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Pareceres
Advocacia Pública
Equipe Pedagógica
Coordenação: Prof. Mauro Moreira (Procurador Federal, aprovado na
Magistratura)
PEÇAS PRÁTICAS E PARECER
1) Petição Inicial;
2) Inicial em Reintegração de Posse;
3) Contestação;
4) Apelação;
5) Contrarrazões à Apelação;
6) Recurso Especial;
7) Recurso Extraordinário;
8) Agravo de Instrumento;
9) Parecer;
10) Ação Rescisória;
11) Informação em Mandado de Segurança;
12) Suspensão de Segurança;;
13) Recurso Ordinário;
14) Recurso de Revista;
15) Ação de desapropriação;
Introdução
3. DA LEGITIMIDADE ATIVA
Segundo o art. 2º, I, da Lei 9.882/99, as partes que possuem legitimidade ativa
para propor a arguição de descumprimento de preceito fundamental são as mesmas
legitimadas no rol do art. 103 da CF/88. Assim, o inciso V do referido dispositivo atribui
ao Governador de Estado ou do Distrito Federal a competência para a propositura da ação.
Vale registrar que pela literalidade desse dispositivo supracitado, os
procuradores da Advocacia Pública não estão enquadrados no rol. Esse entendimento foi
proferido pelo STF no julgamento de uma ADI no sentido de que a Procuradoria não
possui legitimidade ativa para propor ADI. Assim, a presente peça inicial deve ser
assinada tanto pelo Governador quanto pelo Procurador que prestam subsídios jurídicos
ao chefe do Executivo.
4. DO MÉRITO
Os dispositivos lesionados, art. 7º, IV e art. 37, X, ambos da CF/88, preceituam,
respectivamente, que é vedada a vinculação do salário mínimo como parâmetro para
qualquer fim; e que a remuneração dos servidores somente poderá ser fixada ou alterada
mediante lei específica. Desta forma, é evidente que o caso em análise não observa esses
parâmetros constitucionais por irem em sentido contrário aos artigos citados.
Assim, qualquer vantagem aos servidores deve ser proveniente de Lei específica
que fixe ou altere seus vencimentos ou remunerações. A Constituição é clara, em seu art.
37, X, quanto a este aspecto formal para o reajuste dos salários de servidores públicos.
Ademais, é clarividente a proibição de vinculação do salário mínimo para qualquer fim
com base no art. 7º, IV.
Diante disso, o STF formulou entendimento pacificado, objeto da Súmula
Vinculante nº 4, nos seguintes termos:
Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem
de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.
Note-se que a própria Súmula prevê a hipótese de exceção, consoante a própria
constituição prevê em seu art. 201, § 2º. Contudo, esta exceção não se enquadra no caso
em análise, pois que trata de benefícios previdenciários, sendo devida a declaração de não
recepção constitucional do Decreto .../1987, bem como de seu art. 10 quanto ao reajuste
automático com base no salário mínimo vigente.
Além disso, no julgamento da ADPF 33, de relatoria do Min. Gilmar Mendes, o
Tribunal Pleno proferiu a seguinte ementa:
1. Argüição de descumprimento de preceito fundamental
ajuizada com o objetivo de impugnar o art. 34 do Regulamento
de Pessoal do Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social
do Pará (IDESP), sob o fundamento de ofensa ao princípio
federativo, no que diz respeito à autonomia dos Estados e
Municípios (art. 60, §4º, CF/88) e à vedação constitucional de
vinculação do salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV,
CF/88). 2. Existência de ADI contra a Lei nº 9.882/99 não
constitui óbice à continuidade do julgamento de argüição de
descumprimento de preceito fundamental ajuizada perante o
Supremo Tribunal Federal. 3. Admissão de amicus curiae
mesmo após terem sido prestadas as informações 4. Norma
impugnada que trata da remuneração do pessoal de autarquia
estadual, vinculando o quadro de salários ao salário mínimo. 5.
Cabimento da argüição de descumprimento de preceito
fundamental (sob o prisma do art. 3º, V, da Lei nº 9.882/99) em
virtude da existência de inúmeras decisões do Tribunal de Justiça
do Pará em sentido manifestamente oposto à jurisprudência
pacificada desta Corte quanto à vinculação de salários a múltiplos
do salário mínimo. 6. Cabimento de argüição de
descumprimento de preceito fundamental para solver
controvérsia sobre legitimidade de lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, inclusive anterior à
Constituição (norma pré-constitucional). 7. Requisito de
admissibilidade implícito relativo à relevância do interesse
público presente no caso. 8. Governador de Estado detém
aptidão processual plena para propor ação direta (ADIMC
127/AL, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 04.12.92), bem como
argüição de descumprimento de preceito fundamental,
constituindo-se verdadeira hipótese excepcional de jus
postulandi. 9. ADPF configura modalidade de integração
entre os modelos de perfil difuso e concentrado no Supremo
Tribunal Federal. 10. Revogação da lei ou ato normativo não
impede o exame da matéria em sede de ADPF, porque o que
se postula nessa ação é a declaração de ilegitimidade ou de
não-recepção da norma pela ordem constitucional
superveniente. 11. Eventual cogitação sobre a
inconstitucionalidade da norma impugnada em face da
Constituição anterior, sob cujo império ela foi editada, não
constitui óbice ao conhecimento da argüição de descumprimento
de preceito fundamental, uma vez que nessa ação o que se
persegue é a verificação da compatibilidade.
6. DOS PEDIDOS
Por toda a matéria exposta, requer:
a) Seja deferida a concessão de medida cautelar, declarando-se suspensos todos
os processos e os efeitos das decisões de casos correlatos;
b) Seja declarado não recepcionado o Decreto .../1987, ou caso assim não se
entenda, somente o art. 10 deste.
c) Seja determinada a oitiva do Ministério Público, nos termos do art. 7º, da Lei
9.882/1999.
d) Para a prova do alegado, anexa-se a cópia dos dispositivos alvo de
impugnação, com base no art. 3º, III, da Lei 9.882/1999.
Atribui-se à presente causa o valor de R$ 1.000,00 para fins de alçada.
Nesses termos,
Brasília/DF, data ...
Governador do DF
Procurador-Geral do DF