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Fı́sica 1B

March 7, 2015

1 Lista de exercı́cios
1. Considere uma colisão frontal de duas pequenas esferas de massa m1 e m2 de modo
que elas se movem ao longo de um mesmo eixo, que pode ser escolhido como o eixo
OX . O coeficiente de restituição e da colisão é definido por v1′ −v2′ = −e(v1 −v2 ), onde
v1 e v2 são as velocidades das esferas antes da colisão e v1′ e v2′ , as velocidades após a
colisão (para não sobrecarregar a notação, omitimos o subı́ndice x nas velocidades).
(a) Mostre que as velocidades após a colisão podem ser expressas como
(m1 − em2 )v1 + m2 (1 + e)v2 m1 (1 + e)v1 + (m2 − em1 )v2
v1′ = ; v2′ = . (1)
m1 + m2 m1 + m2
(b) Mostre que a energia cinética de qualquer sistema formado por duas partı́culas
em movimento unidimensional pode ser escrita na forma K = (1)/2)M Vcm 2 +
2
(1/2)µv12 , onde M = m1 + m2 é a massa total do sistema, Vcm a velocidade de
seu centro de massa e µ := m1 m2 /(m1 + m2 ), a sua massa reduzida. Utilizando
esse resultado, mostre que o fator Q da colisão descrita no enunciado é dado por
1 m1 m2
Q = − (1 − e2 ) (v1 − v2 )2 . (2)
2 m1 + m2
(c) Escreva expressões aproximadas para v1′ , v2′ e Q no caso em que (m2 >> m1 ).
(d) Como um exemplo do caso descrito no item anterior, suponha que uma bola seja
largada de uma altura h sobre a superfı́cie da Terra. Supondo que o coeficiente
de restituição numa colisão da bola com a Terra seja e, mostre que a altura
máxima h′ atingida pela bola após uma colisão é dada por h′ = e2 h.
(e) Mostre que o intervalo de tempo transcorrido desde que a bola é abandonada
até o instante em que ela atinge o repouso é dado por:
s
2h (1 + e)
T = .
g (1 − e)
Analise os casos extremos em que e = 0 e e = 1. Comente os resultados.

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2. Uma bolinha de massa m1 colide frontalmente com uma outra, de massa m2 , que
está inicialmente em repouso. A colisão, considerada perfeitamente elástica, ocorre
sobre a superfı́cie de uma mesa sem atrito.

(a) Determine a fração ∆E/E0 em termos de m1 e m2 , onde ∆E é a variação da


energia mecânica da esfera de massa m1 e E0 é sua energia mecânica inicial.
(b) Determine a razão m1 /m2 para a qual a perda de energia mecânica da esfera
incidente nesta colisão é igual à metade de sua energia mecânica inicial.

3. Considere dois pequenos blocos alinhados sobre o eixo OX . Inicialmente, o bloco da


esquerda, de massa m, tem velocidade v0 ux , v0 > 0, enquanto o bloco da direita, de
massa 3m, está em repouso, como indica a figura. Grudada no lado esquerdo desse
último bloco há uma mola ideal cujo extremo esquerdo possui um anteparo vertical
de massa desprezı́vel. O bloco de massa m se choca com a mola do bloco da direita
fazendo com que ela se comprima até um certo ponto e depois volte a se distender.
Suponha que todos os movimentos se processem no eixo OX , que a mola permaneça
sempre na direção desse eixo e despreze qualquer tipo de atrito e resistência do ar.

m 3m
v0
X
O

(a) A componente ao longo do eixo OX do momento linear total do sistema formado


pelos dois blocos e a mola se conserva durante a colisão? E a energia mecânica
do sistema? Justifique.
(b) Determine a velocidade do centro de massa do sistema no instante de maior
aproximação entre os blocos.
(c) Calcule de quanto a mola está comprimida no instante de maior aproximação
entre os blocos.

4. Considere três pequenos blocos alinhados sobre o eixo OX . Inicialmente, o bloco da


esquerda, de massa m, está em repouso, o bloco do centro, também de massa m, tem
velocidade v0 ux , v0 > 0, e o bloco da direita, de massa M , está em repouso. Grudada
no lado esquerdo desse último bloco há uma mola ideal, cujo extremo esquerdo possui
um anteparo vertical de massa desprezı́vel com o qual o bloco do centro irá se chocar.
Observe que o bloco do centro não ficará preso à mola podendo, inclusive, mudar
o sentido de seu movimento, dependendo da relação entre m e M . Considere, além
disso, que todos os movimentos se processam no eixo OX , que a mola permaneça
sempre na direção desse eixo e que as únicas forças ao longo de OX sejam as forças
de interação dos blocos entre si e com a mola.

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m m M
v0
X
O

(a) Qual é a condição entre m e M para que o bloco do centro venha a se chocar
com o bloco da esquerda?
(b) Suponha que tal condição seja satisfeita e que, ao se chocar com o bloco da
esquerda, o bloco do centro fique grudado nele. Qual deve ser o valor de M para
que o sistema formado pelos blocos da esquerda e do centro se movam, juntos,
com uma velocidade igual a −(v0 /4)ux ?
(c) Na situação do item anterior, determine a velocidade final do bloco da direita.

5. João, de massa mJ , e Maria, mais leve que João, estão em pé em extremos opostos
de uma canoa de massa mc e comprimento ℓ que se encontra em repouso relativo às
águas de uma lagoa. Num certo instante, eles resolvem trocar de lugar. Observando
a margem da lagoa, João verifica que, após trocar de lugar com Maria, a canoa se
desloca de uma distância d em relação à água. Supondo que o atrito entre a canoa e
a água seja desprezı́vel, determine a massa de Maria.

6. Uma pessoa de massa m se encontra inicialmente no centro de uma canoa de compri-


mento ℓ e massa M , ambas em repouso. Considere a canoa simétrica de tal modo que
o seu centro de massa C esteja no seu ponto médio, como indica a figura. Num dado
instante, a pessoa percebe que um torpedo se aproxima da canoa se movimentando
numa linha reta perpendicular à canoa. A distância da pessoa à linha de tiro do
torpedo é ℓ/4.

C M

ℓ /4 ℓ /4

(a) Para que o centro de massa C da canoa se afaste da linha de tiro do torpedo
a pessoa deve caminhar para a direita ou para a esquerda? Despreze o atrito

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entre a canoa e a água e suponha que a pessoa permaneça na canoa. Justifique
a sua resposta.
(b) Qual deve ser a condição sobre a razão m/M para que, caminhando no sentido
correto, a pessoa possa evitar a colisão?

7. Considere uma canoa de comprimento ℓ e duas pessoas, Pedro e Renata, sentadas cada
uma num dos extremos da canoa. Inicialmente, a canoa está em repouso flutuando
sobre as águas paradas de um lago. Escolha o eixo OX ao longo da canoa, com a
sua origem no extremo esquerdo da canoa, onde, por hipótese, Pedro está sentado e
apontando no de Pedro para Renata antes que eles troquem suas posições. Seja mP
a massa de Pedro, mR a de Renata e mc a da canoa.

(a) Pedro e Renata resolvem trocar de lugar. Supondo que a canoa se mova apenas
horizontalmente e desprezando o atrito entre ela e a água, determine o desloca-
mento total da canoa ∆xC após a troca.
(b) O resultado obtido no item anterior depende do modo como Pedro e Renata se
movimentam durante a troca?

8. Uma pequena esfera de dimensões desprezı́veis, de massa m e velocidade de módulo


v1i = 3m/s (esfera 1), colide com uma outra, também de dimensões desprezı́veis e de
massa 2m, que está inicialmente em repouso (esfera 2). Considere eixos coordenados
OX Y de modo que o eixo OX esteja na direção e no sentido da velocidade da esfera
incidente. Escolha a origem O na posição onde ocorre a colisão entre as esferas e
o instante t = 0 como aquele em que ocorre a colisão (como de costuem, estamos
supondo que o tempo de colisão seja desprezı́vel). No instante tb = 2 s verifica-se que
a esfera incidente se encontra na posição r1b = −3 m ûy .

(a) Determine a velocidade do centro de massa do sistema formado pelas duas esferas
antes da colisão. Determine a posição do centro de massa no instante tb .
(b) Determine as velocidades das duas esferas após a colisão e o ângulo θ que a tra-
jetória da esfera de massa 2m faz com o eixo OX . Faça um desenho esquemático
da colisão indicando as posições e as velocidades das duas esferas nos instantes
ta = −1 e tb = 1. Indique, ainda, as posições do centro de massa nesses dois
instantes.
(c) Determine a posição da esfera 2 no instante tb . A partir desses resultados veri-
fique que as duas esferas e o centro de massa estão sobre uma mesma reta, como
esperado.
(d) Calcule o fator Q dessa colisão supondo que m = (1/9) kg.

9. Suponha que um pequeno bloco de massa m incida com velocidade de módulo v1i so-
bre um outro, de massa M , no qual está presa uma mola ideal de constante elástica k.

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Antes da colisão, o bloco de massa M está em repouso e a mola, com seu comprimento
natural.

v1i k
m M X
O

Despreze o atrito entre os blocos e a superfı́cie. Num dado instante, a compressão


da mola será máxima. Durante todo o processo a mola permanece na horizontal.
Calcule, nesse instante, as velocidades dos blocos e a compressão máxima da mola
∆xmax .

10. Considere a seguinte colisão entre duas pequenas esferas de mesma massa. Antes
do choque, elas possuem as velocidades v1 = v0 ux e v2 = v0 uy , respectivamente,
onde v0 é uma constante positiva. Após a colisão, elas permanecem grudadas uma na
outra com velocidade vf . Suponha que a resultante das forças sobre cada uma delas
é sempre nula, exceto durante a colisão, quando as forças de contato são diferentes
de zero.

(a) Calcule o módulo de vf e o ângulo entre vf e eixo OX .


(b) Calcule a variação da energia cinética nessa colisão.

11. Dois blocos A e B de massas iguais a ma e mb estão em repouso sobre uma superfı́cie
horizontal sem atrito e mantêm entre eles uma mola comprimida com o auxı́lio de
um fio ideal. Um terceiro bloco, C, de massa mc , está parado à direita de B. Essa
situação inicial do sistema de três blocos está representada na figura abaixo.

A B C

O fio que mantém a mola comprimida é cortado. No instante em que a mola volta a
ter o seu tamanho natural (instante em que perde o contato com os blocos), o bloco
A tem uma velocidade para a esquerda de módulo va . O bloco B colidirá, então, com
o bloco C.

(a) Determine a velocidade do bloco B logo antes da colisão com o bloco C.


(b) Qual é a energia potencial elástica da mola antes do corte do fio?
(c) Supondo que o bloco B permaneça grudado com o bloco C após colidir com ele,
determine a velocidade do conjunto B + C após a colisão.

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(d) Usando explicitamente o resultado do item anterior, determine a velocidade do
centro de massa do sistema formado pelos três blocos. Interprete o resultado.
(e) Determine a perda de energia ocorrida na colisão de B com C.

12. Um sapo está, inicialmente, situado num dos extremos de uma plataforma de com-
primento ℓ que flutua, em repouso, sobre as águas paradas de um lago. Num dado
instante, o sapo dá um salto com uma velocidade que faz com a horizontal um ângulo
de 45o . Suponha que a plataforma se movimente apenas na horizontal e despreze o
atrito entre a água e a plataforma. Seja m a massa do sapo e M a da plataforma.
Existe um valor v0 para o módulo da velocidade do sapo acima do qual o sapo não
cai mais sobre a plataforma, mas sim dentro do lago. Determine esse valor em função
de m, M , ℓ e g.

13. Considere duas esferas homogêneas, de mesmo raio R e massas m1 e m2 ,


sendo m2 = 3m1 . No instante inicial t0 , ambas estão em repouso e a distância
entre seus centros é r0 . O eixo OX é escolhido de forma que passe pelos centros das
esferas e com a origem O no centro da esfera de massa m1 , como indica a figura.
Suponha que as forças entre as esferas sejam apenas as gravitacionais.
m1 m2

R R

O X

r0
(a) Calcule a posição inicial do centro de massa do sistema formado pelas duas
esferas.
(b) Quais as posições dos centros das esferas, denotadas por x1 e x2 respectivamente,
no instante em que elas colidem?
(c) O momento linear total do sistema é conservado durante esse movimento? E a
energia mecância total do sitema? Justifique suas respostas.
(d) Determine as velocidades das esferas no instante em que elas colidem.

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14. Dois blocos de massas M1 e M2 estão, inicialmente, em repouso sobre uma superfı́cie
horizontal lisa. Uma pequeno projétil de massa m é disparado de uma arma com
uma velocidade horizontal de módulo v0 e atinge o bloco de massa M1 . Ele atravessa
totalmente esse bloco e atinge o segundo bloco, ficando preso dentro dele. Como a
velocidade inicial do projétil é muito grande, suponha que ele se movimente sempre
numa reta horizontal. Na situação final, o bloco de massa M1 tem velocidade de
módulo v1 e o bloco de massa m2 com o projétil em seu interior tem velocidade de
módulo v2 , com v2 > v1 .

M1 M2
m v0

v1 v0′

v1 v2

A figura ilustra as situações em um instante antes da bala atingir o primeiro bloco,


em um instante depois de passar pelo primeiro e antes de atingir o segundo, e em um
instante depois de incrustar no segundo. Considerando como dados as massas M1 e
M2 dos blocos, a massa m da bala, e as velocidades finais v1 e v2 dos blocos, calcule

(a) a velocidade inicial v0 da bala ao atingir o primeiro bloco e a velocidade v0′ com
que ela emerge dele,
(b) a velocidade do centro de massa do sistema formado pelo projétil e pelos dois
blocos: (i) antes que ele atinja o primeiro bloco e (ii) depois que ele ficou preso
no interior do segundo bloco. Explique a relação entre os resultados obtidos.

15. Considere um pêndulo fı́sico formado por uma barra homogênea de massa M e com-
primento ℓ que está suspensa por um eixo que passa por um de seus extremos. A
barra é abandonada do repouso quando está na horizontal.

(a) Calcule a velocidade do centro de massa da barra quando ela está na vertical.

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(b) Calcule a componente, ao longo da direção da barra, da força que o eixo exerce
sobre o extremo articulado da barra quando ela faz um ângulo θ com a vertical.

16. Um sistema é constituı́do por três partı́culas, de massas m1 = m, m2 = m e m3 = 2m.


No instante t = 0 elas têm posições dadas por r10 = 0, r20 = b ux e r30 = b uy ,
relativas ao sistema de eixos OX YZ indicado na figura. Nesse instante, as três
partı́culas têm velocidades iguais a v0 = v0 ux e começa a atuar sobre a partı́cula de
massa m3 a força total F3 = A t ux , onde A é uma constante positiva. As respectivas
forças resultantes sobre as outras partı́culas são nulas. A partir do instante t = 0,
determine

2m F3

v0

m m
O v0 v0 X

(a) a função-movimento do centro de massa do sistema;


(b) o momento angular do sistema em relação à origem O do sistema de eixos;
(c) o torque total sobre o sistema em relação à origem O.
(d) Usando os resultados obtidos nos itens anteriores, verifique o Teorema do Torque
e Momento Angular.

17. Duas partı́culas de massas m1 e m2 , ligadas por uma barra rı́gida de massa de-
sprezı́vel, encontram-se inicialmente em repouso sobre uma superfı́cie horizontal lisa,
conforme mostra a figura. Em t0 as partı́culas de massas m1 e m2 estão localizadas
nos pontos (d1 , 0) e (0, d2 ), respectivamente.
A partir do instante t0 passam a atuar sobre elas as forças F1 = F1 uy e F2 = F2 ux ,
onde F1 e F2 são constantes positivas. Estas forças estão indicadas na figura.

(a) Calcule a posição inicial do centro de massa do sistema e determine a função-


movimento do centro de massa do sistema para t > t0 .

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Y

m2 F2

d2
F1

O d1 m1X
(b) Obtenha o momento total do sistema como função do tempo para t > t0 .
(c) Se substituı́ssemos a barra por uma mola ideal de constante k e com com-
primento natural igual ao da barra, o que mudaria nos resultados dos itens
anteriores?

18. Dois patinadores sobre gelo, de mesma massa m se aproximam um do outro com
velocidades em relação ao solo de mesmo módulo v0 , segundo trajetórias paralelas
separadas por uma distância r. Ao chegarem na situação de maior aproximação
eles se dão as mãos e começam a girar mantendo sempre a distância r entre eles.
Despreze o atrito dos patins com o gelo e considere os patinadores como partı́culas
nesse problema.

(a) Calcule o momento angular do sistema relativo ao seu centro de massa e a


velocidade angular de rotação ω que os patinadores adquirem após se darem a
mãos.
(b) Suponha, neste item, que depois de estarem em rotação com velocidade ω, os
patinadores diminuam para r/2 a distãncia que os separa. Nessa situação, cal-
cule a nova velocidade de rotação do sistema dos dois patinadores?

19. Considere uma haste homogênea de massa m e comprimento ℓ que pode girar em
torno de um eixo fixo horizontal que está a uma distância ℓ/3 de um de seus extremos,
como mostra a figura. Despreze o atrito com o eixo e a resistência do ar.

ℓ/3

(a) Calcule, inicialmente, o momento de inércia da haste em relação ao eixo fixo.

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(b) Suponha que a haste seja abandonada a partir do repouso de uma configuração
na qual ela está na horizontal. No instante em que a haste atinge a configuração
vertical, calcule: (i) a sua energia cinética; (ii) o módulo de sua velocidade
angular e (iii) o módulo da velocidade de seu centro de massa.

20. Uma barra homogênea fina, de massa M e comprimento a, está em repouso na


horizontal, quando uma força impulsiva, vertical e para cima, age sobre uma de suas
extremidades, transmitindo à barra uma impulsão I. Como conseqüência, a barra
é arremessada para cima girando. Além da momentânea força impulsiva e do peso,
nenhuma outra força age sobre a barra.

cm
I

Determine para que valor do módulo I da impulsão a barra dá, exatamente, uma
volta completa quando o seu centro de massa volta à altura inicial em que recebeu
a impulsão. Lembre-se de que o momento de inércia de uma barra fina, relativo
a um eixo que lhe é perpendicular e passa pelo seu centro de massa, é dado por
Icm = M a2 /12.
21. Uma haste fina e rı́gida de comprimento ℓ está inicialmente na vertical, em repouso e
com seu extremo inferior fixo na superfı́cie horizontal de uma mesa. Esse extremo é
articulado, de modo que a haste pode girar em torno dele. Perturba-se ligeiramente a
haste de modo que ela gire em torno de seu extremo inferior tombando sobre a mesa.
O momento de inércia da haste em relação a um eixo que passa pelo seu centro de
massa e é perpendicular à mesma é mℓ2 /12, onde m é a sua massa. Determine a
velocidade da extremidade livre da haste no instante em que ela atinge a superfı́cie
da mesa.
Sugestão: Utilize a lei da conservação da energia e considere nula a energia cinética
inicial da haste
22. Uma partı́cula de massa m desliza sobre uma superfı́cie horizontal sem atrito com
velocidade de módulo v0 e colide com uma haste uniforme de massa M e comprimento
L que, inicialmente, encontra-se em repouso na vertical. Embora o extremo superior
da haste esteja fixo, ela pode girar em torno de um eixo horizontal que passe por
esse ponto (ponto O). Após a colisão, a partı́cula fica grudada na haste e o conjunto
(haste-partı́cula) gira até atingir um ângulo de inclinação máximo θmax com a vertical,
como indica a figura. Despreze, nessa questão, o atrito na articulação da haste e a
resistência do ar.

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O

M, L

θmax

v0 m

(a) Seja ta um instante imediatamente antes da colisão e td um instante imediata-


mente depois da colisão. Considere as seguintes grandezas do sistema haste-
partı́cula: momento linear total, momento angular total relativo ao ponto O,
energia cinética total e energia mecânica total. Dentre essas grandezas, quais
têm o mesmo valor nos instantes ta e td ? Justifique a sua resposta.
(b) Determine o valor de θmax em função de m, v0 , M , L, e g.

23. Um disco homogêneo de massa M e raio R está inicialmente em repouso sobre uma
mesa horizontal lisa. Uma partı́cula de massa m se move sobre a mesa com velocidade
constante v ao longo de uma reta que tangencia a borda do disco, conforme indica
a figura. Ao passar pelo ponto de tangência a partı́cula gruda instantaneamente no
disco. Sabendo que o momento de inércia do disco relativo ao eixo que passa pelo
seu centro de massa e é perpendicular ao plano do disco é (1/2)M R2 , determine:

M
R

m
v
(a) as velocidades do centro de massa do sistema constituı́do pelo disco e pela
partı́cula antes e depois de a partı́cula grudar no disco;
(b) o momento de inércia do sistema depois que a partı́cula gruda no disco em
relação a um eixo perpendicular ao disco e que passe pelo centro de massa do
sistema;
(c) a velocidade angular do sistema após a partı́cula grudar no disco;
(d) o fator Q associado a essa colisão.

24. Dois discos de espessura desprezı́vel estão sobre uma mesa lisa horizontal. Cada um
deles tem massa M e raio R. Em t = 0 eles estão em repouso com seus centros

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separados por uma distância d, sendo d > 2R. Considere um sistema de eixos OX Y
com origem no centro de um dos discos, disco 1, com o plano OX Y coincidindo com
o plano da mesa e com o eixo OX apontado para o centro do outro disco, disco 2,
como indica a figura.
Y

F1 F2

O X
R R

d
A partir do instante t = 0 começa a atuar no disco 1 a força F1 = (C0 + 2C t) ux e
no disco 2 a força F2 = (C0 + C t) ux , onde C0 e C são constantes positivas e t um
instante arbitrário (t > 0). Sabendo que o momento de inércia de cada disco, em
relação a um eixo perpendicular ao seu plano e que passa pelo seu centro de massa,
é M R2 /2, determine
(a) o instante de tempo tc no qual os dois discos se chocam;
(b) as posições dos centros dos discos nesse instante;
(c) as velocidades angulares ω1 e ω2 dos dois discos nesse instante.
25. Uma esfera oca homogênea, de massa m e raio b, está em repouso no ponto mais
alto de um hemisfério de raio R que encontra-se fixo no solo e emborcado para baixo.
Perturba-se ligeiramente essa esfera de modo que ela entre em movimento rolando
sem deslizar sobre o hemisfério até o instante em que perde o contato com ele. Seja θ
o ângulo que, nesse instante, a reta que une o centro da esfera ao centro do hemisfério
faz com a vertical, como indica a figura. Considere que a perturbação feita sobre a

v0 ≈ 0

θc
R+b vc
C

esfera para colocá-la em movimento é tão pequena que a sua velocidade inicial no

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topo do hemisfério pode ser considerada nula. Sabendo que o momento de inércia da
CM
esfera em relação a um eixo que passe pelo seu centro de massa é Iesf 2 2
era = 3 M R ,
calcule o ângulo θ.

26. Este problema é uma versão ligeiramente modificada do anterior. Considere nova-
mente ma esfera homogênea, de massa m e raio b, que no instante t = 0 está no ponto
mais alto de um hemisfério de raio R, fixo no solo e emborcado para baixo. Em t = 0,
a velocidade de centro de massa da esfera é, agora, horizontal e tem módulo v0 . A
esfera rola sem deslizar sobre o hemisfério desde o instante inicial até que, em um
instante posterior, ela perde contato com o hemisfério. Nesse instante, a velocidade
do centro de massa da esfera é vc e o ângulo entre a reta que une o centro da esfera
ao centro do hemisfério e a vertical é θc , como indica a figura.

v0

θc
R+b vc
C

(a) Sabendo que o momento de inércia da esfera em relação a um eixo que passa
pelo seu centro de massa é (2/5)M R2 , calcule a ângulo θc .
(b) Determine vc .

27. Uma esfera homogênea de massa m e raio r rola sem deslizar com velocidade angular
constante ω sobre uma superfı́cie horizontal. No final dessa superfı́cie a esfera atinge
(suavemente) uma calha semicircular de raio R, com R > r. O momento de inércia
da esfera em relação a um eixo que passe por seu centro de massa é Icm = (2/5)mr2 .

2R

ω ω

2r

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Supondo que durante todo o movimento da esfera a condição de rolamento sem
deslizamento seja satisfeita, calcule o menor valor de ω para que a esfera consiga
atingir o ponto mais alto da calha semicircular sem nunca perder o contato com a
superfı́cie da calha (veja a figura).

28. No sistema esquematizado na figura abaixo, o bloco A tem massa mA , o bloco B tem
massa mB e a polia tem raio R e momento de inércia I. O sistema está inicialmente
em repouso. Determine a velocidade do bloco B depois que ele se desloca de uma
distância d. A partir desse resultado determine a aceleração do bloco B.

29. Um bloco de massa M está sobre uma rampa inclinada que forma um ângulo θ com a
horizontal. Esse bloco está conectado a um outro, de massa m, por um fio ideal que
passa por uma polia real. Essa, por sua vez, pode girar em torno de um eixo horizontal
que passa por seu centro, como indica a figura. A polia pode ser considerada como
um disco de raio R com momento de inércia I relativo ao eixo horizontal. Despreze
o atrito do bloco de massa M com a superfı́cie da rampa mas suponha que o atrito
entre o fio e a superfı́cie da polia faça com que não haja deslizamento entre o fio e a
polia. Suponha, ainda, que m seja pequena o suficiente para que o bloco de massa
M desça a rampa.

(a) Determine o módulo da aceleração de cada bloco.


(b) Calcule as tensões nos seguintes trechos do fio: (i) entre o bloco de massa M e
a polia e (ii) entre a polia e o bloco de massa m.
(c) Usando a conservação de energia, obtenha a velocidade do bloco de massa m
após ele ter percorrido uma distância d, tendo iniciado seu movimento a partir
do repouso.
(d) Usando o resultado do item anterior, obtenha novamente o módulo da aceleração
desse bloco.

30. Consideremos um disco homogêneo de massa M e raio R que pode girar sem atrito
em torno de um eixo fixo de rotação perpendicular a ele e que passa pelo seu centro

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I, R

M m

de massa. Designemos esse eixo por OZ. Uma pessoa, de mesma massa que o disco,
M , está inicialmente em repouso na periferia do disco, ou seja, a uma distância R
do eixo de rotação OZ. Escolha os eixos OX Y de modo que, inicialmente, a pessoa
esteja sobre o eixo OX e o disco no plano OX Y. Com isso, no instante inicial ti as
coordenadas cartesianas da pessoa são (R, 0, 0).

O
P Y

ϕ
θ
X

A Figura mostra o sistema num instante genérico durante a caminhada da pessoa.


Nela, θ é o ângulo entre o vetor-posição da pessoa e o eixo OX e ϕ é o ângulo entre
a marca feita no disco (semireta OP ) e esse mesmo eixo.

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(a) Quanto gira o disco depois que a pessoa, caminhando sempre em sua periferia e
no mesmo sentido, retornar ao ponto do disco de onde iniciou a sua caminhada?
(b) Verifique que os ângulos girados pela pessoa e pelo disco, em módulo, não são
iguais. Dê uma explicação para esse resultado.
(c) Suponha que em vez de caminhar pela periferia, a pessoa caminhe mantendo
sempre a distância k do eixo de rotação OZ. Calcule o valor de k para que
após retornar ao mesmo ponto de partida sobre o disco, tanto a pessoa quanto
o disco tenham girado de π radianos (em sentidos opostos, obviamente).

31. Um cilindro homogêneo de massa M e raio R tem dois fios ideais enrolados em
torno dele, cada um próximo a uma de suas extremidades, como indica a figura.
Os fios estão tensos e presos ao teto com o cilindro mantido sempre na horizontal.
Suponha que o cilindro parta do repouso e vá descendo à medida que os fios vão se
desenrolando.

Sabendo que o momento de inércia do cilindro relativo ao seu eixo de simetria é


I = M R2 /2, obtenha

(a) a aceleração angular do cilindro usando o teorema do torque e momento angular,


dL/dt = τ ,
(b) o módulo da aceleração do centro de massa do cilindro e
(c) a tensao em cada fio.

32. Um disco homogêneo de massa M e raio R é puxado por um fio ideal horizontal que
está preso em seu eixo, sendo F a força exercida pelo fio sobre esse eixo, como ilustra
a figura. O disco rola sem deslizar sobre a superfı́cie.
Determine os módulos da aceleração do centro de massa desse disco, de sua aceleração
angular e da força de atrito.

16
M
F

R
fat

33. Um fio ideal que tem um de seus extremos preso a um disco de massa M e raio R e
nele está enrolado, passa por uma polia ideal e tem pendurado em seu outro extremo
um bloco de massa m. O centro da polia está fixo e o disco rola sem deslizar ( veja
figura).

(a) Mostre que a = 2αR, onde a é o módulo da aceleração do bloco, α é o módulo


de aceleração angular do disco e R é o raio do disco.
(b) Calcule os valores de a, α, da tensão no fio e do módulo da força de atrito.
(c) Supondo que M/m = 2/3, calcule o menor valor possı́vel para o coeficiente
atrito estático µe entre o disco e a superfı́cie horizontal para que a condição de
rolamento sem deslizamento não seja violada.

34. Um disco homogêneo de massa m e raio R pode girar livremente, sem atritos, em
torno de seu eixo. O disco está subindo uma rampa com o seu eixo sendo puxado
por uma força F paralela à superfı́cie da rampa, como indica a figura. A superfı́cie
da rampa está inclinada de um ângulo θ com a horizontal e o disco rola sem deslizar
ao subir por essa superfı́cie. O momento de inércia do disco em relação ao seu eixo
é (1/2)mR2 .
Determine o módulo da aceleração do centro de massa do disco.

35. Um disco homogêneo de massa M e raio R está sobre uma superfı́cie horizontal e
tem preso ao seu eixo uma das extremidades de uma mola ideal de constante elástica

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m
F

k. A outra extremidade dessa mola está fixa a uma parede, como ilustra a figura. O
disco é afastado de sua posição de equilı́brio e entre em movimento oscilatório. Seja
x a posição do centro de massa do disco num instante qualquer. Por conveniência,
escolha a origem das posições de modo que x = 0 corresponda à posição de equilı́brio
do disco.

ℓ0
R
M

x
Supondo que a mola permaneça senpre na horizontal e que o disco role sem deslizar
sobre a superfı́cie determine o perı́odo das oscilações do disco.

36. Uma porta com momento de inércia I em relação a um eixo que passa pelas suas
dobradiças está inicialmente em repouso. Uma porção de lama pegajosa de massa
m se choca perpendicularmente à porta a uma distância d do eixo da dobradiça e
permanece grudada com a porta após o choque. Supondo que o módulo da velocidade
da porção de lama logo antes do choque seja v0 , calcule o módulo da velocidade
angular do sistema porta-lama logo após o choque.

37. Considere um carretel de linha, inicialmente em repouso, formado por um cilindro


interno homogêneo de raio r e por dois discos idênticos, homogêneos, de raio R cada
um (R > r). Os discos estão presos nas extremidades do cilindro (como um iô-iô
de criança). Seja Icm o momento de inércia do carretel em relação ao seu eixo de
simetria (eixo perpendicular aos discos que passa pelo seu centro de massa) e seja M
a massa total do carretel. Há um fio ideal enrolado no cilindro interno do carretel que
é puxado a partir de t0 = 0 com uma força constante de módulo F de tal modo que

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sua direção seja mantida fixa e sempre na vertical, como ilustra a figura. Suponha
que não haja deslizamento entre o fio e o cilindro interno do carretel e que a tensão no
fio seja pequena o suficiente para que o carretel não perca o contato com a superfı́cie.

R
r

fat

(a) Usando argumentos qualitativos, determine se o carretel irá se mover para a


direita ou para a esquerda.
(b) Calcule, para um dado valor de F , os módulos da aceleração do centro de massa
do carretel, da sua aceleração angular e da força de atrito.
(c) Para valores de F cada vez maiores, mas ainda menores do que M g para que o
carretel não perca o contato com a superfı́cie, o módulo da normal vai dimin-
uindo. Com isso, diminui também o valor do coeficiente de atrito estático µe N
entre a superfı́cie e o carretel. Portanto, haverá um valor de F acima do qual
não será mais possı́vel para o carretel rolar sem deslizar. Determine esse valor.

38. Considere o mesmo carretel descrito no problema anterior. No entanto, suponha


agora que o fio enrolado no cilindro interno do carretel seja puxado a partir de t0 = 0
com uma força constante de módulo F de tal modo que sua direção seja mantida fixa
e fazendo um ângulo α com a horizontal, como ilustra a figura. Como no problema
anterior, suponha que não haja deslizamento entre o fio e o cilindro interno do carretel
e que a tensão no fio seja pequena o suficiente para que o carretel não perca o contato
com a superfı́cie.

(a) Pode-se mostrar que há um valor de α, denotado por αc , tal que: para 0 ≤ α <
αc o carretel se move num certo sentido; para αc < α ≤ π/2 o carretel se move
no sentido oposto e para α = αc o carretel permanece em repouso. Determine
αc .
(b) Suponha que 0 ≤ α < αc . Indique o sentido do movimento do carretel e calcule
os módulos da aceleração de seu centro de massa e da força de atrito.

19
α

R
r

fat

(c) Supondo 0 ≤ α < αc , determine a partir de que valor de F , denotado por Fc , a


condição de rolamento sem deslizamento deixa de ser cumprida.

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