MARCO ANTÔNIO, nacionalidade ..., estado civil ..., CEO, portador do
RG nº ..., residente e domiciliado na ..., na cidade ..., estado ..., endereço eletrônico ..., por intermédio de suas procuradoras judiciais, TATIANA BIANCHINI, devidamente inscrita na OAB sob nº ..., com endereço profissional na Avenida ..., na cidade ..., estado ..., onde recebe intimações e citações, com endereço eletrônico ..., vem, respeitosamente, à presença de Vossas Excelências, nos termos do artigo 5º, inciso LXXII, alínea “a”, da Constituição Federal de 1988 e artigo 7º, inciso I, da Lei nº 9.507/1997, impetrar:
HABEAS DATA
Em face de ato praticado pelo Prefeito Municipal de Maringá/PR, Sr.
Jarbas Melo, nacionalidade ..., estado civil ..., portador do RG nº ..., CPF ..., com endereço profissional na ..., na cidade de Maringá, estado do Paraná, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DOS FATOS
O Impetrante teve lastimavelmente sua participação negada em um
processo seletivo de trabalhar, em uma grande empresa multinacional e visto uma informação vaga de um processo, da época em que trabalhava como assessor direto do Prefeito Municipal da cidade de Maringá/PR, ora Impetrado.
Visto isso, o Impetrante contatou a empresa que prestara a seleção de
trabalho, porém não lhe foram informados detalhes, com instruções de que o mesmo procura-se o jurídico da referida prefeitura. Então, procurou formalmente a prefeitura e solicitou por escrito os documentos através de e- mails, conforme provas documentais anexas.
Em ocasião de requerimento de informações, mencionada
anteriormente, o Impetrante solicitou os documentos da época que era assessor do prefeito, em especial, um processo administrativo em que foi parte juntamente com o prefeito da época, entretanto, a solicitação escrita do processo administrativo fora negada pelo jurídico da prefeitura.
Ao negar, baseou-se no fato de que o processo administrativo se trata
de interesse público, na medida em que era assessor do prefeito, que também figurou como parte nas investigações. Ao seu turno, as alegações mencionadas não deverão prosperar, conforme será exposto adiante.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A constituição Federal claramente redige em seu o artigo 5º, inciso
LXXII, alínea “a”, que será concedido Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações relativas a pessoas do Impetrante que estejam constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ainda na mesma linha de pensamento, o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 9.507/1997 regula o acesso a informações e disciplina seu rito processual.
Não findado os fundamentos, o artigo 5º, inciso XVI, da Constituição
Federal de 1988 também assegura o acesso à informação a todos, sendo o caso exposto o devido amparo nos referidos fundamentos.
Por tanto, esse é remédio jurídico cabível a fim de proteger a esfera
íntima do Impetrante com a obtenção de dados e informações.
Entende a jurisprudência que:
CONSTITUCIONAL. HABEAS DATA. ARTIGO 5º,
LXXII, DA CONSTITUIÇÃO. LEI Nº 9.507/1997. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DO BANCO DE DADOS DA RECEITA FEDERAL . SISTEMA DE CONTA CORRENTE SINCOR. ART. 1.013, § 3º, DO CPC. INAPLICABILIDADE. 1. O art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, dispõe que: conceder-se- á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. 2. A Lei nº 9.507/1997 prescreve em seu art. 8º, parágrafo único, I, que: A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda. Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão. 3. Demonstrada a recusa do acesso às informações, cabível a impetração do habeas data . 4. Inaplicável à espécie o disposto no § 3º do art. 1.013 do Código de Processo Civil (causa madura), tendo em vista que o feito não está em condições de julgamento, vez que a autoridade impetrada sequer foi notificada para apresentar informações. 5. Apelação provida. (TRF-1 - AHD: 10106847620214013100, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL HERCULES FAJOSES, Data de Julgamento: 19/04/2022, 7ª Turma, Data de Publicação: PJe 27/04/2022 PAG PJe 27/04/2022 PAG) (grifos)
INFORMAÇÃO. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. PLEITO DE FORNECIMENTO DA RELAÇÃO DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS EM QUE A EMPRESA É PARTE OU INTERESSADA. TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA EM PRIMEIRO GRAU. CUMPRIMENTO PARCIAL DO PLEITEADO EM JUÍZO. NEGATIVA INFUNDADA. DIFICULDADES TÉCNICAS QUE NÃO PODEM SOBREPOR O DIREITO À INFORMAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA EM SUA INTEGRALIDADE. Nos termos do art.5º, XXXIII - “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” RECURSO PROVIDO.RECURSO ADESIVO NÃO PROVIDO. (TJPR - 5ª Câmara Cível - 0013477-46.2018.8.16.0129 - Paranaguá - Rel.: DESEMBARGADOR NILSON MIZUTA - J. 10.02.2020) (grifos)
Sendo assim, fica claro a legitimidade do impetrante para configurar no
polo ativo, visto que se atinge a esfera intima do mesmo, que deve ser protegida, enquanto o Impetrado figura no polo passivo da demanda por ter sido o responsável pela recusa no fornecimento das informações de direito do impetrado.
Para tanto, comprovada a recusa e ainda esgotado os meios
administrativos de resolução, o presente Habeas Data é medida que se impõe.
III – DOS PEDIDOS
Determine imediatamente que as informações pleiteadas pelo
Impetrante sejam devidamente disponibilizadas a este, marcando-se dia e hora para que ele tome conhecimento das informações, nos termos do artigo 3º, da Lei nº 9.507/1997.
IV – DOS REQUERIMENTOS
Por fim, requer-se:
a) Notifica-se a autoridade coatora para que tome ciência do conteúdo
da presente, concedendo prazo conforme estipula o artigo 9º, da Lei nº 9.507/1997;
b) Intima-se o Ministério Público para que seja ouvido no prazo de 05
(cinco) dias, nos termos do artigo 12, da Lei nº 9.507/1997;
V – DO VALOR DA CAUSA
Atribui-se à causa o valor de R$ 1.302,00 (um mil trezentos e dois reais).