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26 de agosto de 2021
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Figura 1: Nestas figuras a trajetória da partícula (bolinha verde) é linha curva em preto O
vetor posição está em verde, e a velocidade da partícula, ~v (t), em vermelho.
Ambos, posição e velocidade, podem ou não variar com o tempo. Quando ambos não
variam com o tempo, dizemos que a partícula está repouso em relação ao referencial que
estamos utilizando (repouso também é movimento!). Quando apenas a velocidade não varia,
dizemos que o corpo está em movimento retilíneo uniforme, o qual, como diz o nome, é
sempre retilíneo (porque?).
A 1a. Lei de Newton é um enunciado da Lei de Inércia, discutida pela primeira vez por
Galileu. Ela diz o seguinte:
• "Se não houverem agentes externos o movimento de um corpo permanece o mesmo inde-
finidamente, ad eternum..."(portanto retilíneo, se sua velocidade não for nula)
Sem agentes externos o corpo permanece em movimento uniforme indefinidamente, ad
eternum....
Newton batizou estes agentes externos de forças: F~ . São elas as responsáveis pelas
mudanças no movimento. Mudanças no movimento de um corpo significam mudanças na
sua velocidade. Isto significa que a derivada temporal da velocidade - que era nula quando o
movimento era uniforme - agora passa a ser diferente de zero:
d~v (t)
ˆ ~a 6= 0
=
dt
~a é a aceleração. A aceleração ~a(t) da partícula, portanto, é a derivada temporal segunda
de ~r(t),
d2~r(t) d~v (t)
~a(t) =
ˆ 2
≡
dt dt
.
A 2a Lei de Newton estabelece que a uma força F~ agindo sobre um corpo qualquer de
massa m, produz neste uma aceleração, de modo F~ = m~a ou, por outra,
2
d ~r
F~ = m 2
dt
2
.
2
Sinônimos: momento linear ou momento ou momentum, este último tomado, sem rodeios, do inglês.
Ambos descendem do Latim momentum, ’impulso’.
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Figura 2: A integral de linha que define o trabalho de uma força ao longo do trajeto C
(adaptado de Nussenzveig, Curso de Física Básica, vol. 1 - E.Blucher editora, 4a edição)
Esta última quantidade, ~J, é o impulso produzido pela força F~ durante o intervalo de
tempo ∆t = t2 − t1 . Se a força for constante então ~J = F~ ∆t. Este conceito é muito utilizado
na análise de impactos e colisões. Lembrar que tanto p~ como ~J são quantidades vetoriais.
onde F~ · d~l é o produto escalar do vetor força, F~ , com o vetor d~l = deslocamento elementar
na direção do movimento(3) e S(P1 →P2 ) é a trajetória realizada entre os dois pontos.
Nesta expressão temos uma integral de linha, i.é uma integração entre os pontos P1 e
P2 que deve ser realizada seguindo o caminho S traçado pelo movimento da partícula (i. é,
seguindo a trajetória da partícula), veja Figura 4, adiante.
Assumindo que a massa da partícula é constante e lembrando que F~ = d~p/dt e d~l = ~v (t)dt,
O produto escalar ~a · ~b, entre os vetores ~a e ~b é um número real calculado como ab cos θ~a,~b , onde θ~a,~b é o
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4
temos a seguinte igualdade:
d(v 2 ) mv 2
Z Z Z Z
~ ~ d~p d~v m
F · dl = · ~v (t)dt = m · ~v (t)dt = dt =
dt dt 2 dt 2
mv22 mv12
∆W1→2 = − ≡ K2 − K1 (2)
2 2
Resumindo,
• o trabalho realizado pela força agindo sobre um corpo é igual à variação da energia cinética
deste corpo.
As forças que agem sobre uma partícula dependem da sua posição e velocidade e dependem
também do tempo, F~ = F~ (~r, ~v , t), (além, naturalmente, das qualidades próprias à partícula,
p. ex. sua massa, carga elétrica, etc.). De maneira geral a integral acima deve depender da
história de viagem entre P1 e P2 , isto é, da trajetória S seguida. Um caso típico são as forças
de atrito que, por definição, agem sempre no sentido contrário ao sentido do movimento.
O caso realmente interessante é quando as forças F~ (~r, ~v , t) são tais que não há dependência
da integral com o caminho , i.é, W1→2;S = W (P1 , P2 ), independente do caminho S utilizado,
sendo função unicamente da posição dos pontos inicial e final, P1 e P2 . Forças com esta
propriedade são chamadas Conservativas. Para estas forças é possível exprimir o trabalho
W1→2 como a variação de uma quantidade que depende apenas posição do ponto, isto é(4)
• A variação da energia potencial de uma partícula colocada num campo de forças con-
servativo, −∆V12 , é o trabalho realizado por estas forças quando a partícula se desloca
de uma posição (P1 ) para a posição (P2 ).
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O sinal negativo da diferença é apenas uma convenção (mais adiante veremos a sua utilidade).
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Notar que não é possível definir a energia potencial de maneira absoluta, num ponto
determinado sem fazer referencia a algum outro ponto. Ou seja, só é possível definir as
variações da energia potencial, ∆V . Portanto, sempre que falamos da energia potencial
de um corpo, devemos ter em mente a existência de algum outro ponto "de referencia"para
o qual anteriormente postulamos um valor arbitrário de VREF (e.g. VREF = 0).
Queremos saber em que condições a integral de linha da equação (1) independe da tra-
jetória adotada, já que esta é a condição para o campo de forças F~ (~r) seja conservativo.
A pergunta é:
Z Z ~r2
0
Quando e que : ~ ~
F · dl = F~ · d~l = −(V (~r2 ) − V (~r1 )) ?
SP1 →P2 ~
r1
Uma outra maneira de verificar esta propriedade, é o fato que se força é conservativa,
o trabalho realizado ao longo de uma trajetória fechada , será sempre nulo(5) , qualquer que
seja a trajetória escolhida, isto é
I
F~ · d~l = 0 =⇒ (Teor. de Stokes) : rotF~ = 0 =⇒ F~ = −gradV
5
Isto seria impossível de acontecer com forças dissipativas tipo atrito ou fricção...
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4.2 A Função Potencial de um campo de forças conservativas
De maneira geral as forças exercidas entre partículas dependem, entre outras variáveis (das
quais a distância entre elas), de uma propriedade intrínseca às próprias partículas a qual
poderíamos chamar genéricamente de "carga". No caso da gravitação esta "carga"seria a
massa da partícula, m; na eletrostática seria a carga elétrica, q. Assim como podemos definir
~ como campos vetoriais tais que:
o campo de forças, gravitacional (~g ) ou elétrico (E)
F~grav ~
~ = Feletr
gravidade : ~g = ; eletricidade : E
m q
também definimos o potencial do campo de forças como uma função escalar dada pela razão
entre a energia potential do campo e a carga correspondente:
W12 = K2 − K1 = −(V2 − V1 ) ∴ K2 + V2 = K1 + V1
A quantidade E = K + V é chamada a energia mecânica total do corpo ou partícula. Ela
só tem sentido quando é possível definir a energia potencial, o que, como vimos, só é possível
quando as forças agindo sobre o corpo são conservativas.
A igualdade acima implica que ela é necessariamente conservada.
Em outras palavras, quando uma partícula se encontra sob a ação de um campo de forças
conservativo, sua energia mecânica, é constante. Esta propriedade é chamada o Teorema
da Conservação da Energia Mecânica:
Quando as forças são conservativas, a energia mecânical da partícula, K + V , é conservada .