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1.

Movimento circular uniforme

Um corpo realiza um movimento circular uniforme quando a sua trajetória é circular e


tem uma velocidade escalar constante (Figura 1), apesar da velocidade escalar ser constante a
direção e o sentido mudam ao longo da trajetória e como tal este movimento tem uma
aceleração a qual se dá o nome de aceleração centrípeta (Figura 1).

Figura 1- Vetor velocidade (tangente a trajetória), vetor aceleração (direcionado para o centro
da trajetória).

Fonte: mundoeducação, (2021).

A aceleração centrípeta é responsável por mudar a direção e o sentido do vetor velocidade. É


dada por a razão entre o quadrado da velocidade (V) e o raio da trajetória (R):

V2
a cp=
R

Quando a partícula realiza uma volta completa (distância de 2 πR) em um determinado


período de tempo (T) com uma determinada velocidade (V):
2 πR
T=
V
O parâmetro T é dado pelo período, este é o tempo necessário para que um objeto em
movimento circular complete um giro.

1.1 Movimento em trajetória curva

Na natureza os corpos não costumam se mover em linha reta, um satélite orbitando a


Terra ou um carro a fazer uma curva é um exemplo.
Considerando um satélite em orbita circular em torno da Terra, e sabendo que existe a
força gravítica por que é que o satélite não cai em direção ao centro da terra?

Figura 2- O satélite está a se mover com rapidez v em uma orbita circular de raio r em
torno da terra

Fonte: Tipler, Mosca, 2009, p.138.

Na verdade, o satélite “cai”. Como a superfície da Terra é curva, o satélite não se aproxima da
superfície da Terra. Se o satélite não estivesse acelerado, o objeto se moveria em linha reta e
sairia da orbita da Terra, como mostra a figura 2 deslocando-se do P1 para o P2 em um tempo

t. Na realidade, o satélite desloca-se do P1para P´2 em uma trajetória circular, na figura 2


percebe-se que o satélite cai uma distância de h. Sabendo que que t é um valor muito pequeno,
P2 e P´2 estão praticamente sobre uma linha radial. Através do teorema de Pitágoras podemos
calcular h a partir do triângulo de lados vt,r e r+h, ou seja:

( r +h )2=( v . t )2 +r 2
r 2 +2 hr +h2=v 2 t 2 +r 2
h ( 2 r +h )=v 2 t 2
Para tempos muito curtos, h será muito menor que r, de forma que podemos desprezar h em
comparação com 2 r. Logo,

2 rh=v 2 t 2
1 v2 2
h≈ t
2 r

1 2
Comparando este resultado com a expressão para aceleração constante h= a t , conclui-se
2
que a magnitude da aceleração do satélite é:

v2
a=
r

A expressão da aceleração do satélite é a mesma expressão da aceleração centrípeta que foi


definida anteriormente. Vemos que esta aceleração aponta para o centro da orbita circular.
Aplicando a segunda lei de newton na direção do vetor aceleração, encontramos o valor da
força resultante:

v2
F res =m
r

Neste caso a F res é força da gravidade. Observando outro exemplo de um bloco de massa que
gira em movimento circular uniforme preso a um fio ideal o qual está fixo no ponto c, como
mostrado na figura 3:
Figura 3 -bloco de massa em movimento circular uniforme

Fonte: educabras, (2021).

P,⃗
Neste caso temos três forças a atuar sobre o bloco de massa, ⃗ F N , T⃗ , Peso, Força normal e
Tensão respectivamente.
F Y =−⃗
Forças a serem exercidadas na vertical: ⃗ P +⃗
FN
Forças a serem exercidadas na horizontal: F X =T⃗ .

Como o peso e a força normal têm a mesma magnitude, elas anulam-se, portanto só temos a
Tensão atuar no bloco de massa, logo a força resultante sobre o corpo é dada por:
F res =T

T =m∗a

V2
Sabendo que aceleração em um movimento circular uniforme é dada por (aceleração
R
centrípeta acp), logo:
2
m∗v
T=

R

Observando o exemplo do satélite e do bloco preso a um fio girando em um movimento


circular uniforme, observa-se que é necessária a existência de uma força direcionada para o
centro da trajetória. Esta força, a qual pode ser a tensão em um fio, a força gravitacional, o
atrito, entre outras que desempenham tal função, é genericamente chamada de força centrípeta
(que aponta para o centro).

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