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SÉRIE DE TAYLOR

SÉRIE DE TAYLOR
Em séries de potência, estudamos a representação de funções
em séries de potências, neste artigo, continuaremos o estudo de
transformar funções para séries.
Lembre-se que usei a letra k como índice, às vezes, outra letra é
usada para representar o índice.

SÉRIES DE TAYLOR E MACLAURIN


Agora, estamos interessados nas seguintes questões mais gerais:
quais funções têm representações em séries de potência? Como
podemos achar tais representações? Vamos responder a segunda
questão, ou seja, suponhamos que f seja uma função que pode ser
representada por uma série de potencias, isto é,
f(x) = C0 + C1 (x – a) + C2 (x – a)2 + C3 (x – a)3 + C4 (x – a)4+ ....
|x – a| < R
Queremos tentar determinar os coeficientes Cn. Se colocarmos x
= a na equação acima, obtemos o resultado:
f(a) = C0
Diferenciamos a função f(x) termo a termo, pois anulamos a
constante C0, que já calculamos para calcular a próxima C1.
f '(x) = C1 + 2C2 (x – a) + 3C3 (x – a)2 + 4C4 (x – a)3+ .... |x – a| <
R
Novamente faço a substituição x = a, e sobra o termo:
f '(a) = C1
Diferenciamos a função f(x) termo a termo, pois anulamos a
constante C1 que já calculamos para calcular a próxima C2.
f ''(x) = 2 C2 + 2 . 3 C3 (x – a) + 3 . 4 C4 (x – a)2 + .... |x – a| < R
Novamente faço a substituição x = a, e sobra o termo:
f ''(a) = 2 C2
Diferenciamos a função f(x) termo a termo, pois anulamos a
constante C2 que já calculamos para calcular a próxima C3.
f '''(x) = 2 . 3 C3 + 2 . 3 . 4 C4 (x – a)+ .... |x – a| < R
Novamente faço a substituição x = a, e sobra o termo:
f '''(a) = 2 . 3 C3 = 3!C3
Este é o ponto que quero chegar, agora, você nota o padrão. Se
continuarmos a diferenciar e substituir x = a, obtemos:

Essa fórmula permanecerá válida mesmo para n = 0, pois


consideramos (0 fatorial) 0! = 1 e f(0) = f (consideramos a própria
função quando n = 0), podemos montar nosso teorema.
TEOREMA 1: Se f tiver uma representação (expansão) em série
de potências em a, isto é, se:

em que |x - a| < R

Seus coeficientes são dados pela fórmula .


Vamos substituir na expansão da série para você visualizar como
montamos a série, observe abaixo que substituindo essa fórmula
para Cn de volta na série, observamos que, se f tiver uma
expansão em série de potências em a, a expansão em série de
potência deve ser da forma a seguir:
A série na equação acima é chamada série de Taylor da função f
em a (ou ao redor de a ou centrada em a).

SÉRIE DE MACLAURIN
Para o caso especial em que a = 0 a série de Taylor se torna:

Esse caso surge com frequência, e lhe foi dado o nome especial
de série de Maclaurin.

EXEMPLO 1: Encontre a série de Maclaurim da função f(x)


= ex e seu raio de convergência.
RESOLUÇÃO:
Primeiro, vamos determinar a série. Para usar a série de
Maclaurin, observe que substituímos na função as derivadas
formando a série e, em cada derivada, aplicamos o valor no x que
é igual a 0, no caso da série de Maclaurin.
Observe que calculei separado a derivada, e, após o cálculo,
substitui na fórmula. Depois analisamos o padrão de formação dos
termos da série para montar a fórmula. (a derivada de ex será
sempre ex)

Calculamos o raio de convergência. Usarei o teste da razão para a


convergência absoluta (teorema 11 - séries infinitas III) para
verificar os valores que x converge.
O termo 1/(n +1) tirei do módulo, pois n é sempre positivo. Uma
vez que c < 1 para todo x, a série converge, absolutamente, em
todo x. Portanto, o intervalo de convergência é (-∞,+∞) e o raio de
convergência é R = ∞.

Obtemos, para todo x.


Se você quiser descobrir o valor de e (número neperiano), basta
fazer x = 1, e quanto mais termos você utilizar para calcular a
série mais preciso o número fica.

EXEMPLO 2: Encontre a série de Taylor para f(x) = ex em a = 2.


RESOLUÇÃO:
Usando o mesmo procedimento do exemplo 1.

Agora, temos duas expansões em séries de potências para ex, a


série de Maclaurin exemplo 1 e a série de Taylor centrada em 2
calculada neste exemplo. A primeira é melhor se estivermos
interessados em valores de x próximos de 0, e a segunda é melhor
se x estiver próximo de 2.

EXEMPLO 3: Encontre a série de Maclaurim para sen x e ache o


raio de convergência.
RESOLUÇÃO:
Seguimos o procedimento do exemplo 1, vamos derivando até
achar um padrão que se repita. Após substituímos na série
e analisamos o padrão de formação dos termos da série para
montar a fórmula.
Observe, abaixo, que usamos os quatro primeiro termos para
obter o padrão da série, pois a partir do quinto termo começa a se
repetir.
Calculamos o raio de convergência. Usarei o teste da razão para
a convergência absoluta (teorema 11 - séries infinitas III) para
verificar os valores que x converge.

O termo 1/(4n² + 10n + 6) tirei do módulo, pois n é sempre


positivo. Uma vez que c < 1 para todo x, a série converge
absolutamente em todo x. O intervalo de convergência é (-∞,+∞) e
o raio de convergência é R = ∞.

EXEMPLO 4: Encontre a série de Maclaurim para cos x.


RESOLUÇÃO:
Usaremos um procedimento diferente, a derivada de sen x é cos
x, f (x) = sen x ---> f '(x) = cos x. Derivamos a série da função
seno depois analisamos o padrão de formação dos termos da série
para montar a fórmula.
Como vimos em séries de potência, o raio se mantém o mesmo
da série original integrando ou derivando. Portanto, R= ∞.

EXEMPLO 5: Encontre a série de Maclaurin para f(x) = x . cos x.


RESOLUÇÃO:
Calculamos a série de cos x no exemplo 4, para calcular a série
f(x) = x . cos x, basta multiplicar x pela série calculada no
exemplo 4.

EXEMPLO 6:
(a) Avalie ∫ e-x² dx como uma série infinita.

(b) Avalie .
RESOLUÇÃO:
(a) Note que a função f (x) = e-x² não pode ser integrada, tente
integrar a função para você ver, não conseguirá. Vamos tentar
resolver através de séries.
Observe que no exemplo 1, obtemos a série f(x) = ex para
calcular f (x) = e-x², basta substituir x por -x² na fórmula da série,
e depois integramos termo a termo. Obtemos:

Para achar o valor da constante, substituo x por 0:

Portanto, a série será

(b) Avaliando a aplicação no intervalo da integral definida.


EXERCÍCIOS
1) Encontre o raio de convergência e o intervalo de convergência
da série:

RESOLUÇÃO:
(a) Usarei o teste da razão para a convergência absoluta (teorema
11 - séries infinitas III) para verificar os valores que x converge.
Analisando o raio de convergência (R) e o intervalo de
convergência.

Nunca se esqueça de testar os extremos, nesta questão são x = -4


e x = 4.
* x = -4: Para testar a série, usarei o teste da integral, teorema 2
em séries infinitas III, lembre-se que verifico se a função é
decrescente para todo x positivo em (1), pois quando a derivada é
negativa a função é decrescente nesse intervalo, e depois aplico a
integral definida, como nesta questão a função é exponencial uso o
intervalo de [e, +∞) para testar a convergência da série.
A série diverge pelo teste da integral.
* x = 4.
Usarei para testa a série o teste de Leibniz, teorema 9 em séries
infinitas III)

Pelos critérios do teste de leibniz, a série alternada converge.


O raio de convergência é R = 4, e o intervalo de convergência (-
4,4] ou -4 < x ≤ 4.
(b) Usarei o teste da razão para a convergência absoluta (teorema
11 - séries infinitas III) para verificar os valores que x converge.

Como n sempre positivo, tirando o módulo de seu valor negativo


fica seu valor absoluto, ou seja, sempre positivo. Raio de
convergência é R = 0, analisamos, abaixo, seu intervalo de
convergência, lembre-se de analisar os extremos.

* x = 3: Como o resultado da série é igual a 0, a série converge a


0.
O raio de convergência é R = 0, a série convergirá em apenas um
ponto, ou seja, no ponto x = 3.
(c) Possuo uma série geométrica (teorema 1 - séries infinitas III),
portanto converge se |r| < 1, obtemos:

Testando os intervalos:
*x = -8:

. A série varia entre -1 e 1


indefinidamente. Portanto, a série diverge.
* x = 12:

. Soma 1
indefinidamente não convergindo a nenhum valor, portanto a série
diverge.
O raio de convergência é R=10, e o intervalo de convergência é
(-8,12) ou -8 < x < 12.

2) Encontre uma representação em série de Potências para f(x) =


x³ / (x - 2)² e determine o raio de convergência.
RESOLUÇÃO:
Observe abaixo a resolução (integrando e derivando não altero o
raio de convergência, usarei as duas operações para obter a série
correspondente a esta função):

Encontramos a representação da função em série de potências,


calcularemos o raio de convergência. Integrei a função f (x) = 1 /
(x -2)² integramos e achei uma série geométrica em que
substituímos o x por x/2, observe, abaixo, como ficou:

Raio de convergência é R = 2.

3) Encontre a soma da série

Dica 1: .
Dica

2:
RESOLUÇÃO:
Usando as dicas desenvolvo a série, observe abaixo o
desenvolvimento da dica 1:

Desenvolvi até o terceiro termo e isolei a série para substituir na


dica 2 o resultado, observe abaixo:
Concluímos que usando as dicas do problema, acabamos de
transformar uma soma infinita em uma soma finita.

4) Se f(x) = sen (x³), encontre f(15)(0).


RESOLUÇÃO:
Nesta questão aplicamos a definição. No exemplo 3 foi calculada
a série equivalente da função f(x) = sen x, queremos f (x) = sen
(x³), basta substituir x por x³ na série do exemplo 3, observe
abaixo:

Lembre-se da definição:

Como queremos f(15)(0), estamos trabalhando com a parcela


C15x15.
5) Encontre a série de taylor f(x) = 1/x em a = 1, obtendo o
intervalo de convergência da série.

Dica: e use a série geométrica.


RESOLUÇÃO:
Observe a resolução abaixo utilizando a dica da série geométrica.

6) Calcule a série de Maclaurin para f(x) = cos² (x).


RESOLUÇÃO:
Antes de resolver, consultarei minha tabela de identidades
trigonométricas e na identidade número 16, obtemos:
No exemplo 4, calculamos a série equivalente a f(x) = cos (x),
portanto, aqui, basta pegarmos a série e substituir x por 2x.

7) Encontre a soma da série .


RESOLUÇÃO:
Usarei a série do exemplo 1, substituindo x por x = 3, observe
abaixo (o índice da série começa 1, n = 1):

8) Calcule o cosseno de 15°.


RESOLUÇÃO:
Vamos calcular o cosseno de 15°, mas sem usar calculadora
usando somente séries. Quanto mais termos você somar na série
mais preciso será o resultado.
Antes de calcular a série, converta o ângulo para radianos.
(Na tabela de ângulos de 0° a 90°, ensinamos a conversão,
15° × π/180° ---> 15π/180 ---> π/12 ≅ 0,2618)

Usei n = 0,1,2,3,4 e 5 e somei esses valores:


cos 15° = 0,96595....
Quanto mais casas expandidas a série mais precisa fica a resposta
da série, lembre-se que o valor de x na série é em radianos.
Esse algoritmo é usado nos computadores e calculadoras para
achar o cosseno, mas a precisão é muito grande do resultado.

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