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CÁLCULO

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R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
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Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
CAPÍTULO 14 Cálculo de Funções Vetoriais 753

(b) Derive em relação a s para mostrar que dB/ds é orto- (a) Mostre que dN/ds é ortogonal a N. Conclua que dN/ds fica no
gonal a B. plano gerado por T e B e, portanto, dN/ds = aT + bB para cer-
(c) Conclua que dB/ds é um múltiplo de N. tos escalares a e b.
(b) Use para mostrar que e calcule a.
76. Mostre que se estiver contida num plano , então B é um ve-
tor unitário normal unitário de . Conclua que Calcule b de maneira análoga.
para uma
curva plana. As Equações (13) e (15), juntamente com , são
denominadas fórmulas de Frenet, descobertas pelo geômetra
77. Torsão significa o efeito de torcer. Isso é um termo apro- francês Jean Frenet (1816-1900).
priado para ? Explique interpretando geometricamente.
80. Mostre que é um múltiplo de B. Conclua que
78. Use a identidade

para provar 81. O vetor N pode ser calculado usando [Equação (14)],
com B dado pela Equação (16). Use esse método para encontrar
N nos casos seguintes:

79. Siga os passos (a)-(b) para provar que (a) em


(b) em

14.5 Movimento no espaço tridimensional


Nesta seção, estudamos o movimento de uma partícula em movimento ao longo de um ca-
minho r(t). Lembre que o vetor velocidade, que passamos a denotar por v(t), é a derivada

Conforme vimos, o vetor velocidade aponta na direção e sentido do movimento (se não
for nulo) e sua magnitude é a velocidade escalar da partícula. O vetor ace-
leração é a derivada segunda , que denotaremos por a(t). Resumindo,

FIGURA 1 O vôo do ônibus espacial é ■ EXEMPLO 1 Encontre o vetor aceleração de em t = 1.


analisado usando cálculo vetorial.
Solução

Portanto, ■

No movimento linear, a aceleração é a derivada escalar da velocidade. A aceleração


é a taxa segundo a qual um objeto está aumentando ou diminuindo sua velocidade, de
modo que é nula quando o objeto permanece a uma velocidade constante. Uma das coi-
sas surpreendentes sobre a aceleração em duas ou três variáveis é que um objeto pode
ter aceleração não-nula mesmo quando sua velocidade for constante. Isso ocorre quando
for constante mas a direção do vetor velocidade v(t) estiver variando. O
exemplo mais simples é o do movimento circular uniforme, em que um objeto percor-
754 CÁLCULO

y re uma trajetória circular com velocidade constante. Nesse caso, v(t) tem comprimento
v constante mas gira continuamente enquanto o objeto se move em torno do círculo. Essa
variação na direção é medida pelo vetor aceleração a(t), que aponta na direção normal no
a sentido do centro do círculo (Figura 2). Veremos que o movimento geral combina esses
x dois tipos de aceleração: variação na velocidade e variação na direção.

■ EXEMPLO 2 Vetor aceleração no movimento circular uniforme Encontre a(t) e para


o movimento em torno de um círculo de raio R com velocidade constante v.

FIGURA 2 No movimento circular Solução O termo movimento circular uniforme se refere ao movimento em torno de
uniforme, o vetor aceleração aponta um círculo à velocidade constante (Figura 2). Se o círculo estiver centrado na origem e a
para o centro do movimento. partícula começar em (R, 0) no instante t = 0, então, para alguma constante (letra grega
minúscula omega) temos

A constante é denominada Para determinar , observamos que . Assim, e, portanto,


velocidade angular porque o ângulo
da partícula ao longo do círculo varia
segundo uma taxa de radianos por
unidade de tempo.

Vemos que a(t) tem comprimento e aponta na direção da origem [pois a(t) é um múl-
tiplo negativo de r(t)] como na Figura 2. ■

Segundo a Lei do Movimento Se for dada a aceleração de um objeto, podemos resolver em v(t) e r(t)
de Newton, para forçar um objeto a por integração:
mudar de direção é necessária uma
força. No movimento circular uniforme,
a força , que aponta na direção
normal pelo Exemplo 2, é denominada
“força centrípeta”.

■ EXEMPLO 3 Encontre se e .

Solução Temos

As condições iniciais dão e , portanto

A Segunda Lei de Newton costuma ser enunciada em formato escalar como F = ma,
mas uma versão mais geral dessa lei é obtida em formato vetorial, como F = ma, em que
F é a força líquida agindo sobre o objeto e a é o vetor aceleração. Quando a força varia
de posição a posição, escrevemos F(r(t)) para a força agindo sobre a partícula de vetor
posição r(t) no instante t. Então, a Segunda Lei de Newton é dada por
CAPÍTULO 14 Cálculo de Funções Vetoriais 755

y ■ EXEMPLO 4 Um projétil é disparado desde o solo num ângulo de 60° acima da hori-
zontal. Qual é a velocidade inicial que o projétil deve ter para atingir um ponto a 500
pés de altura numa torre a uma distância de 800 pés (ignorando a resistência do ar)?
500 (800, 500)
v0
Solução Coloquemos a arma na origem e seja r(t) o vetor posição do projétil (Figura 3).

60º
Passo 1. Usar a lei de Newton.
x A gravidade exerce uma força para baixo de magnitude , onde m é a massa do
800
projétil e g = 32 pés/s2. Em forma vetorial,
FIGURA 3 A trajetória do projétil.

Nesse caso, a Segunda Lei de Newton reduz a . Deter-


minamos r(t) integrando duas vezes:

Aqui, é o ponto inicial e a velocidade inicial. Por nossa escolha de coordenadas,


. A velocidade inicial tem um comprimento desconhecido, mas sabemos
que aponta na direção e sentido do vetor unitário . Portanto,

Passo 2. Resolver para .


O vetor posição do ponto a ser atingido na torre é , de modo que o pro-
jétil atingirá a torre num ponto a 500 pés de altura se existir um instante de tempo
t tal que

Igualando componentes, obtemos as equações

A primeira equação dá . Agora substituímos na segunda equação e re-


solvemos:


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Entendendo o vetor aceleração


O vetor velocidade v(t) tem uma interpretação clara: ele aponta na direção e sentido do
movimento e seu comprimento é a velocidade (escalar). E o que pode ser dito sobre o
vetor aceleração a(t)? A aceleração é a taxa de variação da velocidade v(t), mas para en-
tender a(t) não podemos esquecer que v(t) pode variar de duas maneiras: na magnitude e
na direção. O vetor aceleração carrega esses dois tipos de variação mas, para extrair essa
informação, devemos decompor a(t) na soma de seus componentes tangencial e normal.
Recordemos a definição de vetores tangente e normal unitários:

Assim, v(t) = v(t)T(t), onde v(t) = e, pela regra do produto,

Por outro lado, pela Equação (2) da Seção 14.4, , onde é a curva-
tura, portanto

Podemos reescrever a Equação (2) na forma

Dizemos que é o componente tangencial e o compo-


nente normal da aceleração (Figura 4). Muitas vezes, escrevemos a Equação (3) mais
simplesmente como

a TT
T
T

a a N
N
a NN

FIGURA 4 Decomposição de a em componentes tangencial e normal.

Um bom exemplo de aceleração ENTENDIMENTO CONCEITUAL A decomposição na Equação (3) separa as duas maneiras pe-
normal pode ser imaginado dirigindo las quais a velocidade v(t) pode variar. O componente tangencial descreve a
um carro numa curva para a esquerda.
Se dirigirmos à velocidade constante, taxa segundo a qual varia a velocidade e o componente normal descreve
a aceleração tangencial é nula e não a taxa segundo a qual varia a direção [essa taxa depende tanto da curvatura quanto
somos empurrados para trás contra da velocidade com que é percorrida a curva]. Considere as duas situações seguintes:
o assento do carro. Mas o assento
do carro (pelo atrito) nos empurra • Uma partícula em movimento retilíneo. Então e . Assim,
para a esquerda em direção à porta a(t) é um vetor na direção do movimento que aponta no sentido do movimento se
do carro, causando uma aceleração a partícula estiver aumentando a velocidade e no sentido oposto ao
na direção normal (devido à inércia,
parece que estamos sendo empurrados
do movimento se a partícula estiver diminuindo a velocidade .
para a direita, em direção à porta do • Uma partícula à velocidade constante ao longo de uma curva. Então ea
passageiro). Essa força é proporcional a aceleração é normal à direção do movimento.
, de modo que uma curva fechada
( grande) ou velocidade alta ( grande) Em geral, o movimento é uma combinação que envolve ambas acelerações tangencial
produzem uma força normal grande. e normal.
CAPÍTULO 14 Cálculo de Funções Vetoriais 757

■ EXEMPLO 5 A enorme roda-gigante de Viena, Áustria, tem R = 30 m de raio (Figura


5). Suponha que no instante , a roda gire no sentido anti-horário a 40 m/min e que
2
esteja desacelerando a uma taxa de 15 m/min . Encontre o vetor aceleração a de uma pes-
soa sentada num carrinho no ponto mais baixo da roda (Figura 6).

Solução Ao pé da roda, e . Sabe-se que no ins-


tante . A curvatura da roda é , portanto o componente normal é
. Desse modo,

O teorema seguinte fornece algumas fórmulas úteis para os componentes tangencial


FIGURA 5 A enorme roda-gigante
e normal do vetor aceleração.
de Viena, Áustria, foi construída em
1897 para celebrar o qüinquagésimo
aniversário da coroação do imperador
Franz Joseph I. TEOREMA 1 Componentes tangencial e normal da aceleração Sejam e
a aceleração e velocidade de um caminho r(t) num instante t. Seja v(t) = a
velocidade no instante t. Então os coeficientes e na de-
composição
y

Roda-gigante
são dados pelas fórmulas
x
a
N
T

FIGURA 6

Demonstração Lembre que . Como e , obtemos (4) como


segue:

Por outro lado, , portanto

LEMBRETE O produto vetorial Observe que é um vetor unitário, já que T e N são ortogonais (ver nota marginal).
tem comprimento Assim,

onde é o ângulo entre v e w. Se v e


w forem vetores unitários ortogonais
( ), então tem
comprimento 1. Isso prova a primeira igualdade em (5). Finalmente, como T e N são vetores unitários
ortogonais, a é uma hipotenusa de um triângulo retângulo de lados e (Figura 4) e,
pelo Teorema de Pitágoras, resulta

Isso fornece a segunda igualdade em (5), a saber, . ■


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A Equação (5) é conveniente se, e somente se, precisarmos calcular . Para calcular
ambos e N, observe que

z ■ EXEMPLO 6 Decomponha o vetor aceleração a de em componen-


y tes tangencial e normal em . Use a Figura 7.
T Solução
x
Passo 1. Cálculo de T e .
N Temos e . Assim, em ,

a = −2T + 4N

FIGURA 7 Os vetores T, N e a em
da curva .

Aqui está um resumo dos passos do Passo 2. Cálculo de e N.


Exemplo 6: Pela Equação (6),

Como N é um vetor unitário e ,

Passo 3. Escrever a decomposição.


Como , temos e , portanto a decomposição de a em
componentes tangencial e normal é

onde e . ■

■ EXEMPLO 7 Movimento circular não-uniforme A Figura 8 mostra os vetores acelera-


ção de três partículas em movimento no sentido anti-horário em torno de um círculo.
Em cada caso, decida se a velocidade v da partícula é crescente, decrescente ou momen-
taneamente constante.

Solução Em (A), o componente tangencial a · T do vetor aceleração é negativo e, como


v = a · T, a velocidade da partícula é decrescente ( ). Em (B), o vetor aceleração
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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