Você está na página 1de 32

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3º VARA

CIVEL DA COMARCA DE BOA VISTA - RR.

PROCESSO Nº:0804306-98.2021.8.23.0010

MARIA DE NAZARÉ BATISTA DA SILVA, já devidamente qualificada


nos autos em epígrafe, por intermédio de sua advogada legalmente constituída através
de instrumento procuratório em anexo, nos autos da ação que move em face do
BANCO C6 CONSIGNADO S.A, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com fundamentos nos artigos 1.009 e seguintes do CPC/15 interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
Contra sentença que julgou improcedente os pedidos formulados na inicial e
extinguiu o processo com resolução do mérito, com base no inciso I do artigo 487 do
Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante expostos.
Outrossim, requer seja o presente recurso recebido no efeito devolutivo e no
efeito suspensivo, intimando-se a parte contrária para, querendo, apresentar suas
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Por fim, requer a remessa dos autos para o Egrégio Tribunal de Justiça, para
seu processamento e julgamento.

Nestes termos,
Pede-se deferimento,
São Luís - MA, 20 de novembro de 2021.

SASHA ROCHA MORAIS DA SILVA


OAB/MA nº 19.323
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
RAZÕES RECURSAIS
APELANTE: MARIA DE NAZARÉ BATISTA DA SILVA
APELADO: BANCO C6 CONSIGNADO
AUTOS Nº: 0804306-98.2021.8.23.0010
VARA DE ORIGEM: 3º VARA CIVEL DA COMARCA DE BOA VISTA - RR.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RORAIMA


COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

1 – DA TEMPESTIVIDADE
Verifica-se que a apelante foi intimada no dia 03/11/2021. Sendo a juntada
neste dia, 20/11/2021, verifica-se a sua tempestividade para a apresentação da
contestação em tela, nos moldes a seguir declinados.

2 – BREVE SÍNTESE DOS FATOS


Trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE CONTRATUAL
C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
proposta pela Apelante em face do apelado. Isto porque, o Apelado por intermédio de
uma empresa terceirizada denominada de N6 intermediação, que presta serviço ao
Apelado, entrou em contato com a apelante no mês de janeiro do ano de 2021, ofertando
que seria feita a portabilidade do empréstimo consignado que a Apelante possui no
Banco do Brasil para o Banco ora Apelado, com diversos benefícios, como juros mais
baixos e o retorno do valor de R$ 48.000,00 como troco.
Porém a proposta de portabilidade de empréstimo era falsa, e o que de fato
foi feito foi um empréstimo consignado fraudulento em nome da Apelante, o valor do
empréstimo sequer foi depositado na conta salário da Autora, o valor foi depositado
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
em

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
um conta corrente aberta mediante fraude, no período da contratação do
empréstimo, os descontos do empréstimo fraudulento foram feitos diretamente na conta
salário da apelante, mesmo ela não recebendo o valor do empréstimo.
Em decorrência do empréstimo fraudulento, a Apelante teve diversos danos
de ordem material e moral. Assim, pleiteia a Apelante o pagamento de R$ 16.500,00
(DEZESSEIS MIL E QUINHENTOS REAIS) a título de danos morais, o valor do
pedido a título de repetição do indébito de R$ 2.908,24 (DOIS MIL NOVECENTOS E
OITO REAIS E VINTE E QUATRO CENTAVOS) e o valor do contrato de
empréstimo de R$ 48.470,67 (QUARENTA E OITO MIL QUATROCENTOS E
SETENTA REAIS E
SESSENTA E SETE CENTAVOS). Deu-se à causa o valor de R$ 67.878,91
(SESSENTA E SETE MIL OITOCENTOS E SETENTA E OITO E NOVENTA E UM
CENTAVOS).
Em sentença, o Juízo julgou os pedidos autorais improcedentes, sob
alegação de que não houve ato ilícito por parte do Apelante, que a contratação foi
ratificada por biometria digital, “selfie”, sendo licito o contrato, afastando a
responsabilidade civil.
Ocorre que, em sentença, o Juízo ignorou o fato do valor do empréstimo
consignado ter sido depositado em conta divergente da conta salário da Autora, e
de que a conta corrente que o valor foi depositado, foi feito de maneira fraudulenta na
época da contratação do empréstimo, ademais o Juízo indeferiu o pedido de intimação
do Banco Votorantim/NEON, para prestar esclarecimento a respeito da abertura e
depósitos e movimentação da conta acima mencionada, da qual a Autora não tem
acesso, haja vista de que trata-se de conta digital, e seu acesso se dar por
intermédio de aplicativo com dados dos quais a Autora não possui (todas as
informações devidamente comprovadas na ação), a Autora solicitou a intimação do
Banco Votorantim em todos os momentos oportunos, na petição inicial e no pedido de
especificação de provas, que não foi apreciado, entendo o juízo pelo julgamento
antecipado do mérito.
Assim, diante do cerceamento de defesa, necessária a anulação da sentença,
para que, APÓS a produção da prova acima mencionada, haja o julgamento da ação,
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
pois a mesma é extremamente necessária para o deslinde do feito.
Vieram os autos para o presente recurso.

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
3 - DO CABIMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO
A apelante é parte legítima, com interesse sucumbencial, devidamente
representado, conforme se verifica, portanto, preenchido os pressupostos objetivos e
subjetivos de admissibilidade.

4 - DO PREPARO
A parte Apelante junta o comprovante de porte e preparo do presente
Recurso de Apelação.

5 - DO NECESSÁRIO EFEITO SUSPENSIVO


Ressalta-se que o artigo 1.012 do Código de Processo Civil é bastante claro
ao dispor acerca do efeito suspensivo na Apelação. Vejamos, in verbis:
“Art. 1012. A apelação terá efeito suspensivo:
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a
produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a
sentença que:
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes
os embargos do executado
§ 3º- O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses
do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da
apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para
seu exame prevento para julgá-la.
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º- Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser
suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade
de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil
reparação.”

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
O pedido se adequa perfeitamente nas pressuposições acima, visto que a
Apelante demonstra a probabilidade de provimento do recurso, em razão dos
documentos que instruem o feito, como já dito anteriormente, comprovam o alegado.

6 - DAS RAZÕES DE APELAÇÃO


a) DA OCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA
O cerceamento de defesa ocorre quando não é observado por parte do Juízo,
o princípio do contraditório e da ampla defesa, e assim, o Juízo indefere as provas
necessárias ao deslinde do feito. Tal princípio encontra-se amparado
constitucionalmente no artigo 5º, LV, da Constituição Federal, veja-se:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”

Do mesmo modo, o Código de Processo Civil também é claro ao tratar do


direito da parte em produzir provas, como pode-se observar nos artigos 7º e 9º do
referido Código:
“Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em
relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório.” “Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida.”

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
Isto posto, é evidente que no caso em apreço há nítido cerceamento de
defesa, ao passo que se trata de uma Ação de Nulidade Contratual, por motivo de
divergência no que foi ofertado e no que de fato estava no contrato, não envio de
contrato para averiguação do cliente e não recebimento do valor, haja vista que o
Apelado depositou o valor do empréstimo em conta corrente divergente da
utilizada para recebimento do salário da Apelante. Ocorre que a conta onde foi
depositado o empréstimo foi aberta de maneira fraudulenta, a Autora não
consegue ter acesso a mesma, esse fato foi devidamente comprovado nos autos
pelas diversas solicitações da Autora ao Banco Votorantim/Neon de verificação da
conta, diante disso, faz-se necessário a intimação do Banco Votorantim para
averiguar se de fato o valor foi depositado na conta alegada pelo Apelado e a
movimentação da mesma para averiguação dos dados dos fraudadores, ou possível
devolução para o Banco C6, ora Apelado.
Ao indeferir a intimação para produção de tais provas, o Juízo não está
oportunizando o direito de defesa da Apelante, pois, é através delas, que se chegará a
conclusão de que a Autora tomou posse ou não do valor do empréstimo, quem agiu com
culpa, se há a presente do nexo causal e se houve dano. A partir de então será
averiguada a existência ou inexistência da responsabilidade civil e se eventualmente há
alguma excludente da mesma.

b) DA AUSENCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
É sabido que o magistrado deve julgar o mérito nos limites do quanto fora
proposto em juízo. Assim, defeso examinar-se matéria alheia que exige iniciativa da
parte CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art.141- O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas
partes, sendo lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Ora, a Sentença é nula por não apreciar toda matéria ventilada e requerida
na inicial, quanto, no tocante descumprimento da Apelada por parte da
portabilidade do empréstimo e no fato da conta em que foi depositado o valor ser
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
divergente da conta

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
salário da autora, e principalmente ter sido aberta na época da contratação do
empréstimo, a Apelante pediu a procedência de seus pedidos argumentando que:
No presente caso é possível verificar o contrato fraudulento, o
requerente foi vítima de um ilícito, e encontra-se amparada em
pleno direito pelo Código Civil para que a justiça declare nulo
este contrato: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na
forma. § 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I
- Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II -
Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira; Analisando o caso em tela, constata-se que a
Autora não realizou empréstimo consignado com o Requerido, e
sim uma portabilidade, porém nem o valor do empréstimo do
Banco do Brasil foi quitado, tampouco a autora recebeu o troco
ofertado, desse modo, sendo evidente a fraude. Portanto,
mostra-se de inteira justiça que o contrato firmado de forma
imprudente e equivocada seja rescindido, posto que o Autora
não poderá ser penalizada por algo que não deu causa.

Nesse aspecto, tocante a divergência do que foi ofertado e do que conta no


contrato e no não recebimento dos valores, abordou-se a ilicitude contratual.
Todavia, ao invés disso, o Magistrado a quo, ao examinar a questão em
espécie, conduziu-se por outros argumentos distintos, sem apreciar aqueles levantados
na exordial:
No caso dos autos, o promovente afirma a inexistência do
negócio jurídico porque a contratação não dispõe de
manifestação ou declaração de vontade. Nessa esteira, o
Promovido defende a regularidade da contratação. Para
analisar, de forma vertical, o mérito e atendendo ao pedido e os
interesses das partes para a exposição da verdade, percebe-se
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
que as partes juntaram documentos para sustentar suas
alegações em juízo. Assim, ao perscrutar o histórico da
tramitação processual e consultar os documentos juntados no
processo, denota-se, de forma robusta e pujante, que o
promovido demonstrou fato impeditivo do direito do
promovente, nos termos do art. 373, inc. II, do CPC.
O discurso do Promovente sobre existência de fraude e ausência
de manifestação ou declaração de vontade caminha a esmo e
mostra-se inócuo e exangue. Isso porque, emerge dos
documentos juntados no EP 56.2 e 56.3 a data da transação,
horário da aplicação e todas as outras informações necessárias
sobre a contratação do mútuo, inclusive, o TED (documento
eletrônico de transferência).

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art.489 - São elementos essenciais da


sentença:
§10 - Não são consideradas fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acordão, que:
I - Se limitar a indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou questão
decidida;
(...)
IV- Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador.

Sem sombra de dúvida a regra supra aludida, encaixa-se à decisão


hostilizada. Essa seguramente, passa longe de invocar argumentos capazes de
motivar a rejeição do pedido buscado.

c) DA IRREGULARIDADE CONTRATUAL.

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
A r. Sentença, ao julgar a demanda, entende pela licitude do contrato, pois a
contratação deu-se por meio eletrônico, digital via internet e a confirmação da
contratação foi feita mediante biometria facial, fotografia pessoal.
Ocorre que, o Juízo ignorou totalmente o fato de que a Autora não negou o
envio da foto, porém o link encaminhado pela correspondente bancaria para o
envio da biometria fácil é separado do contrato, de maneira que a aceitação da
contratação é feita sem a averiguação contratual. Ademais a negociação juntada
nos autos pelo apelado é feita em telefone divergente do telefone da Autora, o link
para a aceitação do empréstimo pode ser reencaminhado o que é totalmente irregular e
facilita fraudes. Não consta assinatura no contrato juntado nos autos, somente a
biometria facial, dessa forma deve ser considerado ausente a manifestação de vontade.
Salienta-se que este entendimento também é compartilhado pela jurisprudência
brasileira. Veja-se:
Ação declaratória de inexistência de relação contratual com
indenização por danos morais. Fraude bancária. Biometria
facial. Empréstimo realizado por meio de "selfie" gerada do
aparelho celular do terceiro fraudador. Ausência de
declaração de vontade do consumidor. Negócio jurídico
inválido. Danos morais configurados. Recurso parcialmente
provido.
(TJ-SP - AC: 10420826820208260506 SP 1042082-
68.2020.8.26.0506, Relator: Roberto Mac Cracken, Data de
Julgamento: 29/07/2021, 22ª Câmara de Direito Privado, Data
de Publicação: 12/08/2021)
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA C/C REPETIÇÃO
DE INDÉBITO E DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO
BANCÁRIO. BIOMETRIA FACIAL. MERA
FOTOGRAFIA. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE
VONTADE DO CONSUMIDOR. NEGÓCIO JURÍDICO
INVÁLIDO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO DOS
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
VALORES DESCONTADOS INDEVIDAMENTE. DANOS

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
MORAIS NÃO CONFIGURADOS. SENTENÇA
REFORMADA.RECURSO PROVIDO EM PARTE.
(TJ-RS - Recurso Cível: 71009354887 RS, Relator: Fabio Vieira
Heerdt, Data de Julgamento: 25/02/2021, Terceira Turma
Recursal Cível, Data de Publicação: 04/03/2021).

Ademais, conforme comprovado pelas conversas juntadas no autos, na


Petição Inicial e na Réplica, o Apelado não cumpriu com o que foi ofertado pelo
Correspondente bancário, a Apelante contratou sim um serviço do Banco, ora
Apelado, porém não foi um empréstimo consignado, e sim uma portabilidade do
empréstimo já adquirido no Banco do Brasil para o Banco C6, outro fato totalmente
ignorado pelo Juízo. Dessa forma não há de se falar em aceitação de empréstimo
consignado, haja vista que a Apelante não contratou empréstimo consignado e sim
uma portabilidade de empréstimo já existente, dessa forma o Apelante não
cumpriu com os termos do que foi contratado, invalidando o contrato. Vejamos o
entendimento dos Nobres Julgadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do
Estado da Bahia:
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. DIREITO DO
CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA REJEITADA.
INADMISSIBILIDADE DO PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO POR NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO
DE TERCEIROS. REJEITADA. CONTRATO DE
EMRPRÉSTIMO. PORTABILIDADE. CUMPRIMENTO DA
PROPOSTA. OFERTA. DANOS MATERIAIS
COMPROVADOS. RESSARCIMENTO DEVIDO. DANOS
MORAIS. OCORRÊNCIA. QUANTUM. RAZOABILIDADE
E PROPORCIONALIDADE. RECURSO CONHECIDO,
PRELIMINARES AFASTADAS, E NÃO PROVIDO. 1. Consta
dos autos que, em 6 de fevereiro de 2020, a autora foi contatada
por WhatsApp por um dos empregados da ré, que ofereceu a
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
portabilidade de seu empréstimo consignado a juros mais baixos

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
pelo Banco Olé Bonsucesso Panamericano. Na negociação
ficou acordado que a ré quitaria o empréstimo que a autora
possuía com Banco do Brasil, repassaria à autora o valor de
R$ 100.000,00, cujas parcelas do novo empréstimo
passariam a ter o valor de R$ 1.169, 61 em 96 vezes. 2. A
autora narrou que, feita a negociação, recebeu em sua conta
corrente o valor de R$ 46.000,00, posteriormente mias um
depósito no valor de R$ 8.032,63 e um no valor de R$
2.061,93. Afirmou que não foi depositado o valor restante,
bem como não houve a portabilidade do empréstimo
consignado do Banco do Brasil, razão está pagando por dois
empréstimos. Dessa forma, a autora requereu a condenação da
ré ao pagamento do valor restante do acordo R$ 43.062,42
(quarenta e três mil sessenta e dois reais e quarenta e dois
centavos) e ao pagamento de indenização por danos morais,
cujos pedidos foram julgados procedentes. 3. A parte ré
apresentou recurso inominado, regular e tempestivo. As
contrarrazões foram apresentadas. 4. Preliminar de ilegitimidade
passiva. A ré sustentou que não é parte legitima para compor o
polo passivo, porquanto não intermediou a contratação do
empréstimo consignado da autora. Afirmou que quem
intermediou o contrato foi uma agente independente e que tem
vínculo com a ré apenas para captar clientes. Defendeu, ainda,
que é uma empresa correspondente bancária e, como tal, não
firma empréstimo com os clientes, restringindo a intermediar as
operações, cujas propostas são submetidas aos bancos
conveniados e, portanto, no caso concreto o Banco Olé seria o
responsável pela contratação. 5. A preliminar arguida não
prospera. Primeiro, porque a autora imputa à ré a
responsabilidade pela contratação, o que se confunde com o
mérito. Segundo, porque no caso concreto a responsabilidade da
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
ré é objetiva e solidária, pois os bancos e demais instituições

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
financeiras, que fazem o intermédio das contratações, integram a
cadeia de consumo, pois auferem vantagem econômica pelos
negócios concretizados entre consumidor e os bancos.
Preliminar rejeitada. 6. Necessidade de denunciação à lide.
Incompatibilidade com o rito dos juizados. A vedação de
intervenção de terceiros nos Juizados Especiais não conduz à
incompetência do juízo. A parte recorrente sugere a necessidade
de denunciação da lide do beneficiário do pagamento, porém o
direito de regresso que poderia justificar tal modalidade de
intervenção de terceiros não resta prejudicado pela vedação
contida no art. 10 da Lei 9.099/95, sendo passível de ser
exercido em outro processo. Com efeito, como ensina Didier Jr.,
citando Barbosa Moreira: ?a denunciação da lide consiste em
verdadeira propositura de uma ação de regresso antecipada,
para a eventualidade da sucumbência do denunciante. Não
proposta, não admitida ou não permitida a denunciação da lide,
o direito de regresso poderá ser exercido autonomamente?.
(Curso de direito processual civil, vol. I, 2018, p. 573 e 575).
Trata-se de uma medida de economia processual que, não sendo
admissível no presente rito, não prejudica eventual direito de
regresso do denunciante. Rejeita-se, portanto, a preliminar de
incompetência do juízo. 7. O documento ID n. 25143069
vincula as operações financeiras à Empresa ré, pois comprova
que a ré, FACTA INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS LTDA,
foi a originadora do contrato firmado entre a autora e o Banco
Olé Bonsucesso Panamericano. Dessa forma, conclui-se que a
agente independente contratada pela ré autuou em seu nome, de
forma que a ré é responsável pela negociação firmada com a
autora. 8. Nesse passo, está comprovado nos autos os termos da
negociação, conforme narrado pela autora, pois toda a
negociação foi feita pelo WhatsApp, cujas tratativas estão
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
anexadas aos autos (ID n.

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
25143066/67). Portanto, devido a autora o valor de R$ 43.062,42.
9. Quanto ao dano moral, sua ocorrência está comprovada
nos autos. É evidente que o descumprimento do contrato de
empréstimo consignado pela ré trouxe inúmeros prejuízos à
autora, que contava com o depósito de vultosa quantia para
saldar seus compromissos, bem como porque a autora teve
prejuízos em razão da falha da ré em não realizar a
portabilidade do empréstimo que a autora tinha com o
Banco do Brasil. Tais fatos superam os meros dissabores
comuns ao cotidiano, afetando a dignidade do consumidor. 10.
Apesar do alto grau de subjetivismo que circunda a fixação dos
danos morais, três fatores contribuem decisivamente para que
ela se dê de forma ponderada, adequada e, sobretudo, justa:
capacidade econômica das partes, gravidade e repercussão do
dano e nível de reprovação do ato culposo. 12. Também não se
pode deixar de lado a função pedagógico-reparadora do dano
moral consubstanciada em impingir a ré uma sanção bastante a
fim de que não retorne a praticar os mesmos atos, contudo, a
reparação não pode se tornar uma forma de enriquecimento sem
causa. Nesse passo, o montante fixado no valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) se mostra em harmonia com os
direcionamentos apontados e com princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade. 13. Recurso conhecido, preliminares
rejeitadas, e não provido. Sentença mantida por seus próprios
fundamentos. 14. Condenado o recorrente vencido ao
pagamento de custas e honorários advocatícios em favor do
patrono do recorrido, esses fixados em 10% sobre o valor da
condenação. 15. Acórdão elaborado nos termos do art. 46 da Lei
n. 9099/95.
(TJ-DF 07262519620208070016 DF 0726251-
96.2020.8.07.0016, Relator: ARNALDO CORRÊA SILVA, Data
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
de Julgamento: 28/06/2021, Segunda Turma Recursal, Data de

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
Publicação: Publicado no DJE : 08/07/2021 . Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
1ª TURMA RECURSAL CÍVEL E CRIMINAL PROCESSO Nº:
0155628-66.2020.8.05.0001 RECORRENTE: BANCO BMG S
A RECORRIDA: LUCIGLEIDE PINHO FRANCA
RELATORA: JUÍZA SANDRA SOUSA DO NASCIMENTO
MORENO EMENTA RECURSO INOMINADO.
CONSUMIDOR. EMPRESTIO PESSOAL. ALEGAÇÃO DE
PUBLICIDADE ABUSIVA E ENGANOSA. ERRO
QUANTO A MODALIDADE DE EMPRESTIMO.
ABUSIVIDADE DECLARADA. SENTENÇA DE
PARCIAL PROCEDENCIA.
DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO CONTRATO.
RETORNO DAS PARTE AO STATUS QUO ANTE.
MANUTENÇÃO. RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. RELATÓRIO Trata-se de recurso inominado
interposto pela demandada contra sentença que julgou
parcialmente procedente o pedido autoral para: ¿reconhecer a
nulidade do contrato objeto do processo, com fundamento nos
arts. 104, inciso III;166, inciso IV, ambos do Código Civil; e 39,
inciso V do CDC.¿ Intimada, a parte recorrida ofereceu
contrarrazões. VOTO Presentes as condições de admissibilidade
do recurso uma vez que foi interposto e preparado dentro do
prazo legal, consoante dispõe o artigo 42 e parágrafo 1º da Lei
9099/95, conheço do mesmo. Adentrando na análise do mérito
recursal entendo que o mesmo não deve ser provido. A parte
autora, em suma síntese, alega abusividade da publicidade e
engano quanto a modalidade de empréstimo firmada. Para além
do erro quanto a natureza do negócio, subsidiariamente requer a
equiparação do empréstimo pessoal ao empréstimo consignado,
limitando-se os descontos ao percentual de no máximo 35%. Em
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
que pesem as razões do recorrente, a abusividade do pacto
firmado, no caso

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
concreto, restou devidamente demonstrada. Segundo a decisão
recorrida: ¿Todavia, o que se extrai do processo é que a criação
da conta e consequente portabilidade do benefício assistencial
representam efetiva manobra do banco réu para viabilizar o
empréstimo para uma pessoa recebedora de um benefício
assistencial no valor de um salário mínimo. Inclusive, não é
razoável crer que uma pessoa beneficiária de amparo assistencial
no valor de um salário mínimo possua para o banco acionado o
perfil adequado para fins de obtenção de empréstimo em valor
superior a duas vezes o próprio valor do benefício,
especialmente se considerado que tal benefício não constitui
renda. Na verdade, a portabilidade do benefício garante ao
acionado que o empréstimo possa ser quitado via desconto
direto na conta corrente, conta esta que tão somente contém o
valor recebido a título de amparo assistencial, visto que a
acionante não poderia ter outra fonte de renda, até mesmo
porque para a própria concessão do benefício há uma limitação
neste ponto. Trata-se de fato notório e conhecido pelo banco
acionado.¿ Nesse sentido, entendo como acertada a decisão
recorrida, no sentido de declarar a nulidade do contrato e fazer
retornar as partes ao status quo ante. Assim sendo, a sentença
fustigada é incensurável e, portanto, merece confirmação pelos
seus próprios fundamentos. Em assim sendo, servirá o decisum
de 1º grau de acórdão do julgamento, conforme determinação
expressa do art. 46, da Lei 9.099/95, segunda parte in verbis: ¿O
julgamento em segunda instancia constará apenas da ata, com a
indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte
dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos seus próprios
fundamentos, a súmula servirá de acórdão¿. Quanto ao pedido
da recorrente de restituição, uma vez retornadas as partes ao
status quo ante o valor creditado em favor da parte autora
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
deverá ser objeto de compensação com o valor

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
efetivamente pago por esta, devendo o saldo ser restituído,
conforme consequencia natural do efeito da nulidade declarada.
Com essas considerações, e por tudo mais constante dos autos,
voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso,
mantendo-se a decisão por seus próprios fundamentos. Condeno
a recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários
sucumbenciais em 20% sobre o valor atualizado da causa.
Salvador, 28 de junho de 2021. Sandra Sousa do Nascimento
Moreno JUÍZA RELATORA
(TJ-BA - RI: 01556286620208050001, Relator: SANDRA
SOUSA DO NASCIMENTO MORENO, PRIMEIRA TURMA
RECURSAL, Data de Publicação: 04/08/2021).

Diante dos fatos acima narrados, fica evidente que o contrato é ilícito, pois
somente a “selfie” da Apelante não é suficiente para comprovar a aceitação do
contrato, haja vista que o link para envio da “selfie” é separado do contrato, diante
disso a Autora deixou de receber o contrato, que foi enviado para telefone
divergente do telefone da Autora, sendo assim é impossível considerar que o contrato
foi aceito e assinado. Ademais, a modalidade empréstimo consignado é divergente
do que foi proposto pelo correspondente bancário, que ofertou a portabilidade do
empréstimo do Banco do Brasil, com parcela mais baixa e troco no valor de R$
48.470,67, o que não foi cumprido, de maneira que no contracheque da Autora
permaneceu o empréstimo do Banco do Brasil e também o empréstimo do Banco C6.

c) DO NÃO RECEBIMENTO DO VALOR DO EMPRÉSTIMO


Conforme informado pelo próprio Apelado na contestação, que diz que:
“Realizada a etapa de assinatura, tanto para a contratação
presencial quanto a digital, há, o envio ao órgão pagador para
que ocorra a averbação da contratação. Sendo aprovada a
operação, o crédito é feito na conta em que o aposentado ou
pensionista recebe o seu benefício, nos termos dos arts. 22 e
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
23 da IN nº

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
28/PRES/INSS, ou na conta corrente em que o servidor
público federal recebe o seu salário”.

O valor NÃO foi depositado na Conta Salário da Apelante, e sim em


conta corrente criada no período da contratação do empréstimo, nesse período foi
aberta duas contas de maneira irregular, a do Banco Votorantim no dia 05/02/2021 e do
Banco Inter no dia 03/02/2021, fato comprovado pelo Registrato do Banco Central, até
então a autora só possuía uma conta ativa, a sua conta salário do Banco do Brasil criada
no ano de 1994. Dessa forma é demonstrado o descumprimento do procedimento
correto a ser adotado pelo Banco, ademais o Apelado não informa o porquê de
depositar em conta divergente da conta salário da Apelante, pois trata-se de empréstimo
consignado descontado em folha salarial, essa situação por si só comprova a fraude e
não pode ser ignorada, o Apelante deu causa a efetivação da fraude no momento
que descumpriu seus próprios métodos de segurança.
Diante disso, resta comprovado o ato ilícito. Assim sendo, requer a
Apelante, desde já, a reforma da r. sentença para arbitrar os danos morais em R$
16.500,00 (dezesseis mil e quinhentos reais) ou em valor que este Juízo entenda
adequado e condizente com o dano suportado pela Apelante e a devolução em dobro dos
valores pagos no empréstimo.

7 - CONCLUSÃO
Conforme narrado, houve fraude cometida pela empresa terceirizada que
presta serviço para a Apelada, que ofertou uma portabilidade de empréstimo consignado
agindo exclusivamente de má-fé, haja vista que por fim finalizou a contratação de um
empréstimo consignado depositando o valor em conta corrente aberta mediante fraude,
o que não pode ser comprovado haja vista o entendimento do Magistrado em não
intimar o banco Votorantim para prestar os devidos esclarecimentos.
O banco, ora Apelado, foi omisso, deixou de prestar os devidos
esclarecimentos para a Apelante, bem como, seu método de segurança no ato da
contratação é falho, pois conforme comprovado, o link para a biometria facial pode ser
reencaminhado e é separado do contrato de fato. A omissão do Banco Apelante
Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
ocorreu

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
também quando este deixou de seguir a próprias regras de segurança e não
depositou o valor na conta salário da Apelante, depositando em uma conta corrente
aberta recente, sem esclarecer o motivo de tal atitude, dessa forma o Apelante deve
responder pelas suas ações/omissões. Vejamos o que expressa o Código Civil acerca do
tema.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
sano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Ademais é direito da Apelante, como consumidora receber as informações


corretas do que está contratando, jamais o fornecedor deve buscar meio de enganar o
consumidor. Vejamos o que traz o Código de Defesa do Consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificações correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

Conforme comprovado na conversa juntada aos autos, a parte Autora foi


enganada pelo correspondente bancário, por conta disso veio a sofrer prejuízos
financeiros já citados nesta. Sendo assim, a Apelante encontra-se fartamente amparada
pelos dispositivos constitucionais e infraconstitucionais.
O Código Cívil em seu Art.167 é claro quando diz:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1º
Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I -
Aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II -
Contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira;

O contrato é nulo, pois a Apelante foi enganada no ato da contratação por


Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
condições inexistentes, o correspondente bancário declarou condições para o
empréstimo

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com
que são enganosas na verdade, e os efeitos do contrato foi diverso do ofertado, bem
como a sua aceitação não pode ser considerada válida, pois não foi feita averiguação
contratual, pois o contrato não foi enviado para a Apelante, diante disso nem tem como
considerá-lo assinado, por fim, a Autora NÃO tomou posse do valor do empréstimo.
Dessa forma, para ser feita JUSTIÇA, a sentença deve ser reformada.

8 - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento do presente Recurso
de Apelação, a fim de reformar a sentença recorrida para acolher todos os pedidos da
inicial, pedindo-se ainda, a inversão do ônus de sucumbência e a fixação de honorários
advocatícios.
Pede-se, ainda, se necessário, que seja analisada, preliminarmente, situação
do juiz natural, bem como a necessidade de abertura de instrução processual para a
instrução processual que não houve, cerceamento de ampla defesa, contraditório e
devido processo legal, ante a certeza da prestação de serviços pelas partes litigantes,
ficando tão somente a necessidade de descoberta do regular empenho, mas não de
dúvidas quanto a execução de serviços, o que não ficou esclarecido pelo juízo, antes do
julgamento. Podendo gerar a nulidade da sentença.

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Luís - MA, 20 de novembro de 2021.

SASHA ROCHA MORAIS DA SILVA


OAB/MA nº 19.323

Avenida Colares Moreira, nº 441, Comercial Monumental Shopping, Sala 206, Renascença
II, São Luís – MA, CEP 65075-441
E-mail – moraiscarneiroadv@hotmail.com

Você também pode gostar