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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA___ VARA DA

FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA BETA -.

ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o n°___, com sede no___, bairro,
cidade, estado, CEP___, endereço eletrônico, representada por seu
diretor___, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de
identidade nº___, expedida pelo___, em___, inscrito no Cadastro de Pessoas
Físicas/Ministério da Fazenda sob o nº___, residente, domiciliado na___, por seu
advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa, com escritório à
rua, nº___, bairro, cidade, estado, endereço para onde devem ser remetidas
notificações e intimações conforme estabelece o artigo 77, inciso V, do Código
de Processo Civil, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos
da Lei 7.347/85, ajuizar a presente:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE LIMINAR

pelo rito comum, em face do MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de Direito


Público, representado por seu procurador___, localizado na___, pelos fatos e
fundamentos a seguir.

I - DOS FATOS

A autora, inconformada, com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido


pelo réu, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram
esse serviço.

O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais


capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente.

Ocorre que, em razão desse estado de coisas e do elevado número de


idosos correndo risco de morte, a autora, cujo objetivo é a defesa do patrimônio
social e, particularmente, do direito à saúde de todos, peticionou ao Secretário
Municipal de Saúde requerendo providências imediatas para a regularização do
serviço público de saúde, tendo como resposta que a situação da Saúde é
realmente precária e que a comunidade precisava ter paciência e aguardar a
disponibilização do repasse dos recursos públicos federais, já que a receita
prevista no orçamento municipal não fora integralmente realizada, porém as obras
públicas da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde
Gama, nos quais eram utilizados recursos públicos municipais, continuaram a ser
realizadas.

II - DO DIREITO

II- A) DA COMPETÊNCIA

Conforme Artigo 2º da Lei 7.347/1985 é competente para julgar a Ação Civil


Pública o juízo do foro do local onde ocorreu o dano, portanto, o juízo da vara da
Fazenda Pública da Comarca de Beta é o competente para decidir sobre
apresente ação.

II- B) DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A Lei 7.347/85 trata da Ação Civil Pública, em seu artigo 1º, inciso VIII que,
sem prejuízo da ação popular, rege as ações de responsabilidade por danos
morais e patrimoniais causados ao patrimônio público e social.

A Ação Civil Pública é um instrumento processual, de ordem constitucional,


destinado à defesa de interesses difusos e coletivos, que mesmo estando referida
no capítulo da Constituição Federal relativo ao Ministério Público (artigo 129,
inciso III), a localização dessa norma não afasta o caráter constitucional da ação
civil pública também para aquelas promovidas por entidades públicas e
associações co-legitimadas e essa ampliação se deve ao parágrafo 1º, do artigo
129, da Constituição Federal, pelo qual se estabelece a regra da sua não
exclusividade do Ministério Público.

A ação civil pública foi criada e pela Lei 7 .347/85, sendo disciplinada por
essa lei e pelos dispositivos processuais do Código de Defesa do Consumidor,
que juntos compõem um sistema processual integrado (artigo 21 da primeira e 90
do segundo), subsidiariamente, aplicam-se as disposições do Código de Processo
Civil (artigo 19 da Lei 7.347/85) e sua propositura pode ser feita pelo Ministério
Público, pela União, pelos Estados e Municípios.

Em razão da intrincada organização da administração pública no Brasil,


também podem promovê-la as autarquias, as empresas públicas, as fundações e
as sociedades de economia mista e de forma muito importante, incumbe também
às associações promovê-la, porém, para essas últimas, exige-se que estejam
constituídas há pelo menos 01 (um) ano e possuam em seu estatuto a finalidade
de defesa do interesse postulado em juízo. Entretanto, havendo manifesto
interesse social, verificado pelo juiz nas características do dano ou na relevância
do bem jurídico protegido, o requisito de pré-constituição das associações poderá
ser dispensado.

Decorre do fato de o objetivo da demanda judicial ser a defesa de todos os


idosos que procuram o atendimento do Posto de Saúde Gama, nos termos das
finalidades estatutárias da Associação – defesa do patrimônio social e,
particularmente, do direito à saúde de todos e não eventual defesa de direito ou
interesse individual.

Como se discute a qualidade do serviço público oferecido à população e


esses idosos não podem ser individualizados, trata-se de típico interesse difuso,
enquadrando-se no artigo 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº 7.347 /85.

O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do direito à vida


e à saúde dos idosos que procuram os serviços do Posto de Saúde Gama, bem
como de sua dignidade, amparados pelo artigo 1º, inciso III, artigo 5º, caput, artigo
6º e artigo 196, todos da Constituição da República Federativa do Brasil /88.

Esses direitos estão sendo preteridos para a realização de obras públicas


na área de lazer, o que é constitucionalmente inadequado em razão da maior
importância dos referidos direitos, afinal, sem vida e saúde, não há possibilidade
de lazer e o Município tem o de ver de assegurar o direito à saúde dos idosos e de
cumprir a competência constitucional conferida para fins de prestação do serviço
público de saúde, artigo 30, inciso VII, artigo 196 e artigo 230, todos da CRFB/88).

Diante de todo o exposto e da gravidade dos fatos, a presente ação deve


ser julgada procedente.

III - DA MEDIDA LIMINAR


Faz-se, portanto, necessário o deferimento de uma liminar, nos termos do
artigo 12 da Lei 7.347/85, determinando-se que o Município regularize o sistema
de saúde para prestar o atendimento adequado aos idosos na localidade
abrangida pelo Posto de Saúde. O risco de ineficácia da medida final, se a liminar
não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, uma vez que os idosos
estão sujeitos a complicações de saúde e a risco de morte, caso não recebam o
tratamento de saúde adequado. Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris
e do periculum in mora, é cabível e necessária à concessão da liminar.

IV - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Que seja concedida a LIMINAR para que o réu abra imediatamente o POSTO
DE SAÚDE GAMA, fornecendo ao mesmo todos os medicamentos necessários
para o eficiente e eficaz atendimento da população, sob pena de prisão do
Secretário Municipal de Saúde, nos termos do artigo 4º da Lei 7.437/85;

b) Citação do réu para contestar a demanda;

c) Intimação do representante do Ministério Público Federal para intervir no feito


até o final, nos termos do artigo 5º, parágrafo 1º da Lei 7.437/85;

d) Julgar procedente o pedido para que o POSTO DE SAÚDE GAMA permaneça


aberto em definitivo atendendo toda a população local de maneira eficaz e
eficiente, sob pena de prisão do Secretário Municipal de Saúde;

e) Condenação do réu aos honorários de sucumbência em 20% (vinte por cento)


sobre o valor da causa.

V – DAS PROVAS

Pretende-se produzir todos os meios de prova em direito admitidos,


conforme rege o artigo 369 do Código de Processo Civil, especialmente
documental e testemunhal.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ ... ( ).


Pede deferimento.

Local e data

Advogado

OAB/UF

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