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NU 0004901-34.2015.4.03.6315
Tendo em vista o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, requer sua extensão na fase
recursal, haja vista o preenchimento dos requisitos autorizadores para tanto, suplicando assim, a aplicabilidade do artigo
9º da lei nº. 1.060/501.
Termos em que,
Pede deferimento.
Sorocaba, 16 de março de 2.016.
/GHTD
TURMA RECURSAL DE
1
Art. 9º. Os benefícios da assistência judiciária compreendem todos os atos do processo até decisão final do litígio, em todas as instâncias.
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SÃO PAULO
Com o mais elevado respeito devido ao MM. Sentenciador, o recorrente irresigna-se com a r.
sentença, o que faz nos seguintes termos e fundamentos.
a) Escritura do Imóvel Rural comprovando a aquisição formal do imóvel pelo genitor em 1983. CUMPRE
ESCLARECER QUE O GENITOR TINHA A POSSE IMÓVEL DESDE 1975, fls. 50 do PA;
e) Certidão de Nascimento filhos 1983 e 1988 comprovando a profissão de lavrador, fls. 54/55 do PA;
f) INFBEN comprovando o genitor perceber benefício de aposentadoria por idade rural desde 07/08/1996, fls. 63 do
PA.
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Com todo respeito ao posicionamento do julgador singular, sua decisão merece reforma, ademais
é fato notório que os Tribunais Pátrios têm aceito documentos ainda que extemporâneos dês que a prova testemunhal
amplie sua eficácia probatória, neste sentido:
Processo
REsp 345422 / SP RECURSO ESPECIAL 2001/0068210-0
Relator(a)
Ministro HAMILTON CARVALHIDO (1112)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
18/04/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 19.12.2002 p. 467
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. VALORAÇÃO DE PROVA. INÍCIO DE PROVA
MATERIAL. INEXISTÊNCIA. 1. (...), sendo prescindível que o início de prova material abranja necessariamente esse período, dês que a prova
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testemunhal amplie a sua eficácia probatória ao tempo da carência, vale dizer, desde que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de
carência. 4. (...).
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de
Justiça, retificando decisão proferida na Sessão de 21.3.2002, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-
Relator. Os Srs. Ministros Fontes de Alencar e Fernando Gonçalves votaram com o Sr. Ministro-Relator. Ausentes, por motivo de licença, o Sr.
Ministro Paulo Gallotti e, justificadamente, o Sr. Ministro Vicente Leal.
Processo
AgRg no REsp 885883 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2006/0201966-2
Relator(a)
Ministro HAMILTON CARVALHIDO (1112)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
15/05/2007
Data da Publicação/Fonte
DJ 25.06.2007 p. 326
Ementa
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. VALORAÇÃO DE PROVA.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL. DESNECESSIDADE A QUE SE REFIRA AO PERÍODO DE CARÊNCIA SE EXISTENTE PROVA
TESTEMUNHAL RELATIVAMENTE AO PERÍODO. 1. (...). 4. É prescindível que o início de prova material abranja necessariamente o número
de meses idêntico à carência do benefício no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, dês que a prova testemunhal amplie
a sua eficácia probatória ao tempo da carência, vale dizer, desde que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de carência. 5. (...).
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de
Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Paulo Gallotti e
Maria Thereza de Assis Moura votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nilson Naves e Paulo Medina.
Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
As Turmas Recursais de São Paulo também vêm entendendo pela desnecessidade da
contemporaneidade do indício de prova material. Vejamos:
Processo
16 00003407920104036302
16 - RECURSO INOMINADO
Relator(a)
Órgão julgador
Fonte
Ementa
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08:02:00I (...) É certo que o início de prova material não necessita referir-se a todo o período que se quer provar, mas é inegável que deva
possibilitar ao julgador inferir a efetiva realização do trabalho. Assim é evidente ser desnecessário a existência de um documento por ano,
mas também não há como querer-se demonstrar a realização de um trabalho exercido em 1970 com documento referente ao ano de 2010. (...)
Data da Decisão
30/04/2015
Isto posto, requer a reforma da decisão monocrática para averbar integralmente o período rural
de 09/11/1977 a 31/12/1981.
Portanto, quanto à comprovação da atividade especial destaca-se que antes da lei 9.032/95 não
era obrigatório a apresentação de formulários para o requerimento do tempo especial, assim basta a comprovação da
atividade pela categoria considerada presumidamente nociva, que o recorrente fará jus ao benefício.
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O laudo anexo, coaduna com o preconizado pela Norma Regulamentadora – NR-15, que
regulamenta a exposição ao calor em ambientes internos como externos, estando preconizado no Quadro 02 na referida
legislação, que o parâmetro de medição deve ser utilizado o período em que a temperatura seja a mais desfavorável
possível, logo não importa se no inicio e no final da jornada a temperatura esteja mais baixa:
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
______
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd
60
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60
minutos corridos.
3. As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro n.º 3.
4. Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
Não obstante ainda, o TRF4 em recente decisão proferida contra uma sentença da Comarca de
Congonhinhas/PR, sustentada por estes causídicos, coloca uma pá de cal sobre o assunto, considerando inclusive a
presunção da atividade rural até 28/04/1995 para atividade do trabalhador rural, conforme ementa anexa:
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tempo de serviço desempenhado pelo empregado rural com base apenas no enquadramento pela categoria
profissional ao código 2.2.0 do Decreto n° 53.831/64. 3. (...). 4. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão
naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá
ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a
necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo).APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 0010802-
93.2014.4.04.9999/PR. DES. FEDERAL JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA. Data da decisão 18/11/2015. 6ª TURMA.
data da publicação 02/12/2015.
(...)
Por oportuno, registro que acerca do reconhecimento da especialidade do período
passível de enquadramento pela nomenclatura, trabalhadores na
agropecuária (interpretação do Decreto nº 53.831/64, item 2.2.1) deve ser
registrado que não se está a questionar o conceito dela, em que nos dicionários se
lê: "Teoria e prática da agricultura e da pecuária, nas suas relações
mútuas", aliás, a maciça jurisprudência repete este conceito para sustentar que
agropecuária envolve, exclusivamente, as relações com agricultura
e pecuária quando desempenhadas de forma simultânea para efeito de
reconhecimento da especialidade.
Essa é uma leitura possível, todavia creio que não a melhor,
por restritiva e passível de injustiças. Também se pode
sustentar que a agropecuária reúne os conceitos de
agricultura e pecuária, considerados em si mesmos, e que o
reconhecimento da especialidade deve ser promovido para
aqueles que trabalham no setor primário, responsável pela
produção de bens destinados, como regra, a alimentação da
população, sejam aqueles derivados da agricultura como
da pecuária. E a intenção da norma protetiva (por mais
benéfica) seria justamente proteger aqueles que se dedicam
ao setor primário, consabidamente extenuante fisicamente,
com exposição a altas e baixas temperaturas, a raios solares
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e a todas as demais intempéries típicas dos trabalhos
desempenhados no meio rural.
Também se sabe que, como regra, são os pequenos produtores que sofrem com as
dificuldades de manterem seus negócios. Isso é mais perceptível em regiões de
seca, por exemplo, ou muito pobres. Poderíamos sustentar que alguém que tem
pequena plantação e possui e maneja poucas vacas ou gado suíno (gado miúdo) e
comercializa parte do leite e/ou vende animais pode ser beneficiado pela regra
protetiva? Poderia ser classificado como trabalhador da agropecuária? Por outro
lado, aquele que trabalha como empregado em uma grande fazenda de larga
produção agrícola e pecuária, mas que trabalha exclusivamente com o gado, sem
laborar especificamente na agricultura, não deveria se valer do tempo especial,
pois quem se dedica a agropecuária é seu empregador, ele apenas lida com o
gado e não sofre das mesmas dificuldades a que estaria sujeito se também
trabalhasse na lavoura? E aquele pequeno trabalhador rural que planta apenas
para a subsistência e que embora não possua gado cuida de uma infinidade de
aves não estaria sujeito a idênticas agruras?
– São Paulo:
Processo
AC 00188940520054039999
AC - APELAÇÃO CÍVEL – 1024606
Relator(a)
Sigla do órgão
TRF3
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Órgão julgador
DÉCIMA TURMA
Fonte
Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Décima Turma do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do relatório e voto que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado.
Ementa
AGRAVO LEGAL. APELAÇÃO CÍVEL. JULGAMENTO POR DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 557, CAPUT DO CPC.
RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE RURAL. AVERBAÇÃO.
(...)
IV. Confirmando e ampliando o início de prova material, foram produzidos testemunhos (fls. 105/106) harmônicos e
coerentes, que esclarecem o trabalho rural desenvolvido pela parte autora no período de 01/01/1964 a 01/01/1982 ,
podendo ser reconhecido para fins previdenciários, exceto para efeito de carência.
V. Ademais, deve ser este período considerado especial, visto que se enquadra no código
2.2.1. do Decreto 53.831/64. Cumpre salientar que a documentação apresentada é suficiente para a
caracterização da condição especial do labor exercido, tendo em vista que a legislação então vigente autorizava
o enquadramento pela categoria profissional, além de ter consagrado um rol meramente
exemplificativo de atividades insalubres. VI. Agravo legal desprovido.
Indexação
VIDE EMENTA.
Data da Decisão
15/12/2015
Data da Publicação
23/12/2015
Portanto, pelos diversos julgados acima a norma não deve ser avaliada de forma restritiva, sob
pena de tratarmos situações idênticas de maneira desigual. Há ainda nos autos, laudo pericial comprovando que o
trabalhador rural está exposto à nocividade pela exposição ao calor do sol, independendo de sua condição (empregado ou
autônomo) ou independente do labor ser concomitante na lavoura e pecuária.
Isto posto, requer o reconhecimento da especialidade da atividade rural desempenhada no
período de 03/11/1977 a 31/01/1990, de modo que seja aplicado o fator de conversão 1,4 ao recorrente, ensejando assim
no aumento do computo do tempo serviço.
2. DO PEDIDO:
Diante de todo o exposto, requer seja dado PROVIMENTO AO RECURSO pelas razões
expostas, confiando no elevado espírito de JUSTIÇA SOCIAL que norteia esta C. Turma Recursal, nos seguintes pedidos:
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a) Averbação do período rural 09/11/1977 a 31/12/1981;
c) Conceder a aposentadoria por tempo de contribuição integral ou proporcional com a forma de cálculo mais
vantajosa;
d) Condenar a recorrida ao pagamento das parcelas vencidas desde a DER e vincendas, monetariamente corrigidas pelo
IGP-DI desde o respectivo vencimento (Súmula 43 e 148 do STJ) e acrescidas de juros legais e moratórios de 1% a.m. a
partir da citação (Súmula 204 do STJ), incidentes até a data do efetivo pagamento;
e) A condenação do INSS ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios no percentual de
20% sobre o valor da condenação até o transito em julgado.
Termos em que,
Pede Provimento.
Sorocaba - SP p/ São Paulo - SP, 16 de março de 2.016.
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