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AO JUÍZO DA 8º VARA CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO- SP

Processo Nº

RENATA , brasileira , casada, designer , inscrita no CPF Nº ___, e RG nº ___ , e-mail,


residente domiciliada , na Cidade de São Paulo . Neste ato ,representada por seu Advogado Luiz
Augusto , inscrito na OAB – SP sob o nº , com escritório profissional onde recebe intimações e
notificações , que este subscreve ( Mandato em Anexo ).Vem , respeitosamente á presença de Vossa
Excelência interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo o encaminhamento das
razões anexas ao EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ,
apresento o recurso no prazo de legal de 15 dias úteis , na forma do artigo 1009, do CPC, intimando-
se a parte apelada pra oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias conforme os termos do Art. 1010,
§1º do CPC .

Nesses termos em que pede deferimento.

Local, data

Advogado/OAB
RAZÕES DA APELAÇÃO

Apelante: Renata

Apelado: Rede de Supermercados Pão de Sal

Processo originário : X.X

EGRÉGIO TRIBUNAL

CÓLENDA TURMA

ÍNCLÍTOS JULGADORES

DA TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

A decisão, foi publicada no dia .... O recurso foi apresentado no dia ..., Portanto é
tempestivo .

Trata-se de sentença que arquiva a Ação de Habeas Corpus . , contudo , cabível a


presente apelação conforme artigo 1.009 do CPC.

SÍNTESE DOS FATOS

A Apelada , é cliente assídua da apelante , que é uma grande rede de supermercados.


No ato do cadastro do cliente para o registro do banco de dados da impetrada onde diz que os
dados são confidenciais , ocorre a troca voluntária do fornecimento de alguns dados pessoais
que são registrados no banco de dados apelada , A apelante , usava os serviços da loja on-line
e das lojas físicas da apelada fazendo diversas transações. No entanto, ela percebeu que a
apelante havia começado a enviar mensagens publicitárias não solicitadas para o seu celular e
e-mail , oferecendo produtos e serviços pelos quais ela não estava interessada, com tudo , A
apelada , aproveitando –se de outros dados pessoais a ela fornecidos , divulgou , informações
extremamente íntimas e sigilosas, que apenas a apelante resguardava o conhecimento das
mesmas.

Cumpre revelar que o principal motivo de desconforto , foi ter de forma cruel , seus
direitos á

intimidade , a vida privada , ao sigilo de suas informações , violados , no momento em


que teve sua GRAVIDEZ , revelada , antes mesmo de a apelante divulgar a

informação aos seus familiares e compartilhar em suas redes sociais.

Após o triste fato do seu vazamento de dados , a apelante procurou a o setor de

Serviço de Atendimento ao Cliente , da apelada , para saber quais informações e

dados pessoais esta possui em seu sistema de dados cadastrais , entretanto houve por

parte da apelada , A Rede de Supermercados Pão de Sal , a NEGATIVA DO

FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS , alegando que tinha o direito

de usar as informações dos clientes para fins comerciais, para a legitimada apelante

a senhora Renata , não lhe restando outra medida com o objetivo de acessar suas

próprias informações pessoais , a apelante , requerer que seja reformada a decisão A quo .

DA NECESSIDADE DE REFORMA DA DECISÃO

A apelante RENATA , ajuizou Ação de Habeas Data, em desfavor da Rede de


Supermercados Pão de Sal ( apelada ) , com intuito de solicitar a retirada de seu nome e de
seus dados cadastrais contidos no banco de dados e registros de clientes da APELADA , com
base no fundamento no artigo 5º, inciso LXXII, Constituição Federal, que dispõe :

“ Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo;
e na lei do Habeas Data | Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 ,
em seu artigo 7º
“ Art. 7º Conceder-se-á habeas data:

I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa


do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo. ”
O HABEAS DATA , é a ação destinada e cabível para quando se tratar de dados
personalíssimos , garante assegurar que o cidadão tenha acesso, a seus próprios dados e
informações de caráter público , ainda que estes estejam sobre o banco de dados de
instituições privadas e públicas , entretanto , como podemos verificar , o juízo de 1º grau ,
arquivou o referido processo , sob a errônea alegação de que a Lei do Habeas Data , apenas
refere-se á entidades Públicas , segue abaixo a decisão:

“O fato de a Rede Pão de Sal ser uma empresa privada, e não pública, impede o uso do
remédio constitucional do habeas data para obter acesso a informações constantes de seu
banco de dados. Esse instrumento constitucional de proteção de informações pessoais
somente pode ser proposto para acesso a banco de dados públicos ou de acesso ao público, o
que não é o caso.”

Resta claro que a referida decisão , não merece prosperar .

DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer :
Diante do exposto e fundamentado, a impetrante requer seja conhecido e provido o
presente recurso, com a reforma integral da sentença que indeferiu o pedido de procedência
determinando à impetrada Rede Pão de Sal que forneça total acesso à impetrante dos seus
dados pessoais em poder dela, e que sejam tomadas todas as medidas necessárias para
assegurar a proteção dos dados pessoais da impetrante e garantir o direito à privacidade,
intimidade e proteção de dados pessoais.
Requer-se, por fim, a reforma da decisão para que seja dado andamento ao habeas data
com a notificação da impetrada, acerca dos fatos narrados, assim, se for de interesse prestar
informações, de acordo com o art. 11 da Lei n.º 9.507/97; e que haja a oitiva do representante
do Ministério Público no prazo legal de cinco dias nos termos do art. 12 da Lei n.º 9.507/97.
Termos em que pede deferimento ;
Local e data
Advogado,
OAB ...

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