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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0011606-20.2019.5.15.0033

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 20/12/2019


Valor da causa: R$ 18.000,00

Partes:
AUTOR: MARIANA FERREIRA SILVA
ADVOGADO: MARIA REGINA APARECIDA BORBA SILVA
RÉU: LUIS OTAVIO MARTINS INTERMEDIACAO E AGENCIAMENTO DE SERVICOS E
NEGOCIOS
ADVOGADO: CAMILA REIS HENRIQUE
RÉU: TITO BAIA DA SILVA
ADVOGADO: CAMILA REIS HENRIQUE
RÉU: COOPERATIVA MISTA JOCKEY CLUB DE SAO PAULO
ADVOGADO: FABIANO ABRAO MARTINS DE FRAIA SOUZA
RÉU: TAYNA PAULINO DE QUEIROZ
ADVOGADO: CAMILA REIS HENRIQUE
RÉU: RESERVA ADMINISTRADORA DE CONSORCIO LTDA

ADVOGADO: SIRLEI DOS SANTOS LUQUE


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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
1ª Vara do Trabalho de Marília

AUTOS DIGITAIS 0011606-20.2019.5.15.0033

RECLAMANTE: MARIANA FERREIRA SILVA

RECLAMADA: LUIS OTÁVIO MARTINS INTERMEDIAÇÃO E AGENCIAMENTO DE


SERVIÇOS E NEGÓCIOS, TITO BAIA DA SILVA, COOPERATIVA MISTA JOCKEY CLUB DE
SÃO PAULO, TAYNA PAULINO DE QUEIROZ e RESERVA ADMINISTRADORA DE
CONSÓRCIO LTDA.

SENTENÇA

RELATÓRIO

Processo sujeito ao rito sumaríssimo, sendo dispensada a confecção de relatório, nos termos do
art. 852-I da CLT.

FUNDAMENTAÇÃO

LEI NOVA - REFORMA TRABALHISTA - APLICAÇÃO INTERTEMPORAL - REGRAS DE


PROCESSO

A Lei 13.467/2017, com vigência em 11/11/2017, alterou diversos dispositivos da CLT, tanto de
ordem material, como de ordem processual. As modificações com relação ao direito material são

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aplicáveis ao presente caso (contrato iniciado em 07/08/2019 e findado em 14/10/2019), caso
comprovados os fatos alegados pela autora, por aplicação da regra tempus regit actum.

Outrossim, tendo a ação sido proposta em 20/12/2019 deverão incidir as alterações relacionadas
ao direito processual.

INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA QUANTO ÀS CONTRIBUIÇÕES


PREVIDENCIÁRIAS DE PERÍODO SEM DECISÃO CONDENATÓRIA/ PEDIDOS MERAMENTE
DECLARATÓRIOS

O E. Supremo Tribunal Federal, em decisão consolidada na Súmula Vinculante 53, já se


posicionou em relação ao entendimento de que a competência atribuída à Justiça do Trabalho
pelo inciso VIII do artigo 114 da Constituição da República, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores
objeto de acordo homologado, que integrem salário-de-contribuição, excluída a cobrança das
parcelas previdenciárias decorrentes de todo o período laboral.

Aliás, tal entendimento já constava da Súmula 368, I, do C. TST.

Esclareço, ainda, quanto ao disposto no art. 832, §3º – A, I, da CLT, com redação dada pela Lei
13.876 de 2019, que a competência ali definida quanto à execução de contribuições
previdenciárias é exclusivamente decorrente do contrato de emprego voluntariamente
reconhecido em Acordo Judicial, não alterando o entendimento já consolidado nas Súmulas
citadas.

Por tais razões, consoante o disposto no artigo 64, parágrafo 1o., do Novo Código de Processo
Civil, o pedido de recolhimento das contribuições previdenciárias do período laborado em relação
aos salários já pagos ao trabalhador é extinto sem resolução do mérito, com fundamento no
artigo 485, inciso IV, do Novo Código de Processo Civil.

INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

As reclamadas Tayna e Tito suscitaram a inépcia da petição inicial, em razão de a autora não ter
liquidado os pedidos.

O artigo 840, §1º, CLT, exige que a Reclamatória trabalhista contenha designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que
deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante
ou de seu representante, requisitos essenciais para viabilizar a compreensão da exordial e o
exercício da ampla defesa pelo reclamado. Salienta-se que a presente ação tramita sob o rito

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sumaríssimo, de maneira que mesmo antes da reforma trabalhista era exigida a indicação de
valores aos pedidos (art. 852-B, inciso I da CLT).

Ocorre que a petição inicial apresentou a valoração dos pedidos, sendo desnecessária a
liquidação deles, podendo a autora se valer de mera estimativa. Apenas não foram apresentados
valores aos pedidos de condenação solidária das reclamadas e subsidiária da quinta reclamada,
reconhecimento do vínculo empregatício, rescisão indireta, anotação da CTPS, que não se
tratam de obrigações de pagar, além de multa do art. 467 da CLT, a qual, no entender dessa
magistrada, poderia até mesmo ser aplicada de ofício, em razão de se tratar de norma de cunho
processual.

Ante o exposto, indefere-se a preliminar.

ILEGITIMIDADE PASSIVA DAS RECLAMADAS TAYNA E JOCKEY CLUB, RESERVA E DO


RECLAMADO TITO

As condições da ação são requisitos formais para viabilização da análise de mérito e devem ser
aferidas em abstrato pelo magistrado, caracterizando-se, a teor do artigo 3º. do Código de
Processo Civil, como legitimidade das partes, interesse processual e possibilidade jurídica do
pedido.

A legitimidade das partes, segundo a moderna Teoria da Asserção, se trata da pertinência


subjetiva e deve ser verificada a partir da narrativa realizada pela parte autora na exordial, a qual
indica o suposto devedor do direito material pretendido, de modo que a simples inclusão da parte
no polo passivo da reclamatória já a torna legítima para contra-argumentar as pretensões
obreiras.

Portanto, uma vez indicados pela reclamante como devedores da relação jurídica de direito
material, legitimados estão os reclamados Tito, Tayna, Reserva e Jockey Club para figurarem no
polo passivo da presente ação.

Deve-se lembrar, ainda, que somente com o exame do mérito será possível decidir-se pela
configuração ou não da responsabilidade postulada, não havendo que se confundir relação
jurídica material com relação jurídica processual, uma vez que nesta a legitimidade deve ser
apurada apenas de forma abstrata, do que se conclui que eventual reconhecimento de ausência
de responsabilização da parte reclamada por créditos trabalhistas não afetará a sua legitimação
para figurar no polo passivo desta lide.

Portanto, rejeita-se a preliminar.

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LIMITAÇÃO DOS PEDIDOS AOS VALORES CONSTANTES EM EXORDIAL

A reclamada requereu a limitação de eventuais verbas deferidas aos valores constantes na inicial.

Ocorre que, consoante o artigo 852-B, inciso I, da CLT, o valor dado à causa e a cada um dos
pedidos constitui mero informador de ordem de valor para efeitos decorrentes, tais como na
adequação do rito procedimental, no cálculo de eventuais custas, na base de cálculo das
penalidades processuais etc.

Frise-se que a exigência legal é apenas para que o pedido seja certo ou determinado e indique o
valor correspondente, sem, contudo, impor limitação da condenação ao valor atribuído à causa.
Logo, não pode o juiz agir onde a lei não determinou.

Não há que se falar, portanto, em limitação da condenação ou da liquidação da sentença aos


valores constante da prefacial em relação a cada pedido. Portanto, rejeita-se.

IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS ANEXADOS COM A PETIÇÃO INICIAL

A parte ré impugnou os documentos apresentados pelo reclamante, porém de forma genérica.


Nada trouxe para os autos que pudesse comprovar a existência de qualquer vício nos
documentos hostilizados.

Inexistindo, portanto, nos autos qualquer prova capaz de macular a documentação apresentada
pela parte demandante, rejeita-se a impugnação de documentos. Ademais, as impugnações
devem ser específicas e fundamentadas.

REVELIA DO SEGUNDO RECLAMADO TITO

Mesmo regularmente notificado (fl. 117), o reclamado Tito compareceu com atraso à audiência
una, tendo comparecido regulamente seu patrono. Nos termos do §5º, do art. 844 da CLT, é
aceita a contestação e documentos anexados aos autos por tal reclamado, no entanto, em razão
de ter impossibilitado a colheita do depoimento pessoal, aplica-se a confissão ficta, sobre a
matéria fática, desde que não haja prova em contrário, cabendo ao magistrado analisar as
questões de direito ora deduzidas em juízo.

Veja-se a redação de tal dispositivo legal:

§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a


contestação e os documentos eventualmente apresentados.

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O raciocínio é o mesmo do contido na Súmula 74 do C. TST, já que a ausência do reclamado
impediu eventual obtenção de confissão real pela reclamante. Observe-se seu teor:

I -Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.[…]

Salienta-se que, apesar de o atraso ínfimo em audiência ser tolerado, no presente caso
inviabilizou a colheita do depoimento pessoal do reclamado, pois o réu Tito adentrou à sala
quando se estava ouvindo a testemunha.

RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES

A autora alegou que foi contratada pela primeira reclamada em 07/08/2019, para desempenhar a
função de vendedora de consórcios, recebendo ordens do Sr. Tito e de Andreia. Afirmou que não
houve anotação do vínculo de emprego em CTPS, pagamento de salário, comissão, ajuda de
custo, vale alimentação, FGTS e recolhimento de contribuição previdenciária. Salientou que
durante todo o vínculo auferiu apenas o valor de R$ 360,00, em setembro de 2019. Pleiteou o
reconhecimento do vínculo de emprego, rescisão indireta do contrato em 14/10/2019, com base
no art. 483, “d” da CLT, bem como anotação de CTPS, recolhimento de INSS, pagamento de
verbas rescisórias, salários dos meses de agosto, setembro e outubro de 2019, comissões, vale
alimentação e ajuda de custo.

Em contestação, a primeira reclamada afirmou que, apesar de não ter havido o registro do
contrato em CTPS, quitou os salários, ajuda de custo, vale alimentação e comissões, mas a
autora simplesmente deixou de comparecer ao trabalho.

Conforme visto, o vínculo de emprego não foi negado pela primeira reclamada. No mais, passa-
se ao exame da prova (fls. 314 e seguinte):

Depoimento da testemunha da reclamante, Sra. Nathalia: "que foi empregada da empresa


poupar (Luis otavio martins intermediação) e da empresa Reserva, sendo que prestava serviço
para Tito Baia da Silva, assim como a reclamante; [...] que trabalhou de junho a setembro de
2019, sendo que a reclamante também trabalhou para a ré, tendo iniciado poucos dias depois da
depoente, sendo que a depoente saiu da ré a reclamante estava de licença; [...] que Pamela, que
era sua chefe combinou que seu salário seria de R$1.400,00 mensais, R$20,00 semanais de
ajuda de custo e R$500,00 de vale alimentação; que os valores descritos eram iguais para todos
os empregados, porém a ré não chegou efetuar os pagamentos, sendo que houve o pagamento
de apenas uma comissão no valos de R$300,00 para a depoente; que via a reclamante receber
um pagamento em uma oportunidade, mas não sabe qual o valor; que o valor da comissão era

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algo aproximado de 1,4% do valor da venda; não sabe se existe algum arquivo sobre as vendas
realizadas; que a depoente fez uma única venda no valor de R$35.000,00/R$40.000,00.Nada
mais.

A prova oral corroborou a existência do contrato de emprego da autora, não negado pela
reclamada. Quanto à forma de extinção, também confirmou que a reclamada não quitou os
salários do período, além de ajuda de custo e alimentação.

Desta feita, ficou comprovado que a ré, além de não ter efetuado o registro no contrato de
emprego, também não quitou os salários à autora, fazendo incidir o art. 483, alínea “d” da CLT.

Os valores narrados em exordial como acordado para pagamento dos salários foram
confirmados pela prova testemunhal.

Por conseguinte, declara-se a existência do vínculo de emprego entre o reclamante e a primeira


reclamada Luis Otávio, no período de 07/08/2019 a 14/10/2019, na função de vendedora,
mediante salário de R$ 1.400,00, acrescido de 1% de comissão, R$ 20,00 por dia de ajuda de
custo e R$ 500,00 de alimentação, extinto o contrato por rescisão indireta.

Deverá a primeira reclamada Luis Otávio, no prazo de oito dias, após intimação específica para
este fim, anotar a CTPS da autora, a fim de constar data de admissão de 07/08/2019, na função
de vendedora, mediante salário de R$ 1.400,00 acrescido de comissão e saída em 13/11/2019,
em razão da projeção do aviso prévio indenizado (OJ 82 da SDI-I do C. TST), sob pena desta
anotação ser efetuada pela Secretaria da Vara do Trabalho, e sob cominação de multa diária no
importe de R$ 100,00 (cem reais), limitada a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Impende observar que
não deve constar nenhum elemento que identifique a presente lide, o Tribunal Regional do
Trabalho, a Vara do Trabalho ou o servidor que lançar sua assinatura na Carteira, no caso de
anotação pela Secretaria da Vara. Neste caso, deverá ser entregue à reclamante uma cópia da
presente decisão, a fim de que possa demonstrar a origem da assinatura caso venha a ser
futuramente questionado.

Em razão do reconhecimento do vínculo, e da forma de extinção contratual, fica a reclamada


condenada ao adimplemento das seguintes verbas:

- salário do mês de agosto de 2019 (25 dias);

- salário do mês de setembro de 2019;

- saldo de salário do mês de outubro de 2019 (14 dias);

- ajuda de custo de R$ 20,00 por dia trabalhado dos meses de agosto, setembro e outubro de
2019, observada a jornada de segunda a sexta-feira;

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- tíquete alimentação no valor de R$ 500,00 por mês, no período de agosto a setembro de 2019,
observada a proporcionalidade dos meses trabalhados;

- aviso prévio indenizado de 30 (trinta) dias;

- 03/12 de décimo terceiro salário proporcional, já computada a projeção do aviso prévio


indenizado;

- 03/12 de férias proporcionais, acrescidas de 1/3, já computada a projeção do aviso prévio


indenizado;

- FGTS incidente sobre tais verbas, exceto sobre férias indenizadas, ajuda de custo e tíquete
alimentação, depósitos de 8% sobre todo o contrato de emprego, observada a quantia quitada a
título de comissão de R$ 360,00, bem como indenização compensatória de 40%, exceto sobre
aviso prévio indenizado.

Devida a multa do art. 477 da CLT, já que não quitadas as verbas rescisórias no prazo.

Ademais, apesar da aparente controvérsia, pela análise dos fatos se verificou que foi apenas
superficial, baseando-se numa negativa da reclamada, que sequer trouxe elementos que
infirmaram a narrativa obreira. Neste caso, quando a controvérsia lançada é apenas aparente,
incide a multa prevista no art. 467 da CLT, mormente quando foi reconhecida a conduta ilícita
das reclamadas.

No mesmo sentido, segue o seguinte julgado:

Ementa: MULTA PREVISTA NO ART. 467 DA CLT . CONTROVÉRSIA INAPTA A ELIDIR A


APENAÇÃO. A controvérsia capaz de elidir a multa prevista no art. 467 da CLT há de ser apta a
ensejar séria discussão sobre a matéria. A discussão frontal deste processo tem cerne na
existência, ou não, da relação de emprego. Destarte, a negativa dessa vinculação pela
reclamada é temerária, uma vez que sendo reconhecida essa relação, todos os pleitos
decorrentes dela, e não especificamente contestados, serão objeto de condenação. Recurso
parcialmente provido. TRT 5ª Região; RecOrd 0001328-04.2012.5.05.0026; 5ª Turma; Relatora
Maria Adna Aguiar; DJ 05/11/2013.

Pedidos procedentes.

JORNADA DE TRABALHO

A autora narrou que laborava de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 18h00, com 05/10min de
pausa para lanche, muitas vezes na própria mesa de trabalho. No entanto, sustentou que
habitualmente iniciava sua jornada mais cedo e estendia após às 18h00. Postulou a condenação
das reclamadas ao pagamento de duas horas extras por dia, com adicional de 50%, e reflexos

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em aviso prévio, descanso semanal remunerado e feriados, férias acrescidas de 1/3, décimo
terceiro salário, FGTS e indenização compensatória de 40%, bem como 01h00 por dia de
intervalo intrajornada, acrescida de 50% e reflexos.

Em contrapartida, a primeira reclamada negou a realização de horas extras, e afirmou que não
tinha controle sobre seus horários, pretendendo o enquadramento no art. 62, inciso I da CLT.

Alegado o enquadramento da autora no art. 62, inciso I da CLT, é ônus da reclamada sua prova,
por se tratar de fato obstativo de direito.

Colhe-se da prova oral:

Depoimento da testemunha da reclamante, Sra. Nathalia: […] que trabalhavam internamente,


porém a anotação do horário de trabalho era feitpo pela secretária, da qual não se recorda o
nome; que depoente e reclamante trabalhavam das 08h as 18h, com 30/60 minutos de intervalo,
de segunda a sexta; que faziam postagens nas redes sociais dos produtos da ré, razão pela
qual, fora do horário de trabalho, conversavam com clientes em relação aos produtos citados; [...]

A testemunha da autora afirmou que as vendas eram feitas internamente, forma de trabalho
totalmente compatível com o controle de horário, razão pela qual se tem que a ré não se
desvencilhou de seu ônus de prova.

Além disso, era efetivamente realizado o controle, o qual não foi anexado aos autos, incidindo a
Súmula 338 do C. TST.

Por outro lado, a testemunha também narrou como estimativa de concessão de intervalo
intrajornada 30/60min. Nesse caso, entende-se que os intervalos foram concedidos, pois se
adota como regra a estimativa mais favorável ao empregador, já que é exceção a não fruição do
intervalo, além de a autora narrar fruição período muito menor em exordial (05/10min).

Portanto, fixa-se o seguinte horário de trabalho à reclamante:

-segunda a sexta-feira, das 08h00 às 18h00, com 01h00 de intervalo intrajornada.

Outrossim, apesar de a testemunha afirmar que respondia a clientes após o horário de trabalho,
pelo teor do depoimento não se observou uma imposição da reclamada quanto a isso, e nem ao
menos uma regularidade ou constância no ato. O fato de se utilizar a rede social para a
divulgação de produto não implica necessariamente que o empregado responda a clientes 24

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horas por dia. Assim, conclui-se que a alegação se mostrou vaga e inapta e comprovar horário
mais estendido que o fixado.

Por força da jornada acima fixada procedem os pedidos de adicional de 50% de horas extras em
relação às que ultrapassarem às 8ª diária, e horas acrescidas do adicional para as que
ultrapassarem a 44ª semanal, e reflexos pretendidos, repercussões em DSR's e com estes em
aviso prévio indenizado e projeções, décimo terceiro salário, férias mais 1/3, FGTS e indenização
de 40%. Isso porque houve efetiva compensação de jornada quanto ao sábado, aplicando-se o
item IV da Súmula 85 do C. TST.

Na forma de cálculo das comissões deverá ser observada a Súmula 340 do C. TST.

Improcedente o pedido de intervalo intrajornada.

Por fim, salienta-se que essa magistrada não comunga do entendimento exposto na OJ 394 da
SDI-I do C. TST.

PARÂMETROS DE LIQUIDAÇÃO

A fim de se determinar os valores devidos, em regular execução de sentença, mister se faz


apurar, separadamente, a partir da jornada fixada a quantidade de horas extras, observados os
parâmetros a seguir elencados:

a) consideração como extraordinárias, das horas laboradas além da 8ª hora diária, bem como
daquelas que ultrapassem as 44 horas ordinárias semanais, incidindo o item I da Súmula 85 do
C. TST;

b) observância, na apuração em comento, dos dias efetivamente laborados (desconsideração


dos dias em que não houve prestação de serviços);

c) desconsideração, para efeitos da apuração da efetiva jornada, do lapso destinado ao usufruto


do intervalo intrajornada (parágrafo 2º. do artigo 71 da CLT);

d) acréscimo de remuneração sobre o salário-hora (considerando-se a totalidade das verbas de


natureza salarial) para o trabalho em sobrejornada (adicional de horas extras), com o emprego
do adicional legal de 50%;

e) apuração das repercussões no aviso prévio indenizado, com a utilização da média mensal das
horas prestadas nos doze últimos meses da prestação de serviços;

f) apuração dos reflexos nos décimos terceiros salários, com a utilização da média mensal das
horas prestadas em cada ano da prestação de serviços, proporcionalmente aos meses
trabalhados;

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g) apuração dos reflexos nas férias acrescidas do terço constitucional, com a utilização da média
mensal das horas prestadas em cada período aquisitivo, ou proporcionalmente aos meses
trabalhados em caso de período aquisitivo incompleto;

h) apuração das repercussões nos descansos semanais remunerados (artigo 7º, alínea 'a' da Lei
605/49) e feriados, apurados mês a mês, com a utilização da média diária das horas prestadas
nos dias úteis laborados;

i) serão abatidas eventuais horas extras já quitadas, desde que já comprovado nos autos;

j) deverá ser observado o divisor 220 e para as comissões a Súmula 340 do C. TST;

MULTAS NORMATIVAS

A autora postulou a condenação da reclamada ao pagamento de multa normativa em


decorrência do atraso no pagamento dos salários, prevista na cláusula décima segunda da CCT
de 2019/2020.

Dispõe a cláusula décima segunda da CCT:

Ocorrendo a reincidência pela empresa de não pagamento dos salários até o 5º (quinto) dia útil
de cada mês subsequente ao vencido, será aplicada a multa no valor de uma diária do salário do
empregado, por dia de atraso, limitada em seu total a um salário nominal vigente à data da
infração, revertida em favor do empregado prejudicado.

Mencionada cláusula fala em reincidência. Assim, é devida a multa, no valor de uma diária do
salário da autora, entendido como sendo seu salário-base, em razão da interpretação restritiva
das cláusulas que fixam penalidades, limitada ao valor do salário-base mensal, a partir do quinto
dia útil de outubro de 2019, pois o primeiro inadimplemento (quinto dia útil de setembro de 2019)
não é considerado reincidência.

RESPONSABILIDADE DAS RECLAMADAS

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A autora pugnou pela responsabilização solidária das quatro primeiras reclamadas em razão da
formação de grupo econômico, e subsidiária da quinta reclamada Reserva. Explicou que o
reclamado Sr. Tito é proprietário da empresa Poupar Representações (primeira reclamada Luís
Otávio Martins Intermediações e Agenciamento de Serviços e Negócios), e que divulga produtos
desta última e da reclamada Tayna (Marcon Consórcios), como sendo de uma única empresa.
Salientou ainda que o reclamado Tito figurou como preposto da reclamada Jockey Club nos
autos do processo criminal nº 0020360-64.2018.8.26.0344, e que a reclamada Marcon figura
como filial da ré Jockey Club em propostas de participação em grupos de consórcios. Alegou que
a autora também laborava com consórcio para a empresa Reserva Administradora de Consórcio
Ltda. Apontou como outra evidência o fato de o endereço eletrônico de todas as empresas se
comunicarem com o Sr. Tito Baia.

Em contestação, a reclamada Tayna negou que tivesse mantido qualquer relação administrativa
ou financeira com as demais reclamadas.

O reclamado Tito sustentou que sempre atuou como vendedor de consórcio, trabalhando para
várias empresas como representante, dentre elas as reclamadas Jockey Club, Tayna e Reserva.
Asseverou que por ser mais experiente ministrava treinamentos nas empresas. Defendeu que foi
empregado da primeira reclamada no mesmo período da autora.

Por sua vez, a reclamada Jockey Club salientou que há necessidade de prova da demonstração
do interesse integrado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta, o que não teria
ocorrido. Narrou que o contrato firmado com a empresa Poupar (primeira reclamada) vigeu pelo
período de 07/02/2019 a 08/04/2019, e com a empresa Tayna de 04/01/2018 a 08/01/2019, não
abarcando o período de contrato da reclamante.

Já a quinta reclamada Reserva esclareceu que é empresa concorrente da reclamada Jockey


Club, que atuam no mesmo seguimento, não mantendo nenhuma relação com esta.

Em defesa, a primeira reclamada também negou a formação de grupo econômico.

O grupo econômico trabalhista, consiste no instituto formado por duas ou mais empresas
solidariamente responsáveis com personalidades jurídicas distintas, sendo que a legislação traz
regramento específico sobre o tema no artigo 2º, §2º, da CLT, segundo o qual o grupo
econômico será considerado único empregador se duas ou mais empresas, embora com
personalidade jurídica própria, estiverem sob mesma direção, controle ou administração (grupo
econômico vertical), podendo, ainda, organizar-se e atuar conjuntamente, sem situação
hierárquica entre si, hipótese em que haverá grupo econômico "horizontal".

Veja-se a prova oral:

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Depoimento da testemunha da reclamante, Sra. Nathalia: "que foi empregada da empresa
poupar (Luis otavio martins intermediação) e da empresa Reserva, sendo que prestava serviço
para Tito Baia da Silva, assim como a reclamante; que o depoente e reclamante nunca
prestaram serviços para a Jockey Club, nem para Tayna; […]

Primeiramente, apesar de a testemunha da autora ter afirmado não ter prestado serviços a favor
da reclamada Tayna, o vídeo anexado pela reclamada por meio do link “https://www.youtube.com
/watch?v=lnmunDsrfW0&feature=youtu.be” comprova que o reclamado Sr. Tito atua como
proprietário da Marcon, ao contrário do que alegou em contestação.

Dessa forma, não só em razão da confissão ficta se tem que o reclamado Sr. Tito era sócio da
Marcon (reclamada Tayna), mas também por meio da prova, mais precisamente do vídeo em
que dá entrevista como “empresário”, e explicitamente diz que a Marcon “nasceu a partir dele”.

Salienta-se que o endereço eletrônico da empresa Tayna é TITO@JOCKEYCLUBCONSORCIO.


COM.BR (fl. 35), outra evidência de sua atuação perante referida pessoa jurídica.

Quanto ao empregador Luís Otávio, tem-se que o endereço eletrônico cadastrado perante a
Receita Federal também confirma o depoimento da testemunha, de que Tito Baia atuava como
sócio (fl. 34).

Desta feita, tem-se que se comprovou a formação de grupo econômico pelas reclamadas Luis
Otávio e Tayna, que atuavam com a mesma direção (Tito), no mesmo ramo de negócios e com
comunhão de interesses, devendo ser responsabilizadas solidariamente pelos créditos
decorrentes da presente condenação, nos termos do art. 2º, §2º da CLT.

Já o reclamado Tito deve ser responsabilizado solidariamente por ter atuado como sócio de fato
de tais empresas, nos termos do art. 9º da CLT, pois buscou evitar a incidência da legislação
trabalhista. Veja-se o seguinte julgado:

AGRAVO DE PETIÇÃO. DIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO A SÓCIO DE FATO.


POSSIBILIDADE. Evidenciado nos autos que o marido e irmão dos dois sócios da empresa
executada - constituída sob a forma de sociedade limitada - era sócio de fato desta última, deve
a execução a ele ser dirigida. (TRT-10 - AP: 00004630820155100811 DF, Data de Julgamento:
17/07/2019, Data de Publicação: 23/07/2019)

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No que tange à reclamada Jockey Club, na proposta de participação em consórcio de fl. 70
constou como filial a reclamada Marcon (Tayna), datado de 08/02/2018. No entanto, tal fato não
basta para comprovar o grupo de empresas, pois a reclamada Jockey anexou contrato
comprovando que manteve contrato de representação comercial com a ré Tayna no período de
24/01/2018 a 08/01/2019 (fls. 231 e seguintes). Apesar de incidir a presunção sobre as matérias
de fato quanto ao reclamado Tito, a reclamada Jockey negou a formação do grupo, razão pelo
qual o ônus da prova é da reclamante.

Também há prova de que o contrato entre a ré Jockey e a primeira reclamada se extinguiu antes
do início do vínculo da autora (fls. 214 e seguintes).

Ademais, a testemunha da autora afirmou que não prestou serviços a favor da reclamada
Jockey. Além disso, a atuação de Tito como gerente regional da Jockey não indica a sua atuação
na administração de predita empresa.

Portanto, improcedem os pedidos quanto à reclamada Jockey Club.

Por fim, ainda que o vínculo de emprego da autora tenha indiscutivelmente se formado com a
primeira reclamada, ficou evidenciada a prestação de serviços à quinta reclamada Reserva,
conforme se observa por meio do depoimento da testemunha, do que se presume que se
beneficiou da mão de obra da reclamante, devendo responder subsidiariamente pelas verbas
eventualmente sonegadas no curso do contrato de trabalho.

Cumpre salientar que a Lei 13.467/2017 passou a permitir a terceirização de atividades-fim da


empresa. Além disso, o E. STF decidiu pela licitude da terceirização em atividade fim (ADPF 324):

ADPF julgada procedente para assentar a licitude da terceirização de atividade-fim ou meio.


Restou explicita do pela maioria que a decisão não afeta automaticamente decisões transitadas
em julgado.

Todavia, a permissão de terceirização não obsta o reconhecimento da responsabilidade


subsidiária da tomadora pelas verbas trabalhistas inadimplidas pela empresa terceirizada,
escoimada em sua culpa in eligendo e in vigilando.

Frise-se que a condenação subsidiária do tomador dos serviços está fundamentada em sua
culpa in eligendo e in vigilando em relação à empresa terceirizada contratada, mesmo porque o
princípio da legalidade, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

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coisa senão em virtude de lei, não pode servir de supedâneo para a infringência da lei trabalhista
(artigo 9º da CLT).

Por fim, esclarece-se que o benefício de ordem não implica na desconsideração da


personalidade jurídica da empregadora, antes do direcionamento da execução às tomadoras.
Veja-se o seguinte julgado nesse sentido:

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA SEGUNDA RECLAMADA. RESPONSABILIDADE


SUBSIDIÁRIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. BENEFÍCIO DE
ORDEM . Consoante entendimento firmado no âmbito desta Corte Superior, o benefício de
ordem, na hipótese de responsabilização subsidiária, não enseja a necessidade de, frustrada a
execução contra a fornecedora de mão de obra, desconsiderar-se a personalidade jurídica desta
última para direcionar a execução contra os sócios, para só então executar o devedor
subsidiário. Incidência do art. 896, § 7º, da CLT, ante a consonância do acórdão recorrido com a
jurisprudência desta Corte Superior. Recurso de revista de que não se conhece. AGRAVO DE
INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA ADESIVO INTERPOSTO PELA RECLAMANTE.
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO DE REVISTA PRINCIPAL. Não conhecido o recurso de
revista principal, não se conhece do agravo de instrumento que objetiva destrancar recurso de
revista adesivo, nos termos do art. 500, III, do CPC/1973, vigente à época da interposição
recursal. Agravo de instrumento de que não se conhece. (TST - ARR: 7122320125090671,
Relator: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 27/02/2019, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 01/03/2019)

Portanto, ainda que lícita a terceirização ocorrida no presente caso, deve responder
subsidiariamente pelos créditos trabalhistas reconhecidos na presente ação. É também o
entendimento consolidado do C. TST na Súmula 331, item IV, que afirma que o inadimplemento
das obrigações do empregador trabalhista, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária dos tomadores de serviços. Ademais, a responsabilidade subsidiária também
encontra respaldo na lei 6.019/1974, com redação dada pela Lei 13.467/2017.

COMPENSAÇÃO E DEDUÇÃO

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
O instituto da compensação só tem aplicação no direito do trabalho quando empregador e
empregado são reciprocamente credores e devedores de dívidas de natureza trabalhista, não se
confundindo com o instituto da dedução, que autoriza abater valores pagos sob a mesma rubrica.

Assim, não sendo a parte reclamada credora de qualquer importância, afasta-se o requerimento.

Na apuração do "quantum debeatur", concernente às parcelas deferidas nesta fundamentação,


deverão ser deduzidas as quantias efetivamente pagas por iguais títulos, durante todo o período
de apuração, com o objetivo de tornar defeso o eventual enriquecimento sem causa da parte
reclamante, razão pela qual, de igual sorte, eventual pagamento a maior em determinado mês
será deduzido no mês superveniente.

Para esse fim, em regular execução de sentença, serão considerados tão somente os valores
constantes nos recibos existentes nos autos, haja vista a ocorrência da preclusão da faculdade
de apresentação de novos documentos.

JUSTIÇA GRATUITA

Concede-se o pedido de gratuidade processual à reclamante, uma vez que aufere quantia
inferior a 40% do teto do RGPS, conforme artigo 790, § 3º., CLT.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Dispõe o art. 791-A da CLT, acrescentado pela Lei 13.467/2017, que:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. […]

§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca,


vedada a compensação entre os honorários.

§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que
em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Com maestria Maurício Godinho Delgado e Gabriela Neves Delgado ensinam que (fl. 329, A
Reforma Trabalhista no Brasil, LTr): “[...] o conjunto normativo constante do art. 791-A, caput e
§§1º até 5º, da CLT – se lido em sua literalidade -, pode inviabilizar o direito e a garantia
constitucionais fundamentais da justiça gratuita (art. 5º, XXXV, CF) e o direito, garantia e
princípio constitucionais fundamentais do amplo acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF)
relativamente à grande maioria das pessoas físicas dos trabalhadores do País. Isso em
decorrência dos elevados riscos econômico-financeiros que passam a envolver o processo
judicial trabalhista, particularmente para as pessoas destituídas de significativas (ou nenhuma)
renda e riqueza”.

Portanto, eventual abatimento de honorários advocatícios sucumbenciais em crédito resultante


da procedência do pedido, ainda que a parte seja beneficiária da justiça gratuita, vai na
contramão do preconizado pela CF, de acesso à justiça a quem comprove insuficiência de
recurso. Na prática, haveria limitação ao direito de ação, pois mesmo que procedente em parte o
pedido, não auferiria, na totalidade, seu direito, tendo que arcar com o pagamento de honorários
advocatícios sucumbenciais, em detrimento do recebimento dos créditos de natureza alimentar,
ainda quando tenha ficado comprovado não ter condições de arcar com os custos do processo.

No mesmo sentido, segue a tese resultante do Simpósio realizado no E. TRT 15 para debate das
alterações introduzidas pela reforma trabalhista:

1) [...]. II - ACESSO À JUSTIÇA – DESPESAS PROCESSUAIS. As recentes alterações nas


regras processuais, previstas na Lei nº 13.467/2017, não podem restringir ou impedir o acesso à
justiça; essas regras precisam ser interpretadas à luz da atual Constituição Federal de 1988, bem
como na Declaração Universal dos Direitos Humanos, sob pena de tornarem sem efeito o

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
caminho até aqui trilhado pela doutrina que sempre reconheceu o direito de acesso à justiça
como um direito fundamental à tutela jurisdicional, tendo como princípios a dignidade da pessoa
humana, os direitos sociais, o direito social do trabalho e a função social da propriedade. A
Constituição Federal, a par de assegurar a inafastabilidade de jurisdição, assegura também,
assistência integral e gratuita aos necessitados (art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal).

Portanto, declara-se inconstitucional, por atentar contra o livre acesso à justiça, o seguinte trecho
do art. 791, §4º da CLT: “desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,
créditos capazes de suportar a despesa”.

Com isso, não há que se falar em abatimento dos créditos resultantes da presente condenação,
ou de outro processo, dos valores fixados a título de honorários sucumbenciais a favor da
reclamada.

Portanto, fixa-se o importe de 10% a título de honorários advocatícios sucumbenciais, sobre o


valor que resultar da liquidação dos pedidos, a favor do patrono da parte autora, a ser pago pela
ré, e 10%, dos valores atribuídos, em exordial, aos pedidos julgados improcedentes (valor da
causa), a favor do patrono do réu Jockey Club, e 10% dos valores atribuídos aos pedidos
julgados improcedentes (intervalo intrajornada e reflexos), aos patronos dos demais reclamados,
em partes iguais, os quais ficam sob condição suspensiva de exigibilidade, podendo ser
executados se, no prazo de 02 anos a contar do trânsito em julgado, o credor demonstrar que
deixou de existir a insuficiência econômica.

JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

O valor da condenação, parcela a parcela, deverá ser corrigido monetariamente desde a data do
inadimplemento de cada verba até a data do efetivo pagamento dos valores devidos,
independente da data em que a reclamada eventualmente venha a efetuar o depósito da
condenação.

Sendo assim, para efeito da correção monetária, regra geral, fixa-se o termo "a quo" na data do
vencimento de cada obrigação, ou seja, a partir do momento em que cada prestação se torna
exigível, mesmo porque só incorre em mora o devedor ao não efetuar o pagamento no tempo
devido (artigo 397 do Código Civil e Súmula 381 do C. TST).

Excetuam-se da regra geral as eventuais indenizações deferidas por danos, eis que não dizem
respeito à obrigação contratual stricto sensu. Assim, como a respectiva apuração dos danos
indica valores já fixados em expressão monetária atual, devem ser corrigidas a partir data da
prolação desta decisão.

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
Para a correção dos valores deverá ser observada a correção monetária pelo Índice de Preços
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) conforme decisão proferida no Recurso Extraordinário
870947 a partir de 30/06/2009, e até 29/06/2009 a correção monetária deve ser realizada pela
TR. Ainda que mencionado julgamento se restrinja à Fazenda Pública, os fundamentos da
decisão quanto à inaplicabilidade da TR também se prestam à iniciativa privada. Ademais, neste
ponto, não há fundamento para serem tratados de forma distintas o ente público, com aplicação
de índica de correção monetária mais rigorosa que a iniciativa privada, ferindo-se a isonomia do
credor trabalhista.

Ademais em recente decisão dada em Reclamação (RCL 22012), o STF julgou improcedente o
pedido de Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) contra a decisão do TST que determinou a
adoção do IPCA para atualização de débitos trabalhistas. Dessa forma, em linhas sucintas e com
respaldo em referida decisão, entende-se inconstitucional a previsão do art. 879, §7º da CLT,
que determinou o uso da TR para correção monetária. O raciocínio é o mesmo do usado para
declaração da inconstitucionalidade da expressão "caderneta de poupança", contido no
parágrafo 12 do art. 100 da CF, no julgamento das ADI´s 4357 e 4425, por ficar entendido que
ele não é suficiente para recompor as perdas inflacionárias.

No que se refere aos juros, responderá a parte reclamada pelo seu pagamento até a data do
efetivo pagamento dos valores devidos, independente da data em que eventualmente venha a
efetuar o depósito da condenação. Por força do artigo 883 da CLT, regra geral, os juros de mora
serão calculados a partir da data em que foi ajuizada a ação.

Excetuam-se da regra geral as denominadas parcelas vincendas, ou seja, aquelas que


porventura tenham a sua exigibilidade superveniente à propositura da ação, hipótese em que os
juros de mora deverão ser calculados de forma regressiva. De igual sorte, não se aplica a
mencionada regra geral às eventuais indenizações por danos com indicação de valores já
fixados em expressão monetária atual, hipótese em que os juros de mora deverão ser calculados
a partir da data da prolação desta decisão.

Os referidos de mora incidirão sobre a importância da condenação já corrigida monetariamente


nos termos da Súmula 200 do C. TST, calculados na base de 1% a.m. (um por cento ao mês), de
forma simples (não capitalizados), e aplicados pro rata die, nos termos do parágrafo 1o. do artigo
39 da Lei 8.177/91.

Salienta-se que se entende que a nova redação do art. 883 da CLT (Medida Provisória nº 905
/2019) é inconstitucional, em razão da violação do Art. 62 da Constituição Federal, já que não
cumpridos os requisitos da relevância e urgência para edição de Medida Provisória.

Na eventualidade de haver adimplementos parciais do crédito exequendo, a imputação do


pagamento deve ser levada a cabo de forma preferencial nos juros de mora, consoante regra do
artigo 354 do Código Civil.

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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Nos termos do artigo 43 da Lei 8.212/91, deverá a parte reclamada recolher as contribuições
previdenciárias devidas à Seguridade Social, englobando as contribuições devidas diretamente
pelo empregador (artigo 22, I e II da Lei de Custeio e as referentes aos terceiros) e as
contribuições a cargo do empregado (artigo 20 da referida Lei). A apuração do crédito
previdenciário será levada a cabo através do regime de competência (cálculo mês a mês dos
montantes devidos), observadas as alíquotas e, exclusivamente para as contribuições a cargo
do empregado, o limite máximo do salário de contribuição, ambos vigentes em cada mês de
apuração, bem como a exclusão da base de cálculo do salário-contribuição das parcelas
elencadas no parágrafo 9o. do artigo 28 da Lei de Custeio.

A atualização do crédito previdenciário, consoante regra contida no parágrafo 4o. do artigo 879
da CLT, observará a legislação previdenciária, ou seja, atualização a partir do dia vinte do mês
seguinte ao da competência equivalentes à taxa referencial SELIC e pertinentes multas de mora,
ex vi dos artigos 30 e 35 da Lei de Custeio. Assim, para a obtenção do valor líquido do crédito
trabalhista, o desconto do valor da contribuição previdenciária a cargo do empregado será
também efetuado mês a mês, antes das atualizações dos referidos créditos trabalhistas.

Após o trânsito em julgado e respectiva liquidação do crédito previdenciário, caso não haja o
recolhimento voluntário das contribuições pertinentes, seguir-se-á a execução direta da quantia
equivalente, em conformidade com o inciso VIII do artigo 114 da Constituição da República.

Em relação ao fato gerador da contribuição previdenciária, a Lei n. 11.941/2009 considera


ocorrido o fato gerador das contribuições sociais na data da prestação do serviço. Todavia, não
se deve confundir o fato gerador de uma obrigação com o momento em que se constitui em mora
o devedor.

Embora o fato gerador das contribuições previdenciárias ocorra efetivamente com a prestação do
serviço, na medida em que esta é que gera o direito do empregado à percepção do salário que,
por sua vez, gera a obrigação do empregador de efetuar o recolhimento das contribuições
previdenciárias, quando se trata de condenação judicial ao pagamento de títulos que possuem
natureza jurídica salarial, decorrentes de direitos que não foram quitados nas épocas oportunas,
a incidência dos acréscimos relativos aos juros moratórios e às multas depende da certeza e da
liquidez dos créditos, que somente se alcança após o reconhecimento do direito pela decisão
judicial transitada em julgado e posterior sentença de liquidação.

Isto porque, neste caso não ocorre o lançamento do crédito tributário em sede administrativa,
nem mesmo sua inscrição na dívida ativa, sendo o crédito previdenciário constituído pela própria
decisão judicial. Já a sua liquidez decorre da sentença de liquidação.

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
Dessa forma, com o trânsito em julgado da sentença e posterior liquidação, a parte deve ser
intimada para o pagamento das contribuições sociais devidas. Assim, apenas na hipótese de não
recolhimento nos prazos e forma disciplinados no par. 3º, do artigo 43, da Lei n. 8.212/91,
acrescido pela Lei n. 11.941/09, é que ocorrerá a constituição em mora do devedor
previdenciário e, a partir daí, a incidência de juros e demais encargos.

LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO

Por força do disposto no artigo 5o., inciso LXXVII, e 114, inciso VIII, ambos da Constituição da
República Federativa do Brasil, que preveem a razoável duração do processo e a execução de
ofício das contribuições previdenciárias por esta Especializada, fica desde já presumido que,
após o trânsito em julgado da presente decisão, a parte autora requer a realização de todos os
atos executivos necessários para satisfação de seu direito, não havendo que se falar em
requerimento expresso para prática de atos liquidatórios ou executivos (artigo 878, primeira
parte, CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017), por absoluta incompatibilidade do
dispositivo à norma constitucional.

EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS

Em razão do reconhecimento do vínculo empregatício, expeça-se ofício à Subsecretaria da


Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia, com a remessa da presente sentença, a fim de
tomar as providências que entender pertinentes.

EMBARGOS PROTELATÓRIOS

Em atenção aos Princípios da Celeridade Processual, da Razoável Duração do Processo e do


Acesso à Justiça, adverte-se às partes que neste caso em concreto este juízo entende que
eventuais embargos declaratórios não podem ter efeito infringente e tampouco servem para pré-
questionamento, diante da devolução da matéria integralmente ao Tribunal, na forma do artigo
1013 do CPC, podendo ocasionar multas pela má-fé com base no parágrafo único do artigo 1026
e 81 do C.P.C., se considerados protelatórios e manifestamente infundados.

DISPOSITIVO

Assinado eletronicamente por: DANIELE COMIN MARTINS - Juntado em: 18/03/2020 15:01:12 - 25919bf
Por todo o exposto, a 1a. VARA DO TRABALHO DE MARÍLIA, após extinguir sem resolução do
mérito, com fundamento no artigo 485, inciso IV, do Novo Código de Processo Civil, o pedido de
recolhimento das contribuições previdenciárias do período laborado em relação aos salários já
pagos ao trabalhador, afastar as preliminares de inépcia da petição inicial e ilegitimidade passiva,
julga IMPROCEDENTES os pedidos formulados em desfavor de COOPERATIVA MISTA
JOCKEY CLUB DE SÃO PAULO e PROCEDENTES EM PARTE os pedidos exordialmente
formulados na reclamatória trabalhista proposta por MARIANA FERREIRA SILVA em desfavor
de LUIS OTÁVIO MARTINS INTERMEDIAÇÃO E AGENCIAMENTO DE SERVIÇOS E
NEGÓCIOS, TITO BAIA DA SILVA, TAYNA PAULINO DE QUEIROZ e RESERVA
ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIO LTDA. para declarar a existência do vínculo de emprego
entre a reclamante e a primeira reclamada Luis, no período de 07/08/2019 a 14/10/2019, na
função de vendedora, mediante salário de R$ 1.400,00, acrescido de 1% de comissão, R$ 20,00
por dia de ajuda de custo e R$ 500,00 de alimentação, extinto o contrato por rescisão indireta, e
condenar as reclamadas Luis, Tito, Tayna, solidariamente responsáveis, ao cumprimento das
seguintes obrigações de pagar e fazer, e a reclamada Reserva, subsidiariamente responsável,
ao adimplemento das seguintes verbas:

Obrigações de pagar:

- salário do mês de agosto de 2019 (25 dias);

- salário do mês de setembro de 2019;

- saldo de salário do mês de outubro de 2019 (14 dias);

- ajuda de custo de R$ 20,00 por dia trabalhado dos meses de agosto, setembro e outubro de
2019, observada a jornada de segunda a sexta-feira;

- tíquete alimentação no valor de R$ 500,00 por mês, no período de agosto a setembro de 2019,
observada a proporcionalidade dos meses trabalhados;

- aviso prévio indenizado de 30 (trinta) dias;

- 03/12 de décimo terceiro salário proporcional, já computada a projeção do aviso prévio


indenizado;

- 03/12 de férias proporcionais, acrescidas de 1/3, já computada a projeção do aviso prévio


indenizado;

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- FGTS incidente sobre tais verbas, exceto sobre férias indenizadas, ajuda de custo e tíquete
alimentação, depósitos de 8% sobre todo o contrato de emprego, observada a quantia quitada a
título de comissão de R$ 360,00, bem como indenização compensatória de 40%, exceto sobre
aviso prévio indenizado;

- multas dos arts. 467 e 477 da CLT;

- adicional de 50% de horas extras em relação às que ultrapassarem às 8ª diária, e horas


acrescidas do adicional para as que ultrapassarem a 44ª semanal, e reflexos pretendidos,
repercussões em DSR's e com estes em aviso prévio indenizado e projeções, décimo terceiro
salário, férias mais 1/3, FGTS e indenização de 40%;

- multa normativa;

- honorários advocatícios sucumbenciais;

Obrigação de fazer: Deverá a primeira reclamada Luis Otávio, no prazo de oito dias, após
intimação específica para este fim, anotar a CTPS da autora, a fim de constar data de admissão
de 07/08/2019, na função de vendedora, mediante salário de R$ 1.400,00 acrescido de comissão
e saída em 13/11/2019, em razão da projeção do aviso prévio indenizado (OJ 82 da SDI-I do C.
TST), sob pena desta anotação ser efetuada pela Secretaria da Vara do Trabalho, e sob
cominação de multa diária no importe de R$ 100,00 (cem reais), limitada a R$ 5.000,00 (cinco mil
reais). Impende observar que não deve constar nenhum elemento que identifique a presente lide,
o Tribunal Regional do Trabalho, a Vara do Trabalho ou o servidor que lançar sua assinatura na
Carteira, no caso de anotação pela Secretaria da Vara. Neste caso, deverá ser entregue à
reclamante uma cópia da presente decisão, a fim de que possa demonstrar a origem da
assinatura caso venha a ser futuramente questionado.

Quinta reclamada Reserva será responsabilizada subsidiariamente em caso de simples


inadimplemento dos demais reclamados, independentemente do esgotamento de todos os meios
executivos para satisfação do direito.

Tudo nos termos da fundamentação retro que fica integrando este dispositivo, e tudo conforme
regular liquidação por cálculos.

Fixa-se o importe de 10% a título de honorários advocatícios sucumbenciais, dos valores


atribuídos, em exordial, aos pedidos julgados improcedentes (valor da causa), a favor do patrono
do réu Jockey Club, e 10% dos valores atribuídos aos pedidos julgados improcedentes (intervalo
intrajornada e reflexos), aos patronos dos demais reclamados, em partes iguais, os quais ficam
sob condição suspensiva de exigibilidade, podendo ser executados se, no prazo de 02 anos a
contar do trânsito em julgado, o credor demonstrar que deixou de existir a insuficiência
econômica.

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Deferida a gratuidade processual à reclamante.

Custas pela reclamada, no importe de R$ 200,00 calculadas sobre R$ 10.000,00, valor arbitrado
à condenação nesta oportunidade (Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 789, § 1º e 2º).

Intimem-se as partes.

Após o trânsito em julgado, expeçam-se os ofícios conforme item “expedição de ofícios”.

Nada mais.

Marília, 18 de março de 2020.

___________________________________
Daniele Comin Martins
Juíza do Trabalho.

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https://pje.trt15.jus.br/pjekz/validacao/20031717530912100000126516408?instancia=1
Número do processo: 0011606-20.2019.5.15.0033
Número do documento: 20031717530912100000126516408

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