Você está na página 1de 38

3

494
:26 16
MEMORIAL

:22 C
14 82 H
-
02 158

habeas corpus n.º 164.493/PR


3/2 35.
1-
9/0 .7

Paciente: Luiz Inácio Lula da Silva


: 0 367
Em por:
sso
pre
Im

1
Relator: Ministro EDSON FACHIN
Órgão Julgador: Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal
Impetrantes: CRISTIANO ZANIN MARTINS e Outros
Paciente: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

3
49
MEMORIAIS QUE OS IMPETRANTES OFERECEM AO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO DA COLENDA 2ª.

4
:26 16
TURMA JULGADORA

:22 C
14 82 H
I. SÍNTESE DO PROCESSADO:
-
A presente ordem de habeas corpus foi impetrada em 05.11.2018 contra a r.
02 158
decisão do C. Superior Tribunal de Justiça, em razão da patente suspeição
3/2 35.

do então Juiz Federal SÉRGIO MORO, à época titular da 13ª. Vara Federal da
1-

Seção Judiciária do Paraná — e, nessa função, responsável pela instrução,


9/0 .7

processamento e julgamento da Ação Penal n.º 5046512-


: 0 367

94.2016.4.04.7000/PR, e também pela instrução de ações penais conexas.


Em por:

O julgamento deste writ, então, foi iniciado em 04.12.2018, oportunidade


em que se deliberou, por maioria, que a matéria não fosse afetada ao
Plenário, sendo a sessão encerrada com pedido de vista do e. Min. GILMAR
sso

MENDES.
pre

Aos 13.06.2019, os Impetrantes registraram nestes autos as então recentes


Im

publicações veiculadas pelo Portal The Intercept, cujo conteúdo público e


notório (CPC, art. 374, I7, c.c. art. 3º do CPP) – com autenticidade já
atestada por perícia1 -, sufragaram a conjuntura e as minúcias das
circunstâncias históricas em que ocorreram os fatos comprovados nestes
autos e sublinhados durante a sustentação oral realizada pelo primeiro

1
Perícia atesta integridade de mensagens hackeadas de procuradores. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2020-dez-29/pericia-atesta-integridade-mensagens-hackeadas-vaza-jato.
Acesso em: 08.01.2021.

2
subscritor em 04.12.2018 — tudo a demonstrar situações incompatíveis com
a exigência de exercício isento da função jurisdicional e que denotam o
completo rompimento da imparcialidade objetiva e subjetiva.

Por fim, aos 25.06.2019 essa Colenda 2ª. Turma apreciou o pedido de

3
49
liminar formulado pelos Impetrantes, o qual foi denegado por 3 votos contra
2, sendo assentado, no mais, pelo então e. Min. CELSO DE MELO, ao votar

4
:26 16
pelo indeferimento da cautelar, que sua posição no juízo perfunctório de
forma alguma significaria eventual adiantamento quanto à compreensão que

:22 C
adotaria no exame exauriente, deixando estampado, por outro lado, a

14 82 H
relevância da tese jurídica veiculada neste writ.
-
02 158
II. DO CABIMENTO:
3/2 35.
1-

Sendo o ato coator proveniente do STJ, compete originariamente a esta


9/0 .7

Excelsa Corte o processamento e julgamento do writ (Art.102, I, ‘i’ da CF).


: 0 367

In casu, verificar-se-á que o cenário desenhado nos autos vai ao encontro do


que preceitua os artigos 647 e 648, inciso VI, do CPP. A detida análise da
Em por:

jurisprudência desta Corte aponta como caso paradigma para a discussão


aqui apresentada o habeas corpus n.º 95.518/PR2, o qual tratou da
suspeição do mesmo magistrado (decorrente de outro processo). O habeas
sso

corpus em referência foi conhecido por esta Excelsa Corte3. Conforme o


pre

precedente ofertado, o exame da suspeição do magistrado é passível de


análise pela via do writ quando a prova estiver pré-constituída, ou seja,
Im

quando o caso prescindir de dilação probatória. Esta mesma compreensão


foi adotada em outros julgados deste Tribunal Supremo acerca do

2
HC 95.518/PR, Relator Min. EROS GRAU. Redator do Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Segunda
Turma, julgado em 28/05/2013, publicado em 19/03/2014.
3
Em relação ao cabimento do writ, consignou-se: “Suspeição de Magistrado. Conhecimento. A
alegação de suspeição ou impedimento de magistrado pode ser examinada em sede de habeas
corpus quando independente de dilação probatória. É possível verificar se o conjunto de decisões
tomadas revela atuação parcial do magistrado neste habeas corpus, sem necessidade de produção de
provas, o que inviabilizaria o writ”.

3
reconhecimento de suspeição de magistrado4. Ainda, foram conhecidos e
deferidos por esta Excelsa Corte diversos habeas corpus que abordavam
situação de impedimento5, sendo digno de especial destaque o AgRg no
RHC 144.651 julgado recentemente, no bojo do qual se reconheceu a
quebra da imparcialidade do mesmo magistrado aqui arguido por seus

3
49
métodos judicantes pouco ortodoxos.

4
:26 16
III. FATOS QUE COMPROVAM A QUEBRA DO DEVER DE

:22 C
IMPARCIALIDADE (OBJETIVA E SUBJETIVA):

14 82 H
a) Da ilegal condução coercitiva do Paciente: Em 04.03.2016, a
-
autoridade judicial ordenou a condução coercitiva do Paciente para depor,
02 158
sem que tivesse havido qualquer tentativa prévia de intimação para tal ato,
como exige6 o artigo 260, do CPP (Doc. 04). O Magistrado fundamentou a
3/2 35.
1-

necessidade da imposição da medida investigativa em razão de “possíveis


9/0 .7

tumultos” com “confronto entre manifestantes políticos favoráveis” e


: 0 367

“desfavoráveis ao ex-Presidente”. Embora se saiba que o instrumento da


condução coercitiva para interrogatório tenha sido utilizado em diversas
Em por:

outras ocasiões, integrando o modus operandi da Operação Lava Jato –


posteriormente reconhecida inconstitucional -, a sua específica utilização
sso

4
Cf. RHC 127256 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
23/02/2016; RHC 119892, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
pre

25/08/2015; HC 103236, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em


14/06/2010 HC 77622, Relator(a): Min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em 17/11/1998;
Im

HC 93721, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 09/09/2008; HC


86918, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 21/11/2006; HC 74476,
Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK, Segunda Turma, julgado em 01/10/1996; HC 71929,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 22/11/1994; HC 63627,
Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Primeira Turma, julgado em 20/05/1986.
5
Cf. HC 102965, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CELSO DE
MELLO, Segunda Turma, julgado em 30/11/2010; HC 94641, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 11/11/2008; HC
86963, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 12/12/2006.
6
Rememore-se que, em julgamento ocorrido em 14.06.2018, no bojo das ADPFs 395 e 444, o Plenário
desta Egrégia Suprema Corte sedimentou que a condução coercitiva para interrogatório viola a liberdade
de locomoção e a presunção de inocência, configurando medida incompatível com a Constituição
Federal de 1988.

4
contra o ex-Presidente LULA possui contornos que individualizam o
acontecimento. Diante da massiva divulgação e exploração do ato pela
mídia e pela população, a vulneração à sua presunção de inocência se deu
de modo muito mais grave. As circunstâncias do caso, como a notoriedade
do investigado e o contexto político da época, tornavam as consequências

3
49
deste ato judicial óbvias. O resultado desfavorável ao Paciente, a toda
evidência, foi perseguido pelo magistrado.

4
:26 16
b) Da quebra do sigilo telefônico do Paciente, familiares e até de

:22 C
advogados: O Juiz também determinou a interceptação dos terminais

14 82 H
telefônicos utilizados pelo Paciente, por seus familiares e colaboradores
(Doc. 05) e com seus advogados (Doc. 25). A interceptação também
-
incidiu sobre o ramal-tronco de um dos escritórios de advocacia
02 158
responsável pela defesa do Paciente. O Juízo presumiu que o número
telefônico em questão pertenceria a uma empresa do Paciente (LILS
3/2 35.
1-

Palestras), mesmo tendo sido alertado pela companhia telefônica, em duas


9/0 .7

oportunidades, que o referido número era relacionado à banca de advogados


: 0 367

(Doc. 26). À época não se sabia que além de interceptar os advogados do


Paciente, o Estado também havia elaborado um verdadeiro “mapa da
Em por:

defesa” do Paciente. A partir da oitiva das conversas gravadas, os agentes


envolvidos na investigação elaboraram organogramas com a indicação das
medidas judiciais que estavam sendo pensadas pela Defesa do ex-Presidente
sso

para impugnar os atos ilegais e arbitrários a ele dirigidos (Doc. 27).


pre

c) Violação do sigilo das interceptações e divulgação ilegal dos áudios: O


Im

Magistrado ainda tornou público os áudios e as transcrições de


interceptações telefônicas quando não mais detinha competência para atuar
no caso (Doc. 06). A ação judicial abrangeu até mesmo conversa telefônica
entre o Paciente e a então Presidente DILMA ROUSSEFF, gravada contra
expressa ordem judicial, pois o próprio magistrado havia proferido despacho
determinando o encerramento das interceptações antes da referida

5
comunicação7 – ilegalidade esta, indefensável até mesmo entre os parceiros
de acusação8. A liberação ilegal das gravações na tarde daquela quarta-feira
de 16 de março de 2016, tudo leva a crer, foi projetada para criar clamor
público e exercer uma forte pressão política com o fito de reverter a
nomeação do Paciente como Ministro de Estado9. E não foi outra a reação:

3
49
a divulgação das transcrições convulsionou o país, provocou protestos
contra o governo, que exigiam que o Paciente fosse preso. O magistrado

4
:26 16
buscou influenciar, por meio de decisões judiciais, os rumos políticos do
país.

:22 C
14 82 H
d) Um arremate - análise do contexto: Era março de 2016. O Brasil vivia
um profundo cisma político que opunha, em linhas gerais, aqueles que eram
-
favoráveis ao impeachment da Presidente da República e os que lhe eram
02 158
contrários. As principais figuras públicas hostilizadas pelos apoiadores do
impedimento eram a ex-Presidente DILMA e o Paciente. Com a combustão
3/2 35.
1-

gerada pela condução coercitiva do ex-Presidente LULA, ocorrida no quarto


9/0 .7

dia daquele mês, os que se mostravam favoráveis ao impeachment


: 0 367

convocaram manifestações de dimensão nacional para o dia 13. Para o writ,


importa destacar a postura do Juiz SÉRGIO FERNANDO MORO após as
Em por:

manifestações. Ao invés de agir com discrição, mantendo-se silente, como é


de se esperar de um membro da magistratura, o julgador em questão emitiu
nota pública, parabenizando os manifestantes, dizendo estar “tocado pelo
sso

apoio às investigações da assim denominada Operação Lava Jato” (Doc.


pre

11).
Im

7
Leia diálogos da Lava jato sobre escutas telefônicas do ex-presidente Lula: Em 2016, Polícia
Federal gravou 22 ligações do petista após ordem para interromper escuta. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/leia-dialogos-da-lava-jato-sobre-escutas-telefonicas-do-
ex-presidente-lula.shtml . Acesso em: 08.01.2021.
8
“Sobre os levantamentos de sigilos, Delta, acho que estamos fracos de bons argumentos”.
Disponível em: https://twitter.com/rafaelmmartins/status/1219458533424541696. Acesso em:
08.01.2021.
9
Moro contrariou padrão da Lava Jato ao divulgar grampo de Lula, indicam mensagens.
Disponível: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/11/moro-contrariou-padrao-da-lava-jato-ao-
divulgar-grampo-de-lula-indicam-mensagens.shtml. Acesso em: 08.01.2021.

6
e) A condenação coordenada e imposta pelo Juiz SÉRGIO MORO ao
Paciente: A sentença relativa à ação penal n.º 5046512-94.2016.4.04.7000
foi proferida em 12.07.2017 pelo Juiz SÉRGIO MORO10-11-12. O Paciente foi
injustamente condenado à pena de reclusão de 9 anos e 6 meses pelo

3
49
suposto cometimento dos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. A parcialidade do magistrado afigurou-se presente mais uma vez,

4
:26 16
produzindo sentença que, coordenando a acusação13, ignorou as provas de
inocência14 e argumentos apresentados pela Defesa do Paciente, acolhendo

:22 C
integral e acriticamente a versão apresentada por corréu aspirante a

14 82 H
colaborador, o Sr. LÉO PINHEIRO15-16 (Doc. 07).
-
f) A atuação do Juiz SÉRGIO MORO para impedir ordem de soltura do
02 158
Paciente: Em 08.07.2018 o Desembargador Federal ROGÉRIO FAVRETO,
investido de jurisdição, concedeu ordem de habeas corpus para o fim de
3/2 35.
1-

restabelecer a liberdade plena do Paciente (Doc. 30). Certa ou não, a


9/0 .7
: 0 367

10
Moro admite que tratou Lula como adversário num ringue de boxe. Disponível em:
https://www.brasil247.com/poder/moro-admite-que-tratou-lula-como-adversario-num-ringue-de-boxe .
Acesso em: 08.01.2021.
Em por:

11
‘DEFESA JÁ FEZ O SHOWZINHO DELA’ – Sergio Moro, enquanto julgava Lula, sugeriu à
Lava Jato emitir uma nota oficial contra a defesa. Eles acataram e pautaram a imprensa.
Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/14/sergio-moro-enquanto-julgava-lula-sugeriu-a-lava-
jato-emitir-uma-nota-oficial-contra-a-defesa-eles-acataram-e-pautaram-a-imprensa/. Acesso em:
sso

08.01.2021.
12
‘NÃO É MUITO TEMPO SEM OPERAÇÃO?’ – Exclusivo: chats privados revelam
colaboração proibida de Sergio Moro com Deltan Dallagnol na Lava Jato. Disponível em:
pre

https://theintercept.com/2019/06/09/chat-moro-deltan-telegram-lava-jato/. Acesso em: 08.01.2021.


13
Novos diálogos revelam que Moro orientava ilegalmente ações da Lava Jato. Disponível em:
Im

https://veja.abril.com.br/politica/dialogos-veja-capa-intercept-moro-dallagnol/. Acesso em: 08.01.2021.


14
‘ATÉ AGORA TENHO RECEIO’ – Exclusivo: Deltan Dallgnol duvidava das provas contra
Lula e de propina da Petrobras horas antes da denúncia do tríplex. Disponível em:
https://theintercept.com/2019/06/09/dallagnol-duvidas-triplex-lula-telegram-petrobras/. Acesso em:
08.01.2021.
15
Lava Jato desconfiou de empreiteiro pivô da prisão de Lula, indicam mensagens. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/lava-jato-desconfiou-de-empreiteiro-pivo-da-prisao-de-
lula-indicam-mensagens.shtml. Acesso em: 08.01.2021.
16
Conf.: “O foco era o Lula, mas os empresários, também, e outros políticos, ou diretores da
Petrobras que eles mantinham presos até a pessoa falar. Exemplo: o Léo Pinheiro. Eles falavam: ‘Se
ele enviar, fizer a delação e não falar do Lula, não será aceita’. Tinha conversa assim”. Disponível
em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/12/20/exclusivo-lava-jato-queria-prender-gilmar-
mendes-e-toffoli-diz-hacker-a-cnn . Acesso em: 08.01.2021.

7
decisão deveria ter sido cumprida, a menos que fosse reconsiderada ou
reformada através dos meios de impugnação previstos em lei. No entanto, o
Juiz SÉRGIO MORO, (i) mesmo não tendo jurisdição (uma vez que a
execução penal do Paciente está sendo conduzida pela 12ª. Vara Federal
Criminal de Curitiba) e (ii) durante o gozo de férias, atuou decididamente

3
49
para obstar o cumprimento da decisão proferida pelo órgão
hierarquicamente superior (Doc. 09). A imprensa registrou os esforços do

4
:26 16
Magistrado para impedir a qualquer custo a soltura do Paciente. Ele chegou
ao ponto extremo de telefonar para o Diretor-Geral da Polícia Federal,

:22 C
ROGÉRIO GALLORO, com o intuito de “argumentar contra o cumprimento da

14 82 H
decisão de Favreto”, agindo como promotor de interesses contrários ao
Paciente.
-
02 158
g) Fatos mais recentes — também públicos e notórios — a demonstrar
um projeto contra o Paciente: Logo após a divulgação do resultado das
3/2 35.
1-

eleições presidenciais, o Juiz SÉRGIO MORO emitiu nota pública com


9/0 .7

congratulações ao Presidente eleito — que, por seu turno, manifestou o


: 0 367

desejo de que LULA deve “apodrecer na cadeia” e seus aliados têm a opção
de “deixar o país ou cadeia”. Em 01.11.2018, após encontro pessoal com o
Em por:

Presidente eleito, o juiz anunciou oficialmente que aceitou o convite para


assumir o “Ministério da Justiça ampliado” do governo do opositor político
do Paciente. No entanto, segundo revelado pela imprensa, o Juiz SÉRGIO
sso

MORO manteve contato com a cúpula da campanha do Presidente eleito


durante o processo eleitoral17. Os seguintes fatos sucederam nesse período:
pre

(i) Primeiro, o interrogatório do ex-Presidente relativo à Ação Penal n.º


Im

5021365-32.2017.4.04.7000/PR foi adiado – alegando-se que se queria


“evitar a exploração eleitoral” (Doc. 33); e (ii) na última semana antes do
primeiro turno das eleições, o Juiz, de ofício, levantou o sigilo de parte da
delação premiada de ANTONIO PALOCCI FILHO, cuja narrativa – interessada,
eis se tratar de delator – busca incriminar o Paciente (Doc. 10).

17
Moro foi convidado para ministério ainda na campanha, diz Mourão. Disponível em:
https://www.valor.com.br/politica/5963153/morofoiconvidadoparaministerioaindanacampanhadizmou
rao. Acesso em: 08.01.2021.

8
É de todo oportuno registrar que, no que tange ao incidente do
levantamento do sigilo da delação de ANTONIO PALOCCI mencionado
alhures – já reconhecidas pelas Autoridades Policiais como inventadas18
-, na histórica sessão realizada no dia 04.08.2020, no palco desta 2ª.

3
49
Turma do Supremo Tribunal Federal, reconheceu-se textualmente que
o ex-magistrado agiu de forma calculada para causar um fato político e

4
:26 16
despido de imparcialidade. Nesse sentido, ponderou o e. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI nos autos do habeas corpus nº. 163.943: “Com essas e

:22 C
outras atitudes que haverão de ser verticalmente analisadas no âmbito do

14 82 H
HC 164.493/PR, o referido magistrado - para além de influenciar, de forma
direta e relevante, o resultado da disputa eleitoral, conforme asseveram
-
inúmeros analistas políticos, desvelando um comportamento, no mínimo,
02 158
heterodoxo no julgamento dos processos criminais instaurados contra o ex-
Presidente Lula -, violou o sistema acusatório, bem como as garantias
3/2 35.
1-

constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF). (...)


9/0 .7

Assim, a determinação da juntada dos termos de colaboração de Antônio


: 0 367

Palocci Filho, nos moldes acima mencionados, consubstancia, quando


menos, inequívoca quebra da imparcialidade”. Na mesma assentada, de
Em por:

forma cirúrgica, também destacou o e. Min. GILMAR MENDES: “Verifica-se


que o acordo foi juntado aos autos da ação penal cerca de três meses após
a decisão judicial que o homologara. Essa demora parece ter sido
sso

cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato


pre

político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições


presidenciais de 2018”.
Im

18
PF conclui que delação de Palocci não tem provas sobre Lula e BTG - Delegado diz que as
acusações citadas por Palocci foram desmentidas por todas as testemunhas e colaboradores.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/pf-conclui-que-delacao-de-palocci-nao-tem-provas-
sobre-lula-btg-1-24591136. Acesso em: 08.01.2021.

9
Um olhar sobre os detalhes do processo eleitoral e seus desdobramentos
permite confirmar (ou, ao menos, desconfiar seriamente19-20), que a atuação
do Juiz em relação a LULA sempre foi parcial e teve por objetivo interditar
o ex-Presidente na política — viabilizando ou potencializando as chances de

3
49
um terceiro sagrar-se vencedor nas eleições presidenciais. Aliás, não se
olvide que o ex-magistrado em discussão ocupou relevantíssimo cargo no

4
:26 16
governo do candidato eleito após contato com seus aliados no curso do
processo eleitoral21-22, a ponto de até mesmo negociar uma vaga neste

:22 C
Pretório Excelso23-24.

14 82 H
-
IV. FATOS PÚBLICOS E NOTÓRIOS QUE SUFRAGAM OS
02 158
FUNDAMENTOS DESTA IMPETRAÇÃO:
3/2 35.
1-

Aos 28.12.2020, nos autos da Reclamação n.º 43.007/PR, o e. Min.


9/0 .7

RICARDO LEWANDOWSKI autorizou o compartilhamento de relevantes


: 0 367

elementos de prova que estavam sob custódia do Estado, ora apreendidas no


âmbito da Operação Spoofing (Inquérito n.º 002/2019-
Em por:

19
Moro achava fraca delação de Palocci que divulgou às vésperas de eleição, sugerem mensagens.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/07/moro-achava-fraca-delacao-de-palocci-
que-divulgou-as-vesperas-de-eleicao-sugerem-mensagens.shtml. Acesso em: 08.01.2021.
sso

20
‘MORO VIOLA SEMPRE O SISTEMA ACUSATÓRIO’ – Chats da Lava Jato revelam que
procuradores reclamavam de violações éticas de Moro e temiam que operação perdesse toda
credibilidade com sua ida ao governo Bolsonaro. Disponível em:
pre

https://theintercept.com/2019/06/29/chats-violacoes-moro-credibilidade-bolsonaro/. Acesso em:


08.01.2021.
Im

21
Moro foi convidado para ministério ainda na campanha, diz Mourão. Disponível em:
https://www.valor.com.br/politica/5963153/morofoiconvidadoparaministerioaindanacampanhadizmou
rao. Acesso em: 08.01.2021.
22
Próxima vaga do STF é de Sérgio Moro, o “compromisso” público de Bolsonaro – Presidente
disse ter feito promessa a seu ministro da Justiça. Vaga deve surgir em 2020, com aposentadoria
de Celso de Mello. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/12/politica/1557677235_562717.html . Acesso em: 08.01.2021.
23
Bolsonaro diz que Moro queria indicação ao STF antes de saída de Valeixo. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/04/24/bolsonaro-diz-que-moro-queria-
exoneracao-de-valeixo-apos-indicacao-ao-stf.htm. Acesso em: 08.01.2021.
24
Bolsonaro diz que Moro pediu indicação ao STF. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2020/04/24/presidente-diz-que-moro-pediu-indicacao-ao-stf.
Acesso em: 08.01.2021.

10
7/DICINT/GGI/DIP/PF), as quais se referem a mensagens informais
trocadas entre os membros da extinta Força-Tarefa da Lava Jato e destes
com o ex-juiz inquisidor SÉRGIO FERNANDO MORO.

É de bom alvitre consignar que o citado compartilhamento foi confirmado

3
49
monocraticamente aos 22.01.2021 e, posteriormente, de forma colegiada aos
09.02.2021, no palco desta 2ª. Turma Julgadora, pelo placar indiscutível de

4
:26 16
4 x 1.

:22 C
Com efeito, no que interessa a presente impetração, como é público e

14 82 H
notório25-26, os acontecimentos desnudados naqueles autos têm relevado
uma completa cruzada judicial travada contra o Paciente, sob a supervisão e
-
anuência do ex-juiz excepto e em escancarada ausência da equidistância que
02 158
deveria haver entre juiz e partes - inclusive atuando como consultor e
revisor do órgão acusador27 (vide parte dos diálogos colacionados anexo).
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:
sso

25
CPC. Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I – notórios;
pre

26
Lewandowski suspende sigilo de 50 páginas de conversas de Moro com procuradores e dá
acesso aos documentos. Disponível em:
Im

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2021/02/lewandowski-levanta-sigilo-e-novas-
conversas-de-moro-com-procuradores-podem-vir-a-publico.shtml. Acesso em: 24.02.2021.
27
Delação de Palocci: procuradores viram tentativa de Moro influenciar as eleições. Disponível
em: https://www.conjur.com.br/2021-fev-04/procuradores-viram-tentativa-moro-influenciar-eleicoes;
Novas conversas divulgadas evidenciam conluio entre procuradores e Sérgio Moro. Disponível em:
https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2021/02/conversas-moro-dallagnol-relacao-suspeita/; Em
diálogo, Moro repreende Dallagnol após MPF recorrer de decisão. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2021-fev-01/dialogo-moro-briga-dallagnol-mpf-recorrer-decisao; Curitiba
tentou coagir Rosa Weber com imprensa e Sérgio Moro. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2021-fev-08/curitiba-tentou-coagir-rosa-weber-imprensa-sergio-moro;
Moro queria delação de Palocci “pela mesma razão” da de Leo Pinheiro. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2021-fev-09/moro-delacao-palocci-mesma-razao-leo-pinheiro. Acesso em:
24.02.2021.

11
V. DO DIREITO: SUBSUNÇÃO DOS FATOS AO ARTIGO 254,
INCISOS I E IV, DO CPP, E AO ART. 145, INCISOS II E IV DO
CPC, C/C ART. 3º DO CPP:

3
49
Conforme prescreve o artigo 254, inciso I, do CPP, o juiz deve se dar por
suspeito, podendo ser recusado pelas partes, caso seja inimigo capital de

4
:26 16
qualquer delas. Ademais, o novo CPC (2015), atento à função
desempenhada pelos institutos do impedimento e da suspeição, editou rol

:22 C
contemplando hipóteses não previstas no CPP (1941). Entre elas está o

14 82 H
artigo 145, inciso IV, que dispõe haver suspeição quando o juiz for
“interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes” –
-
hipótese em tudo semelhante ao do presente caso28.
02 158

Ainda, plenamente possível constatar a suspeição do Juiz a partir do exame


3/2 35.
1-

objetivo de sua imparcialidade, por meio da teoria da aparência geral de


9/0 .7

imparcialidade. Por esta via, necessário demonstrar a existência de


: 0 367

fundadas razões para duvidar da imparcialidade do magistrado, que não


foram afastadas no curso do processo. Nesta perspectiva, não se discute se o
Em por:

juiz, em seu íntimo, possui ou não interesse pessoal no deslinde do feito,


mas tão somente se aparenta, a partir de critérios objetivamente aferidos, ter
perdido a necessária isenção. A partir daí, passa-se a questionar se o
sso

julgador ofereceu garantias suficientes à sociedade de que o acusado está


pre

sendo julgado de forma imparcial e, portanto, justa. Nessa perspectiva,


diante de tudo quanto sumarizado, pode-se afirmar, sem nenhuma
Im

sombra de dúvidas, que o caso vertente não detém no campo da dúvida,


situando-se, em verdade, na quadra da certeza insofismável.

28
Em precedente de lavra do e. Min. NAVARRO DANTAS do STJ (RHC 57.488/RS), realizou-se uma
interpretação sistêmica da norma, concluindo-se que se existe “cláusula geral de suspeição” no âmbito
processual civil (CPC, art. 145, IV), no qual não se tutela a liberdade, é imperativo que a referida
abrangência seja estendida à seara processual penal, por meio de aplicação subsidiária do
dispositivo do CPC, combinado com o art. 3º do CPP (RHC 57.488/RS, Rel. Ministro Ribeiro Dantas,
Quinta Turma, julgado em 07/06/2016).

12
Jurisprudência: O STF, no HC 95.518, em que se pediu o reconhecimento
da suspeição do mesmo Juiz SÉRGIO MORO, em razão do monitoramento de
advogados dentre outros motivos, definiu que a suspeição decorre da
demonstração de interesse pessoal do magistrado ou de sua inimizade com a

3
49
parte, embora, por maioria, não se tenha vislumbrado tais hipóteses no caso
concreto. O e. Min. CELSO DE MELLO divergiu, consignando que: “a

4
:26 16
situação exposta nos autos compromete, segundo penso, o direito de
qualquer acusado ao ‘fair trial’, vale dizer, a um julgamento justo efetuado

:22 C
perante órgão do Poder Judiciário que observe, em sua conduta, relação de

14 82 H
equidistância em face dos sujeitos processuais, pois a ideia de
imparcialidade compõe a noção mesma inerente à garantia constitucional
do ‘due process of law’”.
-
02 158

No HC 95.009, embora não estivesse em discussão a suspeição do


3/2 35.
1-

magistrado, o tema foi tratado de forma colateral ao longo do julgamento29.


9/0 .7
: 0 367

Em oportunidade anterior, no HC 63.627, reconhecendo a suspeição de


membro do Ministério Público e de integrante da magistratura, o e. Min.
Em por:

SYDNEY SANCHES os afastou, concedendo a ordem, argumentando o


seguinte: “Não porque se lhes presuma a parcialidade. Mas porque já não
se pode ter certeza de neutralidade”30, no que se aproxima da
sso

imparcialidade objetiva31.
pre

29
Ali frisou o e. Min. CEZAR PELUSO: “A magistratura não pode – transformando-se em parte, seja esta
Im

autoridade policial, seja esta membro do Ministério Público, que são funções tão dignas quanto a da
magistratura, mas diferentes – perder aquilo que a doutrina chama de imparcialidade objetiva, quando
não a própria imparcialidade subjetiva” (Voto do Ministro CEZAR PELUSO no HC 95009/SP, Rel.
Min. EROS GRAU, Plenário, j. em 06/11/2008, publicado em 19/12/2008. No mesmo sentido o Voto
do e. Min. CEZAR PELUSO no HC 94641, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/
Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 11/11/2008).
30
HC 63627, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Primeira Turma, julgado em 20/05/1986.
31
A propósito, o STJ já reconheceu a suspeição de magistrado em diversas ocasiões. Destacam-se os
precedentes do HC 311.043 – a existência de processos judiciais e administrativos em que magistrado e
parte se encontram em polos antagônicos conduz à suspeição do julgador pela existência de relação de
inimizade capital com a parte – o HC 172.819 – atuação extra-autos para promover posições contrárias
ao jurisdicionado, como manutenção de sua prisão, é causa de suspeição, por revelar interesse do juiz –
e o REsp 1528102 – ocasião em que reconheceu-se expressamente o dever de imparcialidade objetiva.

13
No mesmo sentido, observa-se que o olhar objetivo sobre o fenômeno da
imparcialidade é adotado uniformemente pelas Cortes Internacionais de
Direitos Humanos, sendo que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos a
utiliza desde 1982. Trata-se do precedente Piersack v. Belgium. Outros

3
49
precedentes, exemplificativamente: no Tribunal Europeu de Direitos
Humanos, Cubber v. Belgium; Hauschildt v. Dernmark; Saraiva de

4
:26 16
Carvalho v. Portugal, na Corte Interamericana de Direitos Humanos,
Usón Ramírez vs. Venezuela; Apitz Barbera y Otros vs. Venezuela; Herrera

:22 C
Ulloa vs. Costa Rica e no Comitê de Direitos Humanos da ONU32,

14 82 H
Communication No. 1122/2002, Lagunas Castedo v. Spain.
-
O Caso Concreto: Ante o temor justificado de que o ex-Presidente LULA
02 158
não foi submetido a um julgamento justo, o Julgador ofereceu garantias à
sociedade de que esta opinião não prospera? A resposta é negativa. Com a
3/2 35.
1-

devida vênia pela repetição, ante o referido temor, o Julgador, para citar
9/0 .7

alguns dos fatos mais notórios: (i) decretou condução coercitiva sem prévia
: 0 367

intimação, no início da investigação e com fundamentação esdrúxula –


prática já declarada inconstitucional (ADPF’s 395 e 444); (ii) interceptou
Em por:

comunicações do investigado com seus advogados, alegando, com absoluta


desfaçatez, tratar-se de equívoco em razão do excesso de trabalho; (iii)
conferiu publicidade a conversa gravada entre dois ex-Presidentes (um deles
sso

estava no exercício do cargo), em manifesta usurpação de competência do


pre

STF, às vésperas da assunção do Paciente como Ministro de Estado, quando


não detinha competência ou permissão legal para tanto; (iv) abandonou suas
Im

férias, em plena manhã de domingo, para despachar quando não havia sido
convidado, tão somente para impedir a soltura do Paciente; (v) levantou

32
No plano internacional, o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas possui
entendimento de que a imparcialidade deve ser analisada sob dois critérios: um subjetivo e outro
objetivo. O “General Comment No. 32. Article 14: Right to equality before courts and tribunals and to
a fair trial” 32, em seu parágrafo 21, define que: “A exigência de imparcialidade possui dois aspectos.
Primeiramente, juízes não devem permitir que seu julgamento seja influenciado por inclinações pessoais
ou preconceitos, nem abrigar preconcepções a respeito do caso específico, nem agir de modo a
promover indevidamente os interesses de uma parte em detrimento da outra. Em segundo lugar, o
tribunal também deve parecer imparcial para um observador razoável.” (tradução livre).

14
parcialmente o sigilo de delação premiada que prejudicava o Paciente às
vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais – ilegalidade esta já
reconhecida por esta Suprema Corte (HC 163.943); (vi) aceitou servir como
Ministro de Estado do principal opositor político do Paciente; tudo isso sem
esquecer de que (vii) conferiu apoio público à manifestação realizada contra

3
49
a agremiação partidária do Paciente, ainda em 2016.

4
:26 16
O Juiz, em vez de dissipar fundadas suspeitas, colaborou ativamente com a
consolidação da fama que ostenta, retroalimentando uma percepção razoável

:22 C
da sociedade de que ele se comporta como inimigo/opositor do ex-

14 82 H
Presidente LULA33.
-
À luz da situação fática delineada e da pesquisa jurisprudencial citada,
02 158
observa-se a busca dos impetrantes pelo reconhecimento de padrões
internacionais de imparcialidade do julgador, com sua consequente
3/2 35.
1-

aplicação ao caso em apreço.


9/0 .7
: 0 367

VI. DA EXTESÃO AOS PROCESSOS CONEXOS


Em por:

Ademais, como bem se extrai da prova pré-constituída carreada aos autos


deste writ, o juiz inquisidor de SÉRGIO FERNANDO MORO fez dos processos
sso

movidos contra o Paciente, indistintamente, palco de promoção de toda


pre

sorte de ilegalidade (vide a linha do tempo anexa).


Im

Destarte, para efeito do reconhecimento da suspeição em tela, tem-se que


esta não se dá em um processo apenas, mas está essencialmente
consubstanciada na relação do juiz excepto com o réu Paciente. A questão

33
Moro não foi imparcial em julgamento de Lula, dizem 97% de professores de direito em
pesquisa. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2020/08/moro-nao-
foi-imparcial-em-julgamento-de-lula-dizem-97-dos-professores-de-direito-em-pesquisa.shtml. Acesso
em: 24.02.2021.

15
de fundo da parcialidade, com efeito, não é em qual processo esta ocorreu,
mas com qual réu, no caso: o ex-presidente LULA34.

Para além da mácula ao famigerado Caso “Tríplex no Guarujá” (Ação Penal


n.º 5046512-94.2016.4.04.7000/PR), há também patente contaminação no

3
49
célebre Caso “Sítio de Atibaia” (Ação Penal n.º 5021365-
32.2017.4.04.7000/PR), bem como no Caso “Instituto Lula” (Ação Penal n.º

4
:26 16
5063130-17.2016.4.04.7000/PR), porque atos processuais importantes
foram proferidos pelo ex-juiz inquisidor de SÉRGIO FERNANDO MORO.

:22 C
14 82 H
Dessa forma, a falta de “demonstração de imparcialidade” do magistrado
contamina todos os atos por ele tomados, irrestritamente – frise-se, pouco
-
importando em qual processo – sendo apenas de rigor observar a ocasião em
02 158
que surgiu a suspeição – para defini-la como marco inicial das nulidades –,
nos termos da jurisprudência pacífica, o que na espécie se encetou desde a
3/2 35.
1-

fase investigativa embrionária.


9/0 .7
: 0 367

VII. DOS PEDIDOS


Em por:

Diante de todo o exposto, demonstrada a irremediável perda da


imparcialidade do ex-Juiz Federal SÉRGIO FERNANDO MORO para
sso

processar e julgar LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, com quem o magistrado


pre

estabeleceu relação de inimizade capital, além de demonstrar a existência de


interesses exoprocessuais na condução do processo e na prolação de
Im

decisões contra o Paciente, requer-se:

(i) o conhecimento e a concessão da ordem de Habeas


Corpus para reconhecer a suspeição – com fundamento no

34
“Em regra, as causas de suspeição são circunstâncias subjetivas relacionadas a fatos externos ao
processo capazes de prejudicar a imparcialidade do magistrado. Por isso, são rotuladas como causas
de incapacidade subjetiva do juiz. Grosso modo, o juiz é suspeito quando se interessa por qualquer das
partes” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 8 ed. Salvador, Ed.
JusPodivm, 2020, p. 1318).

16
artigo 254, inciso I, do CPP, ou, alternativamente, no artigo
145, inciso IV do CPC c/c art. 3º do CPP – do ex-Juiz Federal
SÉRGIO FERNANDO MORO para processar e julgar LUIZ
INÁCIO LULA DA SILVA; e, por conseguinte, a decretação da
nulidade de todos os atos processuais relativos à ação penal n.º

3
49
5046512-94.2016.4.04.7000/PR, com fundamento no art. 564,
I, do Código de Processo Penal;

4
:26 16
(ii) Na hipótese da ordem de Habeas Corpus não ser

:22 C
conhecida, requer-se a análise do pedido formulado na

14 82 H
impetração para sua concessão ex officio, na forma do art. 654,
§2º do CPP, em vista da flagrante coação ilegal;
-
02 158
Ao final, a extensão dos efeitos desta decisão a todas as
(iii)
ações penais propostas em face de LUIZ INÁCIO LULA DA
3/2 35.
1-

SILVA que estiveram sob a condução do ex-Juiz Federal


9/0 .7

SÉRGIO FERNANDO MORO (Autos n.ºs 5063130-


: 0 367

17.2016.4.04.7000/PR e 5021365-32.2017.4.04.7000/PR),
decretando-se, por conseguinte, a nulidade de todos eles.
Em por:

Termos em que,
Pede deferimento.
sso

De São Paulo (SP) para Brasília (RS), 09 de março de 2021.


pre
Im

CRISTIANO ZANIN MARTINS VALESKA T. ZANIN MARTINS


OAB/SP 172.730 OAB/SP 153.720

MARIA DE LOURDES LOPES ELIAKIN TATSUO Y. P. DOS SANTOS


OAB/SP 77.513 OAB/SP 386.266

17
PALCO DAS ILEGALIDADES
CAUTELARES
9 3
(v.g. busca e apreensão interceptação
4 4
1 6
telefônica e condução coercitiva
HC 26
- 82 22:
5 8 4:
. 1 -1
3 5 1
CASO 7 .7 02 CASO
"SÍTIO DE ATIBAIA" 3 6 3/2 "INSTITUTO LULA"
r : /0
po : 09
s o m
e s E
p r
Im
CASO "TRIPLEX"
LINHA DO TEMPO - UM OLHAR
RETROSPECTIVO DA SUSPEIÇÃO DO EX-
JUIZ SÉRGIO FERNANDO MORO.

93
44
11.2015 - Termo inicial das investigações

:26 16
contra o Paciente (casos Triplex, Sítio de
Atibaia, Instituto Lula e Palestras).
:22 C
14 82 H
22.02.2016 - Início da interceptação
telefônica do ramal-tronco do escritório
de advocacia da defesa do Paciente.
-
02 158

26.02.2016 - Primeiro aviso da empresa de


3/2 35.

telefonia sobre a interceptação telefônica


1-

do escritório de advocacia da defesa do


Paciente.
9/0 .7
: 0 367

04.03.2016 - Condução coercitiva do


Paciente.
Em por:

11.03.2016 - Segundo aviso da empresa de


telefonia sobre a interceptação telefônica
so

do escritório de advocacia da defesa do


s

Paciente.
pre

13.03.2016 - O ex-juiz Sérgio Moro emite


Im

nota pública à imprensa, por ocasião da


realização de manifestações políticas em
todo o país.
16.03.2016 - Manhã: Lula é anunciado
oficialmente como Ministro de Estado
Chefe da Casa Civil da Presidência da
República.

16.03.2016 - Término da interceptação

93
telefônica do ramal-tronco do escritório
de advocacia da defesa do Paciente

44
16.03.2016 - Tarde: Levantamento do

:26 16
sigilo das interceptações telefônicas do
Paciente com seus familiares, advogados,
:22 C
a ex-Presidente da República e terceiros.
14 82 H

07.2016 - Formalização de comunicado


perante o Comitê de Direitos Humanos da
-
02 158

ONU.
3/2 35.
1-

14.09.2016 - Denúncia do caso “Triplex “.


9/0 .7
: 0 367

14.12.2016 - Denúncia do caso “Instituto


Em por:

Lula”.
so

27.01.2017 - Impetração do habeas corpus


s

de suspeição no TRF4.
pre
Im

22.05.2017 - Denúncia do caso “Sítio de


Atibaia”.
09.05.2017 - Impetração do habeas corpus
de suspeição no STJ.

12.07.2017 - Sentença condenatória no

93
caso “Triplex”.

44
:26 16
24.01.2018 - Acórdão condenatório no
caso “Triplex”.

:22 C
14 82 H

07.04.2018 - Prisão do Paciente.


-
02 158
3/2 35.
1-

22.05.2018 - Primeira liminar do Comitê


de Direitos Humanos da ONU.
9/0 .7
: 0 367

08.07.2018 - Atuação do ex-Juiz Sérgio


Moro, durante o gozo de férias e sobre
processo estranho à sua jurisdição, para
Em por:

impedir o cumprimento da ordem de


habeas corpus concedida pelo e. Des.
Federal Rogério Favreto.
so

15.08.2018 - O ex-juiz Sérgio Moro profere


s

decisão nos autos do caso “Sítio de


pre

Atibaia” redesignando os interrogatórios


dos acusados, a fim de “evitar a
Im

exploração eleitoral”.

17.08.2018 - Segunda liminar do Comitê


de Direitos Humanos da ONU.
11.09.2018 - Lula tinha a liderança
absoluta em todas as pesquisas de
opinião para as eleições presidenciais.

01.10.2018 - O ex-juiz Sérgio Moro, de


ofício, determina o levantamento do sigilo

93
de parte da delação premiada do Antônio
Palocci Filho, nos autos do caso “Instituto

44
Lula”.

:26 16
07.10.2018 - 1º turno das eleições
Presidenciais. :22 C
14 82 H
28.10.2018 - 2º turno das eleições
Presidenciais.
-
02 158

29.10.2018 - O ex-juiz Sérgio Moro emite


3/2 35.
1-

nota pública com “congratulações” ao


Presidente eleito.
9/0 .7
: 0 367

29.10.2018 - O Presidente eleito convida o


ex-juiz Sérgio Moro para assumir o cargo
Em por:

de Ministro da Justiça.
so

01.11.2018 - Após encontro pessoal com o


Presidente eleito, o ex-juiz Sérgio Moro
s

anuncia oficialmente que aceitou o cargo


pre

de Ministro da Justiça.
Im

01.11.2018 - Impetração do presente


habeas corpus de suspeição no STF.
EXCEÇÕES DE SUSPEIÇÃO

IPL 5032506-

93
82.2016.404.7000
5032521-

44
51.2016.404.7000
5032531-

:26 16
95.2016.404.7000

Ação penal do :22 C


Triplex - 5051592-
14 82 H
39.2016.404.7000
-
02 158
3/2 35.

habeas corpus nº 5002709-75.2017.404.7000-


1-

suspeição perante o TRF-4


9/0 .7
: 0 367
Em por:

habeas corpus nº 398.570/PR- suspeição perante o


so

STJ
s
pre
Im

habeas corpus nº 164.493 -suspeição perante o STF


HISTÓRICO DO EX-JUIZ EXCEPTO
3
4 9
4
16
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
Sessão de julgamento
e s E Voto do Min. Ricardo Lewandowski Voto do Min. Gilmar Mendes
Habeas Corpus n.º 95.518/PR pr Recurso Ordinário em Habeas Corpus n.º 144.615/PR
Im
PRECEDENTE INDICANDO A QUEBRA
3
DA
9
44 PACIENTE
IMPARCIALIDADE EM RELAÇÃO AO
16
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s Lewandowski
Voto do Min. Ricardo E Voto do Min. Gilmar Mendes
r
p Agravo Regimento no Habeas Corpus n.º 163.943/PR
I m
O INIMIGO 3
4 9
6 4
1
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s E
p r No ringue com o Paciente
Im
MENOSPREZO A DEFESA TÉCNICA DO3 PACIENTE
4 9
4
16
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s E
p r
Im
ATIVIDADE JUDICANTE INTERESSADA
3
4 9
4
16
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s E
p r
Im
FATOS PÚBLICOS E NOTÓRIOS: O JUIZ
COORDENADOR

93
44
:26 16
:22 C
14 82 H
28.11.2015

Diálogo entre o ex-juiz inquisidor Sérgio Fernando


-

Moro e o procurador da República Deltan


02 158

Dallagnol, mostrando, a toda evidência, quem de


fato coordenava as investigações desde a sua
fase embrionária.
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

15.02.2016
so

Chat integrado por membros da auto apelidada


s

“Força-Tarefa da Lava Jato”, no qual o procurador da


pre

República Júlio Noronha informa que - quase um ano


antes do protocolo da peça acusatória – as cautelares
Im

envolvendo o Caso “Sítio de Atibaia” vinham sendo


trabalhadas sob a ingerência do ex-juiz inquisidor
Sérgio Fernando Moro, inclusive mediante a
antecipação de minutas “para já permitir o
conhecimento da fundamentação dos pedidos”.
93
05.03.2016

44
Diálogo entre o procurador da República Deltan
Dallagnol e um interlocutor designado por “Carol

:26 16
PGR”, travado um dia após a condução coercitiva
do Paciente, em que se articula uma nota pública
para amenizar a ilegalidade do ato, a fim de – nas
:22 C
palavras do procurador – não deixar “um amigo
14 82 H
apanhar sozinho”.
-
02 158
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

22.03.2016

Diálogo entre os procuradores da República Deltan


Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, no bojo
so

do qual o primeiro revela que conversou com o ex-juiz


inquisidor Sérgio Fernando Moro sobre o cronograma
s

de apresentação das denúncias em face do Paciente.


pre

Para além do cronograma estabelecido pelo ex-juiz -


como um autêntico coordenador que orienta seus
subordinados -, constata-se, ainda, que as denúncias
Im

posteriormente apresentadas eram tratadas


inicialmente de forma única e indistinta – (vide o
organograma “Palco das ilegalidades”), o que apenas
reforça a necessidade de extensão da ordem aos
feitos conexos.
93
44
23.02.2016

:26 16
Diálogo entre o procurador da República Deltan
Dallagnol e o ex-juiz inquisidor Sérgio Fernando Moro,

:22 C
em que o primeiro, com aproximadamente 7 meses de
antecedência, antecipa ao seu coordenador os
14 82 H
fundamentos da denúncia do Caso “Triplex” que viria a
ser apresentada, a fim de confirmar se estava a
contento do ex-magistrado.
-
02 158
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

22.09.2016

Chat integrado por membros da auto apelidada


“Força-Tarefa da Lava Jato”, no qual o
so

procurador da República Deltan Dallagnol, para


além de fazer referência a constrangedora
s

“possibilidade e conveniência de incluir Lula” (?)


pre

no famigerado Caso “Quadrilhão” – muleta que


sustenta a forjada competência de Curitiba e no
qual o Paciente foi absolvido duas vezes (!!!) -,
Im

revela-se, ademais, que era o ex-juiz inquisidor


Sérgio Fernando Moro que aprovava e
estabelecia – extra autos – os atos e
cronogramas de persecução.
93
44
23.02.2016

:26 16
Diálogo entre o procurador da República Deltan

:22 C
Dallagnol e o ex-juiz inquisidor Sérgio Fernando Moro,
em que o primeiro, com aproximadamente 7 meses de
14 82 H
antecedência, antecipa ao seu coordenador os
fundamentos da denúncia do Caso “Triplex” que viria a
ser apresentada, a fim de confirmar se estava a contento
do ex-magistrado.
-
02 158
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

22.09.2016

Chat integrado por membros da auto apelidada


so

“Força-Tarefa da Lava Jato”, no qual o procurador da


República Deltan Dallagnol, para além de fazer
s

referência a constrangedora “possibilidade e


pre

conveniência de incluir Lula” (?) no famigerado Caso


“Quadrilhão” – muleta que sustenta a forjada
competência de Curitiba e no qual o Paciente foi
Im

absolvido duas vezes (!!!) -, revela-se, ademais, que


era o ex-juiz inquisidor Sérgio Fernando Moro que
aprovava e estabelecia – extra autos – os atos e
cronogramas de persecução.
93
44
:26 16
13.03.2017
:22 C
14 82 H
Diálogo entre os procuradores da República Deltan
Dallaganol e Carlos Fernando dos Santos Lima, em que
se discute o feedback passado pelo coordenador, o ex-
juiz inquisidor Sérgio Fernando Moro, sobre o
desempenho da procuradora da República Laura Tessler
-
02 158

durante as inquirições no Caso “Triplex”.


3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

11.05.2017
so

Chat integrado por membros da auto apelidada


s

“Força-Tarefa da Lava Jato”, em que se fala,


pre

abertamente, sobre as extravagantes revisões de


peças do Ministério Público Federal pelo ex-juiz
inquisidor Sérgio Fernando Moro - as quais ele mesmo
Im

iria julgar -, em completo arrepio a necessária


equidistância das partes e sem um fiapo de
imparcialidade na atividade judicante.
93
21.07.2017

44
Diálogo entre os procuradores da República Deltan

:26 16
Dallagnol e Júlio Noronha, no qual se constata que
sanha inquisitória do ex-juiz Sérgio Fernando Moro,
inclusive, consistia na cobrança de medidas sobre
:22 C
processos que não estavam mais afeitos ao seu
escrutínio.
14 82 H
-
02 158
3/2 35.
1-

23.11.2017
9/0 .7
: 0 367

Diálogo entre os procuradores da República Jerusa


Viecili e Januário Paludo revelando mais pedidos
extra autos ex-juiz inquisidor Sérgio Fernando Moro,
como um autêntico coordenador com poder de
Em por:

ingerência na rotina de seus subordinados.


sso

18.01.2018
pre

Chat integrado por membros da auto apelidada


“Força-Tarefa da Lava Jato”, em que o
Im

procurador da República Deltan Dallagnol


compartilha uma curiosa atuação jurisdicional
interessada do ex-juiz inquisidor Sérgio
Fernando Moro, escolhendo a dedo os feitos
que pretendia processar e julgar.
93
03.05.2018

44
Diálogo entre os membros da auto

:26 16
apelidada “Força-Tarefa da Lava Jato”,
evidenciado o desejo externado pelo ex-juiz
inquisidor Sérgio Fernando Moro quanto a
:22 C
celebração de um acordo com Antônio
14 82 H
Palocci, bem como as razões por de trás.
Em outras palavras: obter um delator para
chamar de seu e repetir a receita levada à
efeito com Léo Pinheiro para sustentar
-

acusações infundadas.
02 158
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

04.07.2018

Em novo diálogo entre os procuradores


so

da auto apelidada “Força-Tarefa da Lava


Jato”, reporta-se as orientações
s
pre

passadas pelo coordenador, o ex-juiz


inquisidor Sérgio Fernando Moro,
quanto a realização de atos de
Im

persecução, inclusive minudenciando


verdadeiras estratégias, próprias de
uma parte interessada.
93
44
:26 16
:22 C
14 82 H
-
02 158
3/2 35.
1-
9/0 .7
: 0 367
Em por:

30.08.2018

Diálogo entre os membros da auto apelidada “Força-


so

Tarefa da Lava Jato”, desnudando que o ex-juiz


coordenador - para além de (i) externar, sem nenhum
s

constrangimento, a predileção por uma das partes; (ii)


pre

orientar; (iii) discutir estratégia; (iv) estabelecer


cronogramas de atos de percussão; (v) passar feedback
de performance; (vi) receber com antecedência os
Im

pedidos para revisão; (vii) e cobrar desempenho -


também exigia informações sobre o andamento dos atos
necessários para os seus desideratos pré-concebidos.
9 3
4 4
1 6
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s E
p r
Im
9 3
4 4
1 6
HC 26
8 2 2:
8 - :2
. 15 - 14
3 5 1
. 7 02
6 7 /2
r : 3 /03
po : 09
s o m
e s E
p r
Im

Você também pode gostar