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Para tanto, nos termos do artigo 397, Có digo de Processo Civil, acima transcrito,
demonstra no presente pedido os requisitos para sua obtençã o:
I – individuação: [mencionar todos os documentos solicitados na açã o ex: (i)
Extrato da Conta Corrente n.º xxxxxxxxxx agência xxxxxx, referente aos ú ltimos 10
anos; (ii) Có pia do contrato de abertura da Conta Corrente; (iii) Evoluçã o da dívida
da Conta Corrente xxxxxxxxxxxx];
II – finalidade: [explicar a finalidade do documento solicitado ex: os contratos,
histó ricos/extratos e evoluçã o da dívida serã o objetos de parecer técnico contá bil,
cujo objetivo será identificar eventuais clá usulas ou juros/taxas/encargos abusivos
e, posteriormente, instruir futura açã o revisional de contrato bancá rio, conforme
determina o art. 330, § 2º do CPC];
III – prova de existência: [demonstrar prova da existência dos documentos
solicitados como ex: boleto, extrato da fatura da conta, etc];
Em razã o disso, requer a condenaçã o da Ré, para que exiba: (i)
XXXXXXXXXXXXXXX; (ii) XXXXXXXXXXXXXX; (iii) XXXXXXXXXXXXXXX.
3.2 DO INTERESSE DE AGIR
A requisiçã o administrativa de documentos deve ser pautada nos termos do
Recurso Especial Repetitivo XXXXX/RS, abaixo transcrito:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE
PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA. FORNECIMENTO DE DOCUMENTOS COM DADOS SOCIETÁRIOS. RECUSA.
RECURSO À COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. LEI N. 6.404/1976, ART. 100, § 1o. AUSÊNCIA DO
COMPROVANTE DE RECOLHIMENTO DA "TAXA DE SERVIÇO". RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. LEI N.
11.672/2008. RESOLUÇÃO/STJ N. 8, DE 07.08.2008. APLICAÇÃO. I. Falta ao autor interesse de agir para a
ação em que postula a obtenção de documentos com dados societários, se não logra demonstrar: a)
haver apresentado requerimento formal à ré nesse sentido; b) o pagamento pelo custo do serviço
respectivo, quando a empresa lhe exigir, legitimamente respaldada no art. 100, parágrafo, 1o da Lei
6.404/1976. II Julgamento afetado à 2a. Seção com base no Procedimento da Lei n. 11.672/2008 e
Resolução/STJ n. 8/2008 ( Lei de Recursos Repetitivos). III. Recurso especial não conhecido.
Pois bem, a partir do julgado do STJ extrai-se dois requisitos: requerimento formal
e pagamento pelo custo do serviço, quando a empresa lhe exigir. Estes requisitos
encontram-se preenchidos, caracterizando o interesse de agir.
REQUERIMENTO FORMAL: o requerimento formal é representado pela
notificaçã o extrajudicial encaminhada à Ré, através dos procuradores do Autor,
munidos com poderes especiais para realizar o ato, conforme denota-se dos
documentos anexos.
Neste sentido, presente o requisito do requerimento formal. Entretanto, a
solicitaçã o nã o foi cumprida, e por consequência nã o houve a entrega dos
documentos solicitados.
PAGAMENTO PELO CUSTO DO SERVIÇO: a tese definida no REsp XXXXX/RS é de
que o pagamento deve ser realizado quando a empresa lhe exigir. Portanto, o
pagamento nã o deve ocorrer previamente à solicitaçã o, já que o consumidor
sequer sabe se é necessá rio, quanto e como deve ser pago, mas sim apó s exigência
da instituiçã o financeira.
Atento a isto, o Autor indicou expressamente que se a empresa exigisse tal
pagamento para cumprir a solicitaçã o, isso deveria lhe ser comunicado, conforme
denota-se do recorte de trecho da notificaçã o extrajudicial:
AQUI EU COLO TRECHO DA NOTIFICAÇÃO
Verifica-se que em momento algum, foi exigido o pagamento de taxas
administrativas para realizaçã o do serviço.
Neste caso, como a instituiçã o requerida nã o exigiu pagamento de taxa para
prestar o serviço, nã o há no caso em tela ausência de interesse de agir por falta do
cumprimento deste requisito.
Como já dito, o pagamento deve ser realizado quando a empresa lhe exigir (REsp
XXXXX/RS).
Portanto, diante do que foi demonstrado, no caso concreto nã o fora exigido
pagamento de custas para realizaçã o do serviço. Dessa forma, a ausência de
pagamento nã o pode macular o interesse de agir, visto que nã o foi exigido, estando
em consonâ ncia com o entendimento do STJ (REsp XXXXX/RS).
Diante de todo o exposto, resta claro o interesse de agir do Postulante.
3.3 DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DA INVERSÃO
DO ÔNUS DA PROVA
Como já abordado, existe entre as partes uma clara relaçã o de consumo onde a
parte Autora é consumidora dos serviços fornecido pela Ré, sendo imperiosa a
aplicabilidade das normas constantes do Có digo de Defesa do Consumidor.
O referido Có digo disciplina sobre as relaçõ es consumeristas, em seus artigos 2º e
3º, § 2º, explicitando a imprescindibilidade de incluir o presente caso entre as
relaçõ es tuteladas por este có dex.
A matéria, aliá s, já se encontra pacificada em nível jurisprudencial, conforme se
extrai da Sú mula 297 do STJ, que assim dispõ e: “O Có digo de Defesa do
Consumidor é aplicá vel à s instituiçõ es financeiras”.
Neste sentido, requer-se a aplicaçã o do Có digo de Defesa do Consumidor na
presente demanda.
Uma vez admitida a aplicaçã o do Có digo de Defesa do Consumidor, pugna-se pelo
reconhecimento da inversã o do ô nus probató rio, visando a facilitaçã o da defesa
dos direitos do consumidor, que é parte frá gil e hipossuficiente da relaçã o, nos
termos do art. 6º, inciso VIII do CDC.
Os critérios ensejadores da inversã o probató ria baseiam-se também na noçã o de
vulnerabilidade do consumidor, conforme o teor do art. 4º, I, CDC.
Pois bem, demonstrada a aplicabilidade da relaçã o de consumo no presente caso, e
sendo a parte autora hipossuficiente na relaçã o jurídica, tanto do ponto de vista
técnico quanto econô mico, requer-se a inversã o do ô nus probató rio, nos termos do
art. 6º, inciso VIII do CDC.
4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a. Citaçã o da Ré, para apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos
do art. 398, CPC;
b. O reconhecimento da relaçã o de consumo na presente demanda, com a
consequente inversã o do ô nus da prova, nos termos do art. 6o, inciso VIII do
Có digo de Defesa do Consumidor;
c. A procedência da açã o, condenando a Ré a exibir os seguintes documentos:
xxxxxxxxxxxxxxxxxx
d. A condenaçã o da Ré ao pagamento das custas processuais e honorá rios
advocatícios, para o qual sugere valor nã o inferior a R$ 1.000,00 (mil reais);
Dá -se à causa o valor de R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais), para efeitos
meramente fiscais e de alçada.
Nestes termos, pede deferimento.
Local, Data.
ADVOGADO
OAB/UF 000.000