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Recurso Ordinário / Agravo de Petição e Instrumento

RECURSO ORDINÁRIO

Cabimento:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:


I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito)
dias; e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos
de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos.

Mais conhecido é o R.O. para impugnação de sentença em dissídio individual.

1ª Hipótese: (inciso I)

Regra Geral - Cabe R.O. das Decisões DEFINITIVAS art. 487 do CPC (com resolução de
mérito) e TERMINATIVAS art. 485 do CPC (sem resolução de mérito).
Atenção: - Reforma Trabalhista – Indicação X Liquidação de Pedidos na RT.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I - indeferir a petição inicial;

Súmula nº 263 do TST


PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro
requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a
irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve
ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).

Caso Prático:

Ata Audiência
Inquirido pelo Juízo, o reclamante disse que o paradigma Vanderlei Moraes
recebia salário superior em aproximadamente R$600,00 por mês.
Inicialmente, é nítido que o reclamante indicou valores aleatórios aos pedidos de
pagamento de adicional de periculosidade e de diferenças salariais por
equiparação com Vanderlei Moraes, eis que os valores indicados na petição
inicial não correspondem ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito
econômico perseguido pelo autor, considerando o período imprescrito de
aproximadamente 57 meses e o salário último de R$4.164,73.
Tenho, assim, que o reclamante não cumpriu com o disposto no §1º do artigo 840
da CLT, de modo que ficam os pedidos supramencionados extintos sem resolução
do mérito.
Protestos do reclamante, que poderão ser fundamentados no prazo de 5 dias.
Sentença
INÉPCIA DA INICIAL
Rejeito. A inicial preenche os requisitos do art. 840, §1º, da CLT, razão pela qual
não há inépcia. O reclamante apresentou os fatos essenciais da causa de pedir e
delimitou o pedido, de modo a ter assegurado o regular exercício do direito de
defesa. Ademais, conforme decisão já proferida em audiência, os pedidos que
não estão de acordo com a nova redação do art. 840, §1º, da CLT, alterado pela
Lei 13.467/2017, já foram extintos sem julgamento de mérito (id. e7d8715).
Acórdão
Extinção dos Pedidos
Em audiência, ao julgar extintos, sem resolução do mérito, os pedidos de pagamento do adicional de
periculosidade e das diferenças salariais por equiparação, assim justificou sua decisão o MM. Juízo "a quo":
"(...) Inquirido pelo Juízo, o reclamante disse que o paradigma Vanderlei Moraes recebia salário superior em
aproximadamente R$600,00 por mês.
Inicialmente, é nítido que o reclamante indicou valores aleatórios aos pedidos de pagamento de adicional de
periculosidade e de diferenças salariais por equiparação com Vanderlei Moraes, eis que os valores indicados
na petição inicial não correspondem ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico
perseguido pelo autor, considerando o período imprescrito de aproximadamente 57 meses e o salário último
de R$4.164,73.
Tenho, assim, que o reclamante não cumpriu com o disposto no §1º do artigo 840 da CLT, de modo que ficam
os pedidos supramencionados extintos sem resolução do mérito.
Protestos do reclamante, que poderão ser fundamentados no prazo de 5 dias(...)" - ID. e7d8715 - Pág. 1.
Todavia, a r. sentença merece ser reformada, no particular.
É certo ser vigente em nosso ordenamento jurídico pátrio o artigo 321 do CPC,
segundo o qual o Magistrado, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos legais, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar
o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Trata-se, pois, da consagração dos deveres judiciais de prevenção e
esclarecimento, pautado no chamado modelo comparticipativo/cooperativo de
processo, com ênfase no denominado policentrismo processual, no qual o poder é
dividido entre todos os atores processuais, de modo a permitir que todos
participem da construção do provimento jurisdicional.
Sobre o dever de prevenção, Fredie Didier leciona: "Tem o magistrado, ainda, o
dever de apontar as deficiências das postulações das partes, para que possam ser
supridas. Trata-se do chamado dever de prevenção. O dever de prevenção está
concretizado no dever de convite ao aperfeiçoamento pelas partes dos seus
articulados ou das conclusões das suas alegações de recurso. [...] São quatro as
áreas de aplicação do dever de prevenção: explicitação de pedidos pouco claros, o
caráter lacunar da exposição dos fatos relevantes, a necessidade de adequar o
pedido formulado à situação concreta e a sugestão de uma certa atuação da
parte" (DIDIER, Fredie. Fundamentos do princípio da cooperação no direito
processual civil português. Coimbra: Coimbra Editora, 2010).
Esse regramento, aliás, é aplicável ao Processo do Trabalho, conforme
entendimento consolidado na Súmula 263, a qual é adotada como razão de
decidir, "in verbis":
PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova
redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22,
25 e 26.04.2016.
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito
legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15
(quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou
completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
Logo, a decisão de Origem se mostra contrária à intenção legislativa de conferir
concretude aos princípios da cooperação e da primazia da decisão de mérito
(CPC, arts. 4º e 6º), de modo que, doravante, após vigência do Novo CPC de
2015, em todo e qualquer caso em que falte algum dos requisitos da inicial,
elencados no art. 840, §1º, da CLT - inclusive a liquidação dos pedidos, quando
exigível -, o Juiz do Trabalho, inicialmente, deve conceder prazo para que o
autor corrija o defeito.
Logo, não é possível a extinção do processo sem a adoção prévia dessa
providência, o que impõe a necessária nulidade da decisão de Origem.
Dou provimento ao recurso do reclamante para anular a r. sentença, afastando a
inépcia da petição inicial pronunciada pela Origem, e, para se evitar a supressão
de instância, o que é vedado pelo ordenamento jurídico pátrio, determino o
retorno dos autos à MM. Vara de Origem para que prossiga com o julgamento
das temáticas relacionadas ao adicional de periculosidade e às diferenças salariais
por equiparação, prosseguindo-se, após, o feito como se entender de direito, com
julgamento a final de todas as matérias controvertidas.
PROCESSO TRT/SP Nº 1001219-32.2018.5.02.0030
2ª Hipótese: (inciso II)

R.O. do TRT para o TST:

O R.O. se presta a impugnar acórdãos proferidos pelos TRT’s nos processos de sua
competência originária, nas hipóteses:

 nos Dissídios Individuais (M.S., Ação Rescisória etc.), como

 nos Dissídios Coletivos e nas ações anulatórias de cláusulas de acordos e


convenções coletivas de trabalho.

Regimento Interno do TST:

Do Recurso Ordinário

Art. 224. Cabe recurso ordinário para o Tribunal (TST) das decisões definitivas
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em processos de sua competência
originária, no prazo legal, contado da publicação do acórdão ou de sua conclusão
no órgão oficial.

Art. 225. É cabível recurso ordinário em:


I - ação anulatória;
II - ação cautelar; (Tutela Provisória de Natureza Cautelar art. 305 CPC)
III - ação declaratória;
IV - agravo regimental;
V - ação rescisória;
VI - dissídio coletivo;
VII - habeas corpus;
VIII - habeas data; e
IX - mandado de segurança.

NÃO CABERÁ R.O.

CAUSAS DE ALÇADA

Lei 5.584/1970, ao tratar do procedimento de alçada, aplicável quando o valor da causa é


inferior a dois salários mínimos, estabelece que, salvo se versar sobre matéria
constitucional, nenhum recurso é cabível das sentenças proferidas nos dissídios da
alçada, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da
ação (art. 2º, § 4º).

Art. 2º, Lei 5.584/70 = RITO SUMÁRIO


§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2
(duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo
dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria
de fato.
§ 4º Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das
sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior,
considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da
ação. (Com a redação dada pela Lei nº 7.402, de 05 de novembro de 1985.)

E as Decisões Interlocutórias, desafiam R.O.?

Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE


Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão:
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante
o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Caberá R.O. de decisão interlocutória que declara a incompetência em razão local e


remete os autos para TRT distinto daquele que tramita a RT.

E decisão que acolhe Exceção de Incompetência em Razão do Local que remete os autos
para outro Juízo do mesmo TRT! Não caberá R.O.

Situação contrária é:

Jurisprudência:

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. EMPRESA


QUE RECRUTA TRABALHADORES PARA PRESTAREM SERVIÇOS EM LOCALIDADE
DIVERSA DA DE SUA SEDE. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO NO LOCAL DA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. APLICAÇÃO DO ART. 651, § 3º DA CLT. Se o
empregador recruta e seleciona empregados para trabalharem em unidades da
federação distintas do local de sua sede, há que se permitir ao trabalhador eleger o
foro do local da prestação de serviços, nos termos do art. 651, § 3º da CLT, pois a
ratio legis é permitir ao hipossuficiente exercer o seu direito de ação,
constitucionalmente garantido (Constituição, art. 5º, inc. XXXV ).
TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00107972420145010541 RJ (TRT-1)

Art. 651, § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de


atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao
empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou
no da prestação dos respectivos serviços.

Peculiaridade. Súmula 42 do TRT da 18ª Região (Goiás):

SÚMULA Nº 42. “COMPETÊNCIA TERRITORIAL. ART. 651 DA CLT. FLEXIBILIZAÇÃO.


Excepcionalmente, admite-se a flexibilização das regras de competência territorial
fixadas no art. 651 da CLT, a fim de permitir o ajuizamento de reclamação
trabalhista no foro do domicílio do empregado, desde que não seja prejudicado o
acesso do réu/empregador a uma ordem jurídica justa e efetiva.” (RA nº 014/2016
– DEJT 22.02.2016).

EFEITOS DO RECURSO ORDINÁRIO


1º Efeito – DEVOLUTIVO. Previsão.

Devolve os capítulos impugnados no R.O. para REEXAME DE PROVA! (última chance)

Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.

Significa que o R.O. devolverá a matéria impugnada, em suas razões, para o Tribunal ad
quem, por consequência, permite a execução provisória do julgado referente a estas
matérias e, as demais, que não foram objeto de recurso, poderão ser executados de
forma definitiva.

Efeito Devolutivo em PROFUNDIDADE:

Súmula nº 393 do TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM


PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC DE
1973. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º
do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal
a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela
sentença (e não pedidos!), ainda que não renovados em contrarrazões, desde que
relativos ao capítulo impugnado.
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário,
deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do
CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um
dos pedidos.

Art. 3º da IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO


TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de
Processo Civil que regulam os seguintes temas:
XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do recurso ordinário - força maior);

Art. 1.013 do CPC - A apelação (R.O.) devolverá ao tribunal o conhecimento


da matéria impugnada. (tese apresentada no R.O.)

IMPORTÂNCIA DE MUITO BEM FUNDAMENTAR A RT!

Horizontal ou Extensão: Limitado ao pedido apresentado no R.O.

Ex.: inicial 2 (dois) pedidos improcedentes e, no R.O. a RCDA recorre apenas de 1 (um)
pedido.

Jurisprudência:

ADMISSIBILIDADE RECURSAL. INEXISTÊNCIA DE ATAQUE AOS FUNDAMENTOS DA


SENTENÇA. O efeito devolutivo dos recursos, comum a todos eles, adia a formação
da coisa julgada e propicia o exame do mérito do recurso, sendo considerado sob
duas perspectivas: a de sua extensão (plano horizontal) e profundidade (plano
vertical). A extensão (plano horizontal) do recurso é determinada pelo pedido do
recorrente, que decide qual será a abrangência da matéria a ser impugnada e o
âmbito de devolutividade do recurso interposto ao Tribunal. Além da pretensão
recursal, deve o recorrente apresentar as suas razões, ou seja, os fundamentos de
sua irresignação, relacionados à profundidade cognitiva do recurso, sob pena de o
recurso não ser conhecido por irregularidade formal.
(TRT-23 - RO: 1412200802223004 MT 01412.2008.022.23.00-4)

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas (...por inteiro), desde que relativas ao capítulo impugnado.
(tese apresentada no R.O.)

Vertical ou Profundidade: Cuida-se das questões suscitas e discutidas, porém, não


solucionadas na VT e que são objeto do R.O.

Jurisprudência: (do pedido recusal, capítulo impugnado, decorre o Efeito Devolutivo em


Profundidade).

FGTS. DISPENSA DE EMPREGADO SEM JUSTA CAUSA. LIBERAÇÃO DOS DEPÓSITOS


DO FGTS. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE DO RECURSO (ART. 515, § 1º
DO CPC) A sentença declarou expressamente que a dispensa do empregado se deu
sem justa causa, mas quedou-se silente no que se refere ao pedido expresso da
inicial no que tange à liberação dos depósitos do FGTS relativos ao vínculo (tópico 'j'
- condenação citra petita). Sendo assim, considerando o efeito devolutivo em
profundidade do recurso ordinário, deve-se, no presente caso, determinar a
liberação dos depósitos do FGTS relativos a todo período contratual. No entanto, a
causa de pedir recursal é no sentido de ampliar a condenação para que haja o
depósito do FGTS de todo o período contratual. Face ao exposto, em face da parcial
incongruência da tese recursal, o recurso merece ser apenas parcialmente provido.
TRT-23 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 1011201110623009 MT

§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento (mais de


uma tese) e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao
tribunal o conhecimento dos demais. (teses subsidiárias)

Empregada sustenta na RT:

(a-) Doença Ocupacional Nexo Direto e


(b-) Doença Ocupacional Nexo Indireto (concausa).

Se a sentença julgar procedente o pedido com base apenas no fundamento (a), o


tribunal, ao examinar o R.O. interposto, não ficará adstrito ao primeiro fundamento,
podendo negar provimento ao apelo, isto é, manter a sentença pelo fundamento (b) que
não foi apreciado pelo juízo a quo, ou então, acolher a tese do R.O.

Jurisprudência:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONSTATAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE VÍCIO NO


ACÓRDÃO. DEVOLUTIVIDADE QUE SE EXTRAI DO TEXTO DO ART. 515 § 2.º DO
CPC. MATÉRIA SUSCITADA EM CONTRARRAÇÕES. PROVIMENTO PARCIAL DOS
EMBARGOS. Havendo constatação de que não houve apreciação, no acórdão, de
um dos fundamentos do pedido inicial, rejeitado pela sentença e reiterado em
contrarrazões, impõe-se o provimento dos embargos para que seja sanada referida
omissão, uma vez que o efeito devolutivo restitui ao órgão ad quem o
conhecimento dos demais fundamentos do pedido inicial formulado.
(TRT 17ª R. 00399.2012.002.17.000).

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal


deve decidir desde logo o mérito quando: (teoria da causa madura)
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

Art. 489, § 1º do CPC -Não se considera fundamentada qualquer


decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto
e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões
que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas
fáticas que fundamentam a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação
de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da
boa-fé.

Jurisprudência:

NULIDADE. JULGAMENTO EXTRA PETITA E NEGATIVA DE PRESTAÇÃO


JURISDICIONAL. NULIDADE.
Há violação ao princípio da congruência ou princípio da correspondência da
sentença ao pedido, pela correlação que deve guardar o julgamento com o pleito
inicial, quando, ao decidir a demanda posta, o juiz proferir sentença além do
pedido, aquém do pedido ou de natureza diversa da pretensão inicial, casos estes
que incorrem em sentença ultra petita, citra petita ou extra petita, pela violação
ao disposto nos arts.141, 489, IV, e 492, todos do novo CPC ("Art. 141 - "O Juiz
decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer
de questões, não suscitadas a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte." "Art.
489 - São elementos essenciais da sentença: (...) IV - não enfrentar todos os
argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador" Art. 492 - "É vedado ao Juiz proferir sentença, a favor do
autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade
superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.") Configurada a hipótese
de sentença extra petita, impõe-se a decretação de nulidade do decisum
proferido, porquanto a entrega da prestação jurisdicional não se concretizou por
inteiro, devendo haver observância do direito ao contraditório e a ampla defesa
da parte adversa quando da apreciação da totalidade da pretensão inicial
formulada.
Esta Instância revisional não se presta a ficar remendando as omissões do
julgado de piso, ainda mais quando este deixa de conferir a prestação
jurisdicional sobre pedido claro, sob fundamento que não se coaduna com o
conteúdo dos autos.
Assim, impõe-se a declaração de nulidade da sentença recorrida, devendo baixar
os autos à origem para que haja a completa prestação jurisdicional, julgando-se o
mérito do pleito formulado e prosseguindo-se regularmente.
PROCESSO nº 1000532-42.2016.5.02.0057

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a


prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais
questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

Especificamente prescrição e decadência.

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO TOTAL DO DIREITO DE AÇÃO. AFASTAMENTO. MATÉRIA DE DIREITO.


PRINCÍPIO DA CAUSA MADURA. POSSIBILIDADE DE PROSPECÇÃO DO MÉRITO
PELO JUÍZO AD QUEM. ART. 1.013, §§ 3º e 4º, DO CPC DE 2015. APLICAÇÃO
SUBSIDIÁRIA NO PROCESSO DO TRABALHO (ART. 769 DA CLT). Afastada a
prescrição total do direito de ação decretada em 1º grau e abarcando o feito tão
somente matéria de direito, cabe ao Juízo ad quem prospectar o mérito desde logo,
consoante dispõe a teoria da causa madura, inserta no art. 1.013, §§ 3º e 4º, do
CPC de 2015, regra cuja aplicação é realizada de forma subsidiária ao processo do
trabalho em face de lacuna normativa e não incompatibilidade (art. 769 da CLT).
TRT-12 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00014211120145120055 SC (TRT-12)

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela


provisória é impugnável na apelação. (R.O.)

Súmula nº 414 do TST.


MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA
SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 -
DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário
mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao
vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do
trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015

Jurisprudência:

TUTELA PROVISÓRIA. DEFERIMENTO. A tutela provisória, fundada em cognição


sumária, com base em juízo de probabilidade da existência do direito, engloba a
tutela antecipada e a tutela cautelar, em caráter de urgência ou de evidência
(CPC/2015, arts. 294 a 311).
O deferimento pode ocorrer de forma antecedente ou incidental, na sentença ou no
acórdão, haja vista a regra do art. 1.013, § 5º, do CPC/2015, segundo a qual "o
capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação".
O art. 899 da CLT, ao dispor que os recursos "terão efeito meramente devolutivo",
autorizando a execução provisória, independente de eventual prosseguimento de
recurso, corrobora a possibilidade de deferimento da tutela provisória na sentença
ou no acórdão.
Nesse contexto, plenamente viável o deferimento da tutela provisória, de modo a
assegurar imediatamente o resultado útil do processo, de modo a assegurar a
efetividade da tutela jurisdicional. Recurso ordinário provido.
TRT-22 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 19178920155220002 - Inteiro Teor

2º Efeito – SUSPENSIVO. Previsão.

Impede a execução DEFINITIVA da decisão até que transite em julgado.

Súmula 414, I do TST. Redação Antiga.


I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela
via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A
ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.

Súmula nº 414 do TST. Redação Atual.


MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA
SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT
divulgado em 20, 24 e 25.04.2017
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do
mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É
admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho
do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.

Art. 1.029, § 5º do CPC - O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso


extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento
dirigido:

Jurisprudência:

A rigor, não há previsão legal para recebimento de recurso ordinário com efeito
suspensivo. Sensível à possibilidade de que em certos casos a execução da sentença
trabalhista antes de seu trânsito em julgado pode de fato causar dano ao
recorrente, o Tribunal Superior do Trabalho flexibilizou sua jurisprudência para
admitir a concessão de efeito suspensivo ao recurso ordinário em caráter
excepcional.
No período anterior à vigência do Código de Processo Civil de 2015, quando não
havia previsão de procedimento específico para a concessão de efeito suspensivo
a recurso ordinário, a jurisprudência do TST sedimentou-se no sentido de ser
cabível ação cautelar para tal finalidade.
Contudo, a partir da vigência do Código de Processo Civil de 2015, o TST revisou
sua jurisprudência, para entender aplicável analógica e subsidiariamente, as
disposições do artigo 1.029 do CPC.
Assim sendo, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Resolução 2017/2017, DEJT
divulgado em 20, 24 e 25.04.2017, adequando a redação do item I de sua Súmula
414 às disposições do novo Código de Processo Civil.
Ante o exposto, por incabível, julgo extinta a presente ação cautelar, por incabível,
fulcro no artigo 485, inciso IV, do Código de Processo Civil, por ausência de
pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região TRT-4 - Tutela Cautelar Antecedente: TUTCAUTANT
00214377120175040000.

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