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Cristiane da Silva
Séries de potências
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Uma série de potências é basicamente uma série do tipo ∑∞n=0 cnxn = c0 + c1x
+ c2 x2 + c3x3 ..., onde x é uma variável real e os cn são constantes, chamadas
de coeficientes. Além disso, pode ser vista como um polinômio infinito,
pois não tem um limite para a potência de x. Assim como qualquer tipo
de série, as séries de potências podem convergir ou divergir, de acordo
com os seus coeficientes e os valores de x. Uma série pode, por exemplo,
convergir para certos valores de x e divergir para outros. A expansão em
série de potências pode ser utilizada para deduzir expansões de outras
funções relacionadas, por meio de substituição, integração e derivação.
Neste capítulo, você estudará sobre a série de potências e seu raio
de convergência, bem como sobre as séries geométricas. Além disso,
conhecerá a relação entre o raio de convergência da derivada e da integral
da série de potência se o raio da série primitiva. Por fim, verá exemplos de
séries de potência para melhor compreensão do conteúdo em estudo.
2 Séries de potências
x
c–R c c+R
Anton, Bivens e Davis (2014) explicam que o teste da razão funciona exclusivamente
com os termos da série dada, sem a necessidade de haver uma conjectura inicial sobre
sua convergência. O teorema a seguir define o teste da razão.
Seja ∑uk uma série de termos positivos e suponhamos que .
b)
c)
A série diverge, pois:
Solução:
Seja e calculemos a razão ρ do teste da razão:
Converge
Diverge Diverge
absolutamente
x
–2 0 2
Diverge Diverge
Rogawski (2009) explica que o teste da razão para encontrar o raio de con-
vergência, utilizado no exemplo anterior, é um método que pode ser aplicado
a qualquer série de potências F(x) = ∑bn(x – c)n para a qual exista o limite
. O autor mostra, ainda, o exemplo do cálculo do limite ρ do teste
da razão aplicado a F(x), observe:
Pelo teste da razão, F(x) converge se ρ = r|x – c| < 1, ao passo que diverge
se ρ = r|x – c| > 1. Assim, se r for finito e não nulo, então F(x) converge se
|x – c| < r–1, e o raio de convergência é R = r–1. Se r = 0, então F(x) converge
em cada x, e o raio de convergência é R = ∞. Se r = ∞, então F(x) diverge em
cada x ≠ c, e R = 0.
Rogawski (2009, p. 578) destaca o teorema para encontrar o raio de con-
vergência: “Seja F(x) =∑bn(x – c)n e suponha que exista o limite seguinte:
. Então F(x) tem raio de convergência R = r–1, onde tomamos
R = ∞ se r = 0 e R = 0 se r = ∞.”
Observe, a seguir, alguns exemplos do raio de convergência.
Exemplo 1
Determine o raio de convergência de .
Solução:
Seja , então:
Exemplo 2
Mostre que converge em cada x.
Solução:
Seja , então:
Anton, Bivens e Davis (2014) explicam o teste de Leibniz, também conhecido como teste
da integral, para verificar convergências de séries. Os autores explicam que a relação
entre as expressões e é que o integrando da integral imprópria
resulta quando o índice k do termo geral da série for substituído por x e os limites do
somatório da série forem substituídos pelos limites de integração correspondentes.
O teorema a seguir evidencia que há uma relação entre a convergência da série e a
integral.
Seja ∑uk uma série com termos positivos. Se f for uma função decrescente e contínua
no intervalo [a, +∞) e tal que uk = f(k), com k ≥ a, então ambas as expressões —
e — convergirão ou divergirão.
De acordo com o teorema, se a integral divergir, a série também divergirá, ao passo
que se a integral convergir, a série também convergirá.
Use o teste da integral (teste de Leibniz) para determinar se as seguintes séries con-
vergem ou divergem.
a)
Essa é a série harmônica divergente, então o teste da integral providenciará somente
uma outra maneira simples de se estabelecer a divergência. Observe, inicialmente,
que a série tem termos positivos, de modo que o teste é aplicável. Se substituirmos k
por x no termo geral 1/k, obteremos a função f(x) = 1/x, que é decrescente e contínua,
com x ≥ 1, conforme a seguir:
b)
Observe, inicialmente, que a série tem termos positivos, de modo que o teste é
aplicável. Se substituirmos k por x no termo geral 1/k2, obteremos a função f(x) = 1/x2,
que é decrescente e contínua, com x ≥ 1, conforme a seguir:
Assim, tanto a integral como a série convergem pelo teste da integral, com a = 1.
Fonte: Anton, Bivens e Davis (2014, p. 626–627).
2 Série geométrica
A série geométrica oferece um exemplo importante de série de potências.
Primeiro, lembre-se de que, se |r| < 1, então . Ao escrever x em
vez de r, pode-se ver essa fórmula como uma expansão em série de potências:
, com |x| < 1.
8 Séries de potências
A seguir, são apresentados alguns exemplos que mostram que essa fórmula
pode ser adaptada para obter a representação em séries de potências de outras
funções (ROGAWSKI, 2009).
Exemplo 1
Prove que se .
Solução:
Ao substituir x por 2x na equação , obtém-se que:
Exemplo 2
Prove que:
Solução:
Inicialmente, reescreva no formato , para poder usar a equação
:
–
Essa expansão é válida se |–x2/2| < 1, ou |x| < √2.
Fonte: Rogawski (2009, p. 579).
Séries de potências 9
3 Derivação e integração
Existe uma relação entre o raio de convergência da derivada e da integral da
série de potências e o raio da série primitiva. Rogawski (2009, p. 580) apresenta
o teorema de derivação e integração termo a termo:
Exemplo 1
Prove que se
Solução:
Observando que:
obtém-se o resultado derivando a série geométrica termo a termo, com |x| < 1:
10 Séries de potências
Essa expansão é válida em |x| < 1, pois a série geométrica tem raio de convergência
R = 1.
Exemplo 2
Prove que, para –1 < x < 1,
Solução:
Inicialmente, substitui-se x por –x2 em para obter:
ANTON, H.; BIVENS, I. C.; DAVIS, S. L. Cálculo. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. v. 2.
ROGAWSKI, J. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2009. 2 v.