULA Nº 596
DO STF. ART. 192, § 3º DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL REVOGADO. LIMITAÇÃO SUJEITA AO
ÍNDICE DIVULGADO PELA TAXA MÉDIA DE
MERCADO ANUNCIADA PELO BANCO CENTRAL DO
BRASIL. ENUNCIADOS I E IV DO GRUPO DE
CÂMARAS DE DIREITO COMERCIAL DESTA
CORTE. Convém contemplar na presente
decisão a inaplicabilidade dos termos
legais constantes do Decreto nº
22.626/33 frente as instituições
financeiras de acordo com a Súmula n.
596 do Superior Tribunal Federal, in
verbis:”As disposições do Decreto nº
22.626 de 1933 não se aplicam às taxas
de juros e aos outros encargos cobrados
nas operações realizadas por
instituições públicas ou privadas, que
integram o Sistema Financeiro
Nacional”. Embora o índice dos juros
remuneratórios não esteja vinculado a
limitação disposta no revogado artigo
192, § 3º, da Constituição Federal, a
jurisprudência pátria e até mesmo o
Enunciado I e IV do Grupo de Câmaras de
Direito Comercial anota que é possível
estabelecer limitação/redução quando
superior àquele praticado pelo mercado
financeiro, elencada pela tabela
emitida pelo Banco Central do Brasil.
CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS. CONTRATO
FIRMADO APÓS A EDIÇÃO DA MEDIDA
PROVISÓRIA N. 1.963/2000. PACTUAÇÃO EM
PERIODICIDADE DIÁRIA. VEDAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO POR
MENSAL. INVIABILIDADE DA CAPITALIZAÇÃO
DE JUROS. “Por certo que permitir a
capitalização diária dos juros
incidentes na dívida configuraria
onerosidade excessiva para qualquer
devedor. Aliás, essa prática está em
profunda discrepância com a atualidade
econômica brasileira, e deve ser
rechaçada do sistema. [...]” (TJSC,
Apelação Cível n. 2011.006278-1, de
Indaial. Relator: Des. Volnei Celso

13
Tomazini. Julgada em 08/03/2012).
Assim, impossibilitado o anatocismo
diário, não pode ser deferido o pleito
de capitalização mensal, porque esta
não foi convencionada, não se podendo
dar interpretação extensiva ao contrato
para tanto. ” (STJ. Agravo Regimental
no Agravo de Instrumento n. 966.398/AL,
Rel. Ministro Aldir Passarinho Júnior,
j. 26.8.2008). ÔNUS SUCUMBENCIAL.
FIXAÇÃO DE FORMA PROPORCIONAL AO
RESULTADO QUE AS PARTES OBTIVERAM NA
DEMANDA. Recurso do autor conhecido e
parcialmente provido. Recurso do réu
conhecido e improvido. (TJSC; AC
2014.022245-8; Trombudo Central; Quinta
Câmara de Direito Comercial; Rel. Des.
Cláudio Barreto Dutra; Julg.
19/03/2015; DJSC 30/03/2015; Pág. 234)

AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL.


AÇÃO REVISIONAL C/C CONSIGNATÓRIA.
DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS.
AUSÊNCIA DE FATO NOVO. 1. Legítimo o
reconhecimento, em sentença, da
abusividade na fixação dos juros
moratórios com capitalização diária,
vez que causa excessiva onerosidade ao
consumidor. 2. Se a parte agravante não
traz nenhum argumento hábil a
viabilizar a alteração do entendimento
adotado na decisão monocrática,
limitando-se a rediscutir a matéria
decidida, impõe-se o desprovimento do
agravo regimental, porquanto interposto
à míngua de elemento novo a sustentar a
pretendida modificação. 3. Agravo
regimental conhecido e desprovido.
(TJGO; AC 0212220-13.2013.8.09.0148;
Quinta Câmara Cível; Rel. Des. Geraldo
Gonçalves da Costa; DJGO 20/03/2015;
Pág. 249)

Obviamente que uma vez identificada a onerosidade excessiva,


esta transação deve ser revista.

Entende-se, uma vez constatado a cobrança de encargos abusivos

DA NÃO CONFIGURAÇÃO DA MORA

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Com a provavel concessão da liminar para supender os descontos
em folha, não se pode considerar como recusa de pagamento dos
valores exigidos eis que se torna justa a supressão dos
pagamentos até decisão final em face das práticas ilegais que
resultaram no indevido aumento da dívida, os valores exigidos
pelo agente financeiro passam a não serem devidos (ao menos,
na sua integridade) e sua cobrança descaracteriza a mora
debikoris (artigo 394 do Código Civil):

"Considera-se em mora o devedor que não


efetuar o pagamento e o credor que não
quiser recebe-lo no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção
estabelecer."

Art. Art. 394 – Considera-se em mora o


devedor que não efetuar o pagamento e o
credor que não quiser recebê-lo no
tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.

Art. 396 – Não havendo fato ou omissão


imputável ao devedor, não incorre este
em mora

A mora não decorre, exclusivamente, do não pagamento,


porquanto a obrigação do devedor é a de pagar o devido. Se o
credor está a exigir o que não é devido, por óbvio, não surge
para o devedor o dever jurídico de pagar. Os direitos
subjetivos de natureza material, de regra, armam o seu titular
de duplo instrumento, qual seja: a ação e a exceção. A ação é
a faculdade que tem o titular de um direito subjetivo de
exigir em juízo; já as exceções de direito material
correspondem à forma reativa do direito subjetivo.

A mora reflete uma inexecução de obrigação diferenciada,


maiormente quando representa o injusto retardamento ou o
descumprimento culposo da obrigação.

Assim, na espécie incide a regra estabelecida no artigo 394 do


Código Civil, com a complementação disposta no artigo 396
desse mesmo Diploma Legal.

a) O reconhecimento da abusividade nos encargos exigidos no


período da normalidade contratual (juros remuneratórios e
capitalização) descaracteriza a mora;

b) Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação


revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de abusividade

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incidir sobre os encargos inerentes ao período de
inadimplência contratual“.

Não se caracteriza a mora quando o credor


exige do devedor o indevido, não surgindo para este, nem o
dever jurídico de pagar o indébito, nem o dever jurídico de
ajuizar consignatória, posto que ação é faculdade.

É o que dispõe o artigo 367 do Código Civil,


quando proíbe a novação de obrigações nulas. Contamos ainda
com o reforço do artigo 476 e 477 do Código Civil:

Artigo 476 - “Nos contratos bilaterais, nenhum


dos contraentes, antes de cumprida a sua obrigação, pode
exigir o implemento da do outro.

Artigo 477 - Se, depois de concluído o


contrato sobrevier a vitima das partes contratantes diminuição
em seu patrimônio, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a
prestação pela qual se obrigou, pode a parte, a quem incumbe
fazer prestação em primeiro lugar, recusar-se a esta, até que
a outra satisfaça a que lhe compete ou dê garantias bastante
de satisfazê-la".

Por esta razão o direito de reter o pagamento


se verifica, também, nas hipóteses em que o credor insiste na
cobrança de encargos indevidos ou ilegais, como é o caso.

Por todo o exposto, de rigor o afastamento dos encargos


moratórios, ou seja, comissão de permanência, multa contratual
e juros moratórios.

REQUERIMENTOS E PEDIDOS

POSTO ISSO,

Como requerimentos desta Ação Revisional, a Autora expressa o


desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes
providências:

Seja a presente ação recebida e processada para ao final serem


julgados procedentes os pedidos da ora Requerente, a saber:

a CONCESSÃO DA LIMINAR em caráter de urgência a fim de


determinar que a Ré se abstenha de imediato de efetuar os
descontos, seja em folha de pagamento, sejam os débitos em
conta corrente envolvendo o contrato de Empréstimos firmados;

16
 também conceda a liminar para abster-se de incluir seu
nome nos órgãos de restrições, referente ao pacto ora
debatido;

 Que, com base no Artigo 396 do Código de Processo Civil a


Ré junte com a contestação todos os contratos e demonstrativos
de descontos provenientes dos negócios jurídicos firmados, sob
pena de inversão do ônus da prova/ação incidental de exibição
de documentos, uma vez que a Autora não tem cópia de tal
contrato, pois não lhe foi entregue;

 Sejam os contratos firmados adequados para que os


pagamentos se moldem na limitação legal (30% - trinta por
cento do salario liquido) envolvendo aqueles;

 Sejam as Requeridas citadas por carta com AR, para que,


querendo, contestem o presente feito;

 pede, caso seja encontrado valores cobrados a maior


durante a relação contratual, sejam os mesmos devolvidos a
Promovente em dobro (repetição de indébito), ou
sucessivamente, sejam compensados os valores encontrados
(devolução dobrada) com eventual valor ainda existe como saldo
devedor;

 A ratificação da Tutela Antecipada concedida.

 A anulação da Tarifa de Seguro, por se tratar de evidente


venda casada, o que vedado pelo CDC.

Requerimentos finais

A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos


acima requeridos.

Protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida


(CF, art. 5º, inciso LV), nomeadamente pelo depoimento do
representante legal da Ré (CPC/2015, art. 75, inciso VIII),
oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore,
juntada posterior de documentos como contraprova, perícia
contábil (com ônus invertido), exibição de documentos, tudo de
logo requerido;

Ainda que seja o Réu condenado a pagar o todos os ônus


pertinentes à sucumbência, nomeadamente honorários
advocatícios, esses de já pleiteados no patamar máximo de 20%
(vinte por cento) sobre o proveito econômico obtido pelo Autor
ou, não sendo possível mensurá-los, sobre o valor atualizado
da causa (CPC/2015, art. 85, § 2º).

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Atribui-se à causa o valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta
e cinco reais).

Termos em que,

Pede Deferimento.

São Paulo, 21 de Novembro de 2022.

advogado
OAB/SP

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