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Basílio João Pedro Catonga

Série de Potências

(Licenciatura em ensino de Matemática 3° ano)

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
Basílio João Pedro Catonga

Série de Potências

(Licenciatura em ensino de Matemática 3° ano)

Trabalho de Pesquisa de Analise Harmónica a ser


entregue no Departamento de ciências,
Engenharia, Tecnologias e Matemática, sob
orientação do Msc:

Vital Napapacha.

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
Índice

1.Introdução ................................................................................................................................. 4

1.1.Objectivos .......................................................................................................................... 4

1.1.1.Objectivo Geral ........................................................................................................... 4

1.1.2.Objectivos Específicos ................................................................................................ 4

1.2.Metodologia ....................................................................................................................... 4

2.Séries de Potências ................................................................................................................... 5

2.1.Definição ............................................................................................................................ 5

2.2.Convergência das séries de potências ................................................................................ 5

3.Raio de convergência................................................................................................................ 7

4. Séries de Taylor e Maclaurin ................................................................................................... 9

5.Conclusão ............................................................................................................................... 17

6. Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 18


1.Introdução

O presente trabalho de Analise Harmónica tem como tema Séries de potências, em que ira
dentro dela ira apresentar-se algumas Definições, Raio de convergência e Séries de Taylor e
Maclaurin. Sendo assim Série de potências e uma série infinita de termos variáveis. Assim, a
teoria desenvolvida para séries infinitas de termos constantes pode ser estendida para a análise
de convergência de séries de potências. As séries de potências podem ser usadas em várias
aplicações como encontrar aproximações de números irracionais. Deste modo, o
desenvolvimento de funções em séries de potências tem diversas aplicações, sendo uma das
mais importantes a resolução de equações diferenciais. Neste texto enfocamos o problema de
determinar as chamadas séries de Taylor de funções e verificar sua convergência.

1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral

 Compreender a Série de Potências

1.1.2.Objectivos Específicos

 Definir a série de potências;


 Descrever o raio de convergência;
 Interpretar as séries de Taylor e Maclaurin.

1.2.Metodologia

Para realização deste trabalho, recorreu-se a pesquisa bibliográfica como forma de


concretização culminou com suas referências bibliográficas.
2.Séries de Potências

2.1.Definição

Segundo Carlos Fabiano Rosa (2013), seja , uma sequência numérica dada e seja
um numero real dado.

A série ∑
denomina-se séries de potências, com coeficientes em volta de ( ou centrada em ).

Por exemplo, ∑

É uma série de potências centradas e com o coeficiente .

De certo modo, uma série de potências trata-se de uma série de polinómios com finitos termos.

2.2.Convergência das séries de potências

A convergência é segura para , com soma de , e pode acontecer que seja o único
ponto em que ela converge. O próximo teorema destaca uma propriedade muito importante
das séries de potências.

Teorema 1

Se ∑ for convergente para , com , então a série convergira


absolutamente para todo no intervalo aberto | || |.

Demostração

Sendo, por hipótese, ∑ converge, segue

Tomando-se , existe um natural tal que, para todo ,| | , como | |


| || | , resulta que para todo x e todo natural ,| | | | .
Para | |<| |, a série geométrica ∑ | | é convergente. Segue do critério da comparação

que ∑ converge absolutamente para todo , com | | | |.

Teorema 2

Sobre divergência de séries ∑ é divergente para então ela é divergente para


todos os valores de para os quais | | .

Exemplo 1:Encontrar os valores de para os quais a série de potências ∑ é

convergente.

Usamos o teste razão e, portanto temos o seguinte:

| |
| |= | | | | ( )

De acordo com o teste da razão, a série anterior é convergente se . Assim, temos:

| | | |
( ) | |

Adicionalmente, usamos o teste da razão para que a série é divergente para , isto é
| | . Entretanto, para (que equivale a | | ) o teste da razão não apresenta prova
conclusiva. Em outras palavras, para , o teste da razão não pode ser usado para provar a
convergência de uma série.

Assim, precisamos provar a convergência ou divergência da série para | | usando outras


estratégias.

| |
Para

 Para ∑ ∑ ∑ .

Nesse caso, a é claramente divergente e pode ser verificada usando a propriedade:


Que prova que a série é divergente.

 Para ∑ ∑ ∑ .

Nesse caso a série também e divergente e pode ser verificada usando a propriedade:

Que prova que a série é divergente.

Portanto, a série em análise converge apenas para o intervalo aberto ( ).

Exemplo 2:encontrar os valores de para os quais a série de potências ∑ é


convergente.

Usamos o teste da razão e, portanto, temos o seguinte:

| | | | | | | |

Na relação anterior, se entao e, portanto, a série é convergente para .

Para então e nesse caso a série é divergente.

Este problema mostra um tipo especial de série que converge apenas para

3.Raio de convergência

Dado uma série de potências ∑ , seu raio de convergência é um valor (finito


ou infinito) dado por | | ∑ converge}.
E ainda denominamos o intervalo ( de intervalo de convergência da série de
potências.

O exemplo a seguir nos fornecera uma fórmula para o cálculo do raio de convergência da série
de potências da forma ∑ .

Exemplo 1: seja a série de potências ∑ e suponha que para todo


, onde p é natural fixo.

Mostre que o raio da convergência da série é | | desde que o limite exista,

finito ou infinito.

Solução

Apliquemos o critério da razão para série de termos quaisquer.

| | | | | |

Se o limite | | , a série convergira absolutamente para todo . Neste caso o raio

de convergência é :

| |

Observe que | | | |

Se | | , a série convergira para

| | , se | | for finito e diferente de zero, a série convergira

absolutamente para todo tal que | | | | ou seja, convergira para todo

tal que | | | | ; e divergira | | .


O raio de convergência da série ∑ onde para ( p fixo), é dado
pela formula | | desde que o limite exista finito ou infinito.

4. Séries de Taylor e Maclaurin

Segundo James stewart (2013), começaremos supondo que seja qualquer função que possa
ser representada por uma série de potências.

1. | |

Vamos tentar determinar quais coeficientes devem aparecer em termos de . Para começar,
observe que, se colocarmos na equação 1, então todos os termos após o primeiro são 0 e
teremos

Podemos derivar a série na equação 1 termo a termo:

2. | |

E a substituição de na equação 2 fornece agora derivamos ambos os lados


da equação 2 e obtemos:

3. | | .

Novamente colocamos na equação 3. O resultado é vamos aplicar o


procedimento mais uma vez.

A derivação da série na equação 3 fornece

4. | | .

E a substituição de na equação 2 fornece

Agora podemos ver o padrão. Se continuarmos a derivar e substituir , obteremos:


Isolando o n- ésimo coeficiente , nessa equação obteremos , essa formula

permanecera valida mesmo para se adoptarmos a s convenções de que e


. Assim, demostramos o teorema a seguir.

Teorema

Se tiver uma representação (expansão) em série de potências em , isto é, se


∑ | | .

Então seus coeficientes são dados pela fórmula

Substituindo essa formula para de volta na série, vemos que, se tiver uma expansão em
série de potências em , então ela deve ser da seguinte forma:

5. ∑

A série na equação 5 é chamada série de Taylor da função em (ou em torno da a ou


centrada em a).

Para o caso especial , a série de Taylor torna-se:

6. ∑

Esse caso surge com frequência e lhe foi dado o nome especial de série de Maclarin.

Exemplo 1: Encontre a série de Maclaurin da função e seu raio de convergência.

Resolução

Se , portanto para todo . Portanto, a série de Taylor para em


(isto é, a série de Maclaurin) é
∑ ∑

Para encontrar o raio de convergência fazemos . Entao

| |
| | | |

De modo que, pelo Teste da Razão, a série converge para todo e o raio de convergência é
.

A conclusão que podemos tirar do teorema e exemplo acima é que se tiver uma expansão

em série de potências em 0, então ∑

Em outras palavras, se tiver derivadas de todas as ordens, quando é que

∑ .

Como com qualquer série convergente, isso significa que é o limite da sequencia das
somas parciais.

No caso da série de Taylor, as somas parciais são ∑

Observemos que é um polinómio de grau chamado polinómio de Taylor de n-ésimo grau


de em .

Por exemplo para a função exponencial de , o resultado do exemplo acima mostra


que os polinómios de Taylor em 0 (ou Polinómios de Maclaurin) com são:
Os gráficos da função exponencial e desses 3 polinómios de Taylor estão desenhados na figura
abaixo.

Em geral, é a soma se sua série de Taylor se .

, de modo que então, é denominado


resto da série de Taylor. Se pudermos de alguma maneira mostrar que ,
teremos mostrado que:

Teorema 2.

Se , onde é o polinómio de Taylor de n-ésimo grau em em .

Para | | <R, então é igual a soma de sua série de Taylor no intervalo de | | <R.

Ao tentarmos mostrar que para uma função especifica , geralmente


usamos o teorema a seguir.

Teorema 3
Desigualdade de Taylor

Se | | para | | , então o resto de série de Taylor satisfaz a


desigualdade

| | | | para | |

Para vermos por que isso é verdadeiro para assumimos que | | . Em


particular, temos , assim para | temos

∫ ∫

Uma antiderivada de é , dessa forma, pela parte 2 do Teorema fundamental do cálculo,


temos

ou

Logo,

∫ ∫

Mas . Portanto

Um argumento similar, usando , mostra que , então

| | | | .
Embora tenhamos suposto que , calculamos similares mostram que essa desigualdade é
também verdadeira para .

Isso demostra que a desigualdade de Taylor para o caso onde . O resultado para um
qualquer é demostrado de maneira similar pela integração vezes.

Ao aplicarmos os teoremas 2 e 3, muitas vezes é útil usar o facto a seguir.

7. , para todo numero real .

Isso é verdade porque sabemos do Exemplo 1 que a série ∑ Converge para todo , e seu
n-ésimo tende a 0.

Exemplo 2: Demostre que é igual à soma de sua série de Maclaurin.

Resolução

Se , então para todo . Se é qualquer número positivo e | |


, então | | . Assim, a desigualdade de Taylor, com
e , diz que:

| | | | , para | |

Observe que a mesma constante serve para cada valor de . Mas, da equação 7,
temos:

| |
| |

Decorre do teorema do confronto que | | e, portanto, para

todos os valores de . Pelo teorema 2, é igual à soma de sua série de Maclaurin, isto é,

8. ∑ para todo .
Em particular, se colocarmos na equação 8, obteremos a seguinte expressão para o
número e como a de uma série infinita:

9. ∑

Exemplo 3: Encontre a série da Maclaurin de , onde é um número real


qualquer.

Resolução

Arranjando nosso trabalho em colunas, temos:

Portanto a série de Maclaurin de é:

∑ ∑

Essa série é chamada série binominal. Observemos que, se é um inteiro não negativo, então
os termos são, eventualmente, nulos, de modo que a série é finita. Para outros valores de k,
nenhum dos termos é 0 e assim podemos tentar o teste da razão.

Se seu n-ésimo termo for , então:


| | | |

| |
| |

| | | |

Quando .

Logo, pelo teste da razão, a série binominal converge se | | e diverge se | | .

A anotação tradicional para os coeficientes na série binominal é:

( )

E esses números são chamados de coeficientes binominais. O teorema a seguir afirma que
é igual a soma de sua série de Maclaurin.

É possível demostrar isso mostrando que o resto tende a 0, mas assim acaba sendo
muito difícil.

A série binominal se for um numero real qualquer e | | , então:

∑( )

Embora a série binominal sempre convirja quando | | , a questão de ser ou não


convergente nas extremidades, , depende do valor de . Ocorre que a série converge em 1
se e em ambas as extremidades . Observemos que se um inteiro positivo

e , então a expressão ( ) contem um factor , de modo que ( ) para .


5.Conclusão

Desta feita o presente trabalho de Analise Harmónica, fez-se necessário o estudo prévio de
conceitos e ferramentas relacionados a série de potências. Ainda nesse capítulo, o resultado
mais importante e o que diz respeito a convergência. Os pontos da função e sua série de
potências tem valores coincidentes apenas se estiverem no intervalo de convergência da série.
Além do mais, vimos que o conceito amplia-se ao cenário para funções definidas em mais de
uma variável. Entretanto, o resultado mais importante citado nesse capítulo, sem dúvidas, e a
fórmula de Taylor. A fórmula garante que podemos representar a função através da soma
parcial da série de Taylor acrescido de um resto. De facto, utilizamos a fórmula para modelar
diversos problemas propostos.
6. Referencias Bibliográficas

Carlos Fabiano Rosa. (2013). Série de Taylor e Aplicações: Florian´opolis – SC. Recuperado
25 de Março, em pdf.

James Stewart. (2013). Calculo volume I: tradução - São Paulo. 7a ed.

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