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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO MARANHÃO

Autos n....

MÉVIO SILVA DE OLIVEIRA, advogado regularmente inscrito na


OAB/MA sob o nº XXXX, com escritório situado na XXXX, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art.
102, III, "a” e §3o c/c art. 1.029 e seguintes do CPC e Lei n. 8.038/90, interpor
RECURSO EXTRAORDINÁRIO em face do v. acórdão proferido (fls....), que
julgou improcedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade dos
dispositivos do Dec. 1.968, formulado nos autos da ação direta de
inconstitucionalidade em epígrafe.

Requer seja recebido e processado o presente recurso, intimando-se


a parte contrária, o Governador do Estado X, para que ofereça, dentro do prazo
legal, as contrarrazões e, após, seja o recurso admitido e encaminhado com as
inclusas razões ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Por fim, requer a juntada das custas de preparo e porte de remessa


e retorno, como rege o efeito devolutivo.

Termos em que, pede deferimento.

Local e data.

TATIANA FAVARAM BIANCHINI

OAB/MA nº XXXX
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Dados da ação: Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Recorrente: Banco Maranhense S/A

Recorrido: Ministério Público do Estado do Maranhão

Processo nº: XXXX

Egrégio Supremo Tribunal Federal,

MÉVIO SILVA DE OLIVEIRA, advogado regularmente inscrito na OAB/MA sob


o nº XXXX, com escritório situado na XXXX, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fundamento
no artigo 102, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, contra o acórdão
proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, nos autos do
processo nº XXXX, pelos motivos e fundamentos a seguir expostos:

I - BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

O Recorrente, Banco Maranhense S/A, foi demandado pelo Ministério Público


do Estado do Maranhão em ação civil pública que questionava a validade de um
contrato de contratação direta celebrado pelo Banco Maranhense com a
Empresa Projeto Victor, com base na Lei Estadual nº 1.234/2022.

O Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, em sede de apelação, julgou


procedente o pedido do Ministério Público, declarando a nulidade do contrato em
questão, por entender que houve violação ao art. 1º, parágrafo único, da Lei nº
8.666/1993 e aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, eficiência e publicidade.
Inconformado com a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, o
Recorrente interpõe o presente recurso extraordinário, buscando a reforma do
acórdão, com base nos fundamentos a seguir apresentados.

II - DA TEMPESTIVIDADE E LEGITIMIDADE

O presente recurso é tempestivo, uma vez que a decisão que rejeitou os


embargos declaratórios foi publicada em XX/XX/XXXX, e o prazo para
interposição do recurso extraordinário é de 15 (quinze) dias, nos termos do art.
1.030, inciso I, do Código de Processo Civil.

O Recorrente possui legitimidade para interpor o presente recurso, uma vez que
é parte na ação popular e teve seu pedido julgado improcedente pelo Tribunal
de Justiça do Estado do Maranhão.

III - DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO

O presente recurso extraordinário preenche os pressupostos de admissibilidade


exigidos pelo art. 1.030, inciso I, do Código de Processo Civil, uma vez que foi
interposto contra acórdão proferido em última instância pelo Tribunal de Justiça
do Estado do Maranhão, em sede de apelação, e versa sobre matéria
constitucional, em específico, a alegada violação ao art. 1º, parágrafo único, da
Lei nº 8.666/1993 e aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, eficiência e publicidade.

IV - REQUISITOS ESPECÍFICOS

A interposição de Recurso Extraordinário exige o preenchimento de requisitos


específicos, previstos no art. 102, inciso III, da Constituição Federal, quais sejam:

IV. 1) MATÉRIA CONSTITUCIONAL:


A matéria objeto do recurso deve ser estritamente constitucional, ou seja, deve
envolver a interpretação ou a aplicação de norma constitucional, sendo vedada
a análise de matéria infraconstitucional.

No caso em tela, a matéria objeto do recurso diz respeito à suposta violação ao


art. 1º, parágrafo único da Lei n. 8.666/1993 (norma geral sobre licitação e
contratos) e a diversos princípios constitucionais, relacionados à contratação
direta, sem licitação, de empresa de informática pelo Banco Maranhense,
empresa pública do Estado do Maranhão, em razão da recente Lei n. 1.234/2022
que excluiu as entidades de direito privado da Administração Pública do dever
de licitar. Portanto, a matéria é de natureza constitucional, preenchendo esse
requisito específico.

IV. 2) PREQUESTIONAMENTO:

É necessário que a matéria objeto do recurso tenha sido prequestionada, ou


seja, tenha sido debatida e decidida pelo tribunal de origem. O
prequestionamento é indispensável para que o Recurso Extraordinário seja
conhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No caso em questão, a matéria foi debatida e decidida pelo Juízo de 1ª instância


e pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, nas decisões proferidas na
ação popular ajuizada por Mévio Silva de Oliveira. Portanto, o requisito do
prequestionamento está satisfeito.

IV. 3) DECISÃO CONTRÁRIA À CONSTITUIÇÃO:

É necessário que a decisão recorrida seja contrária à Constituição Federal. Ou


seja, deve haver uma afronta direta à norma constitucional, seja por sua
interpretação equivocada, seja por sua não aplicação.

No presente caso, a decisão proferida pelo Juízo de 1ª instância e confirmada


pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão julgou improcedente o pedido
de Mévio Silva de Oliveira, considerando válida a Lei n. 1.234/2022 do Estado
do Maranhão que autoriza a contratação direta, sem licitação, pelas entidades
de direito privado da Administração Pública. Tal entendimento contraria o art. 1º,
parágrafo único da Lei n. 8.666/1993 (norma geral sobre licitação e contratos) e
diversos princípios constitucionais, que serão detalhados na fundamentação do
recurso. Portanto, a decisão recorrida é contrária à Constituição Federal.

IV. 4) ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS:

É necessário que tenham sido esgotadas todas as instâncias ordinárias, ou seja,


que não haja mais possibilidade de recurso nas instâncias inferiores.

No caso em tela, Mévio Silva de Oliveira interpôs recurso de apelação contra a


sentença de 1ª instância que ulgou improcedente o pedido, e esse recurso foi
apreciado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, que manteve a
decisão de primeira instância. Dessa forma, não há mais possibilidade de
recurso nas instâncias ordinárias, o que configura o esgotamento das vias
recursais e preenche esse requisito específico.

IV. 5) INTERESSE RECURSAL:

É necessário que haja interesse em recorrer, ou seja, que o recorrente seja parte
legítima para interpor o recurso e que seja afetado pela decisão recorrida.

No presente caso, Mévio Silva de Oliveira é parte legítima para interpor o


Recurso Extraordinário, uma vez que é o autor da ação popular que questiona a
validade da Lei n. 1.234/2022 do Estado do Maranhão. Além disso, ele é
diretamente afetado pela decisão recorrida, que julgou improcedente seu pedido
e validou a contratação direta, sem licitação, pela empresa pública do Estado do
Maranhão. Portanto, há interesse recursal por parte de Mévio Silva de Oliveira.

Dessa forma, preenchidos os requisitos específicos, Mévio Silva de Oliveira está


apto a interpor o Recurso Extraordinário perante o Supremo Tribunal Federal,
buscando a análise da suposta violação à Constituição Federal decorrente da
decisão recorrida. É importante ressaltar que o Recurso Extraordinário é um
meio excepcional de impugnação e sua admissibilidade será analisada pelo STF,
observando-se os requisitos legais e jurisprudenciais.
II - FUNDAMENTOS DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

O presente recurso extraordinário tem como fundamento principal a alegada


violação ao art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e aos princípios
constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e
publicidade.

O Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão entendeu que o contrato de


contratação direta celebrado pelo Banco Maranhense com a Empresa Projeto
Victor violou as normas de licitação previstas na Lei nº 8.666/1993 e os princípios
constitucionais da Administração Pública, uma vez que teria sido realizado de
forma direta, sem observância dos procedimentos licitatórios.

Contudo, o Recorrente sustenta que o acórdão recorrido está em desacordo com


a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, uma vez
que a contratação direta realizada pelo Banco Maranhense estaria amparada
pela Lei Estadual nº 1.234/2022, que prevê hipótese de dispensa de licitação em
determinadas situações específicas, com base em critérios técnicos e
econômicos.

Deste modo, o Recorrente argumenta que não houve violação à Lei nº


8.666/1993 e aos princípios constitucionais da Administração Pública, uma vez
que a contratação direta realizada pelo Banco Maranhense foi devidamente
amparada pela legislação estadual vigente.

Além disso, o Recorrente destaca que o acórdão recorrido contrariou a


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que reconhece a possibilidade de
dispensa de licitação em casos excepcionais e devidamente justificados, desde
que observados os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e interesse
público.

V - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o Recorrente requer:


A) O recebimento e processamento do presente recurso extraordinário, com a
devida intimação do Ministério Público Federal, nos termos do art. 1.030, inciso
II, do Código de Processo Civil;

B) O provimento do recurso, para que seja declarada a invalidade do ato de


contratação direta realizada pelo Banco Maranhense em favor da Empresa
Projeto Victor, com base na Lei Estadual nº 1.234/2022, por violação ao art. 1º,
parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 e aos princípios constitucionais da
legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade;

C) A determinação de que o Juízo de 1ª instância da capital do Estado do


Maranhão prolate nova sentença, considerando a invalidade do ato de
contratação direta e a obrigação de realização de licitação pelo Banco
Maranhense, em conformidade com a Lei nº 8.666/1993 e demais princípios
constitucionais aplicáveis à Administração Pública;

D) A condenação do Banco Maranhense e da Empresa Projeto Victor ao


pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art.
85, §11, do Código de Processo Civil.

Termos em que, pede deferimento.

Local, data.

TATIANA FAVARAM BIANCHINI

OAB/MA nº XXXX

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