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AO DOUTO JUÍZO DA 1ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO

ALFA/ UF

Processo nº xxxxxx

ESPÓLIO DE MARIA, representado por JOSÉ, nacionalidade, profissão xxx, estado civil,
inscrito no CPF sob o nº xxx, portador do Registro Civil nº xxx, residente e domiciliado à
rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, UF, CEP xxx, através de seu advogado, com
endereço profissional a rua xxx, bairro xxx, cidade xxx, por meio de procuração em
anexo, com fulcro no Enunciado da Súmula nº 393 do STJ apresentar.

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Em face do ESTADO BETA, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº
xxx, com sede a Rua xxx, nº xxx, bairro xxx, cidade xxx, Beta, CEP xxx, diante dos fatos e
fundamento que se passam a expor.

DO CABIMENTO

Embora o juízo esteja respaldado pela penhora, trata-se de uma questão de ordem
pública. Todos os temas a serem abordados configuram matéria passível de
conhecimento oficial pelo magistrado, dispensando a necessidade de dilação
probatória. Nesse contexto, é viável a execução de pré-executividade, conforme
estabelecido pela Súmula 393 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo art. 803 do
Código de Processo Civil (CPC).

Em sentido discorre o Ministro Luiz Fux

“ É cediço que em processo, o que é desnecessário é proibido. Consequentemente


extraindo-se a razão de ser do dispositivo, juntamente com a interpretação histórica
a que conduz a exposição de motivos, veda-se ao executado a apresentação de peças
informais nos autos da execução para provocação acerca desses temas,
anteriormente enquadráveis na denominada exceção de pré-executividade.
Interpretação diversa é notoriamente contra a mens legis.”
DA TEMPESTIVIDADE

A referida ação não precisa obedecer à limitação de prazo de 30 dias do embargo a


execução fiscal, tendo em vista ser proposto a qualquer tempo, conforme Súmula 393
do STJ.

DOS FATOS

Em agosto de 2021, foi instaurada uma execução fiscal contra Maria, visando
recuperar o Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) em atraso
referente aos anos de 2015 a 2020, totalizando o valor de R$ 15.000, relacionado a um
veículo registrado em seu nome. No entanto, Maria veio a falecer em junho de 2021.
Apesar do óbito, a execução fiscal foi proposta em seu nome, constando seu nome na
Certidão de Dívida Ativa (CDA). Em virtude do falecimento, tornou-se impossível
localizar Maria. As tentativas de citação por Correios, realizadas em setembro de 2021,
foram infrutíferas, resultando na citação por edital em dezembro de 2021.

Em setembro de 2022, José, inventariante do espólio de Maria, tomou ciência da


existência da citação por edital e da penhora do automóvel em setembro de 2022

DA ILEGITIMADA DE PARTE

A parte requerida ingressou com a ação em agosto de 2021, dois meses após o
falecimento de Maria, o que a torna ilegítima no contexto da execução. No entanto, a
execução fiscal baseia-se na Certidão de Dívida Ativa (CDA), a qual não pode ser
substituída em casos de erro material por engano na identificação do sujeito passivo,
conforme a Súmula 392 do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Portanto, isso acarreta a
extinção do processo sem resolução do mérito.

DA PRESCRIÇÃO

A execução foi ajuizada a fim de cobrar o IPVA referente aos anos de 2015 e 2020,
observados o vencimento em 31 de março de cada ano. Logo, com fulcro no art. 174
do CTN, ocorreu a prescrição quinquenal quanto ao IPVA dos anos de 2015 e 2016,
tendo em vista que a data do vencimento do crédito tributário até a data do
ajuizamento da ação contam mais de 5 anos.
DA NULIDADE

Levando em conta que a citação não foi correta, pois a parte requerida é falecida.
Dessa forma, a execução de pré-executividade é nula por não ter encontrado o
executado e o mesmo não foi regularmente citado, n a forma do art. 803, II, do CPC.

Conforme jurisprudência do STJ

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO


EXTRAJUDICIAL. CURADORIA ESPECIAL DO RÉU REVEL PELA DEFENSORIA PÚBLICA.
NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL, EM CUJA REALIZAÇÃO NÃO TERIAM SIDO
OBSERVADAS AS PRESCRIÇÕES LEGAIS. CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO
QUANTO À IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DA NULIDADE, À MÍNGUA DE PROVAS
DO QUANTO ALEGADO. VIOLAÇÃO DO ART. 247 DO CPC/1973. ALEGAÇÃO
DESPROPOSITADA. QUESTÃO JURÍDICA RESIDUAL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. AGRAVO DESPROVIDO.
1. O Tribunal de origem não acolheu nem rejeitou a tese de nulidade processual, não
sendo possível o reconhecimento da ofensa ao art. 247 do Código de Processo Civil
de 1973, uma vez que tal providência não prescindiria da prévia comprovação de que
houve a citação por edital sem a observância das prescrições legais - conclusão que
não pode ser extraída da decisão estadual.
2. Incabível a análise da questão jurídica residual, pois não foi objeto de debate pela
Corte local, ficando obstado o conhecimento do recurso especial nesse ponto pela
ausência de prequestionamento.
Incidência dos enunciados n. 282 e 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp n. 1.200.009/RJ, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira
Turma, julgado em 9/10/2023, DJe de 16/10/2023.)”

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Intimação da Fazenda Estadual de Beta para ciência da execução;


b) Extinção da execução fiscal sem resolução do mérito, em razão da ilegitimidade
passiva da parte;
c) Desconstituição da penhora;
d) Declaração da prescrição pelo juiz referente à cobrança do IPVA dos anos 2015
e 2016;
e) Condenação em honorários sucumbências.

DAS PROVAS

Requer o exame de provas documentais anexas aos autos, bem como a oitiva de
testemunhas.
Dar- se a causa o valor de R$:xxx

Nesses termos,

Pede-se o deferimento.

Beta, data.
Adv/ OAB

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