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Trabalho e Energia Cinética

Prof. MSc. Sidnei R. Ferreira


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A unidade de Trablaho no S.I. é o Joule. Sendo a unidade da força o Newton
(N) e a unidade do deslocamento o metro (m), concluimos que:
1 joule = (1 newton) (1 metro) ou 1J = 1 N.m

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Quando a força aplicada está na direção do movimento temos o trabalho
representado pela equação W = F.d, porém, se ao empurrar um carro por
exemplo, a força aplicada formar um ângulo Ф com o seu deslocamento?
Nesse caso F possui uma componente na direção do deslocamento
FII = F.cosФ e uma componente na direção perpendicular ao movimento
F _|_ = F. sen Ф. Neste caso somente a componente FII é importante pra
nós, pois, é atuante no movimento, tornando a equação do trabalho:

W = F.d.cos Ф

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Exemplo 1
Um bloco de gelo flutuante é empurrado por uma correnteza através de um
deslocamento d = (15 m) i – (12 m) j ao longo de um dique. A força da água
sobre o bloco de gelo é F = (210 N) i – (150 N) j. Qual o trabalho realizado pela
força sobre o bloco nesse deslocamento?

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Trabalho: positivo, negativo ou nulo.

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Exemplo de trabalho nulo

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Exemplo de trabalho negativo

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Exemplo 2
O fazendeiro engata o trenó
carregado de madeira ao seu trator
e o puxa até uma distância de 20m
ao longo de um terreno horizontal.
O peso total do trenó carregado é
igual a 14700 N. O trator exerce
uma força constante de 5000N,
formando um ângulo de 36,9°,
acima da horizontal, como visto na
figura. Existe uma força de atrito de
3500N que se opõe ao movimento.
Calculemos o trabalho que cada
força realiza sobre o trenó e o
trabalho total realizado por todas as
forças.

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Energia cinética e o teorema do trabalho-energia.
O trabalho total realizado pelas forças externas sobre um corpo é relacionado com o
deslocamento do corpo. Contudo o trabalho total também é relacionado com a
velocidade do corpo.

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Imaginem um objeto de massa m movimentando-se na horizontal da
esquerda para direita. Imaginem também que em um determinado
momento da sua trajetória uma força é aplicada na mesma direção do
movimento, realizando um trabalho positivo sobre ele e assim aumentando
a velocidade do objeto, que passa de vo para vf, indo do ponto xo ao ponto
xf, realizando assim um deslocamento d = xf –xo. Podemos dizer então que:

2 2
Vf = Vo + 2.a.d

Pela segunda lei de Newton: F = m . a


Isolando a aceleração na primeira fórmula, temos:

2 2
a = Vf – Vo
2.d
Substituindo na equação da segunda lei de Newton, temos:

2 2 2 2
F = m . Vf – Vo  F.d = m . Vf - m . Vo
2.d 2 2
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O produto F.d é o trabalho W realizado pela força resultante F e, portanto é o
trabalho total Wtot realizado por todas as forças que atuam sobre a
partícula.

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A grandeza m . V é denominada energia cinética K do objeto:
2

2
K=m.V
2

A energia cinética é uma grandeza também escalar e só depende da massa e


da velocidade do objeto, sendo indiferente o sentido e a direção do
movimento.

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2 2
Voltando à equação: F.d = m . Vf - m . Vo , podemos interpretá-la em termos
2 2
do trabalho e da energia cinética.

2 2
Se o primeiro menbro Kf = m . Vf e o segundo membro Ko = m . Vo , a dife-
2 2
rença entre os dois termos é a variação da energia cinética. Logo, dizemos:

O trabalho realizado pela força resultante sobre a partícula fornece a variação


da energia cinética da partícula:

Wtot = Kf – Ko = ΔK

Este resultado é conhecido como o Teorema do Trabalho-energia.

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 Quando o Wtot é positivo, a energia cinética aumenta (a energia final K2 é
maior que a energia inicial K1) e a velocidade final da partícula é maior que
a velocidade incial.

 Quando Wtot é negativo, a energia cinética diminui (K2, é menor do que K1)
e a velocidade final da partícula é menor do que a velocidade incial.

 Quanto Wtot = 0, a energia cinética é constante (K1 = K2) e a velocidade


não se altera.

A energia cinética e o trabalho possuem as mesmas unidades de medida,


ou seja o Joule (J).

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Exemplo 3
Um trenó é puxado por uma força de 5000 N e carregado de madeira, cujo
peso é de 15000 N, sua velocidade inicial v1 é 2,0 m/s. Qual a velocidade
escalar no trenó após um deslocamento de 20m ? Calcular utilizando o
teorema do trabalho-energia. (Wtot = K2 – K1). Obs: m = p/g (Massa é o
quociente entre peso e gravidade). Adote g = 10 m/s2

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Trabalho e energia com forças variáveis
 Até o momento consideramos apenas forças constantes e movimentos
retilíneos, porém podemos imaginar diversas situações em que as forças
aplicadas variam em módulo, direção e sentido e o corpo se desloca em
trajetória curva por exemplo.

 Exemplo de força variável: Quando comprimimos uma mola. Quanto mais


comprimimos a mola, maior é a força que temos que aplicar sobre ela, de
modo que a força então não é constante.

 O teorema do trabalho-energia também é verdadeiro para essas situações


e com ele analisaremos os vários movimentos.

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x2

 F dx
x1
x

Trabalho realizado por uma força variável em movimento retilíneo

Imaginem por exemplo dirigir um


carro em estrada retilínea com sinais
de parada onde o motorista precisa
alternar entre pisar no freio e no
acelerador.
Agora visualizem no primeiro gráfico
uma partícula que possui uma
determinada força na posíção x1 e
outra força na posiçao x2. Abaixo
verifiquem o gráfico da força em
funçao da distância.

Wtot = Fax Δxa + Fbx Δxb + …


x2
W=
 F dx
x1
x

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Aplicando o conhecimento em deformações de molas
Para esticarmos uma mola à uma distância x além de sua posição não
deformada, devemos aplicar uma força de módulo F em cada uma de suas
extremidades. O módulo da força F é diretamente proporcional ao módulo
do deslocamento x:

Fx = K.x

Constante da mola.

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O trabalho realizado por F quando o alongamento varia de zero a um valor
máximo X é dado por:
x x

W=  Fx
0
.dx =
0
 Kx.dx = 1 KX
2
2

Quando temos uma mola sendo alongada x1 e depois de x1 sendo


alongada x2, o trabalho realizado para esticá-la até um alongamento final x2
é dado por:
x2 x2

W=  Fx.dx =  Kx.dx = 1 Kx
x1
2
- 1 Kx1
2
2

x1 2 2

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Exemplo 4
 Uma mulher pesando 60N está em pé sobre uma balança de mola
contendo uma mola rígida como na figura abaixo. No equilíbrio, a mola está
comprimida 1,0 cm sob a ação do seu peso. Calcule a constante da mola e
o trabalho total realizado pela força de compressão sobre a mola.

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Potência
 Muitas vezes precisamos saber quanto tempo demoramos para realizar um
trabalho. Isso pode ser descrito pela potência. Na linguagem comum
potência é confundido com energia ou força. Na física, temos uma definição
muito mais precisa, onde potência é a taxa temporal da realização de um
trabalho. Trata-se de uma grandeza escalar cuja unidade de medida é o
Watt (W). 1W = 1J/s

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 No sistema inglês a unidade de medida de potência é o horsepower (hp) que
quer dizer potência de cavalo)

1 hp = 746 W

 Em mecânica podemos escrever a potência em função da força e da


velocidade, sendo:
P = F.v
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Exemplo 5
Cada um dos dois motores a jato de um avião Boeing 767 desenvolve uma
propulsão (força que acelera o avião) igual a 197000N. Quando o avião está
voando a 250m/s (900 km/h), qual a potência instantânea que cada motor
desenvolve? Em W e hp.

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 HEWITT, P. G. Física Conceitual. 9ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
 TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros: Mecânica,
Oscilações e Ondas, Termodinâmica.Vol. 1, 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2006.
 YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física I. 12ª ed. São Paulo: Pearson,
Addison Wesley, 2008.BEER, F. P. Mecânica Vetorial para Engenheiros:
Dinâmica, 7a edição. McGraw-Hill, 2006.
 HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física –
Mecânica. Vol. 1, 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
 KELLER, F. J.; GETTYS, W. E.; SKOVE, M. J. Física. São Paulo: Makron
Books, 1999. v. 2.
 NUSSENZVEIG, H. Moysés. Curso de física básica 1: mecânica. 4. ed., rev.
São Paulo: Blucher, 2004.
 SERWAY, R. A.; JR., J. W. J. Princípios de Física: Mecânica Clássica, Vol. I.
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 SEARS, Francis / YOUNG, Hugh D./ FREEDMAN, Roger A./ ZEMANSKY, Mark
Waldo . FISICA 2 - VOL. 2, 12ª Ed. LTC - 2008

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