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O crime organizado

O crime organizado atua numa diversa gama de atividades como o


contrabando, jogos ilegais, comércio de drogas, prostituição, roubos em larga escala,
proteção do mercado negro, entre outras atividades. O crime organizado parte de uma
organização regional, que ao se desenvolver passa a atuar em âmbito internacional,
para garantir essa evolução e dirigir suas atividades baseia-se na violência ou na
ameaça.
Nos dias de hoje o crime organizado é visivelmente presente em diversos
países, mas historicamente era encontrado principalmente em países como nos
Estados Unidos, Reino Unido, sudeste asiático e Caribe. Nos Estados Unidos as
organizações criminosas surgiram a partir da atividade dos “robber barons” que
enriqueceram através da exploração da mão-de-obra imigrante em suas fabricas.
Ainda encontramos presentes as antigas redes criminosas como os “Tríades” e
os “Yardies”, que atualmente encontram-se como umas das maiores redes do mundo,
mas também estão surgiram novas redes em novas regiões como no leste europeu, na
América do Sul e do oeste da África. O crime organizado além de aumentar sua área de
atuação, vem se sofisticando e descobrindo novos métodos de realizarem suas
atividades ilegais.
A face flexível do crime organizado.
Segundo Manuel Castells, as organizações criminosas internacionais estão cada
vez mais flexíveis, o crime organizado está se tornando um aspecto central da nova
economia global. As organizações estão formando alianças, ligando tipos semelhantes
de operações, como o comercio de drogas com a venda de armas e a lavagem de
dinheiro por exemplo. Os grupos criminosos estão se organizando em países
considerados “de baixo risco”, onde encontro facilidade para se “protegerem” do
alcance da lei.
Na região da antiga União Soviética, atualmente se encontra um grande
numero de organizações recentes da nova máfia russa. Alguns comentaristas
acreditam que essa nova máfia pode ser uma das maiores e mais perigosas
organizações criminosas do mundo, possuem suas atividades principalmente ligadas à
lavagem de dinheiro em bancos não regulamentado, com base em um “Estado russo”
encoberto pela máfia e “protegido” por muitas empresas. Um dos grandes problemas
dessas novas organizações russas é a existência da possibilidade do contrabando
internacional de matérias nucleares roubados dos arsenais soviéticos.
Cibercrime
A revolução da informática e das telecomunicações não só facilitou o crime
organizado internacional como mudou os aspectos do crime. As revoluções nas
tecnologias de informação e comunicação beneficiam investigações e ações anti-
criminosas, mas também aumenta a vulnerabilidade para crimes como a interceptação
ilegal de sistemas de telecomunicação (escutas ilegais), vandalismo e terrorismo
eletrônico (interferência nos sistemas computadorizados, dos quais a sociedade
depende cada vez mais), roubo de serviços de telecomunicação, quebra da privacidade
e direitos autorais de informações, exposição de pornografia e conteúdo ofensivo nas
redes informativas, fraudes de telemarketing, roubo através de transferência de
fundos eletrônicos e a lavagem eletrônica de dinheiro.
O cibercrime apresenta um alcance global que dificulta ações para impedi-lo,
há diversas implicações preocupantes como dificuldade na investigação e a
instauração de processos criminais, pois um cibercrime pode ser efetuado por um
criminoso em um país, mas atingindo um vitima é outro.
Numa época em que os sistemas financeiros, comerciais e de produção dos
países estão sendo integrados eletronicamente, gera vulnerabilidade que se torna um
grande problema, o risco de fraude e acesso a informações confidenciais não
autorizados são problemas que os governos e forças policiais anti-hackers tentam
combater com mais empenho a cada dia.
Prisões: a resposta ao crime?
As prisões têm como princípio fundamental “melhorar” e preparar os
indivíduos para o convívio social, ao mesmo tempo são consideradas um poderoso
meio de intimidação ao crime. Muitos políticos para combater os altos índices de
criminalidades investem em um sistema de justiça punitivo e na ampliação do sistema
carcerário, mas evidencias mostram que as prisões não funcionam efetivamente para
diminuir a criminalidade.
Prisioneiros acabam sendo maltratados de diversas maneiras, não mais
fisicamente como antigamente, mas ao serem privados de sua liberdade, de possuírem
uma renda apropriada, da companhia de suas famílias e amigos, de um
relacionamento heterossexual e de seus próprios pertences pessoais, além de serem
submetidos a condições de superlotação, terem que aceitar procedimentos
disciplinares severos e a regulamentação de suas vidas diárias. Condições de
sobrevivência como essas podem diminuir a aceitação do mundo “externo” e levar
prisioneiro a se tornar uma pessoa cada vez mais passível ao crime, fazendo com que
as prisões sejam cada vez mais “universidades do crime”, aumentando os índices de
reincidência.
Defensores da reforma penal defendem a “justiça restaurativa”, que procura
conscientizar os transgressores dos efeitos de seus crimes, através de “sentenças”
cumpridas dentro da sociedade como projetos de serviços comunitários e sessões
mediadas de reconciliação com as vitimas.
Mesmo percebendo que as prisões não conseguem ter sucesso na tarefa de
reabilitação dos prisioneiros, não existe uma resposta para a pergunta “as prisões
funcionam ou não?”. Ao falhar no processo de reabilitação dos presidiários, por ser um
lugar completamente desagradável, a prisão impede que as pessoas cometam crimes
ao servir de fator altamente intimidante.
Em uma interpretação sociológica do crime, medidas como alternativas a prisão
ou transforma-las em locais de reabilitação, não servem totalmente para acabar com o
crime, pois o crime possui uma estreita ligação com as condições sociais em que os
“criminosos em potencial” se encontram. Tirar os criminosos das ruas ou reabilita-los
não é a melhor solução, é preciso acabar com o surgimento de criminosos. Segundo
Currie essas medidas são de curto prazo e devem ser exploradas, para se tornarem
mais eficazes e é necessário que essas medidas estejam voltadas ao longo prazo.

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