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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA 5ª VARA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DA SEÇÃO

JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO.


PROCESSO Nº: 5055030-62.2020.4.02.5101/RJ
IMPETRANTE: MUNICIPIO DE JUIZ DE FORA
IMPETRADO: SUPERINTENDENTE DE PARTICIPAÇÕES GOVERNAMENTAIS DA AGÊNCIA
NACIONAL DO
PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS – ANP - UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA
UNIÃO - RIO DE
JANEIRO

MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA, já qualificado no auto do processo em epígrafe,


Vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar recurso de APELAÇÃO à sentença
formulada pelo douto juízo a quo, com base nos fatos e argumentos que passa expor.

Requer, desde já, seja intimado o Apelado para oferecimento de contrarrazões, bem
como seja o recurso encaminhado para julgamento pelo Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
independentemente do juízo de admissibilidade, nos termos do art. 1.010 do CPC/15.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Juiz de Fora, datado digitalmente.

SISSI MARIA FERES

Procuradora do Município

Thaisa Ragone Azevedo

Estagiária de Pós-graduação

OAB/MG 186.476

PREFEITURA DE JUIZ DE FORA


Procuradoria Geral do Município
Telefone: (32) 3690-7250
Av. Brasil, 2001 / 1° andar - Centro - Juiz de Fora/MG - CEP: 36060-010
RAZÕES DE APELAÇÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

ILUSTRÍSSIMOS JULGADORES.

I – SÍNTESE DA DEMANDA

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo Munícipio de Juiz de Fora alegando


que a Resolução de Diretoria 624/2013 da ANS, que considera vigentes o §3º do art. 48 e o §7º do art. 49,
ambos da Lei 12.734/12, é antijurídica, uma vez que tais dispositivos estariam suspensos por decisão do
STF, proferida nos autos ADI 4917-RJ. O Demandante postula: o reconhecimento judicial do
restabelecimento do valor dos royalties da forma prevista pela Lei 9.478/97, antes das alterações
ocorridas pela Lei 12.734/12.
Ressalta-se que o Município de Juiz de Fora tem recebido os royalties regularmente
desde o ano de 1996, até a tentativa de suspensão, defendendo a permanência do pagamento dos royalties
em razão de sediar uma estação de desembarque de gás natural, não estando incluída em nenhuma forma
de “indústria de liminares”.
Consignou o Sentenciante “Ocorre, porém, que o Município Impetrante não recebia
qualquer valor antes das mudanças trazidas pela Lei 12.734/2012, o que significa dizer que, no caso
concreto, não cabem as hipóteses de afronta à segurança jurídica e de irretroatividade da forma de
apuração. A lógica de inconstitucionalidade do cálculo não pode ser aplicada ao caso ora examinado. A
lei em foco não alterou, negativamente, a situação dos municípios que não recebiam valores, mas, ao
revés, instituiu, em favor deles, o direito do repasse quando contam, apenas, com o tipo de instalação que
o Impetrante possui. (...) DENEGO a segurança, julgando improcedente o pedido. Sem condenação em
custas, ante a isenção da qual goza o Impetrante (art. 4º da Lei 9.289/96). Sem honorários, conforme o
art. 25 da Lei 12.016/09.”.
Assim, conforme passe-se a analisar, salvo mais acertado entendimento, não agiu com
acerto o Douto Magistrado na decisão da presente demanda.

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DAS RAZÔES DE REFORMA DA SENTENÇA

A) DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO


O art. 20 da Constituição Federal define que a União é a proprietária dos recursos
naturais existentes no subsolo e determina que os recursos da exploração de petróleo devem ser
partilhados com Estados e Municípios.

Art. 20. São bens da União:

(...)

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

A Lei do Petróleo - nº 9478, de 6 de agosto de 1997 - além de definir o marco regulatório


em vigor no setor de petróleo e gás natural no Brasil, determina os princípios gerais que norteiam a
apropriação e a distribuição de suas rendas entre as instâncias federativas brasileiras. Embora as áreas do
pré-sal estejam sujeitas a um regime regulatório diferenciado - contratos de partilha - a distribuição dos
royalties do petróleo não foi objeto de mudança significativa, prevalecendo, por enquanto, as diretrizes
oriundas da Lei do Petróleo e de seus desdobramentos recentes.

De acordo com a Lei do Petróleo, 10% do valor bruto de toda a produção de petróleo e
gás natural no Brasil devem ser recolhidos junto ao Tesouro Nacional. São os chamados Royalties do
Petróleo. Além destas, existe um tributo incidente sobre a renda líquida dos projetos de grande produção,
denominado Participações Especiais. Uma parcela significativa destas receitas é distribuída a Estados e
Municípios que atendem a determinados critérios ligados à proximidade de áreas produtoras e/ou afetadas
pelas atividades relativas à indústria petroleira.

Dos 10% de royalties, a cota-parte até 5% destina-se a indenizar os municípios


afetados por atividades e operações relativas à produção de petróleo (art. 7º da lei nº 7.990/89); os valores

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excedentes a esta cota são destinados aos municípios produtores e/ou confrontantes com as áreas
produtoras, onshore e offshore (art. 49, incisos I e II da lei nº 9.478/97). Por fim, as participações
especiais são distribuídas a municípios produtores e confrontantes, nos termos do art. 50 da lei nº
9478/97.

Nesse sentido, a parcela até 5% estabelecida no art. 48, da Lei 9.478/97, que mantém os
critérios de distribuição anteriores estabelecidos pela Lei 7.990/89, tem foco nos poços produtores, logo,
há um maior número de municípios beneficiários, possuindo um caráter mais distributivo. Para os
beneficiários por IEDs, o rateio igual para todos. Basta existir movimentação de petróleo ou gás natural
na instalação para que o município beneficiário entre no rateio.

Em função da nova fronteira exploratória do pré-sal, emergiram propostas de alteração


das regras de distribuição dessas rendas entre as entidades federativas, visando estendê-las a todo o
território nacional. A Lei nº 12.734/2012 incorporou alterações na Lei nº 9478/97 e na Lei nº
12.351/2010, que cria o regime de partilha para as áreas do pré-sal.

Foram introduzidos critérios diferenciados para a distribuição de royalties provenientes


dos contratos de partilha, válidos para as áreas do pré-sal. Cerca de 50% dos recursos são destinados a
estados e municípios nos termos das regras de rateio do FPE e do FPM, respectivamente. Também a
União, de forma geral, passou a ser beneficiária de royalties e participações especiais, abocanhando 15%
da receita da produção em terra e 22% da produção offshore. Como consequência, Estados e Municípios
produtores e/ou confrontantes viram suas participações se reduzir substancialmente, em favor da União e
de não produtores.

B) DA POSSIBILIDADE DE ARRECADAÇÃO DE ROYALTIES PELO MUNICÍPIO

Conforme se depreende dos artigos supramencionados, o município pode vislumbrar a


arrecadação de royalties nas seguintes hipóteses: nas extrações terrestres (I) quando for produtor ou (II)
quando for afetado pelas operações de embarque e desembarque; e nas extrações marítimas (III) aos
Municípios confrontantes e respectivas áreas geoeconômicas ou (IV) quando o município for afetado
pelas operações de embarque e desembarque.

Destaca-se que o royalty é distribuído segundo a origem do petróleo e gás natural, não
importando a localização da instalação (terrestre ou aquática).

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De acordo com o Decreto 8.876 de 2016:

(...) consideram-se como instalações marítimas ou terrestres de embarque ou


desembarque de óleo bruto ou gás natural as monoboias e suas bases de
apoio operacional marítimo, os quadros de boias múltiplas e suas bases de
apoio operacional marítimo, os píeres de atracação, os cais acostáveis e as
estações terrestres coletoras de campos produtores e de transferência de óleo
bruto ou gás natural, obedecidos os critérios estabelecidos pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP.

Ainda, a lei 12.734/12 inovou em relação à lei 9.478/97, com a previsão de que "os
pontos de entrega às concessionárias de gás natural produzido no País serão considerados instalações de
embarque e desembarque, para fins de pagamento de royalties aos Municípios afetados por essas
operações". Estes pontos, que desde 2012 são equiparados às instalações de embarque e desembarque, são
os chamados city gates.

Os city gates integram a distribuição do produto já processado, são pontos onde o


gás é entregue pelas transportadoras para a empresa concessionária responsável pela distribuição
de gás canalizado. Como o gás natural é mantido sobre uma pressão consideravelmente elevada,
antes da sua utilização é necessário reduzir a pressão. Esta regulagem é feita no city gate, um
conjunto de equipamentos e válvulas que caracterizam o ponto de entrega ou de transferência do
gás.

Em síntese, a lei 12.734/12 promove uma equiparação jurídica entre os pontos de entrega
e as instalações de embarque e desembarque de petróleo e gás natural, para atribuir os mesmos efeitos
jurídicos a situações que, tecnicamente, se diferem.

O enquadramento dos municípios na condição de afetados por instalações de embarque e


desembarque é feito pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), com a equiparação dos city gates às
instalações de embarque e desembarque para fins de distribuição de royalties, enquadrando-se o
Município de Juiz de Fora nessa última hipótese.

As normas que dispõem sobre a matéria são claras e precisas ao estender a vantagem do
recebimento de royalties a todos os entes políticos que possuam em seu território ou sejam afetados por
“instalações marítimas ou terrestres de embarque e desembarque de óleo bruto ou de gás natural’, sem
qualquer distinção ou restrição”.

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Assim, de forma inconstitucional e ilegal, tal direito passou a ser restringido pela Nota
Técnica SPG/ANP nº 01, integrante da Portaria nº 29/2001, que, elaborada com a suposta finalidade de
analisar e interpretar a definição de estações terrestres coletoras de campos produtores e de transferência
de óleo bruto ou gás natural e orientar o enquadramento legal dos municípios onde se localizam,
conceituou, dentre outras, a expressão “estações terrestres coletoras de campos produtores e de
transferência de óleo bruto ou gás natural”.

Logo, a ANP não agiu dentro dos limites de regulamentação da matéria afeta ao setor
energético quando editou uma portaria que extinguiu direito conferido pela Constituição e pelas Lei nº
7.990/89 e nº 9.478 ao Apelante.

C) DO §3º DO ART. 48 E O §7º DO ART. 49, AMBOS DA LEI 12.734/12

O Estado do Rio de Janeiro apresentou a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4917-


DF perante o Supremo Tribunal Federal requerendo a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº
12.734-2012, na parte em que altera os dispositivos da Lei nº 9.478-97 referentes à distribuição dos
royalties do petróleo.

Isso porque o pagamento de royalties e participações especiais insere-se no pacto


federativo originário da Constituição de 1988, sendo uma contrapartida ao regime diferenciado do ICMS
incidente sobre o petróleo (pago no destino, e não na origem), bem como envolve, por imperativo do art.
20, § 1º, da Constituição Federal, uma compensação pelos ônus ambientais e de demanda por serviços
públicos gerados pela exploração desse recurso natural.

Ademais, há absoluta ilegitimidade da aplicação do novo regime às concessões firmadas


anteriormente à promulgação da Lei Federal n. 12.734/2012.

A Lei nº 12.734/2012 foi editada para alterar as bases da repartição das participações
governamentais devidas, nos termos da Constituição, aos Estados e Municípios em cujos territórios
ocorra a produção de petróleo.

Em síntese, o diploma estabelece uma nova forma de rateio das participações, colocando
no centro das preocupações, não os entes produtores – como determina a Constituição -, e sim os Estados
que (i) não sofrem os impactos e os riscos associados à exploração de petróleo, e (ii) já se beneficiam de
uma regra especial quanto à incidência do ICMS.

Logo, em decisão liminar, o STF, através da ADI 4917-DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 18.03.2013, publicação em 21.03.2013, pôs em questão a validade constitucional dos
“arts. 42-B; 42-C; 48, II; 49, II; 49-A; 49-B; 49-C; 50; 50-A; 50-B; 50-C; 50-D; e 50-E da Lei Federal n.

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9.478/97, todos com a redação dada pela Lei Federal n. 12.734/2012”, já que, por meio destes dispositivo,
foi levada a efeito “verdadeira inversão do sistema constitucional de pagamento de royalties e
participações especiais, colocando em seu centro os Estados e Municípios não-produtores, cujas receitas
serão imediata e progressivamente ampliadas de forma bastante intensa, à custa dos entes produtores”, o
que contraria o § 1º do art. 20 da Constituição da República.

O advento das normas provocou uma ruptura do próprio equilíbrio federativo, pois os
Estados não produtores passaram a se beneficiar da arrecadação de ICMS e de uma inusitada
compensação por prejuízos que nunca tiveram e, mesmo que se viesse a considerar válido o novo regime
de partilha dos royalties, seria manifestamente inconstitucional que se pretendesse aplicar essas novas
regras às concessões instituídas com base na legislação anteriormente vigente.

Dessa forma, viola também a garantia constitucional do respeito ao direito adquirido


acerca das participações atreladas às concessões já celebradas, constituído nos termos das regras vigentes
ao tempo da celebração.

Vejam-se alguns trechos importantes do julgado:

O § 1º do art. 20 da Constituição brasileira compõe-se com outras normas


que delineiam o modelo federativo adotado, garantindo-se a autonomia das
entidades federadas, dotadas de competências próprias e recursos
correspondentes às atribuições que lhes são definidas. A autonomia das
entidades federadas é o sinal federativo constitucionalmente fixado. Sem
autonomia não há federação. E a autonomia é espaço próprio de
competências sob favoráveis condições jurídicas, políticas e financeiras
garantidas para o desempenho dos serviços públicos atribuídos a cada qual
das entidades, p. 13-14 (...)

Algumas entidades federadas – Estados e Municípios -, em cujo território se


tenha a exploração de petróleo ou gás natural ou que seja confrontante com
área de exploração foram resguardadas constitucionalmente na participação
dos recursos decorrentes daquela atividade. O disposto no § 1º do art. 20 da
Constituição brasileira definiu direito público subjetivo dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios à participação no resultado da exploração
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território,
plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
compensação financeira por essa exploração. Afirma-se direito público
subjetivo constitucionalmente definido pelo uso da locução inicial da regra
“é assegurada...participação ... ou compensação...”.-p.16 e 17. (...)

Assim, o Estado e o Município, em cujo território se tenha exploração de


petróleo ou de gás natural ou que seja confrontante com área marítima na
qual se dê esta atividade (em plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva), titulariza o direito assegurado na regra constitucional-
p.18 (...) O direito de Estados e Municípios, a ser exercido nos termos da lei,

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não pode ser porta de entrada para o seu amesquinhamento pelo legislador,
não se podendo permitir seja esse direito constitucionalmente estabelecido
mais formal que real, ainda que o objetivo tenha sido o de angariar novos
recursos às demais entidades federadas, igualmente necessitadas de novos
aportes para fazer face às demandas sociais (STF, ADI 4917-DF, p. 16, 17,
23 e 24).

E ainda ao direito adquirido:

Quanto à alegação de afronta ao inc. XXXVI do art. 5º da Constituição do


Brasil, relativa ao direito adquirido mencionado pelo Autor, é de se observar
serem protegidos constitucionalmente, como direitos fundamentais, o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Esses institutos são
desdobramentos ou especificações do princípio da segurança jurídica, um
dos esteios da ideia de Justiça, cuja concretização é buscada pelo direito. O
direito ordena (é ordem normativa) em busca da Justiça (sua finalidade) para
tanto propiciando segurança (que é a força do direito para conforto de todas
as pessoas) -24(...)

Das concessões acabadas decorreram direitos que ingressaram no patrimônio


público das pessoas federadas e que, mesmo se desdobrando em
recebimentos de valores no presente e parcelas no futuro, fundamentam-se
em processos findos, válidos, que se formaram e se aperfeiçoaram segundo a
legislação vigente no período em que se deram os seus atos. Aplicar a nova
legislação àqueles atos e processos aperfeiçoados segundo as normas
vigentes quando de sua realização seria retroação, dotar de efeitos pretéritos
atos e processos acabados segundo o direito, em clara afronta à norma
constitucional do inc. XXXVI do art. 5º, antes mencionado (...)

Conquanto apenas em sede acauteladora de direitos fundamentais


federativos, a argumentação apresentada pelo Autor da presente ação e a
demonstração por ele feita dos riscos iminentes e de efeitos de difícil
desfazimento a serem suportados por Estados e Municípios que se creem
titulares do direito prescrito no § 1º do art. 20 da Constituição, conduz ao
imediato deferimento do requerido, para suspender os efeitos dos arts. 42-B;
42-C; 48, II; 49, II; 49-A; 49-B; 49-C; § 2º do art. 50; 50-A; 50-B; 50-C; 50-
D; e 50-E da Lei Federal n. 9.478/97, com as alterações promovidas pela Lei
n. 12.734/201, ad referendum do Plenário deste Supremo Tribunal Federal,
até o julgamento de mérito da presente ação (grifo nosso) (STF, ADI 4917-
DF, p. 28).

Nesse sentido, a decisão da ministra Carmen Lúcia suspendeu provisoriamente a nova


redistribuição dos royalties do petróleo, que deve ser aplicada ao Município de Impetrante.

.
III – DA PRETENSÃO RECURSAL

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Ante todo o exposto, o Município requer seja recebido o presente recurso no
EFEITO SUSPENSIVO, conhecido e provido para que, ao fim, seja reformada a sentença, julgando
a demanda totalmente procedente.

Nesses termos, pede deferimento.

Juiz de Fora, datado digitalmente.

SISSI MARIA FERES

Procuradora do Município

Thaisa Ragone Azevedo

Estagiária de Pós-graduação

OAB/MG 186.476

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