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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
EMENTA
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS ATENDIDOS.
FALECIMENTO DA SEGURADA NO CURSO DO PROCESSO. HABILITAÇÃO DOS
SUCESSORES. CONVERSÃO EM PENSÃO POR MORTE. RMI DA PENSÃO (ART. 75
DA LEI 8.213/91). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ENCARGOS MORATÓRIOS.
REMESSA NECESSÁRIA, TIDA POR INTERPOSTA, NÃO PROVIDA. APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDA.
1. Sentença que se sujeita ao duplo grau obrigatório, uma vez que não verificada qualquer das
excludentes do art. 475 do CPC/73 (estatuto vigente à época da prolação). Remessa necessária tida
por interposta.
2. A legislação previdenciária prevê o direito do trabalhador a benefícios por incapacidade
decorrentes de doenças do qual acometido após o ingresso no RGPS, ou de agravamento de
moléstia anteriormente adquirida, sendo o auxílio-doença devido ao segurado que, tendo cumprido,
quando for o caso, a carência legal, ficar incapaz por mais de 15(quinze) dias para o trabalho ou
para suas atividades habituais (art. 59 da Lei 8.213/91). Já a aposentadoria por invalidez, de acordo
com o art.42 da Lei 8.213/91, é devida “ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição”.
3. A qualidade de segurada da autora original (falecida) e a satisfação da carência legal encontram-
se demonstradas pela documentação carreada aos fólios, que evidencia que a trabalhadora manteve
vínculo de emprego entre setembro/2004 a julho/2006 (poucos meses antes do ajuizamento da
demanda, ocorrido em novembro/2006).
4. Quanto à incapacidade laboral, o Relatório de fl. 09, emitido em 13/setembro/2006 pelo médico
assistente, atesta que a segurada era portadora da doença identificada pelo CID 10 – C 50.9
(Neoplasia maligna da mama, não especificada), moléstia cuja evolução culminou, em março/2008,
no seu óbito, conforme informações constantes da Certidão de fl. 91. Nesse contexto, a falta da
perícia judicial – cuja realização restou inviabilizada pelo falecimento da postulante original – não
constitui óbice ao reconhecimento da incapacidade ensejadora da cobertura previdenciária, e, via de
consequência, do direito à aposentadoria por invalidez postulada na inicial.
5. Conforme jurisprudência deste Tribunal, falecendo o segurado no curso do processo, é possível a
conversão do benefício em pensão por morte a partir do óbito, uma vez verificado o preenchimento
dos requisitos legais, pelo que os filhos da segurada falecida (sucessores habilitados) fazem jus à
TRF 1ª REGIÃO/IMP.15-02-05 /conversion/tmp/activity_task_scratch/654489632.doc
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