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, pessoa jurídica de direito público interno, já devidamente qualificada nos autos do processo em
epígrafe, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, no prazo legal, apresentar sua
CONTRAMINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, nos termos a seguir expostos.
I. DA SÍNTESE PROCESSUAL
Em breve resumo dos fatos, o Agravante ajuizou embargos à execução fiscal com
pedido de efeito suspensivo em face da, pretendendo, liminarmente, a suspensão de sua
exigibilidade e, ao final, a anulação dos lançamentos de ISSQN já que os créditos tributários
executados estão prescritos. Assim, em face da decisão do Juízo a quo que não reconheceu a
prescrição, foi apresentado o presente agravo.
A despeito dos argumentos ventilados pelo Agravante, sua pretensão não merece
prosperar, com base no exposto a seguir.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da
data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto
nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) .
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda
que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para
viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º.
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço
judiciário.
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor
ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante
judicial da Fazenda Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão
desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
§ 4º - Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo
prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
A ação judicial foi distribuída em 09/09/2014. A Fazenda teve vista dos autos
sobre o retorno da carta com aviso de recebimento negativo na data de 12/02/2015. Assim, se
se considerar o prazo de suspensão automático de um ano, tem-se que ele terminou em
12/02/2016 quando, então, começou a correr o prazo prescricional de 05 anos. Correndo o
prazo prescricional, como a citação foi realizada em 15/05/2019 inviável o reconhecimento
de seu término, que, seguindo a recente tese do STJ implementaria em 12/02/2021.
3) A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a
interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero
peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou
sobre outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo
máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição aplicável (de acordo com
a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados, ainda que para além da soma
desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os devedores e penhorados os bens,
a qualquer tempo – mesmo depois de escoados os referidos prazos –, considera-se
interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da petição
que requereu a providência frutífera.
4) A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do
CPC/73, correspondente ao art. 278 do CPC/15), ao alegar nulidade pela falta de qualquer
intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que
sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial - 1., onde o prejuízo é
presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de qualquer causa interruptiva
ou suspensiva da prescrição.
Assim, verifica-se, de plano, o acerto da decisão recorrida. Resta claro que não
ocorreu a prescrição dos créditos tributários no caso em análise. Diante dessas ponderações,
verifica-se que, no presente caso, além de o Agravante não ter afastado a presunção relativa do
ato administrativo, não há como reconhecer a prescrição dos créditos tributários.
OAB/MG 186.476