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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

TÍCIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG nº, inscrito no CPF sob o nº,
residente e domiciliado na, por intermédio de seu advogado que este subscreve, endereço
profissional situado na, endereço eletrônico, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
com fundamento Art. 5º, LXXII, da CRFB/88 e Lei 9.507/1997, impetrar:
HABEAS DATA
em face do ato praticado pelo MINISTRO DE ESTADO DE DEFESA, pelos motivos de fato
e de direito a seguir aduzidos:
I - DO FORO COMPETENTE
O art. 105, I, b, da Constituição Federal, bem como o art. 20, I, b, da Lei 9507/97,
estabelece que compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar os habeas data contra
ato de Ministro de Estado.
Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da
presente ação é originária do Superior Tribunal de Justiça.
II- DO INTERESSE DE AGIR
Conforme documentos anexos à esta peça, verifica-se que o Impetrante esgotou todas as
instâncias administrativas a fim de ter acesso às suas informações pessoais e, portanto, de seu
pessoal interesse, que estão nos arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso
para averiguações.
III- DOS FATOS
O Impetrante na década de setenta integrou certos movimentos políticos que faziam
oposição ao governo da época. Por isso foi vigiado por agentes estatais e diversas vezes foi
preso para averiguações, sendo assim, seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de
inteligência vinculados aos órgãos de segurança do estado, organizados por agentes federais.
Depois de um longo período, em 2010, o Impetrante requereu acesso à sua ficha de
informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas.
Onde o Ministro de Estado da Defesa decidiu pela preservação do sigilo das atividades
do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos
os cidadãos.
Conforme o artigo 8º, parágrafo único, da lei 9507/1997, comprova-se o interesse do
Impetrante, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido à ficha de informações
pessoais, no período em foi monitorado pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de
Segurança do Estado.
Observados os documentos juntados, a atitude da autoridade coatora viola o direito do
Impetrante em ter acesso, às suas informações pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, que
estão nos arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso para averiguações.
IV - DO DIREITO
Ocorre que o artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal dispõe que será concedido
Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público
bem como para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo. O artigo 5º, XIV da Constituição diz que é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional. Assim, observa-se que ocorreu violação aos dispositivos constitucionais trazidos.
Resta claro que o ato que nega o fornecimento de informações do impetrante, inclusive
com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos
dispositivos Constitucionais que garantem o direito de acesso à informação de dados do
impetrante.
V- DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer o impetrante que:
A) seja notificada a autoridade coatora sobre os fatos narrados a fim de prestar as informações
que entender necessárias;
B) seja determinada a intimação do representante do Ministério Público no prazo de cinco dias;
C) seja julgado procedente o pedido, determinando data e horário para que o coator apresente ao
Impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas.
Dá-se a causa o valor da causa R$ 1.000,00 para fins fiscais.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF

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