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Hélder Vicente Miguel

Séries de Potências (Série de Taylor e Mac-Laurin)

Licenciatura em Ensino de Matemática (3º Ano)

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
Hélder Vicente Miguel

Séries de Potências (Série de Taylor e Mac-Laurin)

Licenciatura em Ensino de Matemática (3º Ano)

Trabalho da cadeira de Análise Harmónica a ser


entregue no Departamento de Ciências,
Tecnologia, Engenharia e Matemática. Para fins
avaliativos,

Sob orientação do docente: MSc. Vital


Napapacha

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
Índice
1. Introdução .................................................................................................................................. 4
1.1. Objectivos .......................................................................................................................... 4
1.1.1. Objectivo Geral........................................................................................................... 4
1.1.2. Objectivos Específicos ................................................................................................ 4
2. Séries de potências ..................................................................................................................... 5
2.1. Séries de Taylor e Mac-Laurin ............................................................................................ 8
3. Conclusão .................................................................................................................................12
4. Referencias Bibliográficas .........................................................................................................13
1. Introdução

Em determinados momentos é indispensável representar funções por séries, mais


especificamente séries de potências. Neste trabalho, abordaremos brevemente, conceitos e
resultados básicos que se fazem necessários para que este tema seja melhor compreendido e a
sua leitura torne-se mais clara. Serão apresentadas definições e teoremas de séries de
potências. Consideramos que a realização deste trabalho é bastante oportuna e de suma
importância, por se tratar do desenvolvimento de funções em séries de Taylor que são
ferramentas frequentemente utilizadas em áreas como Cálculo e Análise Numérica. Expressar
funções como a soma de termos infinitos é uma estratégia muito útil.

O estudo de algumas funções devido ao seu grau elevado de complexibilidade, ou a


necessidade de encontrar valores em um ponto ainda não conhecido, é recomendado a partir
de representações mais simplificadas das mesmas, realizando, portanto, uma aproximação da
função desejada por meio de outra função. Uma dessas formas de aproximação de funções é
partir da utilização de séries matemáticas.

Uma série corresponde à realização de uma soma de todos os termos de uma sequência que
tende ao infinito. Em síntese, quanto mais termos da sequência do somatório adicionados,
mais próximo se estará do valor real. Uma série está presente não apenas na ciência
matemática, sendo utilizada em inúmeras áreas de estudo, como óptica, relatividade espacial e
electromagnetismo (STEWART, 2013).

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Compreender as séries de potências, concretamente as séries de Taylor e Mac-Laurin.
1.1.2. Objectivos Específicos

Para alcançar o objectivo geral foram realizados alguns objectivos específicos.

 Conceituar a série de potências;


 Determinar o seu raio de convergência;
 Enunciar as fórmulas de Taylor e Mac-Laurin para a representação de funções.
2. Séries de potências

São um caso particular das séries de funções. Uma série de potências é uma série da forma:

onde x é uma variável e são constantes chamadas coeficientes da série. Para cada x fixado,
a série I é uma série de constantes que podemos testar quanto a convergência ou divergência.
Uma série de potências pode convergir para alguns valores de x e divergir para outros valores
de x. A soma da série é uma função:

( )

cujo domínio é o conjunto de todos os x para os quais a série converge. Observe que f se
assemelha a um polinómio. A única diferença é que f tem infinitos termos.

Por exemplo, se tomarmos para todo n, a série de potências se torna a série geométrica

que converge quando e diverge quando | | . Então a série de potências pode


ser vista como um polinómio infinito.

Assim como qualquer série, a série de potências pode convergir ou divergir. Mas para isso
acontecer ela vai depender tanto do valor , quanto do valor de . No caso da série
geométrica dizíamos que ela converge se | | .

Em geral, a série da forma

∑ ( ) ( ) ( )

é chamada uma série de potências em ( ) ou uma série de potências centrada em a ou


uma série de potências em torno de a. Observe que, ao escrevermos o termo correspondente
a nas Equações I e II, adoptamos a convenção de que ( ) , mesmo quando
. Observe também que, quando , todos os termos são 0 para e assim a série
de potências II sempre converge quando .

Exemplo: Prove que a série ∑ converge.

Para resolver este problema, é importante recordar alguns conceitos básicos:

 Uma série ∑ é absolutamente convergente, se a série de valores absolutos ∑| | for


convergente.

Teorema: Se uma série for absolutamente convergente, então ela é convergente.

Demonstração: Observe que a desigualdade | | | | é verdadeira porque | |


é ou . Se ∑ for absolutamente convergente, então ∑| | é convergente, assim pelo
Teste da Comparação (suponha que ∑ e∑ sejam séries com termos positivos: I- se ∑
for convergente , para todo , então ∑ também será convergente; II- se ∑ for
divergente , para todo , então ∑ também será divergente) ∑( | |) é
convergente. Dessa forma,

∑ ∑( | |) ∑| |

é a diferença de duas séries convergentes e é portanto convergente.

 Uma série ∑ é chamada condicionalmente convergente, se ela for convergente,


mas não absolutamente convergente.

Teste da Razão:

i. | |

 ∑ é absolutamente convergente (e portanto convergente)


 ∑ é divergente
 , o Teste da Razão não é conclusivo, isto é, não se pode concluir nada
sobre a convergência ou divergência de ∑

Resolução do exemplo acima: Seja . Então?


| | | | | | | |

Logo, pelo Teste da Razão, a série dada é absolutamente convergente e, portanto,


convergente.

Teorema: Para dada série de potências ∑ ( ) , existem apenas três possibilidades:

i. A série converge apenas quando .


ii. A série converge para todo .
iii. Existe um número positivo tal que a série converge se | | e diverge se
| | .

O número no caso (iii) é chamado raio de convergência da série de potências. Por


convenção, o raio de convergência é no caso (i) e no caso (ii). O intervalo de
convergência de uma série de potências é aquele que consiste em todos os valores de x para
os quais a série converge. No caso (i) o intervalo consiste em apenas um único ponto a. No
caso (ii) o intervalo é ( ). No caso (iii) observe que a desigualdade | | pode
ser reescrita como . Quando x é uma extremidade do intervalo, isto é,
, qualquer coisa pode acontecer — a série pode convergir em uma ou ambas as
extremidades ou divergir em ambas as extremidades. Então, no caso (iii) existem quatro
possibilidades para o intervalo de convergência:

( ) ( )

Em geral, o Teste da Razão (ou algumas vezes o Teste da Raiz) deve ser usado para
determinar o raio de convergência R. Os Testes da Razão e da Raiz sempre falham quando x é
uma extremidade do intervalo de convergência; assim, as extremidades devem ser estudadas
com outro teste.

Exemplo: Encontre o raio de convergência e o intervalo de convergência da série

( )

( )
( )
Resolução: Seja ( )
. Então?

( )
( ) ( ) ( ) ( )
| | | | | |
( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
| | | |
( )( )( ) ( )( )
| | ( )
[ ]
( )( )

| | ( ) | | | | ( )
[ ]
( )( )
( )
| | | | | |
| |

Logo, o raio de convergência

Sabemos que a série converge no intervalo ( ), mas devemos agora testar a convergência
nas extremidades desse intervalo. Se , a série torna-se

( ) ( )
∑ ∑ ( )
( ) ( )

que diverge. Se , a série torna-se

( )

( )

que diverge. Portanto a série de potências dada converge quando ; assim o


intervalo de convergência é .

2.1.Séries de Taylor e Mac-Laurin

Toda série de potências representa, no seu intervalo de convergência, uma certa função, a
função soma. Reciprocamente, dada uma função ( ) ela pode, sob certas condições, ser
representada por uma série de potências de ( ).
Definição: Dada uma função indefinidamente diferençável numa vizinhança
do ponto , chama-se série de Taylor de no ponto , à série

( )
( )
∑ ( )

Se , a série diz-se de Mac-Laurin.

Se for n vezes diferençável numa vizinhança de , então é desenvolvível em fórmula de


Taylor:

( )
( )
( ) ( )
( ) ∑ ( ) ( ) ( ) ( )

Se for n vezes diferençável numa vizinhança de , podemos formalmente escrever a


respectiva série de Taylor, mas convém notar que a simples existência e continuidade de todas
as derivadas de não é suficiente para que a série de Taylor, construída a partir de , tenha

por soma essa função. Assim, por exemplo, a função definida em por ( ) se
( )
,e ( ) , é indefidamente diferençável em todos os pontos de , tendo-se .
Portanto a sua série de Mac-Laurin tem todos os termos nulos, sendo assim convergente, com
soma nula em todo . Logo a série construída a partir da função tem soma diferente de
( ), para .

A condição necessária e suficiente para que a série de Taylor coincida com a função que a
gerou é que ( ) , sendo ( ) o resto da fórmula de Taylor.

Uma condição apenas suficiente é a seguinte:

Teorema: Seja indefinidamente diferençável no intervalo tal existe uma


constante :

( )( )|
|

Então a série de Taylor gerada por converge para ( ), para cada .

O desenvolvimento de uma série de Taylor quando existe é único.


Exemplo:

I. Represente ( ) como a soma de sua série de Taylor centrada em ⁄ .

Resolução: Arranjando nosso trabalho em colunas temos:


( ) ( )

( ) ( )


( ) ( )

( ) ( )

e esse padrão se repete indefinidamente. Portanto, a série de Taylor em ⁄ é

( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )

√ √
( ) ( ) ( )

Podemos escrever a série na notação sigma se separarmos os termos que contêm √ .

( ) √ ( )
∑ ( ) ∑ ( )
( ) ( )

II. Obtenha o desenvolvimento em série de Mac-Laurin: ( )

( ) ( )( ) ( )( )
Resolução: Se então , portanto .
Portanto, a série de Taylor para f em 0 (isto é, a série de Mac-Laurin) é

( )
( )
∑ ∑

III. Encontre a série de Mac-Laurin de ( )

Resolução: Arranjamos os cálculos em duas colunas como a seguir:


( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )( ) ( )( )

Como as derivadas se repetem em um ciclo de quatro, podemos escrever a série de Mac-


Laurin da seguinte forma:

( ) ( ) ( )
( )

∑( )
( )
3. Conclusão

A elaboração deste trabalho me proporcionou uma compreensão mais aprofundada do tema


apresentado. Nesta perspectiva uma das grandes contribuições desde trabalho é fornece
métodos para a resolução de diversos problemas no campo da matemática, na área de
engenharia ou em outras áreas que demanda o conhecimento das ciências exactas utilizando
as Séries de Potências.

Durante esse trabalho encontramos algumas dificuldades para seleccionar os materiais


utilizados na pesquisa tendo em vista a carência dos mesmos.
4. Referencias Bibliográficas
1. AZENHA, A. JERONIMO, M. A. (1995). Elementos de Calculo Diferencial e Integral
em e . Editora McGraw Hill. Lisboa-Portugal.
2. DEMIDOVITCH, B.(1993). Problemas e exercícios de Análise Matemática. Escolar
Editora(Editora MIR, Moscovo),Lisboa.
3. STEWART, J. (2013). Calculo, Volume. Editora Cengage Learning. São Paulo-Brasil.

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