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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO Y.

PRO CESSO Nº

JOSÉ, qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo
103, III, alínea "a" e "d", da Constituição Federal, artigo 541 e seguintes do Código
de Processo Civil e na Lei 8 .03 8/1990, interpor

RECURSO EXTRAODINÁRIO,

em face do respeitável acordão proferido nas fls.___, que negou provimento ao


Recurso de Apelação interposto nos autos da ação em epígrafe, em face dos
RECORRIDOS (qualificados nos autos). Requer seja recebido e processado o
presente recurso, intimando-se a parte contrária para que ofereça, dentro do prazo
legal, as contrarrazões e, após, seja o recurso admitido e encaminhado com as
inclusas razões ao Egrégio Supremo Tribunal Federal. Por fim, requer a juntada
das custas de preparo e porte de remessa e retorno.

Termos em que, Pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB/___ Nº___
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Processo nº___

Recorrente: José

Recorridos: Presidente do Banco X e responsáveis da empresa W.

José, não se conformando com a decisão que manteve o respeitável


acórdão de fls___, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente
recurso extraordinário.

I – BREVE RESUMO

Com fundamento na Lei 1.234 do estado Y, que excluiu as entidades de


direito privado da Administração Pública do dever de licitar, o Banco X (em presa
pública daquele estado) realizou a contratação direta de uma empresa de
informática – a Empresa W para atualizar os sistemas do banco.

O caso vem a público a revelação de que a empresa contratada pertence


ao filho do presidente do banco e nunca prestou tal serviço antes. Além disso, o
valor para (milhões de reais) estava muito acima do preço de mercado do serviço
em outras empresas.

O Recorrente, cidadão local, ajuizou ação popular em face do Presidente


do Banco X e da Empresa W perante o Juízo de 1ª, instância da capital do
estado Y, em que pleiteava a declaração de invalidade do ato de contratação e o
pagamento das perdas e danos, ao fundamento de violação ao artigo 1º,
parágrafo único, da Lei 8.66/1993 (norma geral sobre licitação e contratos) e a
diversos princípios constitucionais.

A sentença, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado na petição


inicial, afirmando ser válida a lei estadual, analisada em face da lei federal, não
considerando válidos os princípios constitucionais invocados.

O Recorrente interpôs recurso de apelação, ao qual se negou provimento,


por unanimidade, pelo mesmo fundamento levantado na sentença. Além disso, foi
interposto embargos declaratórios o prequestionamento da matéria Constitucional
suscitada e não apreciada.

II – PRELIMINARMENTE– DA REPERCUSSÃO GERAL

Verifica-se que existe questão relevante do ponto do ponto de vista jurídico,


uma vez que foi violada competência constitucional para legislar sobre licitação
pelo Estado Y.

Além disso, há prejuízo de milhões de reais do erário pela fraude descrita e


à moralidade administrativa, sendo relevante do ponto de vista econômico, político
e social, nos termos do artigo 102, §3º, da Constituição Federal e artigo 1.035, §2º
do Novo Código de Processo Civil.

Por fim, a questão jurídica envolvida no caso transcendente o interessado


das partes artigo 102, §3º, da Constituição Federal e artigo 1.035 do Novo Código
de Processo Civil. Assim, o recurso merece ser julgado pelo Supremo Tribunal
Federal.

III – DO CABIMENTO DO RECURSO

Percebe-se, no presente caso, que a Lei 1.234 do Estado Y, que exclui


as entidades de direito privado da Administração Pública do dever de licitar e a
contratação direta de uma empresa de informática – a Empresa W – para
atualizar os sistemas do Banco X (empresa pública daquele estado) violaram
dispositivo da Constituição Federal (hipóteses de dispensa de licitação – artigo 22,
inciso XXVII da Constituição Federal), bem como o próprio ato de contratação
também afronta a Norma Fundamental do Estado brasileiro (artigo 102, inciso III,
alíneas "a" e "d", por (I) contrariar dispositivo desta Constituição, e (II) julgar
válida lei local contestada em face de lei federal). Saliente-se que o recurso foi
interposto tempestivamente nos termos do artigo 1.030 do Novo Código de
Processo Civil.

IV – DO PREQUESTIONAMENTO

Foi realizado o prequestionamento da matéria constitucional, em virtude da


efetiva manifestação do Tribunal de origem, bem como pela interposição de
embargos declaratórios, estando superados o contido nas Súmulas 282 e 356 do
STF. Desse modo, a matéria foi devidamente questionada na instância inferior,
esgotando todas as esferas inferiores para o exame da instância superior.

V – DO DIREITO

Há violação da competência constitucional para legislar sobre normas


gerais de licitação prevista no artigo 22, inciso XXVII, da Constituição federal,
sendo que essa competência foi exercida pela União por meio da edição da Lei
8.666/1993.

Também foram violados princípios norteadores da Administração Pública,


previsto no artigo 37, “caput”, da Constituição Federal, quais sejam, os princípios
da moralidade e impessoalidade, pois foi contratada, sem licitação, uma empresa
sem experiência na área, por um preço muito acima do valor do mercado, apenas
pelo fato de a mesma pertencer ao filho do dirigente do banco estatal (empresa
pública).

Além disso, também foi violado o inciso XXI do mesmo artigo 37 da


Constituição Federal, que determina a realização de licitação no caso a
presentado. A lei 1. 234, do Estado Y, ultrapassou dos limites da competência do
Estado e, portanto, é inválida.

Nada obstante, o Tribunal de origem entendeu válida a lei local contestada


em face da lei federal (que impõe a licitação às empresas públicas), e, assim,
configura-se um conflito quanto às competências de cada ente federativo (União e
Estado Y).

Por fim, também foram violadas as normas do artigo 173, §1º, III, da
Constituição Federal (as empresas públicas tem o dever de licitar como regra),
bem como a do artigo 175 da Constituição Federal (a necessidade de licitação
para a prestação de serviços públicos).

VI – DO PEDIDO

Diante do exposto, o recorrente requer o conhecimento e o provimento do


presente recurso extraordinário, pois estão presentes todos os pressupostos de
sua admissibilidade, reformando-se a responsável decisão recorrida de fls.___,
para a declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento das perdas
e danos ao Erário.

Inversão do ônus da sucumbência, condenação da parte recorrida ao


pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do artigo 20 do
Código de Processo Civil.

Termos em que, pede deferimento,

Local e data.

Advogado/O AB

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