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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

PREVIDENCIÁRIO DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE (CIDADE), SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE


(ESPECIFICAR)

AUTOS Nº
PARTE AUTORA:
RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

NOME DA PARTE AUTORA, já devidamente qualificado nos autos da


ação de concessão de aposentadoria por idade rural em epígrafe que move nesta Vara contra o
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, vem, a presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu procurador, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO E ESPECIFICAR AS
PROVAS A SEREM PRODUZIDAS, na forma que segue adiante:

1. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE LITISPENDÊNCIA

Alega o INSS que “tendo tramitado ações idênticas já decididas por


sentença, da qual não caiba mais recurso, ocorre neste processo a hipótese de coisa julgada, de
acordo com os parágrafos 1º e 3º do artigo 301, do CPC”.

Sem razão o INSS.

A nova prova material juntada no presente processo aliado a novo


requerimento administrativo da parte autora conferem alteração substancial da causa de pedir
e, por consequência, autorizam o ajuizamento de nova ação judicial.

A presente ação se justifica diante da impossibilidade de postulação de


ação rescisória para sanar situação de indeferimento de benefício previdenciária nos juizados
especial diante da ausência de prova material que corrobore com os fatos alegados pela parte
autora e comprovados pelo depoimento das testemunhadas.

Portanto, não procede a alegação do INSS.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR IDADE RURAL

Em suma, o INSS alega que a parte autora não possui direito a


aposentadoria por idade rural, uma vez que não foi reconhecida a qualidade de segurado
especial (fls. ou evento).

Sem razão o INSS.

Cumpre mencionar que a parte autora postula com a presente ação, a


concessão de aposentadoria por idade rural na qualidade de segurado especial.

E, nessa hipótese, demonstrou preencher os requisitos legais


necessários a obtenção do referido benefício: a) contar com 60 (sessenta) anos de idade, se
homem e 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher; b) comprovar o efetivo exercício de atividade
rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do
benefício pretendido.

Portanto, não procede a alegação do INSS.


3. COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL

Sustenta o INSS que a parte autora “não trouxe aos autos documentos
suficientes que pudessem servir de início razoável de prova material do efetivo exercício das
atividades campesinas no período total afirmado”. (fls. ou evento)

Novamente, sem razão o INSS.

A prova material carreada pela parte autora aos autos, relativa ao


exercício de atividade rural na qualidade de segurado especial no período de carência do
benefício, é constituída pelos seguintes documentos:

 Certidão de nascimento;
 Notas fiscais de compra e venda de mercadorias;

Importante referir que o fato da parte autora não ter apresentado um


documento para cada ano postulando o reconhecimento, não constitui óbice ao
reconhecimento da totalidade do período pretendido.

Nesse sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ:

PREVIDENCIÁ RIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. TEMPO DE SERVIÇO.


COMPROVAÇÃ O DA ATIVIDADE AGRÍCOLA NO PERÍODO DE CARÊ NCIA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL
AMPLIADO POR PROVA TESTEMUNHAL. ATIVIDADE URBANA. DESCARACTERIZAÇÃ O DA CONDIÇÃ O DE
SEGURADO NÃ O COMPROVADA. REVISÃ O. SÚ MULA 7/STJ. 1. O Tribunal a quo concluiu que foram
preenchidos todos os requisitos para a concessã o da aposentadoria, ressaltando que a prova documental foi
complementada pela prova testemunhal. 2. Para o reconhecimento do tempo de serviço do trabalhador
rural, não há exigência legal de que o documento apresentado como início de prova material abranja
todo o período que se quer comprovar; basta o início de prova material ser contemporâneo aos fatos
alegados e referir-se, pelo menos, a uma fração daquele período, corroborado com prova
testemunhal, a qual amplie sua eficácia probatória, como ocorre na hipótese. Precedentes. 3. A
atividade urbana de um dos membros do grupo familiar nã o descaracteriza a condiçã o de segurada especial,
devendo ser averiguada a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar.
Orientaçã o adotada pela Primeira Seçã o no julgamento de recurso especial submetido à sistemá tica dos
recursos repetitivos, REsp 1.304.479/SP, de relatoria do Min. Herman Benjamim, julgado em 10.10.2012. 4.
Acolher a pretensã o do recorrente de que nã o foram preenchidos todos os requisitos para a concessã o de
aposentadoria, bem como apurar a dispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar, é
tarefa que demandaria o revolvimento dos elementos fá tico-probató rios da demanda, o que é vedado na
presente seara recursal, consoante disposto no enunciado da Sú mula 7/STJ. 5. Agravo regimental nã o
provido. Vistos, relatados e discutidos os autos em que sã o partes as acima indicadas, acordam os Ministros
da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman
Benjamin (Presidente) e Mauro Campbell Marques votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente,
justificadamente, a Sra. Ministra Eliana Calmon. AgRg no agravo em recurso especial nº 290.623 - SP
(2013/0023581-0). Brasília, 19 de março de 2013. Grifei

De outra sorte, a jurisprudência dominante confirma que a


documentação comprobatório do chefe de família ou arrimo aproveita também aos demais
membros do grupo familiar que exerceram a atividade rural.

Nesse sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ:

PREVIDENCIÁ RIO. TRABALHO RURAL. CERTIDÃ O DE Ó BITO E QUALIFICAÇÃ O RURAL DO CÔ NJUGE


FALECIDO. CONFIGURAÇÃ O JURÍDICA DO SEGURADO ESPECIAL. COMPROVAÇÃ O DO REQUISITO ETÁ RIO E
DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL PELO PERÍODO DE CARÊ NCIA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL
CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. REVISÃ O DA ANÁ LISE PROBATÓ RIA. INCIDÊ NCIA DA SÚ MULA
7/STJ. 1. Trata-se, na origem, de inconformidade do INSS contra a configuraçã o jurídica da autora como
segurada especial, pois o ú nico documento juntado para fins de início de prova material foi certidã o de ó bito
em que seu falecido cô njuge é qualificado como trabalhador rural, sob o fundamento de a data da certidã o ser
muito anterior ao implemento do requisito etá rio da aposentadoria por idade rural e por nã o haver prova
material apó s o ó bito. 2. A qualificaçã o como trabalhador rural em documento pú blico é extensível ao cô njuge
para fins de início de prova material (art. 55, § 3º, da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ. 3. Ainda que a
certidã o pú blica nas condiçõ es acima seja a ú nica prova material e nã o haja prova documental do labor rural
apó s o ó bito do cô njuge qualificado como trabalhador rural, está caracterizada a qualidade de segurado
especial se a continuidade do labor agrícola for atestada por robusta prova testemunhal. 4. No caso específico,
o acó rdã o recorrido declarou a suficiência da prova testemunhal, e a revisã o dessa conclusã o implica reexame
da matéria fá tico-probató ria, o que é vedado em Recurso Especial (Sú mula 7/STJ). 5. Agravo Regimental nã o
provido. AgRg no agravo em recurso especial nº 187.961 - MT (2012/0118758-9). Brasília, 04 de setembro de
2012. Rel. Ministro Herman Benjamin.

Outrossim, a parte autora confirmará o exercício de atividade rural no


período pretendido, mediante a produção de prova testemunhal, já requerida na inicial.

3. PROVAS A SEREM PRODUZIDAS

Conforme já requerido na inicial, a parte autora pretende produzir


prova testemunhal:

Reitera, para tanto, o pedido de expedição de carta precatória / citação


(depende do caso) para ouvida das testemunhas arroladas, quais sejam:

 Nome, profissão, residência e o local de trabalho (art. 407 do CPC);


 Nome, profissão, residência e o local de trabalho (art. 407 do CPC);
 Nome, profissão, residência e o local de trabalho (art. 407 do CPC).

Referidas testemunhas destinam-se a comprovar que a parte autora


exerceu a atividade rural no período referente a carência do benefício.

Em face do exposto, pede a abertura da fase instrutória, com o


deferimento da prova testemunhal retro especificada.

Pede deferimento.

Data.

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