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Aula 5 - Impulso de uma força

MÓDULO 1 - AULA 5

Aula 5 - Impulso de uma força

Meta

Definir o impulso de uma força e a força média. Estudar o Teorema do


Impulso.

Objetivos

Esperamos, que ao final desta aula, você seja capaz de:

1. calcular o impulso de uma força e a força média, em um intervalo de


tempo [t1 , t2 ];

2. relacionar a variação do momento linear de um sistema de partículas


com o impulso da força resultante e com a força média resultante;

3. utilizar a conservação aproximada do momento linear de um sistema


de partículas para descrever alguns aspectos dos seus movimentos.

Introdução

As colisões são frequentes no cotidiano. Elas são úteis quando ocorrem nos
bate-estacas utilizados na construçao civil, e destrutivas quando ocorrem no
trânsito.
As colisões ocorrem, em geral, em intervalos de tempo muito curtos.
Um intervalo típico de uma colisão é da ordem de centésimo do segundo
(0,01s). As forças de contato envolvidas na colisão de dois corpos são intensas
e variam rapidamente no tempo. Elas são denominadas forças impulsivas.
Nesta aula, você vai aprender os conceitos de impulso de uma força
e de força média. Estes conceitos facilitam a descrição da ação de forças
impulsivas sobre os corpos.

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Impulso de uma força e força média


A variação do momento linear de uma partícula, em um intervalo de
tempo [t1 , t2 ], pode ser obtida com a Segunda Lei de Newton, uma vez que
N N
!
d~p X ~ X
= Fi ⇒ d~p = F~i dt ⇒
dt i=1 i=1
Z t2 Z t2 XN
!
d~p = F~i dt ⇒
t1 t1 i=1
XN Z t2
p~(t2 ) − p~(t1 ) = F~i dt, (5.1)
i=1 t1

em queF~i é a iésima entre as N forças que atuam na partícula.

As integrais que contribuem para a variação do momento linear da


partícula , no intervalo de tempo [t1 , t2 ], são denominadas impulsos das forças,
neste intervalo de tempo. O impulso da força F~ é o vetor definido por:
Z t2
~ ~
I(F , t1 , t2 ) = F~ dt.
t1

A unidade do impulso de uma força no sistema de unidades MKSA é N.s.

A equação 5.1 mostra que a variação do momento linear de


uma partícula, em um intervalo de tempo [t1 , t2 ], é igual ao impulso
da força resultante.

Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Calcule o impulso de uma força constante F~ , no intervalo de tempo [t1 , t2 ].

Resposta Comentada
O impulso da força F~ no intervalo de tempo [t1 , t2 ] é igual a:
Z t2
~ F~ , t1 , t2 ) =
I( F~ dt.
t1

Como a força F~ é constante, ela pode ser retirada da integral. Logo temos
que: Z t2
~ ~ ~
I(F , t1 , t2 ) = F dt = F~ (t2 − t1 ).
t1

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Atividade 2
Atende ao Objetivo 1
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Um bloco está se deslocando sobre o eixo OX. Ele desliza sobre uma su-
perfície com atrito. A massa do bloco e o coeficiente de atrito cinético entre
o bloco e a superfície são respectivamente iguais a m = 2 kg e µc = 0,4. A
velocidade inicial v0 do bloco tem módulo igual a 4 m/s. Calcule o impulso
da força de atrito e a razão entre o módulo da variação do momento linear e o
módulo do momento linear inicial do bloco, no intervalo de tempo [0 s, 0,01s].
Considere o módulo da aceleração da gravidade igual a g = 10 m/s2 . Des-
preze a força que o ar exerce sobre o bloco. Resolva o problema do referencial
da Terra, considerado inercial.

Resposta Comentada
O impulso da força de atrito no intervalo de tempo [0 s, 0,01s] é igual a: Os valores numé-
Z 0,01 ricos das expres-
~ f~a , 0, 0,01) =
I( f~a dt. sões matemáticas
0
têm as unidades
Logo, para calculá-lo é necessário obter a força de atrito que atua no bloco.
do sistema de uni-
Na Figura 5.1 foram desenhados o bloco nos instantes considerados, e o
dades MKSA.
diagrama de forças do bloco.

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Figura 5.1: Bloco deslizando sobre uma superfície com atrito.

A força de atrito que atua no bloco é cinética. O módulo da força de atrito


cinética é igual a fa = µc N . O módulo da normal pode ser obtido pela
aplicação da Segunda Lei de Newton ao bloco, um vez que:

~ + m ~g + f~a = m ~a ⇒ Ny + m gy = 0 ⇒ N = m g.
N

Logo, o módulo da força de atrito é igual a:

fa = µc m g = (0,4) (2 kg) (10 m/s2 ) = 8 N.

Consequentemente, a força de atrito é igual a f~a = −(8 N) ı̂. Como a força


de atrito é constante, o impulso da força de atrito no intervalo de tempo
[0 s, 0,01s] se reduz a:
Z 0,01
~ f~a , 0, 0,01) =
I( f~a dt = −((8 N) ı̂) (0,01 s) = −(0,08 N.s) ı̂.
0

Como a força de atrito é a força resultante que atua sobre o bloco, o módulo
da variação do momento linear do bloco no intervalo de tempo [0 s, 0,01s] é
igual a:
|∆p| = |p(0, 01) − p(0)| = (0,08 N.s).

O módulo do momento linear do bloco no instante inicial é igual a p(0) =


m v0 = 8 N.s. Por isso, a razão entre o módulo da variação do momento
linear e o módulo do momento linear inicial do bloco é igual a

|∆p| 0, 08 ∼
= = 0,01.
p(0) 8

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Observe que o impulso da força de atrito produz uma varia-


ção desprezível no momento linear do bloco, porque o intervalo de
tempo considerado é pequeno e a força de atrito permanece cons-
tante durante a colisão.

Nos processos de colisão, as forças que atuam nos corpos são intensas
e variam rapidamente no tempo. Estas forças são denominadas impulsivas.
Uma força impulsiva é descrita, habitualmente, pelo seu valor médio, no
intervalo de tempo da sua ação.
~
Por definição, a força média associada a um força D FE(t) que atua em
um intervalo de tempo [t1 , t2 ] é igual a força constante F~ , que produz um
impulso, no intervalo de tempo [t1 , t2 ], igual ao impulso produzido pela força
F~ (t), no intervalo de tempo [t1 , t2 ], isto é,
R t2
F~ (t) dt
D E Z t2 D E
F~ (t2 − t1 ) = F~ (t) dt ⇒ F~ = t1 .
t1 t2 − t1

Atividade 3
Atende ao Objetivo 1
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: Calcule a força
média associada a uma força constante F~ .

Resposta Comentada
Quando a força F~ é constante, a força média que atua em um intervalo de
tempo [t1 , t2 ] é igual a:
R t2 Rt
D E F~ (t) dt F~ (t) t12 dt F~ (t2 − t1 )
F~ = t1
= = = F~ .
t2 − t1 t2 − t1 t2 − t1

Logo, a força média associada a uma força constante é igual à


força.

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Exemplo 5.1
A Figura 5.2 mostra uma colisão elástica frontal de dois blocos iguais que
se deslocam inicialmente na direção do eixo OX. As massas dos blocos são
iguais a m = 2 kg. Eles se aproximam com velocidades com módulos e
direções iguais e sentidos contrários. Não existe atrito entre eles e o piso. Os
módulos das velocidades iniciais dos blocos são iguais a vi = 3 m/s. Considere
o módulo da aceleração da gravidade igual a g = 10 m/s2 . Despreze as forças
que o ar exerce sobre os blocos. Resolva o problema a partir do referencial
do laboratório, considerado inercial.

Figura 5.2: Colisão elástica frontal de dois blocos iguais.

1. Calcule as velocidades dos blocos após a colisão.

2. Calcule a variação do momento linear do bloco 1 devido à sua colisão


com o bloco 2.

3. Esboce os gráficos qualitativos dos módulos das forças de contato entre


os blocos 1 e 2, durante a colisão.

4. Calcule a força média que atua no bloco 1 durante a colisão.

5. O que a área sob a curva do módulo da força de contato na colisão em


função do tempo representa?

Resolução

1. A variação do momento linear do bloco 1 é igual a:

∆~p1 = m ~v1f − m ~v1i = m (~v1f − ~v1i ).

Com a finalidade de calcular a velocidade final do bloco 1, vamos ana-


lisar a variação da energia mecânica e a variação do momento linear do

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sistema formado pelos dois blocos.

As energias potenciais dos blocos são constantes, uma vez que as alturas
dos seus centros de massa não se modificam durante os seus movimen-
tos. Como a colisão é elástica, a energia mecânica do sistema formado
pelos dois blocos é constante. Logo, temos que:

EM i = EM f ⇒ Eci + Ugi = Ecf + Ugf ⇒ Eci = Ecf ⇒


2 2 2 2
m v1i m v2i m v1f m v2f
+ = + .
2 2 2 2
Como as velocidades iniciais dos blocos são iguais, temos que:
2 2 2 2
m v1i m v1i 2
m v1f m v2f
+ = m v1i = + . (5.2)
2 2 2 2

Com a finalidade de encontrar a relação entre as velocidades finais dos


blocos vamos analisar a variação temporal do momento linear total do
sistema formado pelos blocos.

A variação temporal do momento linear do sistema formado pelos blo-


cos é igual a:
dP~
= F~ ext ,
dt
em que F~ ext é a força resultante externa que atua no sistema.

Os diagramas de forças externas que atuam no sistema formado pelos


blocos, durante o seu movimento, foram representados na Figura 5.3.

Figura 5.3: Diagrama de forças externas que atuam no sistema formado pelos
blocos.

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Como os blocos permanecem sobre a superfície durante os seus movi-


mentos temos que:

~ 1 + m ~g = ~0 e N
N ~ 2 + m ~g = ~0.

Por isso, temos que:

dP~ ~ 1 + m ~g + N
~ 2 + m ~g = ~0 ⇒
=N
dt

P~ (t) = P~ (0) = m~v1i + m~v2i = m~v1i − m~v1i = ~0 ⇒

P~f = m~v1f + m~v2f = ~0 ⇒ ~v2f = −~v1f .

A introdução do valor final da velocidade do bloco 2 na equação 5.2


fornece:
2 2 2 2
2
m v1f m v2f m v1f m v1f 2
m v1i = + = + = m v1f ⇒
2 2 2 2
|v1i | = |v1f | ⇒ ~v1f = −~v1i = −(3 m/s) ı̂.

Logo, variação do momento linear do bloco 1 é igual a:

∆~p1 = m (~v1f − ~v1i ) = m (−~v1i − ~v1i ) = −2 m ~v1i ⇒

∆~p1 = −2 (2 kg) (3 m/s) ı̂ = −(12 kg m/s) ı̂ = (−12 N.s) ı̂.

2. Os diagramas de forças dos blocos foram representados na Figura 5.4.

Figura 5.4: Diagrama de forças dos blocos.

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3. As forças de contato entre os blocos têm módulos iguais F12 = F21 =


F (t), já que elas são forças de ação e reação. Elas são forças impulsi-
vas. Estas forças são nulas antes e depois da colisão. Os seus módulos
aumentam a medida que os blocos se deformam elasticamente durante
a colisão, atingindo seus valores máximos quando as deformações dos
blocos são máximas. A medida que os blocos iniciam o seu afastamento,
as deformações dos blocos diminuem, provocando as diminuições dos
módulos das forças de contato entre eles. A Figura 5.5 é um esboço
qualitativo do gráfico de F (t) como função do tempo.

Figura 5.5: Gráfico do módulo da força de contato entre os blocos como


função do tempo.

Os instantes t1 e t2 correspondem ao início e ao final da colisão. O


instante tm é aquele em que os módulos das forças de contato são má-
ximos. Neste instante, as deformações dos blocos são máximas. Como
a colisão é elástica, a deformação dos blocos desaparece completamente
após a colisão.

4. A força média que o bloco 2 exerce sobre o bloco 1 durante a colisão é


igual a: R t2
D E F~12 (t) dt
~
F12 = t1
.
t2 − t1

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Como a variação do momento linear de uma partícula é igual ao impulso


da força resultante que atua sobre ela, temos que:
Z t2 Z t2
p~1 (t2 ) − p~1 (t1 ) = ~ 1 + m ~g + F~12 ) dt =
(N F~12 dt.
t1 t1

Por isso, a força média que atua na partícula 1 durante a colisão é igual
a: D E p~ (t ) − p~ (t )
1 2 1 1 (12 N.s) ı̂
F~12 = =− = −(1200 N) ı̂.
t2 − t1 0,01 s

O módulo da forçaDpeso E do bloco 1 é igual a 20 N. Observe, que a força


~
média da colisão F12 tem o módulo muito maior do que o módulo
do peso do bloco 1. Esta é uma caraterística habitual das forças
de contato médias que ocorrem nas colisões. Em geral, os
valores médios dos seus módulos são muito maiores do que os
módulos das outras forças. Por isso, podemos afirmar que durante
a colisão a força resultante que atua no bloco 1 é aproximadamente
igual à força F~12 .

5. Como força F~12 não modifica a sua direção durante a colisão, temos
que: Z tf Z tf
~12 (t) dt =


F F (t) dt = |~p1f − p~1i |.
t1 t1

Figura 5.6: A área sob a curva é o módulo da variação do momento linear


do bloco 1 durante a colisão.

Por isso, a área sob a curva do gráfico do módulo da força de contato na


colisão em função do tempo representa o módulo da variação do momento
linear da partícula 1 (figura 5.6), durante a colisão.

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Atividade 4
Atende aos Objetivos 1 a 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Uma bola de 1,0 kg cai verticalmente sobre o solo, com velocidade de 25 m/s.
Ela é rebatida para cima e volta com velocidade de 10 m/s, como mostra a
Figura 5.7. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 . Despreze
as forças que o ar exerce sobre os blocos. Resolva o problema do referencial
da Terra, considerado inercial.

Figura 5.7: Colisão da bola com o solo.

1. Qual o impulso da força resultante que atua sobre a bola, durante o


seu contato com o solo?

2. Se a bola ficou em contato com o solo durante 0,02 s, qual a força média
exercida sobre o solo?

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Resposta Comentada

1. O impulso da força resultante F~ que atua na bola, no intervalo de


tempo [t1 , t2 ], é a variação do momento linear da bola neste intervalo,
isto é,
Z t2
F~ dt = p~(t2 ) − p~(t1 ) = m ~v2 − m ~v1 = m (~v2 − ~v1 ) ⇒
t1
Z t2
F~ dt = (1 kg)(10 m/s + 25 m/s) ̂ = 35 N.s ̂.
t1

2. A Figura 5.8 mostra o diagrama das forças da bola durante a sua


colisão com o solo.

Figura 5.8: Diagrama de forças da bola durante a sua colisão com o solo.

A força que a bola exerce no solo é a reação à força normal que é igual
~
a −N . O valor médio da força normal é igual a:
R t2
D E ~ (t) dt
N
~ = t1
N .
t2 − t1
O impulso da força peso é igual a hm ~g i (t2 −t1 ) = (1 kg) (10 m/s2 ) (0,02 s) ̂ =
(0,2 N.s) ̂. O impulso da força normal pode ser obtido do impulso da força
resultante, uma vez que:
Z t2 Z t2 Z t2 Z t2
F~ dt = ~ + m ~g ) dt ⇒
(N ~ ) dt =
(N F~ dt − m ~g (t2 − t1 ) ⇒
t1 t1 t1 t1

Z t2
(N~ ) dt = 35 N.s ̂ + (1 kg) (10 m/s2 ) (0,02 s) ̂
t1
Z t2
(N~ ) dt = 35 N.s ̂ + 0,2 N.s ̂ = 35,2 N.s ̂. (5.3)
t1

A equação 5.3 mostra que o impulso da normal, que é a força da colisão, é


muito maior do que o impulso da força peso, que é uma força externa finita.

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O valor médio da força normal é igual a:

D E 35,2 N.s ̂
~ =
N = 1760 N ̂.
0,02 s
Logo, a força média que a bola exerce sobre o solo é igual a −1760 N ̂.

Variação do momento linear de um sistema


de partículas
Nas colisões de corpos que ocorrem no cotidiano, a força externa re-
sultante que atua no sistema formado pelos corpos não são nulas, em geral.
Nestes casos, não existe conservação do momento linear total do sistema,
uma vez que:
dP~
Z t2 Z t2
~ ext ~ ~
= F ⇒ dP = F dt ⇒ ext ~
dP = F~ ext dt ⇒
dt t1 t1

Z t2 D E
P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = F~ ext dt = F~ ext (t2 − t1 ). (5.4)
t1

A equação 5.4 mostra que a variação do momento linear de


um sistema de partículas, em um intervalo de tempo, é igual ao
impulso da força resultante, nesse intervalo de tempo.

Em geral, as colisões ocorrem em intervalos de tempo da ordem de


centésimos de segundos. Por isso, durante as colisões em que os módulos das
forças médias externas permanecem constantes ou variam pouco, podemos
desprezar as variações dos momentos lineares dos sistemas de partículas, isto
é, Z t2 D E
~ ~
P (t2 ) − P (t1 ) = F~ ext dt = F~ ext (t2 − t1 ) ∼
= ~0,
t1
em que t1 é o instante imediatamente antes da colisão, e t2 é o instante
imediatamente após a colisão.

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Atividade 5
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
A Figura 5.9 mostra um bloco de madeira com massa M = 0,49 kg em
repouso sobre um plano com atrito. O coeficiente de atrito entre o bloco e
o plano é 0,25. Uma bala de massa m = 0,01 kg é atirada contra o bloco
penetrando nele. A velocidade inicial da bala é igual a ~v0 = (500 ı̂) m/s.
Considere a distância inicial entre a bala e o bloco, tal que o deslocamento
vertical da bala antes dela encontrar o bloco é desprezível, e o módulo da
aceleração da gravidade é igual a 10 m/s2 . Despreze as forças que o ar exerce
sobre o bloco e sobre a bala. Resolva o problema do referencial da Terra,
considerado inercial.

Figura 5.9: Colisão de uma bala com um bloco.

1. Calcule a velocidade do conjunto formado pela bala e pelo bloco, ime-


diatamente depois da bala penetrar o bloco.

2. Ache a distância que o conjunto percorre até parar.

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MÓDULO 1 - AULA 5

Resposta Comentada
Os diagramas das forças externas que atuam no sistema formado pelo bloco
e pela bala, durante o seu movimento, foram representados na Figura 5.10.

Figura 5.10: Diagrama das forças externas que atuam nos sistema formado
pelo bloco e pela bala.

Vamos denominar t1 o instante imediatamente antes da colisão, e t2 o instante


imediatamente depois da colisão. Logo, a variação do momento linear do
sistema formado pela bala e pelo bloco, entre os instantes t1 = 0 e t = t2 , é
igual a: D E
~ + f~a (t2 − t1 ).
P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = m ~g + M ~g + N
Por isso, a componente x da variação do momento linear do sistema no
intervalo de tempo considerado se reduz a:

Px (t2 ) − Px (0) = hfax i (t2 − t1 ).

Como o módulo da força de atrito varia pouco durante a colisão e o tempo de


colisão é muito pequeno, podemos supor que existe uma conservação aproxi-
mada do momento linear do sistema durante a colisão, isto é.

Px (t2 ) − Px (0) ∼
= 0 ⇒ Px (t2 ) ∼
= Px (0).

Com esta aproximação, podemos calcular o módulo da velocidade do con-


junto formado pela bala e pelo bloco, imediatamente depois da colisão, já
que:

m v0 (0,01kg)(500 m/s)
m v0 = m v(t2 ) + M v(t2 ) ⇒ v(t2 ) = = = 10 m/s.
m+M (0,01 + 0,49) kg

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O diagrama de forças do conjunto, depois da colisão, mostra que o conjunto


tem aceleração constante, uma vez que:

~ + (m + M ) ~g + f~a ⇒ ~aCM = f~a


(m + M ) ~aCM = N ⇒
m+M
µc N µc (m + M ) g
aCM = = = µc g = 0,25 (10m/s2 ) = 2, 5 m/s2 ,
m+M m+M
em que aCM é o módulo da aceleração do centro de massa do conjunto. Logo,
a distância d que o conjunto percorre antes de parar, pode ser calculada com
a equação de Torricelli, da seguinte forma:

v 2 (t2 ) (10)2
v(tf ) = 0 e v 2 (tf ) = v 2 (t2 ) − 2 aCM d ⇒ d = = = 20 m.
2 aCM 2 (2,5 m/s2 )

Atividade 6
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Um bloco de madeira de massa M repousa sobre uma superfície plana como
mostra a Figura 5.11. O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e a
superfície é µc . Uma extremidade de uma mola, de constante elástica k, está
ligada ao bloco e a outra extremidade está presa a uma parede. Inicialmente,
a mola não está distendida nem comprimida. Uma bala de massa m, que é
lançada com velocidade ~v0 , atinge o bloco de massa M e fica engatada nele.
Se a compressão máxima da mola for d, obtenha o módulo v0 da velocidade
inicial da bala. Forneça a sua resposta em função de k, g, d, µ, M e m.
Despreze as forças que o ar exerce sobre o bloco e a bala. Resolva o problema
a partir do referencial da Terra, considerado inercial.

Figura 5.11: Colisão de uma bala com um bloco ligado a uma mola.

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Resposta Comentada
Com a finalidade de calcular o módulo v0 da velocidade inicial da bala, vamos
analisar a variação do momento linear e da energia do sistema formado pela
bala e pelo bloco.
Os diagramas das forças externas que atuam no sistema formado pela bala e
pelo bloco, durante o seu movimento, foram desenhados na Figura 5.12.

Figura 5.12: Diagrama das forças externas que atuam no sistema formado
pela bala e pelo bloco ligado a uma mola.

159 CEDERJ
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A Figura 5.13 mostra o sistema formado pela bala e pelo bloco no instante
t1 imediatamente antes da colisão, no instante t2 imediatamente depois da
colisão, e no instante t3 em que a compressão da mola é máxima e igual a d.

Figura 5.13: Representação do sistema em análise, em diferentes instantes.

Antes da bala colidir com o bloco, ela se desloca como um projétil. Logo, a
velocidade da bala adquire um pequena componente vertical, mas a compo-
nente x da velocidade da bala permanece igual a v0 .

A variação do momento linear do sistema formado pela bala e pelo bloco


durante a colisão é o impulso da força resultante externa que atua sobre o
sistema, isto é,
D E
P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = f~a + F~m + N
~ + (M + m) ~g (t2 − t1 ) ⇒

Px (t2 ) − Px (t1 ) =< fax > (t2 − t1 )+ < Fmx > (t2 − t1 ).

Durante a colisão, o bloco desloca muito pouco. Logo, a força da mola e


o impulso a força da mola são desprezíveis. Como força de atrito é finita
(fa < (m + M ) g), e o invervalo de tempo da colisão é muito pequeno,
podemos desprezar também o impulso da força de atrito. Consequentemente,
durante a colisão, a variação da componente x do momento linear do sistema
formado pela bala e pelo bloco tem uma conservação aproximada, isto é,

Px (t2 ) − Px (t1 ) ∼
=0⇒

(m + M ) vx (t2 ) − m vx (t1 ) = 0 ⇒ −(m + M ) v2 + m v0 = 0 ⇒


(m + M ) v2
v0 = ,
m
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em que v2 é o módulo da velocidade do sistema imediatamente após a colisão.

Depois da colisão, a variação da energia mecânica do sistema só pode ser


realizada pela normal, pela força de atrito e pelas forças internas. Como
não existe movimento relativo entre a bala e o bloco, o trabalho das forças
internas são nulos. Como a normal é perpendicular ao deslocamento do
sistema, o trabalho da normal é nulo. Consequentemente, a variação da
energia mecânica do sistema é dada por:

∆EM = ∆Ec + ∆U = f~a · d~ = −fa d cos(180o ) = −µc N d = −µc (m + M) g d.

em que d~ é o vetor deslocamento do bloco desde o instante t2 , imediatamente


após a colisão, até o instante t3 , em que a compressão da mola é máxima
(ver Figura 5.13).

É importante ressaltar, que a energia mecânica do sistema não se


conserva durante a colisão, porque ela é totalmente inelástica.

A força da mola e a força peso são conservativas. Logo, existe associada a


elas uma energia potencial que é a soma da energia potencial gravitacional
com a energia potencial da mola.

Como a altura do centro de massa do sistema formado pelo bloco e pela bala
permanece constante, não existe variação de energia potencial gravitacional,
depois da colisão.

A energia potencial da mola, imediatamente após da colisão, é aproxima-


damente nula porque a compressão da mola é muito pequena. A energia
k d2
potencial da mola, quando a compressão da mola é igual a d é igual a .
2
Por isso, a variação da energia potencial da mola é igual a

k d2
∆U = .
2

A energia cinética do sistema é nula quando a compressão é máxima e, ime-


(m + M ) v22
diatamente depois da colisão, é igual a: . Por isso, a variação da
2
energia cinética do sistema é igual a:

(m + M ) v22 (m + M ) v22
∆Ec = 0 − =− .
2 2

161 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

Consequentemente, temos que:

k d2 (m + M ) v22
∆EM = − = −µc (m + M ) g d ⇒
2 2

r
k
v2 = d2 + 2 µc g d.
m+M

Logo, o módulo da velocidade inicial da bala se reduz a:

r
(m + M ) v2 (m + M ) k
v0 = = d2 + 2 µc g d.
m m m+M

Atividade 7
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Dois carros estão se dirigindo para o cruzamento de duas ruas perpendiculares
como mostra a Figura 5.14. Um dos carros tem massa igual a 1000 kg
e trafega com velocidade constante ~v10 com módulo igual a 72 km/h e o
outro tem massa de 1500 kg e velocidade constante ~v20 com módulo igual a
108 km/h. Após a colisão eles saem engatados e sem girar. Qual a velocidade
dos carros imediatamente após a colisão? Resolva o problema a partir do
referencial da Terra, considerado inercial.

Figura 5.14: Carros se aproximando do cruzamento. Ilustador faça esta


figura.

CEDERJ 162
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Resposta Comentada
As forças externas que atuam sobre sistema formado pelos carros são os
pesos, as normais, as forças de atrito entre os pneus dos carros e o asfalto
do cruzamento e as forças de resistência do ar. Elas foram representadas na
Figura 5.15.

Figura 5.15: Diagramas das forças externas durante a colisão. Ilustrador faça
esta figura.

163 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

A variação do momento linear do sistema formado pelos carros é igual ao


impulso da força resultante, isto é,
D E
P~ (t2 )− P~ (t1 ) = N ~ 2 + (m1 + m2 ) ~g + f~a1 + f~a2 + F~ar1 + F~ar2 (t2 −t1 ),
~1 + N

em que os instantes t1 e t2 são, respectivamente, os instantes imediatamente


antes de depois da colisão.

Como todas as forças externas que atuam sobre o carro não aumentam du-
rante a colisão, e como o intervalo de tempo [t1 , t2 ] é muito pequeno, o impulso
da força resultante que atua no sistema formado pelos dois carros, durante a
colisão é desprezível. Por isso, temos que:

P~ (t2 ) − P~ (t1 ) ∼
= ~0 ⇒ P~ (t2 ) ∼
= P~ (t1 ) ⇒

(m1 + m2 ) ~v (t2 ) = m1 ~v10 + m2 ~v20 ⇒


m1 ~v10 + m2 ~v20
~v (t2 ) = ,
(m1 + m2 )
em que ~v (t2 ) é a velocidade dos carros engatados, imediatamente depois da
colisão.
Vamos reescrever os módulos das velocidades dos carros antes da colisão
em m/s. O módulo da velocidade do carro mais leve, antes da colisão é
72000 m
igual a 72 km/h = = 20 m/s. O módulo da velocidade do carro mais
3600 s
108000 m
pesado, antes da colisão é igual a 108 km/h = = 30 m/s. Logo, a
3600 s
velocidade dos carros engatados, imediatamente após a colisão é igual a:

(1000 kg) (20 m/s) ı̂ + (1500 kg) (30 m/s) ̂


~v (t2 ) = = (8 ı̂ + 18 ̂) m/s.
2500 kg

Exemplo 5.2
O pêndulo balístico é um sistema formado por um bloco ligado a um suporte
vertical. Ele é usado para determinar o módulo da velocidade de um projétil,
através da medida da altura máxima hmax que o bloco sobe após ter sido
atingido pelo projétil. Prove que a velocidade do projétil é dada por:
M +mp
v= 2 g hmax .
m
Despreze as forças que o ar exerce sobre a bala e o bloco. Resolva o problema
a partir do referencial da Terra, considerado inercial. O pêndulo balístico foi
representado na Figura 5.16.

CEDERJ 164
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Figura 5.16: Pêndulo balístico.

Resolução
Para resolver este exemplo vamos analisar a variação do momento linear do
sistema formado pela bala e pelo bloco durante a colisão de um com o outro
e a variação de energia do sistema durante a sua subida até a altura máxima
hmax .

Antes de a bala colidir com o bloco, ela se desloca como um projétil.


Logo, a velocidade da bala adquire um pequena componente vertical, mas a
componente x da velocidade da bala permanece igual a v.

Os diagramas das forças externas que atuam no sistema formado pela


bala e pelo bloco, durante o seu movimento, foram desenhados na Figura
5.17.

Figura 5.17: Diagramas das forças externas que atuam no sistema formado
pela bala e pelo bloco, durante o seu movimento.

165 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

A Figura 5.18 mostra o sistema formado pela bala e pelo bloco no instante
t2 imediatamente depois da colisão e no instante t3 em que a altura do bloco
é hmax .

Figura 5.18: Pêndulo balístico depois da colisão.

A variação do momento linear do sistema formado pela bala e pelo bloco


durante a colisão é o impulso da força resultante externa que atua sobre o
sistema, isto é,
D E
P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = T~ + (M + m) ~g (t2 − t1 ).

Como o tempo de colisão é pequeno, o peso do sistema é constante e


a tensão no fio não aumenta muito durante a colisão, o impulso da força
resultante é deprezível. Por isso, temos que:

P~ (t2 ) − P~ (t1 ) ∼
= ~0.

Como durante a colisão, o bloco desloca pouco, podemos desprezar


a componente vertical da velocidade, imediatamente após a colisão isto é,
vx (t2 ) ∼
= v(t2 ). Logo, temos que:

(m + M ) v2
Px (t2 ) − Px (t1 ) = (m + M ) v(t2 ) − m v = 0 ⇒ v = ,
m
em que v2 é o módulo da velocidade do sistema imediatamente após a colisão.

É importante ressaltar, que a energia mecânica do sistema não se


conserva durante a colisão, porque ela é totalmente inelástica.

CEDERJ 166
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

A variação da energia mecânica do sistema é produzida pelo trabalho


das forças externas não conservativas e pelo trabalho das forças internas não
conservativas.

Depois da colisão, não existem trabalhos das forças internas do sistema


porque não existe deslocamento relativo entre a bala e o bloco.

Depois da colisão, a única força externa não conservativa que pode


realizar trabalho sobre o sistema é a tensão. Como a tensão é perpendicular
ao deslocamento do sistema (ver Figura 5.19), o trabalho da tensão é nulo,
isto é, T~ · d~r = 0.
R

Figura 5.19: Trabalho da tensão.

Consequentemente, a energia mecânica do sistema se conserva, isto é,


EM (t3 ) = EM (t2 ).
em que o instante t2 é o instante imediatamente após a colisão e t3 é o instante
em que o bloco com a bala atingem a altura máxima. Logo, temos que:
(m + M ) v22 p
= (M + m) g hmax ⇒ v2 = 2 g hmax .
2
Por isso, a velocidade inicial da bala se reduz a:
(m + M ) v2 m+M p
v= ⇒v= 2 g hmax .
m m

167 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B
Atividade 8
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Uma bola de aço de massa m = 0 ,5 kg está presa a um cordão de compri-
mento b = 80 cm . Ela é abandonada quando o cordão está na horizontal. Na
parte mais baixa de sua trajetória, a bola atinge um bloco de aço de massa
M = 2,5 kg, inicialmente em repouso sobre uma superfície lisa, como mos-
trado na Figura 5.20. A colisão entre a bola e o bloco é frontal e elástica.
Determine as velocidades da bola e do bloco imediatamente após a colisão.
Despreze as forças que o ar exerce sobre a bola e sobre o bloco. Considere a
aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 . Resolva o problema do referencial
da Terra, considerado inercial.

Figura 5.20: A colisão entre a bola e o bloco é elástica.

CEDERJ 168
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Resposta Comentada
Para resolver esta questão, vamos analisar a variação da energia mecânica
da esfera durante a sua queda e a variação do momento linear do sistema
formado pela esfera e pelo bloco, durante a colisão. Para fazer estas análises
é necessário fazer o diagrama de forças que atuam na esfera durante a sua
queda e o diagrama das forças externas que atuam no sistema durante a co-
lisão. Estes diagramas de forças foram desenhados na Figura 5.21.

Figura 5.21: Forças que atuam na esfera durante a sua queda e forças externas
que atuam no sistema durante a colisão.

A variação da energia mecânica da esfera é igual ao trabalho das forças


não conservativas internas e externas que atuam sobre ela. Como estamos
imaginando que a esfera é rígida, as forças internas não realizam trabalho.
Logo, a única força externa que pode dissipar a energia mecânica da esfera
é a tensão que o fio exerce sobre a esfera. Como a tensão é perpendicular
ao deslocamento do sistema (ver Figura 5.22), o trabalho da tensão é nulo,
isto é, T~ · d~r = 0.
R

Figura 5.22: Trabalho da tensão.

169 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

Consequentemente, temos que: EM e (0) = EM e (t1 ), em que t1 é o instante


imediatamente anterior à colisão da esfera e do bloco.
A energia potencial gravitacional da bola é igual a Ugb = m g yb , em que yb é
a coordenada do centro de massa da bola durante a sua queda. Logo, temos
que:
m ve2 (t1 ) p p
mgb = ⇒ ve (t1 ) = 2 g b = 2.10.0,8 m/s = 4 m/s,
2
em que ve (t1 ) é o módulo da velocidade da esfera, imediatamente antes da
sua colisão com o bloco.

A variação do momento linear do sistema formado pela esfera e pelo bloco


durante a colisão é o impulso da força resultante externa que atua sobre o
sistema, isto é,
D E
P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = T~ + (M + m) ~g (t2 − t1 ).

Como o tempo de colisão é pequeno, o peso do sistema é constante e a tensão


no fio não aumenta muito durante a colisão, o impulso da força resultante é
deprezível. Por isso, temos que:

P~ (t2 ) − P~ (t1 ) ∼
= ~0 ⇒

m vex (t2 ) + M vbx (t2 ) − m vex (t1 ) = 0,


em que vex (t1 ) e vex (t2 ) são respectivamente as componentes x da velocidade
da esfera imediatamente antes e imediatamente depois da colisão e vbx (t2 )
é a velocidade do bloco imediatamente depois da colisão. Vamos utilizar a
seguinte notação para estas velocidades:

vex (t1 ) = vex1 , vex (t2 ) = vex2 e vbx (t2 ) = vbx2 .

Com esta notação, a variação do momento linear do sistema durante a colisão


se reduz a:

m vex2 + M vbx2 − m ve1 = 0 ⇒ 0,5 vex2 + 2,5 vbx2 − (0,5 .4) = 0 ⇒


vex2 = 4 − 5 vbx2 . (5.5)

Como a colisão é elástica, a energia mecânica do sistema EM s se conserva,


isto é,
EM s (t1 ) = EM s (t2 ).

Como as coordenadas y dos centros de massa da esfera e do bloco perma-


necem constantes durante a colisão, não há variação da energia potencial

CEDERJ 170
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

gravitacional do sistema durante a colisão. Por isso, durante a colisão do


bloco com a esfera, a variação da energia mecânica do sistema é igual à
variação da energia cinética do sistema.
As energias cinéticas do sistema, imediatamente antes e imediatamente de-
pois da colisão, são respectivamente iguais a:
2 2 2
m vex1 m vex2 M vbx2
Ecs (t1 ) = e Ecs (t2 ) = + .
2 2 2

Logo, a conservação da energia mecânica do sistema durante a colisão fornece


uma nova relação entre as velocidades das esferas, imediatamente antes e
imediatamente depois da colisão, uma vez que:
2 2 2
m vex1 m vex2 M vbx2
= + ⇒
2 2 2
2 2 2
m vex1 = m vex2 + M vbx2 . (5.6)

A introdução da relação 5.5 em 5.6 fornece:

0,5 (4)2 = 0,5 (4 − 5 vbx2 )2 + 2,5 vbx2


2

2
3 vbx2 − 4 vbx2 = 0. (5.7)

As duas soluções da equação 5.7 são:

4
vbx2 = 0 m/s e vbx2 = m/s.
3
A primeira solução corresponde à situação imediatamente antes da colisão e
não será levada em consideração. A segunda solução é a velocidade do bloco,
imediatamente depois da colisão. A velocidade da esfera imediatamente de-
pois da colisão pode ser obtidada da relação 5.5, isto é,

4 8
vex2 = 4 − 5 vbx2 = 4 − 5 = − m/s.
3 3

Por isso, imediatamente


 depois da colisão, o bloco se desloca para frente com
4 ı̂
velocidade igual a m/s, e a esfera inverte o sentido do seu movimento,
3  
8 ı̂
passando a se deslocar para atrás, com uma velocidade igual a − m/s.
3

171 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B
Atividade 9
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Um projétil com massa 2 m é arremessado do solo com velocidadade inicial
com módulo v0 = 10 m/s, como mostra a Figura 5.23.

Figura 5.23: O projétil explode no ponto mais alto da sua trajetória.

O ângulo que a velocidade inicial forma com a direção OX é θ0 = 60o . No


ponto mais alto da sua trajetória, o projétil explode e se divide em dois pe-
daços com massas iguais a m. Um dos pedaços é arremessado verticalmente
para baixo e inicia o seu movimento com uma velocidade de módulo igual a
20 m/s. Considere o módulo da aceleração da gravidade g igual a 10 m/s2 .
Despreze as forças que o ar exerce sobre o projétil e sobre os pedaços do pro-
jétil. Despreze as dimensões do projétil. Resolva o problema do referencial
da Terra, considerado inercial.

1. Quanto tempo o segundo pedaço leva para atingir o solo?

2. A que distância x do ponto de partida do projétil, o segundo pedaço


cai?

CEDERJ 172
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Resposta Comentada
Para resolver esta questão vamos analisar separadamente o movimento do
projétil antes, durante e depois da explosão. Com essa finalidade precisamos
encontrar as forças externas que atuam no projétil antes, durante e depois
da explosão. A Figura 5.24 mostra que a única força externa que atua no
projétil e no sistema formado pelos seus dois pedaços, é o peso do projétil.

Figura 5.24: Diagrama da forças externas que atuam no projétil e no sistema


formado pelos dois pedaços do projétil, durante os seus movimentos.

Durante a subida do projétil, sua aceleração é igual à aceleração da gravidade,

173 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

uma vez que:


2 m ~a = 2 m ~g ⇒ ~a = ~g .

Logo, antes da explosão as grandezas cinemáticas do movimento do projétil


são:  
o 1
vx (t) = vx0 = v0 cos(60 ) = 10 m/s = 5 m/s,
2
√ !
3 √
vy (t) = vy0 − g t = v0 sen(60o ) − 10 t = 10 − 10 t = 5 3 − 10 t,
2

g t2 √
x(t) = x0 + vx0 t = 5 t e y(t) = y0 + vy0 t − = 5 3 t − 5 t2 .
2
Se t1 é o tempo que o projétil leva para atingir a sua altura máxima, temos
que: √
√ 3
vy (t1 ) = 0 ⇒ 0 = 5 3 − 10 t1 ⇒ t1 = s.
2
Logo, a posição em que a altura é máxima é igual a:

3 ∼
x(t1 ) = 5 t1 = 5 m = 4,3m.
2

A altura máxima atingida pelo projétil é igual a:


√ ! √ !2
√ √ 3 3 15
y(t1 ) = 5 3 t1 − 5 t21 = 5 3 −5 = m.
2 2 4

1. A descrição do movimento do segundo pedaço, requer a obtenção da


velocidade do segundo pedaço, imediatamente após a explosão. Esta
velocidade pode ser obtida através da análise da variação do momento
linear do projétil durante a explosão.

A variação do momento linear do projétil durante a explosão é o impulso


da força resultante externa. Como a força resultante externa que atua
no projétil é o seu peso, temos que:

P~ (t2 ) − P~ (t1 ) = 2 m ~g (t2 − t1 ).

Como o tempo da explosão é pequeno e o peso do projétil permanece


constante durante a explosão, podemos considerar, aproximadamente,
que existe conservação do momento linear do projétil durante a explo-
são, isto é,

P~ (t2 ) − P~ (t1 ) ∼
= ~0 ⇒ 2 m ~v (t1 ) = m ~v1 (t2 ) + m ~v2 (t2 ),

CEDERJ 174
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

em que t2 é o instante imediatamente após a explosão, ~v (t1 ) é a veloci-


dade do projétil imediatamente antes da explosão e ~v1 (t2 ) e ~v2 (t2 ) são,
respectivamente, as velocidades do primeiro e do segundo pedaço do
projétil imediatamente depois da explosão. Por isso, a velocidade do
segundo projétil, imediatamente após a explosão, é igual a:

~v2 (t2 ) = 2 ~v (t1 ) − ~v1 (t2 ) ⇒

v2x (t2 ) = 2 vx (t1 ) − v1x (t2 ) = 2 vx (t1 ) − 0 = 10 m/s e


v2y (t2 ) = 2 vy (t1 ) − v1y (t2 ) = 0 − v1y (t2 ) = 20 m/s.

Como a explosão ocorre em um tempo muito pequeno, podemos con-


siderar que as posições dos pedaços do projétil imediatamente depois
da explosão são iguais às posições dos futuros pedaços do projétil ime-
diatamente antes da explosão, isto é, x2 (t2 ) = x(t1 ) e y2 (t2 ) = y(t1 ).
Logo, temos que:

3 15
x2 (t2 ) = 5 m e y2 (t2 ) = m.
2 4
Além disto, podemos considerar t2 ∼ = t1 .

Por isso, depois da explosão (t > t2 ), as coordenadas do segundo pedaço


são iguais a:

x2 (t) = x2 (t2 )+v2x (t−t2 ) e y2 (t) = y2 (t2 )+v2y (t2 ) (t−t2 )−5 (t−t2 )2 ⇒
√ √ ! √ ! √ !2
3 3 15 3 3
x2 (t) = 5 +10 t − e y2 (t) = +20 t − −5 t − ⇒
2 2 4 2 2

A coordenada y2 do segundo pedaço no instante t3 em que ele toca o


solo é nula, isto é,
√ ! √ !2
15 3 3
y2 (t3 ) = + 20 t3 − − 5 t3 − = 0. (5.8)
4 2 2

O instante t3 é obtido resolvendo-se a equação 5.8.

A resolucão desta equação simplifica quando substituimos a expressão


√ !
3
t3 − por tt, isto é,
2
15
y2 (t3 ) = + 20 tt − 5 tt2 = 0 ⇒
4
3
tt2 − 4 tt − = 0. (5.9)
4

175 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

As raízes da equação 5.9 são:


q
4 + 16 + 4 34

4 + 19
tt+ = = s e
2 2

q
4 − 16 + 4 43

4 − 19
tt− = = s.
2 2
Consequentemente as raízes da equação 5.8 são:
√ √ √
3 4 + 19 3∼
t3+ = tt+ + = + = 5s e
2 2 2
√ √ √
3 4 − 19 3∼
t3− = tt− + = + = 0,7 s.
2 2 2
Após a resolução do item 2 desta questão, veremos que apenas o tempo
t3+ deve ser considerado. Logo, o tempo que o segundo pedaço leva para
atingir o solo é de 5 s.

2. A raiz t3+ = 5s está associada a deslocamento x do segundo pedaço,


que é igual a:
√ √ √ √
3 3 ∼ 3 3
x2 (t3+ ) = 5 + 10 (t3+ − )=5 + 10 (5 − ) = 46 m.
2 2 2 2
A raiz t3− = 0,7s está associada ao deslocamento x do segundo pedaço
igual a:
√ √ √ √
3 3 ∼ 3 3
x2 (t3− ) = 5 + 10 (t3− − )=5 + 10 (0,7 − ) = 2,3 m.
2 2 2 2

Como o deslocamento associado à raiz t3− é menor do que o desloca-


mento x do projétil antes da explosão, esta raiz não é uma solução desta
questão. Logo, o deslocamento x do segundo pedaço no momento em
que ele toca o solo é igual a 46 m.

A trajetória do centro de massa não é uma parábola porque


o tempo de queda do pedaço que é arremessado verticalmente para
baixo é menor do que o tempo de queda do que foi arremessado
para cima, uma vez que a componente y da velocidade inicial do
primeiro pedaço é igual a −20 m/s e a do segundo pedaço é igual a
20 m/s. Logo, durante a colisão do primeiro pedaço com o solo, a
normal que o solo exerce no primeiro pedaço influencia a trajetória
do centro de massa, que neste caso não será uma parábola.

CEDERJ 176
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Atividade 10
Atende aos Objetivos de 1 até 3
Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão:
Um esquiador A, que está em repouso sobre a superfície de gelo, atira uma
bola de massa m horizontalmente com velocidade de módulo v, para o esqui-
ador B que também estava em repouso sobre o gelo.
O esquiador B, que tem a mesma massa do esquiador A, arremessa
a bola de volta ao esquiador A, que segura a bola. O arremesso da bola
também é horizontal.
Os atritos entre os skis e o gelo e a força que o ar exerce sobre os
esquiadores e a bola são desprezíveis. Os dois esquiadores arremessam a bola
com a mesma força muscular, de tal forma que o módulos das velocidades da
bola em relação a eles, imediatamente depois de ser arremessada, são iguais
a v. Resolva o problema do referencial da Terra, suposto inercial.

1. Calcule a velocidade do esquiador A, depois de lançar a bola para o


esquiador B.

2. Calcule a velocidade do esquiador B, depois de receber a bola.

3. Calcule a velocidade do esquiador B, depois de lançar a bola de volta


para o esquiador A.

Considere conhecidos a massa M dos esquiadores, a massa m da bola, o


módulo v da velocidade com que a bola é arremessada pelos esquiadores.
Despreze as forças que o ar exerce sobre os esquiadores e a bola. Resolva o
problema a partir do referencial da Terra, considerado inercial.

177 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

Resposta Comentada
Para resolver esta questão, vamos analisar a variação do momento linear do
sistema formado por um dos esquiadores e pela bola, durante o arremesso ou
a recepção da bola pelo esquiador.

Apresentamos na Figura 5.25 as forças externas que atuam nos sistemas


formados por cada um dos esquiadores e pela bola.

Figura 5.25: Diagramas das forças externas. Ilustrador faça esta figura

1. A Figura 5.26 mostra o esquiador A arremessando a bola para o


esquiador B. Com a finalidade de obter a velocidade do esquiador A,
depois dele lançar a bola para o esquiador B, vamos analisar a variação
do momento linear do sistema formado pelo esquiador A e pela bola,
durante o processo em que o esquiador A arremessa a bola.

CEDERJ 178
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Figura 5.26: O esquiador A arremessa a bola para o esquiador B.

O momento linear inicial do sistema formado pelo esquiador A e pela


bola é nulo. A variação do momento linear do sistema formado pelo
esquiador A e pela bola, durante o processo em que o esquiador A
arremessa a bola, é igual ao impulso da força resultante que atua sobre
ele. Como a força resultante que atua sobre este sistema é vertical,
a componente x do momento linear do sistema se conserva durante o
arremesso da bola, isto é,

PbAx = constante ⇒ M vA1x + m vb1x = 0,

em quePbAx é a componente x do momento linear do sistema formado


pela bola e pelo esquiador A, durante o arremesso da bola.

Como a única força que atua na bola após ela ser arremessada é o seu
peso, a componente x da bola não se modifica após seu arremesso, an-
tes dela ser recebida pelo esquiador B. Por isso, a componente x da
velocidade da bola é igual à componente x velocidade com que a bola
é arremessada.

Como o esquiador A estava em repouso quando ele arremessou a bola,


a componente x da velocidade de arremesso da bola tem módulo igual
a v. Por isso, temos que:
mv mv
vb1x = −v ⇒ M vA1x − m v = 0 ⇒ vA1x = ⇒ ~vA1 = ı̂.
M M

179 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

2. A Figura 5.27 mostra o esquiador B recebendo a bola arremessada


pelo esquiador A.

Figura 5.27: O esquiador B recebe a bola do esquiador A.

A variação do momento linear do sistema formado pelo esquiador B e


pela bola, durante o processo em que o esquiador B recebe a bola, é
igual ao impulso da força resultante que atua sobre sistema. Como a
força resultante que atua sobre este sistema é vertical, a componente
x do momento linear do sistema se conserva durante a recepção da bola.

Antes do esquiador B receber a bola, o seu momento linear é nulo e


a componente x do momento linear da bola é −m v. Depois que o
esquiador recebe a bola, ele e bola ficam com a mesma velocidade.
Por isso, a componente x do momento linear do sistema depois que
o esquiador B recebe bola é igual (m + M ) vB1x . Consequentemente,
temos que:
PbBx = constante ⇒ m vb1x = (m+M ) vB1x ⇒ −m v = (m+M ) vB1x ⇒
mv mv
vB1x = − ⇒ ~vB1 = − ı̂,
m+M m+M
em quePbBx é a componente x do momento linear do sistema formado
pela bola e pelo esquiador B, durante a recepção da bola.

3. A Figura 5.28 mostra o esquiador B arremessando a bola para o


esquiador A.

CEDERJ 180
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

Figura 5.28: O esquiador B arremessa a bola para o esquiador A.

A variação do momento linear do sistema formado pelo esquiador B e


pela bola, durante o processo em que o esquiador B arremessa a bola,
é igual ao impulso da força resultante que atua sobre ele. Como a força
resultante que atua sobre esse sistema é vertical, a componente x do
momento linear do sistema se conserva durante o arremesso da bola,
isto é,
PbBx = −m v ⇒ −m v = M vB2x + m vb2x .

Como a única força que atua na bola após ela ser arremessada é o seu
peso, a componente x da bola não modifica após seu arremesso, antes
dela ser recebida pelo esquiador A. Por isso, a componente x da bola é
igual a velocidade com que a bola é arremessada. Como a componente
x da velocidade do esquiador B, antes de arremessar a bola era vB1x , a
componente x da velocidade de arremesso da bola em relação à Terra
é igual a:

mv Mv
vb2x = v + vB1x = v − = . (5.10)
m+M m+M
A equação 5.10 foi escrita, utilizando-se o fato de que a componente x
da velocidade de arremesso da bola em relação à Terra é igual a soma
da componente x da velocidade da bola em relação ao esquiador B,
com a componente x da velocidade do esquiador B em relação à Terra,
antes de ser arremessada.

A componente x do momento linear do sistema formado pelo esquiador


B antes de ele arremessar a bola de volta para o esquiador A é igual
a −m v. A componente x do momento linear do sistema formado pelo

181 CEDERJ
Aula 5 - Impulso de uma força


sica1B

esquiador B depois que ele arremessa a bola de volta para o esquiador


A, antes do esquiador A receber a bola de volta é igual m vv2x +M vB2x .
Logo, temos que:
Mv
vb2x = e PbBx = −m v = m vb2x + M vB2x ⇒
m+M
 
Mv
−m v = m + M vB2x ⇒
m+M
   
mv M mv m + 2M
vB2x =− 1+ =− ⇒
M m+M M m+M
 
mv m + 2M
~vB2 = − ı̂.
M m+M

A Atividade 10 mostrou que os patinadores passaram a se deslocar


quando arremessaram a bola. O processo em queum corpo ganha velocidade
através do arremesso de massa é utilizado nos foguetes. Nos foguetes, o
combustível é queimado e transformado em gases que são arremessados para
o espaço. Desta forma, ele aumenta a sua velocidade. Se você quer saber
mais sobre o movimento dos foguetes leia o livro do Moysés [1].

Conclusões
Nesta Aula, analisamos processos de colisões encontrados no nosso co-
tidiano. Nestas colisões, existem forças externas atuando nos corpos que
colidem. Por isso, não existe conservação do momento linear do sistema.
Com a finalidade de analisar estes sistemas, introduzimos os conceitos de
impulso de uma força e de força média.

Verificamos, que nos casos em que a força resultante média não cresce
muito durante uma colisão, é possível considerar que houve, durante a coli-
são, uma conservação aproximada do momento linear do sistema. Com esta
aproximação, foi possível calcular as velocidades dos corpos que colidiram
imediatamente após a colisão.

Resumo
1. O impulso da força F~ associado a um intervalo de tempo [t1 , t2 ] é o
vetor definido por: Z t2
~ ~
I(F , t1 , t2 ) = F~ dt.
t1

CEDERJ 182
Aula 5 - Impulso de uma força
MÓDULO 1 - AULA 5

2. Por definição, a força média associada a um força F~ (t)D que


E atua em um
intervalo de tempo [t1 , t2 ] é igual a força constante F~ , que produz
um impulso, no intervalo de tempo [t1 , t2 ], igual ao impulso produzido
pela força F~ (t), no intevalo de tempo [t1 , t2 ], isto é,
R t2
D E F~ (t) dt
~
F = t1
.
t2 − t1

3. A variação do momento linear de um sistema de partículas em um


intervalo de tempo [t1 , t2 ], é o impulso da força resultante externa que
atua sobre o sistema, neste intervalo de tempo, isto é,
Z t2 D E
~ ~
P (t2 ) − P (t1 ) = ~ ext
F dt = F ~ ext
(t2 − t1 )
t1

Informações sobre a próxima aula


Na próxima aula, você fará experimentos para estudar colisões unidi-
ensionais entre os carrinhos de um trilho de ar.

Referências bibliográficas
NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de Física básica I : Mecânica. 3. ed.
São Paulo: Edgard Blücher, 1981.

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